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Aduz a autora, também, que, no mesmo dia, teria ela, acompanhada de suas filhas,
participado de ato de campanha em apoio às postulações eleitorais de Kátia Oliveira ao
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cargo de deputada estadual, de Paulo Azi ao posto de deputado federal e de ACM Neto ao
Governo do Estado da Bahia, todos pertencentes aos quadros do União Brasil, ora na
qualidade de réu.
Afirmou a requerente, ainda, que, durante o referenciado ato de campanha, teria subido no
trio elétrico parado no local da concentração da atividade, para o fim de acompanhar toda a
movimentação política realizada pelos apoiadores dos candidatos anteriormente
mencionados.
Deduz a autora, no petitório inaugural, que ao chegar ao final do percurso, teria ocorrido o
anúncio referente à necessidade das pessoas que estavam na parte superior do trio elétrico
pudessem descer, oportunidade em que o veículo estaria já parado para que os apoiadores
viessem a desembarcar do automóvel.
Nesta vertente, expressou a requerente que fora, hipoteticamente, deixada ao léu, sem
qualquer modalidade de assistência por parte dos réus, tendo sido levada a uma UPA para
fins de atendimento, e, em seguida, por conta da especulada gravidade do caso, teria sido ela
encaminhada ao Hospital Geral de Camaçari/BA.
Afirma a demandante que, no âmbito da unidade hospitalar, após o seu ingresso, foi atendida
pela equipe de ortopedia, essa que, ao avaliar o quadro de saúde da autora desta demanda,
teria promovido a amputação do dedo fraturado, o que ensejara na caracterização de dano
estético à autora.
Quanto à configuração do alegado acidente, que teria ceifado um dos dedos da autora, tem-
se das duas fotografias colacionadas à inicial, em que retratam uma mão sem um dedo, a
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imprecisão dessas serem realmente da autora, nem de quando foi promovido o dito registro
midiático.
Devidamente citado, por meio de mandado recebido, passar-se-á a agremiação ré, neste
exato instante, a expor seus argumentos defensivos, tanto em sede prefacial quanto no
mérito, sobrelevando-se, de logo, que não prospera as alegações tecidas no petitório
inaugural.
II – DAS PRELIMINARES
Acaso haja o acolhimento de ao menos uma das prefaciais a seguir deduzidas, a demanda em
comento deverá ser extinta sem deliberação de sua matéria de fundo, consoante será
intelectualmente edificado a partir das considerações deduzidas logo adiante pela defesa
técnica da parte ré.
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[...]
Neste sentido, cabível, portanto, considerar que o petitório inaugural aforado pela autora
desta ação padece de inépcia, vício esse de natureza indisponível, razão pela qual, dada a sua
configuração, bem como em virtude da incidência, no caso concreto, da preclusão, posto que
o momento de produção de prova documental, pelo autor de uma ação, é no momento da
petição inicial, resta inviável o prosseguimento desta demanda, não havendo alternativa que
não seja o indeferimento da peça incoativa.
A demandante alega ter promovido gastos com a compra de medicamentos, custo com
despesas médicas e materiais para a limpeza do local da fratura, porém não apresentou um
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documento (nota fiscal, recibo, prontuário, etc...) probante que pudesse, mesmo que
sumariamente, embasar tal alegação
De acordo com o quanto disposto no artigo 330, I, do diploma processual, a petição inicial
será indeferida quando for inepta, de modo que, em razão do não cumprimento, pela parte
requerente, daquilo que é exigido pela legislação quando da propositura de demandas
judiciais, evidente, pois, a falta de aptidão da peça iniciadora do feito.
Ademais, mister grafar que as exigências insertas na lei quanto à formação da petição inicial
não se tratam de mero formalismo, mas sim de condições da ação, que devem ser fielmente
respeitadas por aqueles que apresentam suas pretensões e demandas perante os órgãos
jurisdicionais.
Promovidas as considerações neste tópico preambular, roga a parte promovida, com esteio
nos artigos 330, I, e 485, I, do Código de Processo Civil de 2015, seja lavrada sentença
por este MM. Juízo, de modo a extinguir o feito sem resolução de mérito, haja vista a
inépcia da petição inicial apresentada pela parte autora.
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Depreende-se dos fólios carreados ao feito em riste que a parte demandante, no exercício do
seu direito de ação, inegavelmente assegurado pelo mandamento constitucional, propôs
contenda indenizatória por danos materiais e morais, com o intento de almejar a adoção de
providências por parte do Poder Judiciário acerca dos relatos porfiados na peça de ingresso
desta lide.
Ocorre que, em nenhum momento, fora dito que o veículo era de propriedade ou domínio
desta agremiação, nem que o seu condutor possuíra qualquer tipo de vínculo para com o
partido acionado, razão pela qual inexiste, in casu, nenhum acontecimento ou elemento de
prova que pudessem concatenar, em desfavor da parte ora defendente, o enredo trazido à
tona por meio da propositura desta demanda.
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Mesmo confiante no acolhimento de ao menos uma das preliminares abordadas nesta peça
defensiva, a agremiação faz o rebatimento quanto ao mérito da pretensão autoral, essa que,
inclusive, encontra-se totalmente desamparada pela própria acionante, pois a mesma sequer
fez prova do direito precariamente vindicado na peça vestibular.
Nesta esteira intelectual, fundamental explanar, de logo, que a parte autora descumpriu o seu
dever processual, preconizado no artigo 373, I, do CPC/2015, de comprovar os fatos
constitutivos do pleito por ela alegado, situação que fragiliza ainda mais a sua indevida
pretensão apresentada a partir da demanda ora contestada em sua inteireza.
Relembramos que a causa de pedir estribada na petição inicial versa acerca de imaginada
lesão física e estética acometida à autora, ancorado em suposta perda de um dedo após a
ocorrência de um acidente, durante um ato de campanha em benefício dos impugnados, apto
a ensejar, nesta linha, segundo versão abordada pela parte demandante, em danos morais e
danos materiais, ante a realização de gastos com despesas médicas.
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No meritum causae, pleiteou a autora a procedência dos pedidos aduzidos na inicial, com o
fito de obter a condenação dos acionados ao pagamento de R$ 3.000,00 (três mil reais), bem
como postulou, a título de indenização por danos morais, o importe de R$ 45.000,00
(quarenta e cinco mil reais).
Consentâneo afirmar que o dever à reparação indenizatória por acontecimentos lesivos, seja
no âmbito material ou moral, decorre apenas a partir da caracterização conjunta do ato
ilícito, do nexo de causalidade entre a transgressão e o evento danoso, esse que deve ser
estritamente comprovado por quem o aduz.
Não tendo havido, muito menos provado, a ocorrência de qualquer ilicitude por parte desta
agremiação partidária, tampouco há plausibilidade em dever de reparação à autora, haja
vista, destaque-se, a falta de gerência do réu ora contestante acerca do contexto factual
trazido à ribalta nas laudas que compõem a peça exordial.
Desta sorte, resta praticamente impossível a procedência dos pedidos elencados na peça
inicial, vez que todos se balizam em meras expectativas e venetas incontidas da autora,
situação manifestamente inadmissível para quem demanda por ressarcimento perante às
hostes do Poder Judiciário.
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O alegado sinistro confabulado na narrativa autoral, qual seja o acidente que teria
desencadeado na perda de um dos dedos da mão da autora, não foram comprovados por
quem de direito, ante as provas que foram acostadas aos autos, notadamente as fotografias
despossuídas de força probante e carecentes de registro quanto à data, hora e local em que
foram retiradas.
Desta sorte, impende sobrelevar que a autora sequer comprovou o momento em que teria
ocorrido o acidente, em quais condições, o logradouro onde teria se dado o acontecimento, a
placa do carro do veículo classificado como trio elétrico, enfim, não há no caderno
processual ferramentas probatórias mínimas e hábeis à reconstituição da narrativa factual
trazida pela demandante.
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indenização por dano material e nem a lesão aos direitos extrapatrimoniais que pudessem
desembocar na configuração da necessidade de contraprestação pecuniária adveniente de
dano moral.
Diante dos argumentos expendidos, acaso o Eminente Julgador ultrapasse a matéria prefacial
e adentre ao mérito da lide, não restam dúvidas quanto à necessidade de improcedência dos
pedidos da ação, vez que não fora comprovado pela demandante, a partir da precariedade
dos elementos acostados, os danos materiais e morais por ela dissecados.
IV – CONCLUSÃO
extinguindo o feito, em face desta, sem deliberação do mérito, posto que não há nos
autos nenhum indicativo que pudesse concatenar o enredo fático à parte ora
acionada;
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
De Salvador/BA para Camaçari/BA, 22 de março de 2023.
Ademir Ismerim
OAB/BA n° 7.829
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