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Modelo de cinco estágios de Tuckman

O modelo de cinco estágios de desenvolvimento de grupos de Tuckman


assume que os grupos possuem, de forma geral, comportamentos
padronizados, que passam por cinco etapas: formação, tormenta,
normalização, desempenho e interrupção [2].
A definição destes estágios foi fruto de uma extensa revisão de literatura de
Bruce Tuckman. O autor analisou diversos artigos científicos da época que
tratavam a respeito da formação de grupos e sintetizou as conclusões de cada
autor analisado em cinco fases gerais dentro do processo de formação de um
grupo [3, 4].

1. Formação – forming
É o estágio inicial, no qual os membros estão começando a interagir. É
caracterizado por uma grande dose de incerteza sobre os propósitos do grupo,
sua estrutura e sua liderança. Os membros estão reconhecendo o terreno” para
descobrir quais comportamentos são aceitáveis. É neste momento que os
membros começam a pensar em si mesmos como partes do grupo.

2. Tormenta / atrito – storming


Caracterizado pela ocorrência de diversos conflitos no grupo. Os indivíduos já
reconhecem a existência do grupo, mas demonstram resistência em relação
aos limites da individualidade. Há também conflito quanto a definição de quem
irá liderar o grupo.
É durante a tormenta que os membros medem forças, estabelecendo uma
espécie de hierarquia das relações dentro do grupo. Após o encerramento
desta etapa, esta hierarquia estará relativamente clara para os membros do
grupo.

3. Normatização / normação – norming


Começa a haver coesão no comportamento do grupo, tornando os integrantes
mais próximos uns dos outros. Surge um sentido de identidade e os membros
começam a agir como uma unidade coordenada.
Ao final deste estágio a estrutura do grupo se torna mais sólida, de tal forma
que o grupo assimila um conjunto de expectativas que definem qual deverá ser
o comportamento mais adequado para o grupo. 
4. Desempenho – performing
É o estágio no qual a estrutura do grupo é funcional e aceita, ocorre após o
estabelecimento da hierarquia – estágio da tormenta – e das normas –
normatização.
Nesta fase, o grupo está coeso e a sua energia é analisada nas tarefas a
serem realizadas. Nos grupos permanentes de trabalho, este pode ser
considerado o último estágio de formação, sendo que a etapa do desempenho
continuará ocorrendo de forma contínua. Em grupos temporários, haverá ainda
a etapa de interrupção.

5. Interrupção – adjourning / transfering


É o estágio final do desenvolvimento dos grupos temporários, pois prepara o
grupo para seu fim. Como as atividades deverão ser concluídas e o grupo
dissolvido, o foco deixa de ser o desempenho das tarefas e passa para o
encerramento dos trabalhos.
Nesta etapa, podem surgir sentimentos conflitantes dentro do grupo. Enquanto
alguns membros se sentem mais contentes com o desempenho obtido, outros
ficam abatidos com o encerramento e com o fim da amizade nascida a partir do
convívio.

Considerações: modelo de Tuckman


Cabe frisar que o modelo de cinco estágios de Tuckman surgiu a partir de um
amplo processo de sintetização de diversas pesquisas [3]. Na prática nem
sempre os grupos obedecerão este processo fechado de formação e podem
ocorrer alguns problemas:
 os grupos nem sempre passarão de forma clara de um estágio para
outro;
 alguns estágios podem ocorrer simultaneamente, principalmente na
etapa de tormenta e desempenho;
 o melhor desempenho pode ocorrer em outra etapa que não seja a
quarta, o que faz com que o estágio de desempenho nem sempre seja o mais
desejável;
 o modelo ignora o contexto organizacional. O contexto pode fornecer
regras, definições de tarefas, informações sobre recursos e desempenho que
podem fazer com que alguns dos estágios não ocorram.
Referências
[1] CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional: a dinâmica de sucesso
das organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
[2] ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2005.
[3] TUCKMAN, B. Developmental sequence in small groups. Psychological
bulletin, v. 63, n. 6, p. 384–399, 1965.
[4] TUCKMAN, B.; JENSEN, M. Stages of small-group development revisited.
Group and Organization Studies, v. 2, n. 4, p. 419, 1977.

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