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Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Genética Humana Diagnóstica I
• Introdução;
• Cromossomos e Cromatina;
• Cariótipo Cromossômico Humano;
OBJETIVO
DE APRENDIZADO
• Informar acerca da apresentação e da constituição cromossômica dos indivíduos e sobre Téc-
nicas para organização sistêmica do conjunto de cromossomos humanos e alterações gênicas.
UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
Introdução
No início da década de 1880, o biólogo alemão Walter Flemming revelou que, durante
a divisão celular, o material nuclear se organiza em fios visíveis como estruturas (mais tarde
chamadas de cromossomos) que apresentam manchas profundas de corantes básicos.
O termo cromossomo foi cunhado por W. Waldeyer, em 1888, sendo que “cromo”
significa colorido e “soma” é corpo, portanto, o termo significa “corpo colorido”.
Em 1902, W. S. Sutton e T. Boveri sugeriram que os cromossomos são as estruturas
físicas que atuavam como mensageiros da hereditariedade.
Os cromossomos variam em número e estrutura entre os organismos, sendo o nú-
mero de cromossomos característico de cada espécie e, em 1887, Benden e Bovery
relataram que o número de cromossomos em cada espécie é constante.
Além do número de cromossomos característicos, os organismos também podem ser
descritos pela quantidade de DNA em uma célula haploide.
A quantidade de DNA por célula haploide, geralmente, é expressa em picogramas e
chamada de valor C (valor constante para todas as células de uma determinada espécie).
Para células diploides, é 2C. Estendendo o valor C, alcançamos o paradoxo do valor
C, que diz respeito justamente à “estranheza” de relação entre quantidade de DNA e
complexidade de um organismo.
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uma relação direta. Observe a quantidade e a distribuição de DNA nos eucariotos. Há uma
variação de muitas ordens de magnitude, que pode ser de 0,0023pg no Encephalitozoon in-
testinalis (fungo parasita também conhecido como Septata intestinalis e que causa diarreia
crônica em pacientes imunocomprometidos) e de até 1400pg na ameba Chaos chaos, isto é
muito mais que 600 mil vezes maior. Agora, compare o caso do corpo humano. Embora seja
altamente complexo, uma única célula humana possui cerca de 3,5 picogramas de DNA (1
picograma = 978 Megabases), isto é, 1.750 vezes mais DNA que o fungo parasita e cerca de
400 vezes menos em relação à ameba citada. Você pode consultar o tamanho do genoma
dos diferentes organismos na plataforma. Disponível em: https://bit.ly/35SCkGe
Em seu estado normal, uma célula somática é considerada diploide (2N) quando pos-
sui duas cópias de cada cromossomo, o dobro dos cromossomos encontrado no estado
haploide da célula (N).
O sufixo “ploid” refere-se a ”conjuntos” de cromossomos. O conjunto haploide do
cromossomo também é conhecido como genoma, pois segue a informação única e não
duplicada de cada indivíduo ou espécie.
Estruturalmente, os eucariotos possuem grandes cromossomos lineares, ao contrário
dos procariontes, que têm cromossomos circulares.
O DNA também é encontrado fora do genoma nuclear, nas mitocôndrias e nos cloro-
plastos, este último, apenas em plantas.
Cada cromossomo humano contém entre 45 e 280Mb de DNA, sendo que o genoma
humano possui 3 x 109 pares de bases de DNA.
O menor cromossomo humano é várias vezes maior que o genoma completo de
uma levedura.
O genoma humano haploide contém entre 25.000 e 30.000 genes codificadores de
proteínas, muito menos do que o esperado antes do sequenciamento.
De fato, apenas cerca de 1,5% do genoma codifica proteínas, enquanto o restante con-
siste em genes não codificadores, sequências reguladoras, íntrons e DNA não codificante.
O comprimento estendido do DNA que compõe o genoma humano é cerca de 2m. Imagine
que dentro de cada célula de seu corpo há 2m de DNA! Se unirmos todos os cromossomos
de todas as células de seu corpo, quantos km você imagina que terá?
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UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
Cromossomos e Cromatina
Os cromossomos são moléculas de DNA firmemente enroladas em torno de pro-
teínas básicas chamadas histonas, que ajudam no acondicionamento do DNA e estão
envolvidas no controle de suas funções.
Para que todo o comprimento do DNA seja acomodado no núcleo de eucariotos,
ele sofre condensação. O grau em que o DNA é condensado é expresso como “taxa de
empacotamento”, que é o comprimento do DNA estendido, dividido pelo comprimento
no qual está em seu estado enrolado.
O cromossomo humano mais curto contém 4,6x107pb de DNA (cromossomo 21), o
que equivale a 14.000µm de DNA estendido.
Em seu estado mais condensado durante a mitose, esse cromossomo tem cerca de
2µm de comprimento. Isso fornece uma razão de empacotamento de 7000 (14.000/2).
O DNA é empacotado gradualmente, de modo a formar uma estrutura chamada de
cromatina e segue um padrão de organização, hierarquia ou ordem.
O nível de empacotamento do DNA para formação dos cromossomos é esquemati-
camente representado a seguir:
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Assista à animação “Núcleo – Como o DNA é compactado? (Legendado)”, que mostra o
empacotamento do DNA. Disponível em: https://youtu.be/1iFsb2f7bLs
Veja neste outro esquema o mesmo processo de empacotamento, em uma única figura:
Cromatina
A cromatina é composta por DNA, RNA e proteínas. As proteínas da cromatina
podem ser de dois tipos: histonas e não histonas.
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UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
Proteínas histonas
As histonas são proteínas básicas, pois são enriquecidas com aminoácidos básicos
arginina e lisina. No pH fisiológico, eles são catiônicos e podem interagir com ácidos
nucleicos aniônicos. Eles formam uma estrutura altamente condensada.
As histonas são categorizadas em cinco tipos, chamados H1, H2A, H2B, H3 e H4
– que são muito semelhantes entre diferentes espécies de eucariotos e foram altamente
conservados durante a evolução.
H1 é o menos conservado entre todos e também está fracamente ligado ao DNA.
Eucromatina
As regiões levemente coradas no cromossomo quando coradas com corantes básicos
[como, por exemplo, a Hematoxilina usada em conjunto com a Eosina na coloração
denominada Hematoxilina-eosina (HE)] são chamadas de eucromatina e correspondem
ao DNA geneticamente ativo.
Heterocromatina
A palavra heterocromatina foi cunhada por Emil Heitz com base em observações
citológicas. São áreas altamente condensadas e ordenadas em matrizes nucleossômicas.
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Cerca de 10% da cromatina em interfase é chamada heterocromatina e está em um
estado altamente condensado, que se assemelha à cromatina das células em mitose.
Contém alta densidade de DNA repetitivo e é encontrada nos centrômeros e telômeros.
Cromossomos
Vamos pensar um pouco sobre a morfologia e a estrutura dos cromossomos?
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UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
Cromossomos
Homólogos
Telômero
Braço Curto (P)
Centrômero
Cromátides Irmãs
Figura 4 – Exemplo de um par de cromossomos homólogos e suas diferentes porções
Fonte: Adaptada de Getty Images
Centrômero
Os centrômeros são as regiões condensadas do cromossomo responsáveis pela se-
gregação precisa do cromossomo replicado durante a mitose e a meiose.
Quando os cromossomos são corados, normalmente, eles mostram uma região man-
chada de escuro, que é o centrômero.
A sequência de DNA nessas regiões é chamada DNA CEN (ou elemento do centrô-
mero). Como o DNA CEN pode ser movido de um cromossomo para outro e ainda for-
necer ao cromossomo a capacidade de segregar, essas sequências não devem fornecer
nenhuma outra função.
Normalmente, o DNA do CEN tem cerca de 120 pares de bases e consiste em vários
subdomínios, CDE-I, CDE-II e CDE-III. As mutações nos dois primeiros subdomínios não
têm efeito na segregação, mas uma mutação pontual no subdomínio CDE-III elimina
completamente a capacidade do centrômero de funcionar durante a segregação cromos-
sômica. Portanto, o CDE-III deve estar ativamente envolvido na ligação do centrômero
aos microtúbulos do fuso mitótico.
O local real onde ocorrem as ligações das fibras do fuso é chamado cinetócoro e é
composto por proteínas que reconhecem e se ligam a sequências específicas de DNA do
centrômero no momento da divisão mitótica.
No microscópio eletrônico, o cinetócoro aparece como uma placa (ou disco) com
0,20 a 0,25nm de diâmetro situado nas duas laterais do centrômero.
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A composição proteica exata do cinetócoro é algo que ainda está sendo muito estu-
dado. Um complexo de três proteínas chamadas CbfIII se liga a regiões CDE-III normais,
mas não pode se ligar a uma região CDE-III com uma mutação pontual que impede a
segregação mitótica.
Além disso, os mutantes dos genes que codificam as proteínas Cbf-III também elimi-
nam a capacidade dos cromossomos segregarem durante a mitose.
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Telômeros
Telômeros são as extremidades cromossômicas ou região terminal do cromossomo
eucariótico linear. Os telômeros impedem a fusão de outros segmentos cromossômicos
e são necessários para a estabilidade do cromossomo.
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Em humanos, os telômeros são formados por uma sequência constituída por seis
nucleotídeos (TTAGGG), repetida cerca de 500 a 5000 vezes.
Em cada divisão celular, a célula perde cerca de 100 e 200 nucleotídeos de sequ-
ências teloméricas. Dessa forma, após várias divisões, as células-filhas não têm mais a
atividade da telomerase e o telômero não é mais reposto.
A célula, por sua vez, ativa a resposta a lesões no DNA e a célula não se divide mais.
Esse processo é chamado de “senescência celular replicativa” e é uma medida de segu-
rança para que a célula não siga se replicando indefinidamente.
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UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
Principais características:
Telômero
Cromossomos eucarióticos geralmente são lineares.
Origem de replicação Um cromossomo típico possui dezenas a centenas de
milhões de pares de bases de comprimento.
Cromossomos eucarióticos ocorrem em conjuntos. Muitas
Origem de replicação espécies são diplóides o que significa que suas células
somáticas contêm dois conjuntos decromossomos.
Centrômero Os genes estão intercalados por todo o cromossomo. Um
cromossomo típico contém entre algumas centenas até
vários milhares de genes diferentes.
Origem de replicação
Cada cromossomo contém várias origens de replicação que
estão inrcaladas a cada cerca de 100.000 pb.
Cada cromossomo contém um centrômero que forma um
sítio de reconhecimento para as proteínas que compõe
Origem de replicação essa região do cromossomo.
Os telômeros contêm sequências especializadas localizadas
em ambas as extremidades do cromossomo linear.
Telômero
Sequências repetitivas são comumente encontradas
próximas às regiões centroméricas e reloméricas, mas
Genes podem estar intercaladas por todo cromossomo.
Sequências repetitivas
Insights importantes
• Se desdobrado, o DNA no núcleo de cada célula teria 2 metros de comprimento. Os
seres humanos têm aproximadamente 100 trilhões de células. Em outras palavras,
se todo o DNA de todas as células do corpo de uma pessoa fosse remendado, for-
mariam um fio de 200 bilhões de quilômetros, ou mais de 1.000 vezes a distância
entre a Terra e o Sol;
• Genes para o mesmo recurso aparecem no mesmo local (lócus gênico) em cada
par correspondente de cromossomos em todas as células do corpo humano (cro-
mossomos homólogos);
• O 23º par de cromossomos em humanos decide de que sexo você é, e os cromos-
somos sexuais são chamados X e Y;
• Em alguns casos extraordinários, as pessoas nascem com um cromossomo a mais.
Os nascidos com três cromossomos 21 têm Síndrome de Down. As alterações cro-
mossômicas serão abordadas na próxima Unidade;
• Demora cerca de 8 horas para uma de suas células copiar completamente seu DNA;
• Os seres humanos compartilham 7% dos genes com a bactéria E. coli, 21% com ver-
mes, 90% com ratos e 98% com chimpanzés.
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Cariótipo Cromossômico Humano
No final do século XIX, surgiam as primeiras ideias sobre cromossomos, numa época
na qual os primeiros estudos sobre mitose estavam em andamento.
Em 1866, Haeckel propôs que o núcleo celular era o principal agente responsável
pela divisão das células.
O primeiro cientista, entretanto, a descrever o processo da divisão celular mitótica de
forma clara foi o zoólogo alemão Anton Schneider, em 1873. Mais tarde, outros cientis-
tas ampliaram os estudos sobre mitose.
A citogenética é resultado da contribuição de muitos estudiosos, como Flemming,
considerado o pai da Citogenética, e responsável pelo termo “mitose”.
Importante!
Não confundir Walther Flemming com Alexander Fleming. Walther Flemming (1843-
1905) foi um alemão biólogo e fundador da Citogenética. Alexander Fleming (1881-
1955) foi um médico inglês, que descobriu a penicilina (antibiótico).
Você Sabia?
A princípio, as Leis de Mendel não foram reconhecidas. Levou certo tempo até que os
Princípios estudados pelo nobre monge fossem retomados por outros cientistas, que
usaram as Leis propostas por Mendel para as Teorias da Herança Cromossômica. Esse foi
um marco para o estudo dos cromossomos, nos quais a Citologia e a Genética passaram
a sobrepor seus conhecimentos numa Área posteriormente denominada Citogenética.
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UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
Figura 8
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O cariótipo é uma forma de organizar e apresentar a composição cromossômica de um
indivíduo. Na figura anterior, em (A), vemos o Sistema de Classificação convencional
dos cromossomos humanos, denominado bandeamento G. Essa técnica será mais bem
compreendida nos tópicos a seguir desta Unidade. Em (B), temos a imagem de uma
metáfase de uma célula humana vista ao microscópio. Em (C), temos a montagem
dos mesmos cromossomos, na forma de cariótipo. A técnica de preparação utilizada
resulta na formação de um padrão de bandas específico para cada par cromossômico,
facilitando sua identificação. Note que o cariótipo é de um indivíduo do sexo mascu-
lino, isto é, possui 22 pares de cromossomos autossômicos e 1 par de cromossomos
sexuais (XY).
Nesse caso, o fluido do saco amniótico pode ser usado, vez que geralmente contém
células do feto em desenvolvimento e, pela amniocentese, algumas dessas células po-
dem ser removidas e estudadas, de forma que anormalidades possam ser detectadas
antes do nascimento (pré-natal).
Os cromossomos podem ser corados por corantes específicos de pares de bases, por
exemplo A-T (chamadas de bandas G) ou G-C (bandas R).
Uma vez corados, os cromossomos em fase mitótica têm uma estrutura em faixas
(ou certo padrão de bandas), que identifica inequivocamente cada cromossomo de um
cariótipo, isto é, cada cromossomo assume um padrão de faixas (ou bandas) com carac-
terísticas únicas.
Cada uma dessas bandas contém milhões de pares de nucleotídeos de DNA, que não
estão relacionados a nenhuma estrutura funcional.
Você verá que existem várias formas de se corar os cromossomos para finalidades
diagnósticas.
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UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
O bandeamento G, por exemplo é obtido pela coloração com Giemsa, e é mais co-
mumente empregado em Citogenética. Outros tipos de bandeamento serão abordados
posteriormente, nesta Unidade.
Após a obtenção das fotografias, elas são aumentadas e é montada uma placa de
metáfase. Essas placas podem ser usadas para preparar um cariótipo pelo recorte dos
cromossomos aumentados e pela alocação deles em uma ordem particular.
Uma vez que os pares de cromossomos de um mesmo grupo são bastante similares
em tamanho e aparência visível, é necessário o uso de informações bioquímicas para
determinar certo par entre os pares de um mesmo grupo.
Grupo A – Cromossomos 1, 2 e 3
Braços muito longos com centrômeros metacêntricos
Figura 9
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Grupo B – Cromossomos 4 e 5
Longos com centrômeros submetacêntricos
Figura 10
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Grupo C – Cromossomos 6 a 12
Médios com centrômeros submetacêntricos
Figura 11
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
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Grupo E – Cromossomos 16, 17 e 18
Pequenos, metacêntricos (16) ou submetacêntricos
(17 e 18)
Figura 13
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Grupo F – Cromossomos 19 e 20
Menores que os do grupo E, com centrômeros subme-
tacêntricos
Figura 14
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Grupo G – Cromossomos 21 e 22
Muito pequenos, em formato de fúrcula
Figura 15
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Figura 17
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Assista ao vídeo a seguir para compreender como é realizado um cariótipo humano pela
Citogenética. Disponível em: https://youtu.be/YWypXOdQhFo
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Teste seu Conhecimento
• O que são anormalidades do cromossomo X?
• O que é o Corpúsculo de Barr?
• Quais as principais diferenças entre os cromossomos sexuais X e Y?
Bandas Q
Nesse tipo de bandeamento, os cromossomos são submetidos ao tratamento com
uma substância fluorescente denominada Quinacrina mostarda.
Dessa forma, os cromossomos começam a apresentar faixas com distintas intensi-
dades de fluorescência. Cada cromossomo assume um padrão de bandas brilhantes e
opacas distinguíveis entre si.
A denominação “Banda Q” está justamente associada ao composto usado na Téc-
nica (Quinacrina).
As regiões mais fortemente marcadas são ricas em AT e devem ser analisadas por
microscopia de fluorescência. Essa Técnica tem grande importância na detecção de de-
leções, inversões e duplicações dos cromossomos humanos.
Figura 18
Fonte: Reprodução
A coloração dos cromossomos com quinacrina (Bandas Q) fornece bandas que fluo-
rescem com a exposição à luz UV. Os padrões podem ser correlacionados às Bandas G
(descritos a seguir). Uma desvantagem da técnica é que a intensidade da fluorescência
desaparece rapidamente, portanto, observações e fotografias devem ser feitas poucos
minutos após a coloração.
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Bandas G
Nesse tipo de Bandeamento, os cromossomos são, primeiramente, desproteinizados
por ação da tripsina e, a posteriori, corados com Giemsa.
Figura 19
Fonte: Reprodução
A coloração por Giemsa dos cromossomos desnaturados revela padrões de bandas ca-
racterísticos que podem ser usados para identificar cromossomos individuais. Giemsa
é um corante de proteína: as bandas de coloração escura são descritas como heterocro-
máticas e se correlacionam com regiões cromossômicas geneticamente inativas. Áreas
levemente coradas são eucromáticas e estão associadas a regiões ativas. O padrão de
Bandas G dos cromossomos humanos associa a Citogenética Clássica à Genômica, atri-
buindo conjuntos de genes a bandas específicas.
Bandas R
Neste tipo de Bandeamento, os cromossomos são tratados com solução salina e ca-
lor, em uma espécie de desnaturação controlada e, na sequência, corados com Giemsa.
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Dessa forma, a denominação de “Bandas R” segue a sugestão do nome “Reversas”.
Bandas C
Neste tipo de Bandeamento, os cromossomos são tratados com uma solução de
hidróxido de bário antes da coloração por Giemsa. Esta técnica permite corar especifi-
camente regiões do cromossomo que possuem DNA altamente repetitivo.
Bandas T
Nesta técnica, é possível destacar as regiões teloméricas dos cromossomos, isto é, as
extremidades terminais de cada cromossomo a que sabemos ter a função em manter a
estabilidade cromossômica, bem como sua integridade.
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Os telômeros foram corados com um corante fluorescente que aparece verde sob um
microscópio de luz fluorescente. Observe que os telômeros estão presentes nas extre-
midades de ambos as cromátides em cada cromossomo replicado.
FISH
É sigla do inglês “Fluorescence In Situ Hybridization” (Hibridização In Situ de
Fluorescência).
Essa técnica pode ser usada para estudar os cromossomos de células em metáfase,
mas seu principal uso é nas células em interfase, quando anormalidades numéricas e
algumas estruturais podem ser detectadas.
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Figura 23 – Identificação de cromossomos humanos por Hibridização In Situ Fluorescente (FISH)
Na Figura, as sondas de DNA específicas para regiões também específicas dos cro-
mossomos são conectadas a marcadores fluorescentes, o que favorece essa impressão
de “pintura cromossômica”.
A imagem de um conjunto ordenado de cromossomos humanos mostra uma imagem
de “cores falsas” gerada por computador, na qual pequenas variações no comprimento de
onda da fluorescência entre as sondas são aprimoradas como cores primárias distintas.
A combinação de sondas que hibridam com um cromossomo específico produz um pa-
drão único para cada cromossomo. Isso facilita a detecção de deleções e translocações entre
os cromossomos, alterações comumente estudadas por estas técnicas de bandeamento:
• Bandeamento NOR: Nesta técnica as regiões satélites do cromossomo, como a região
organizadora do nucléolo (constrição secundária), são coradas utilizando prata (Ag);
• Bandeamento de Alta Resolução: No Bandeamento de Alta Resolução, os cro-
mossomos podem ser analisados ainda na fase da prófase, prometáfase ou, ainda,
em metáfase, evidenciando um número muito superior de bandas em relação às
demais técnicas (motivo de sua denominação), sendo capaz de expor mais de 2000
bandas em um cariótipo humano. Uma vantagem desse tipo de Bandeamento é
que pode ser usado conjuntamente às Bandas Q, G e R, aumentando as suas re-
soluções e detectando até mesmo pequenas alterações cromossômicas, chamadas
também de microdeleções.
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Assim, cada Técnica tem sua aplicação, a depender do caso a ser analisado. As Ban-
das C não permitem a identificação de todos os cromossomos de uma célula somática
humana, mas são úteis na identificação de cromossomos específicos. As bandas G e R
têm vantagens como a de poderem ser analisadas em campo claro (microscopia de luz)
ou fluorescente.
Cada Técnica é capaz de produzir uma dada resolução de bandas ao longo (ou espe-
cificamente) de um cromossomo. Por exemplo, uma técnica por Bandeamento G pode
gerar uma resolução de 400 a 550 bandas em um cromossomo.
Figura 24
Fonte: Adaptada de ADLER, 1994
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Teste seu Conhecimento
• O que é a resolução do padrão de Bandas, em termos, e como essa resolução varia?
• Analise a figura acima e descreva como o aumento da resolução nas Técnicas de Ban-
deamento Citogenético contribui para o diagnóstico de doenças.
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UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
Aumento de resolução
106 850 bandas 1 – 3.000.000 pb Bandeamento de alta resolução
Pares de base
103
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Nucleotídeos 1 – 1.000 pb Sequenciamento de genoma completo
10
Veja que há uma resolução típica e uma faixa de eficiência para cada abordagem diag-
nóstica usadas rotineiramente em análises cromossômicas e genômicas. Pares de base
(pb) e Hibridização In Situ por Fluorescência (FISH).
No link a seguir, você encontrará um esquema dos cromossomos humanos (ideograma).
Note como o padrão de Bandas de um cromossomo é característico quando relacio-
nado à posição do centrômero, tamanho dos braços (curtos e longos).
Você pode clicar em cada um dos cromossomos e observar os padrões de banda das diferen-
tes resoluções. Se necessário, ative o tradutor para Português do seu navegador.
Disponível em: https://bit.ly/3dq6xQZ
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Do DNA à proteína
https://youtu.be/6nxRxoGME_I
Biologia – Fisiologia – Os cromossomos
https://youtu.be/x67X-VQAFEc
DASA Apoio: Citogenética
https://youtu.be/dFnrpQOBcMs
Cariótipo | CEFERP
https://youtu.be/2gA9xqtvGwQ
Leitura
Abordagem citogenética e molecular em material de abortos espontâneos
https://bit.ly/3h1filE
Análise citogenética e FISH no monitoramento da LMC em tratamento com inibidores da tirosino quinase
https://bit.ly/3h3WeDr
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UNIDADE Genética Humana Diagnóstica I
Referências
ADLER, D. Idiogram Album. Human Copyright©. 1994. Disponível em: <http://
www.pathology.washington.edu/research/cytopages/idiograms/human/>.
ARNALDO ZAHA. Biologia Molecular Básica. 5.ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,
2014.
BRUCE, A.; JOHNSON, A.: PETER, W. Biologia Molecular da Célula. 5.ed. São
Paulo: Artmed, 2010.
JORDE, L. B. et al. Genética Médica. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
OTTO, P. G.; OTTO, P. A.; PESSOA, O. F. Genética humana e clínica. 2.ed. São
Paulo: Roca, 2004.
WATSON, J.; BAKER, T.; BELL, S. Biologia Molecular do Gene. 2.ed. São Paulo:
Artmed, 2006.
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