1.) Analise o setor do negócio considerando o modelo das Cinco Forças de Porter.

Discorra sobre cada uma das cinco forças que compõem o Modelo de Porter e
como a empresa pode atuar para melhorar a sua posição competitiva frente a
cada uma dessas forças e, assim, alcançar o sucesso do negócio.

O crescimento da demanda mundial por alimentos é um fenômeno que ocorre há décadas, tendo se
intensificado nos últimos anos, em decorrência do aumento populacional nos países em
desenvolvimento, a maior longevidade populacional, da intensa urbanização, do incremento da
classe média, dentre outros fatores. E o Brasil se consolidou como um dos maiores produtores e
exportadores agrícolas do mundo, demonstrando grande influência neste setor e sendo atrativo
para grandes investidores do mundo agro. O agronegócio brasileiro vive em constante
transformação., novas tecnologias, inovações e estratégias de manejo surgem a cada nova safra.
Porém, para se manter atualizado sobre o setor, é comum – e necessário – que produtores rurais
procurem os serviços de uma consultoria agrícola.

Tendo em vista que o país latino se posiciona entre as 5 grandes economias agrícolas do mundo a
Staphyt, multinacional francesa, tomou como um dos principais pilares de sua estratégia de expansão
de negócio iniciar suas atividades no mercado local em 2020. Atuando como uma consultoria global
especializada em Assuntos Regulatórios, tendo como foco fabricantes e/ou grandes importadoras
agrícolas que buscam por suporte para entendimento de suas obrigações perante as legislações e
seus regulamentos, a fim de comercializar novas soluções de cultivo no mercado interno.

Neste contexto, o nicho para Assuntos Regulatórios representa uma área complexa e estratégica,
pois é responsável pela regularização de empresas e dos produtos por ela comercializados, junto aos
Órgãos Reguladores. Portanto, a prestadora de serviço possui alto grau de conhecimento técnico,
especializados no atendimento às exigências legais de funcionamento da organização/cliente nos
âmbitos municipal, estadual e federal.

Apesar do mercado brasileiro se demonstrar atrativo quando nos referimos a este setor e possuir
excelentes oportunidades para multinacionais como a Staphyt, a rivalidade entre os concorrentes é
alta, pois poucas são as consultorias que conseguem conquistar a confiança dos maiores clientes
como os chineses e criar um relacionamento próximo com os demais stakeholders, neste caso
principalmente aqueles voltados aos órgãos governamentais e reguladores. Portanto, o
planejamento, entendimento das tendências e acompanhamento de competidores é uma
atividade estratégica vital para qualquer organização inserida neste mercado, principalmente
pelo rápido desenvolvimento de softwares, que vem tomando este espaço.
Segundo Porter, “a essência da estratégia é escolher o que não fazer”, assim, analisar as 5 forças que
afetam diretamente a consultoria poderá ajudar no entendimento sobre as melhores práticas para
suas, assim temos:

1. Rivalidade entre os concorrentes

A rivalidade entre os concorrentes é uma das principais forças ao analisarmos o mercado, afinal, é
importante mapear o nível de competitividade entre os players envolvidos. Para consultorias
agrícolas do nicho de assuntos regulatórios, apesar de um amplo portfólio de serviços a serem
ofertados não há uma grande quantidade de concorrentes diretos, pois a Staphyt oferta serviços
completos desde o laudo científico validando a eficácia dos novos produtos até o registro e
legalização dos mesmos. Portando-se como uma das principais prestadoras de serviço deste setor.
Mas ainda assim, não se pode deixar enganar por tal situação uma vez que não se trata da
quantidade de concorrentes, mas sim quais destes possuem melhor relação com os clientes e com
os órgãos reguladores. Pois relacionamento e confiança é ponto chave para este tipo de empresa e
justamente neste ponto que a Staphyt precisa focar maior esforço, uma vez sendo nova no mercado
local gerar confiança entre os clientes/stakeholders pode ser extremamente desafiador, então o
ponto chave para superar neste momento é criar um alto valor sobre o client branding e alavancar a
sua “navegação” dentro e fora dos estabelecimentos governamentais para assim seguir com os
principais projetos de grandes clientes como Corteva, Syngeta e FMC.

2. Poder de negociação dos fornecedores

Os compradores possuem várias opções no mercado, sendo assim o poder se encontra nas mãos
dos clientes, e a empresa deve conquistar e reter os clientes. Neste processo, o cliente irá comprar
onde a escolha for mais agradável. Portanto, quanto maior o nível de competição do mercado em
que seu produto está inserido, maior é o controle dos próprios consumidores sobre suas vendas.
Dependendo da indústria, fornecedores têm mais ou menos poder. Tudo depende da oferta e da
demanda. Quando os fornecedores são poderosos, eles sugam a rentabilidade, inflacionando os
preços. Por total dependência, a empresa fica refém dos desejos dos fornecedores. Analisando a
atual situação da Staphyt, por ser uma consultoria de serviços voltados a capital intelectual, não
trabalha com muitos fornecedores a não ser aqueles que suportam a infraestrutura tecnológica da
organização bem como algumas plataformas como o Reik e Sharepoint, assim, não há grandes riscos
de uma grande dependência de fornecimento de materiais de terceiros, portanto, atualmente a
organização está bem posicionada não tendo sua precificação diretamente afetada por custos de
fornecedores o que de alguma forma pode-se ter como uma vantagem competitiva se o
investimento for realizado na estratégia correta, o capital humano.

3. Poder de negociação dos compradores 

Quando o comprador é grande e tem poder de negociação ele pode forçar os fornecedores a
trabalhar conforme as suas regras, otimizando seus negócios e aumentando sua rentabilidade. Um
comprador forte que tem uma rede de fornecedores com grande dependência e pouco poder de
barganha, acaba sendo submetido ao jogo do comprador. E quanto maior for este poder dos
clientes, mais eles podem pressionar os vendedores a baixarem o preço ou aumentarem a qualidade
do seu produto, pois eles sempre querem comprar mais e melhor, todavia pagar menos. Assim, eles
jogam os concorrentes uns contra os outros na disputa pelo mercado. Neste cenário é altamente
recomendável que a consultoria Staphyt invista cada vez mais no seu client branding, principalmente
para potencializar sua força no mercado, pois por ser uma organização relativamente nova tentando
se posicionar neste nicho, que muitas vezes se comporta de maneira monopolista, ainda não é tão
conhecida e respeitada na América Latina quando comparada às suas principais concorrências. Fato
este que pode rapidamente minar o seu poder de barganha, forçando-a com preços inferiores a uma
precificação que apresente profitabilidade e consequentemente redução de sua qualidade de
entrega.

Como inverter o atual cenário e criar valor de mercado?

a) Investir em marketing digital: uma boa estratégia é utilizar casos de sucesso para servir de vitrine
para a consultoria agrícola e sua clientela satisfeita como ferramenta de divulgação, medias digitais
como LinkedIn são ótimas ferramentas para tornar a marca mais conhecida e principalmente
proporcionar grandes eventos como seminários com os clientes para que eles possam conhecer de
perto os profissionais e suas especializações e tendências.

b) Automação e padronização de entregas e qualidade: os serviços e contratos para assuntos

regulatórios podem ser de curto, médio e longo prazo, muitas vezes levando anos para desenvolver
um único projeto, o que implica na mudança de profissionais e equipes que atendem os clientes.
Portanto, pensando na lealdade e satisfação do cliente é recomendável que a Staphyt padronize seus
processos e garanta ao menos o mesmo nível de qualidade durante todo a consultoria ou se possível
até mesmo aprimore seus serviços.

4. Ameaça de novos entrantes

Entrantes trazem nova capacidade financeira e ou produtiva, desejo de ganhar parcela de mercado
e recursos substanciais. Com isso os preços podem cair e o custo aumentar, diluindo a rentabilidade
de todos os outros concorrentes. A concorrência pode ser visto um sinônimo de inovação e
transformação para aquelas organizações que buscam manter-se no mercado e principalmente
numa posição significativa. O que pode ser extremamente complexo tratando-se de um setor tão
específico e fechado como o mundo de legalização agrícola, muitas vezes o cliente é leal aquela
empresa que é confiável, onde seus dados permaneçam seguros e serviços sejam assertivos
principalmente se tratando de prazos, porém, o elemento chave para o sucesso. Porém,
principalmente após o baque das economias mundiais com a pandemia, serviços rápidos, eficientes
e baratos estão sobrepondo aqueles especializados e personalizados. Desta forma, para que a
consultoria consiga prolongar sua atuação local um grande investimento precisa mandatoriamente
ser aplicado: automação, digitalização e padronização. Estes três itens se tornaram essenciais para a
Staphyt deixar de personalizar e perder contratos a cada dia para assim desenvolver um
procedimento mais ágil, confiável e principalmente com menor custo.

5. Ameaça de produtos substitutos

Todas as empresas em uma indústria estão competindo com indústrias que fabricam produtos
substitutos. Os substitutos reduzem os retornos em um setor, estabelecendo um teto nos preços e
lucros. Apesar de esta ser uma ameaça iminente neste mundo tão globalizado para toda e qualquer
indústria, quando nos referimos a assuntos regulatórios os produtos substitutos se caracterizam de
uma maneira completamente diferente que um produto final, seria o capital intelectual. Este sendo o
maior bem de uma consultoria, precisa ser bem tratado, planejado e desenvolvido para garantir a
excelência no conhecimento e atualização dos novos processos cada vez mais digitais.

A conclusão é que em virtude da competitividade impulsionada pela globalização, as empresas

devem ser mais flexíveis para responder às mudanças do mercado, comparar o desempenho
de seus produtos e serviços com os concorrentes a fim de que permaneçam à frente deles,
tendo por base as estratégias competitivas adotadas pela concorrência. A adoção de
estratégias competitivas inadequadas pode levar uma organização à insolvência ou ao
insucesso no mercado. Teoricamente, esta temática tem se mostrado de vital importância no
estudo da competitividade empresarial. Autores como Edward Mason e Joe Bain apud Vasconcelos e
Cyrino (2000), defendem que a performance das firmas em uma indústria varia de acordo com as
estratégias de compradores e vendedores quanto à fixação de preços, competição, políticas de
pesquisa e desenvolvimento, publicidade e investimento.