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Experimento N°1:
Aferição de Menisco
Introdução
A precisão e confiabilidade de volumes e massas é de extrema importância em
diversos campos científicos e medições laboratoriais. ¨Existem dois aspectos
diferentes quando queremos estabelecer a confiabilidade dos dados
experimentais: a precisão e a exatidão. A precisão é uma medida da
reprodutibilidade de um método; para um conjunto de medidas de um mesmo
fenômeno podemos usar o desvio padrão para avaliar a precisão de um método.
A exatidão é uma medida de quanto o resultado está próximo do valor
verdadeiro, sendo uma medida do acerto de uma medição. ¨ (PEREIRA;
NUNES, 2018, p. 16). A seleção adequada de instrumentos e a compreensão da
precisão e precisão desses equipamentos são fundamentais para obter
resultados controlados em experimentos e análises. Quando realizar alguma
medida de volume de líquidos, você deverá saber se está exige precisão, para
que possa usar a vidraria adequada. Em medidas aproximadas usam-se
geralmente cilindros graduados ou provetas. Nas que exigem precisão, devemos
usar pipetas, buretas ou balões volumétricos. Estes materiais são chamados de
vidraria volumétrica. Eles são calibrados pelo fabricante, e a temperatura padrão
de calibração é de 20°C ou 25°C.(PEREIRA; NUNES, 2018, p. 14). Análise e
avaliações de erros são de tamanha importância, pois em toda medição, existe
erro. ¨Toda medição envolve algum erro (ou incerteza). Como todas as leis da
ciência são baseadas em observações experimentais envolvendo medidas
quantitativas, é importante levar em conta qualquer limitação na confiabilidade
dos dados. O erro de medida é consequência de um grande número de fatores e
pode ser classificado em: sistemático (ou determinado) quando causa um erro
na mesma direção e que podem ser identificado e corrigido como, por exemplo,
um equipamento não calibrado, reagentes impuros, erros no procedimento;
randômico (ou indeterminado) causado, por exemplo, por pequenas variações de
temperatura durante o experimento, absorção de água durante uma pesagem,
diferença na observação da viragem de um indicador, perda que pequenas
quantidades de material durante a transferência ou filtragem de um material.
Erros randômicos podem afetar uma medida tanto na direção positiva quanto
negativa.¨ (PEREIRA; NUNES, 2018, p. 15). Nesse contexto, o presente
experimento tem como objetivo comparar os volumes médios de gotas de água
destilada utilizando diferentes pipetas e avaliar a precisão e exatidão de vários
instrumentos volumétricos e balanças analíticas e semi-analíticas.
Na primeira parte do experimento, será realizada uma comparação entre uma
pipeta de Pasteur e uma pipeta graduada de 5 ml. As gotas de água destiladas
serão geradas a partir dessas pipetas, e o volume será calculado com base na
massa e densidade da água. Serão realizadas várias tentativas do procedimento
para cada pipeta, a fim de obter dados estatisticamente relevantes e calcular o
desvio padrão. Na segunda parte do experimento, serão avaliados os volumes
de diferentes instrumentos volumétricos, como balão volumétrico, béquer,
bureta, pipeta volumétrica e proveta. A pipeta volumétrica será utilizada como
referência de precisão, e os demais instrumentos serão aferidos em relação a
ela. Serão realizados medições e cálculos do desvio padrão para cada
instrumento, permitindo uma análise comparativa de sua precisão e exatidão.
Na terceira parte do experimento, será realizada uma análise da precisão e
exatidão das balanças analíticas e semi-analíticas ao pesar rolhas. Para uma
análise com balanças, é necessário conferir calibragem e nivelamento, se a
balança estive descalibrada ou desnivelada, ocorrera erro sistemático na
medição. “Erro sistemático, também chamado de erro determinado e aparece de
uma falha no projeto de um experimento ou em uma falha no equipamento, logo
ele é reproduzido ao longo de todas as medidas. Por exemplo, usar um
instrumento sem calibração.” (SILVA, 2023, p. 16). Testes realizados
individualmente e em conjunto das rolhas, bem como pesquisas repetidas em
ambas as balanças, a fim de avaliar a consistência das medidas e identificar
possíveis variações entre os equipamentos.
Ao final do experimento, espere-se obter uma compreensão mais aprofundada
sobre a exatidão, precisão e consistência dos instrumentos utilizados,
fornecendo subsídios para a escolha adequada de equipamentos e garantindo a
obtenção de resultados em futuras análises e experimentos. Essa avaliação
minuciosa dos instrumentos é essencial para assegurar a qualidade e
confiabilidade dos dados obtidos no contexto laboratorial.
2. Experimental
2.1 Materiais e equipamentos
Pipeta Volumétrica 5mL, Pipeta Graduada 5mL, Pipeta de Pasteur, Pisseta com
água destilada, Pera de sucção, Béquer de 5mL, Balão volumétrico, Vidro de
relógio, Béquer 25mL, Proveta 25mL, Bureta 25mL, Balança analítica, Balança
semi-analítica, 5 tipos de rolha.
Na aferição do menisco, foi utilizado para tal fim uma pipeta volumétrica de 5mL,
que foi utilizado uma pera de sucção para succionar a água destilada de um béquer.
3. Resultados e discussão
Observa-se que uma gota de água de uma pipeta graduada apresenta um volume
maior do que uma gota da pipeta de Pasteur, e isso é verídico, pois a massa média
de gotas de água destilada da pipeta graduada é maior do que na pipeta de
Pasteur, e isso se dá pela diferença entre os dois instrumentos, que tem finalidades
diferentes e formas diferentes e isso afeta no resultado final das medições.
Tabela 5. Erros relativos dos instrumentos dos experimentos (quanto mais alto,
mais impreciso).
Instrumentos Erro relativo
Balão volumétrico 25,63±11,38
Béquer 27,16±10,58
Bureta 10,25±15,01
Proveta 42,42±12,96
Após calcular o erro relativo de cada medida dos instrumentos presentes nesse
experimento, percebemos, de acordo com os valores da tabela 5, que o instrumento
com uma chance maior de erro é a proveta, pois este apresenta um erro
relativo±desvio padrão mais alto que os demais.
150
100
Valores Y
50
0 Linear (Valores Y)
0 20 40 60 80 100
massa (semi-analítica)
O gráfico faz uma relação do erro relativo com a massa das rolhas da tabela 6,
pesadas em uma balança semi-analítica. O objetivo aqui foi analisar a linearidade
da balança semi-analítica e foi possível notar que não há uma linearidade na
relação erro relativo x massa das rolhas.
4. Conclusões.
Na primeira parte do experimento verificamos a necessidade de se utilizar alguns
princípios básicos para que os dados obtidos sejam corretos, como o princípio da
repetição para confirmar as respostas.
Para isso, repetimos três vezes o procedimento verificando se a balança analítica
utilizada estava devidamente calibrada.
Nas análises volumétricas utilizamos a pipeta de Pasteur e a pipeta graduada de
5mL para aferição do menisco. A leitura correta do menisco dependia diretamente
do desempenho e da experiência do aluno/a que estava medindo, no entanto,
percebemos que há erros envolvidos devido a ação da tensão superficial sobre a
superfície dos líquidos, dilatação e contração provocada pela variação de
temperatura. A temperatura da sala no momento da aferição do menisco era de
26,1°C.
Nosso grupo não encontrou grandes dificuldades para aferição de menisco nas
pipetas utilizadas, pois o professor nos orientou muito bem nesse procedimento. No
entanto, tivemos dificuldades no manuseio com a pipeta graduada de vidro com
pipetador de segurança (pera de 3 vias) para a contagem das gotas de água
destilada, pois devido ao nervosismo ou a não utilização correta de manuseio,
apertávamos com mais força ou menos força e não tínhamos um controle
volumétrico precioso e as medidas variavam de um operador (aluno) para outro.
Quando os erros eram na quantidade das gotas, o procedimento era refeito para
minimizar nos resultados do experimento. Outro erro associado e sempre corrigido
por nós ou pelo professor era quanto a posição correta ao manusear as pipetas, já
que nunca se deve mover a pipeta da posição vertical quando estiver com líquido na
ponteira.
Na segunda parte do experimento observamos que o béquer tem uma precisão
mais baixa do que as demais vidrarias utilizadas (balão volumétrico, bureta e
proveta), pois retiramos mais gotas dele (medida 1: 26 gotas retiradas; medida 2: 35
gotas retiradas; medida 3: 30 gotas retiradas). Percebemos que essa vidraria
(béquer) não é muito adequada para realizar experimentos em que necessite de
uma maior precisão nas medidas.
O balão volumétrico mostrou-se o mais preciso das vidrarias utilizadas, já que
retiramos o menor número de gotas de água destilada (medida 1: 6 gotas retiradas;
medida 2: 8 gotas retiradas; medida 3: 12 gotas retiradas). A bureta mostrou-se
mais exata que os demais, pois o seu erro relativo foi o menor das vidrarias
(10,25±15,01), podendo ser usada em experimentos que envolvem líquidos.
Na terceira parte, notamos uma precisão maior na balança analítica, pois ela
apresenta um menor desvio padrão, e isso significa uma menor variação nos
resultados. A balança mais exata também é a analítica, pois apresenta o resultado
em quatro casas decimais em comparação a balança semi-analítica com apenas
duas casas decimais. Então, a balança analítica é a mais indicada em experimentos
em que precisamos saber um valor de massa muito próximo do exato.
No momento de pesagem das rolhas na balança analítica verificamos que a
balança não dava nenhum resultado e só voltou a funcionar corretamente depois
que centralizamos o peso do prato. Vale salientar que esse tipo de balança também
possui protetores de vidro ao redor do prato de medição, o que contribui para uma
maior precisão em relação a balança semi-analítica.
Depois de todos os procedimentos realizados e com as tabelas preenchidas,
finalizamos nossa prática do experimento n°1: aferição e teste de precisão e
exatidão de vários instrumentos. Importante ressaltar que conforme orientação
dados previamente pelo professor, nossa bancada foi limpa e nenhum equipamento
foi quebrado.
5. Referências Bibliográficas
Atkins, Peter. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio
ambiente. Tradução: Ricardo Bicca de Alencastro. 5ª ed. Porto alegre: Bookman,
2012.
Brown, Theodore L. Química, a ciência central. Tradução: Robson Matos. 9ª ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2005.
Silva, Emmanuel Dias da. Apostila de Laboratório de Química Geral. Caruaru, 2023.
6. Questões
1. Um analista realizou cinco titulações de uma amostra de água de rio para
determinar o teor de cloretos. Os resultados encontrados (usando uma bureta de
25mL com incerteza absoluta de 0,01) foram: 14,96; 14,94; 15,02; 15,00 e 14,98mL.
Calcule a média dos valores encontrados observando a aproximação correta dos
algarismos significativos e a precisão dos resultados.
A média é:
̅= 14,96+14,94+15,02+15,00+14,98= 74,9/5
𝒙
= 14,98mL.
3. Suponha que você tenha uma solução 20g/L de hidróxido de sódio. Quantas
gotas seriam necessárias para retirar uma quantidade de solução que contivesse
5x10−3 mol da base? Considere que você colocou as gotas utilizando uma pipeta de
Pasteur.
R: *Convertendo g/L em mol/L:
• Massa molar de NaOH: u= 39,997g/mol
• Massa de hidróxido retirada: M= (5 x 10-3mol) (39,997g/mol) = 0,200g
• Volume retirado: V= (0,200g) / (20x10-3g/mol) = 10mL
• Número de gotas: K= (10mL) / (0,0215mL) = 465 gotas.