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2º MÓDULO DE BIOLOGIA PARA 11ª CLASSE

CONTINUIDADE DA VIDA( ESTUDO DOS


CROMOSSOMOS)

ELABORADO POR: ZULMIRA ANATO ( BIÓLOGA)

Luanda, 2023
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INTRODUÇÃO
Quando uma célula se divide, um dos seus principais trabalhos é ter certeza de que cada
uma das duas novas células receberá uma cópia completa, perfeita do material genético.
Erros durante a cópia ou divisão desigual do material genético entre as células, pode
resultar em células que não são saudáveis ou são disfuncionais (e pode levar a doenças
tais como o câncer).

Mas o que exatamente é esse material genético e como ele se comporta ao longo de uma
divisão celular?

DNA e genomas

DNA (ácido desoxirribonucleico) é o material genético dos organismos vivos. Em


humanos, o DNA é encontrado em quase todas as células do corpo e fornece as instruções
que estas precisam para crescer, funcionar e responder ao meio.

Quando uma célula no corpo se divide, vai passar adiante uma cópia do seu DNA para
cada uma de suas células-filhas. DNA também é passado adiante nos organismos, com o
DNA no espermatozoide e no óvulo se combinando para formar um novo organismo que
tem material genético de ambos os pais.

Fisicamente falando, o DNA é uma longa sequência de unidades químicas pareadas


(nucleotídeos) de quatro tipos diferentes, abreviados A, T, C, e G, e que transporta as
informações organizadas em unidades chamadas genes. Os genes tipicamente fornecem
instruções para produzir proteínas, as quais dão às células e aos organismos, suas
características funcionais.

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Nos eucariontes como plantas e animais, a maior parte do DNA é encontrado no núcleo
e é chamado de DNA nuclear. As mitocôndrias, organelas que produzem energia para a
célula, contêm seu próprio DNA mitocondrial, e os cloroplastos, organelas que realizam
a fotossíntese nas células vegetais, também possuem DNA cloroplastidial. As
quantidades de DNA encontradas em mitocôndrias e cloroplastos são bem menores que
a quantidade encontrada no núcleo. Em bactérias e outros procariontes, a maior parte do
DNA é encontrada em uma região central da célula chamada nucleoide, que funciona
como um núcleo mas não é envolta por uma membrana.

O conjunto de DNA de uma célula é chamado de genoma. Já que todas as células de um


organismo (com poucas exceções) contêm o mesmo DNA, pode-se dizer que cada
organismo tem seu próprio genoma, e já que os membros de uma espécie normalmente
possuem genomas semelhantes, pode-se também descrever o genoma de uma espécie.
Em geral, quando as pessoas se referem ao genoma humano, ou a qualquer outro genoma
eucariótico, elas se referem ao conjunto de DNA encontrado no núcleo (ou seja, o genoma
nuclear). Considera-se que as mitocôndrias e os cloroplastos possuam seus próprios
genomas separados.

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Cromatina

Na célula, o DNA não existe normalmente por conta própria, mas se associa a proteínas
especializadas que o organizam e lhe conferem estrutura. Nos eucariontes, essas proteínas
incluem as histonas, um grupo de proteínas básicas (de carga positiva) que formam
"bobinas" ao redor das quais o DNA, de carga negativa, pode se enrolar. Além de
organizar o DNA e de torná-lo mais compacto, as histonas possuem um papel importante
na determinação de quais genes são ativos. O complexo de DNA mais histonas e outras
proteínas estruturais é chamado de cromatina.

Na maior parte da vida da célula, a cromatina está descondensada, ou seja, ela existe
em fitas longas e finas que parecem rabiscos ao microscópio. Neste estado, o DNA pode
ser acessado com relativa facilidade pelo maquinário da célula (como as proteínas que
leem e copiam o DNA), e isso é importante para que a célula cresça e funcione.

Descondensada pode parecer um termo estranho para esse estado – por que não chamá-
lo de "filamentoso"? – mas faz mais sentido quando se descobre que a cromatina também
pode se condensar. A condensação ocorre quando a célula está próxima de se dividir.
Quando a cromatina se condensa, pode-se ver claramente que o DNA eucariótico não é
apenas um filamento longo. Na verdade, ele é partido em pedaços lineares e avulsos
chamados cromossomos. Bactérias também têm cromossomos, mas eles são tipicamente
circulares.

Cromossomos

Contexto histórico

W.C. Von Nägelifoi quem primeiro observou os “cromossomos” em 1842.


-Visualizou a divisão celular no pólen.
W. Waldeyer foi o primeiro a utilizar o termo cromossomo em 1888.
Walter Flemming em (1843-1906).

Um dos primeiros citologistas


-Considerado o fundador da Citogenética.

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Desenvolveu uma maneirade corar e observar oscromossomos (anilina)
Descreveu o processo de mitose, a duplicação dos cromossomos e a suaseparação entreas
células filhas (publicado em 1882)
Sugeriu os termos:Cromatina, Prófase, metáfasee anáfase
Base paraa "teoria cromossômica da herança"
Conceito:
Os cromossomas ( do grego, chroma, cor, e soma, corpo) são corpusculos compactos que
carreegam a informação genética.
Os cromossomos apresentam uma região de estrangulamento denominada de centrómero
ou constrição primária. De acordo com a posição do centrómero, os cromossomos
podem ser classificados em:
❖ Metacêntrico: Centrômero na região central do cromossomo;
❖ Submetacêntrico: Centrômero suavemente afastado do centro;
❖ Acrocêntrico: Centrômero próximo e um dos polos;
❖ Telocêntrico: Centrômero presente em um dos polos.

Estrutura do cromossomo.

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1. Braços curtos;
2. Braços longos;
3.D.N.A

4.Centrômeros;

5. Cromatides irmãs;

Cada espécie tem seu próprio número característico de cromossomos. Humanos, por
exemplo, têm 46 cromossomos em uma célula típica do corpo (células somáticas),
enquanto os cães têm 78 . Tanto quanto muitas espécies de animais e plantas, os seres
humanos são diploides (2n), isto é, a maior parte de seus cromossomos vem em conjuntos
combinados conhecidos como pares homólogos. Assim, os 46 cromossomos de uma
célula humana são organizados em 23 pares, e os dois membros de cada par são
considerados homólogos entre si (com a leve exceção dos cromossomos X e Y; ver
abaixo).

O esperma e os óvulos humanos, que possuem apenas um cromossomo homólogo


de cada par, são considerados haploides (1n). Quando o esperma e o óvulo se fundem,
seus materiais genéticos se combinam para formar um conjunto diploide completo de
cromossomos. Assim, em cada par homólogo de cromossomos de seu genoma, um dos
homólogos vem de sua mãe e o outro, de seu pai.

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Imagem modificada de "Karyotype", dos National Institutes of Health (domínio público).

Imagem do cariótipo de um ser humano do gênero masculino, com cromossomos da mãe


e do pai coloridos artificialmente de roxo e verde, respectivamente.

Os dois cromossomos de um par de homólogos são muito semelhantes entre si e têm o


mesmo tamanho e forma. O mais importante, eles carregam o mesmo tipo de informação
genética: isto é, têm os mesmos genes nos mesmos locais. No entanto, não
necessariamente têm as mesmas versões de genes. Isso porque você pode ter herdado duas
versões diferentes do gene de sua mãe e seu pai.

Como um exemplo real, vamos considerar um gene no cromossomo 9, o qual determina


o tipo sanguíneo (A, B, AB ou O) . É possível que uma pessoa tenha duas cópias idênticas
de um gene, uma em cada cromossomo homólogo — por exemplo, você pode ter uma
dose dupla da versão do gene para o tipo A. Por outro lado, você pode ter duas versões
diferentes do gene em seus dois cromossomos homólogos, tais como um para tipo A e
outro para o tipo B (resultando em sangue AB).

Os cromossomos sexuais X e Y determinam o sexo biológico de uma pessoa: XX


especifica fêmea e XY macho. Esses cromossomos não são verdadeiramente homólogos
e são uma exceção à regra dos mesmos genes nos mesmos lugares. Além de pequenas

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regiões de similaridade necessárias durante a meiose, ou produção de células sexuais, os
cromossomos X e Y são diferentes e carregam genes diferentes. Os 44 cromossomos não
sexuais nos seres humanos são chamados autossomos.

Cromossomos e divisão celular

Imagem de uma célula realizando replicação de DNA (todos os cromossomos do núcleo


são copiados) e condensação de cromossomos (todos os cromossomos se tornam
compactos). Na primeira imagem, há quatro cromossomos descondensados, fibrosos, no
núcleo da célula. Depois da replicação do DNA, cada cromossomo agora consiste em duas
cromátides irmãs ligadas fisicamente. Depois da condensação dos cromossomos, estes se
condensam para formar estruturas compactas (ainda formadas por duas cromátides).

Quando uma célula se prepara para dividir, deve fazer uma cópia de cada um dos seus
cromossomos. As duas cópias de um cromossomo são chamadas cromátides-irmãs. As
cromátides-irmãs são idênticas entre si e estão ligadas uma a outra por proteínas
chamadas coesinas. A ligação a entre as cromátides-irmãs é mais firme no centrômero,
uma região do DNA que é importante para a separação das cromátides durante estágios
posteriores da divisão celular.

Enquanto as cromátides-irmãs estão ligadas pelo centrômero, elas ainda são consideradas
como sendo um único cromossomo. No entanto, tão logo elas se separam durante a
divisão celular, cada uma é considerada um cromossomo avulso.

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O que acontece com um cromossomo à medida que a célula se prepara para a divisão.

1. O cromossomo consiste de uma única cromátide e está descondensado (longo e


em forma de fio).

2. O DNA é copiado. Agora, o cromossomo consiste em duas cromátides irmãs, que


estão ligadas por proteínas chamadas de coesinas.

3. O cromossomo se condensa. Ele ainda é composto de duas cromátides irmãs, mas


agora elas são curtas e compactas em vez de longas e filamentosas, Elas estão mais
ligadas na região do centrômero, que é a "cintura" do cromossomo, formada por
seu estreitamento.

4. As cromátides são separadas, Cada uma é considerada agora seu próprio


cromossomo.

Por que as células colocam seus cromossomos nesses processos de replicação,


condensação e separação? A resposta curta é: para certificarem-se que, durante a divisão
celular, cada nova célula receberá exatamente uma cópia de cada cromossomo.

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