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Gestação de Alto risco


Gestação de alto risco é aquela na qual a saúde da em idade reprodutiva, especialmente as que estão
mãe e/ou o do feto e/ou a do recém nascido tem em estado de vulnerabilidade, tenham acesso aos
maiores chances de serem atingidas que as da serviços de saúde e oportunidades de estarem bem
média da população considerada. informadas e na melhor condição física possível
antes de engravidar. Como por exemplo, uma
mulher diabética que precisa estar bem controlada
antes de engravidar.
Os fatores de risco podem ser identificados durante
as consultas de pré-natal e visita domiciliares,
através de dados colhidos pela anamnese, desde
que os profissionais de saúde estejam aptos e
atentos para isso.
A presença de um ou mais fatores de risco não
demonstra necessariamente a tomada de medidas
propedêuticas imediatas, mas sim a necessidade de
maior atenção a essa pacienta, como o aumento no
numero de consultas e visitas, o intervalo entre
cada consulta deve ser definido de acordo com o
fator de risco identificado e a condição da gestante
no momento.

Não existem sistemas de pontuações e tabelas


capazes de discriminar gestantes de alto risco,
existem apenas fatores de risco mais comuns na
população em geral que devem ser identificados
nas gestantes, pois podem alertar a equipe de saúde
no sentido de uma vigilância maior em relação ao
eventual surgimento de um fator complicador.
É importante lembrar que uma gravidez que está
correndo bem, pode se tornar de alto risco a
qualquer momento, durante a evolução da gestação
e também durante o trabalho de parto, por isso é
importante que haja uma classificação da gravidez
a cada consulta pré-natal e também antes e durante
o momento do parto. Quanto antes e mais precisa
for a intervenção menos danos serão causados.
Existem vários fatores geradores de risco
gestacional. Alguns desses fatores podem estar
presente antes mesmo da mulher engravidar. Sua
identificação nas mulheres em idade fértil na
comunidade permite orientações as que estão
vulneráveis e permite que estas se planejem tanto
no âmbito familiar quanto no uso de pré-
concepcional. Assim é importante que as mulheres
Os outros grupos de fatores de risco referem-se a possível e o correto acompanhamento da
condições ou complicações que podem surgir no evolução da gravidez, mediante análise e
decorrer da gestação transformando-a em uma adequada interpretação dos parâmetros
gestação de alto risco: obstétricos (ganho ponderal, pressão
arterial e crescimento uterino). A avaliação
do crescimento e as condições de vitalidade
e maturidade do feto são fundamentais.

c) Repercussões mútuas entre as


condições clínicas da gestante e a
gravidez
É de suma importância o conhecimento das
repercussões da gravidez sobre as
condições clínicas da gestante e para isso é
Seguimento das gestações de alto risco fundamental um amplo conhecimento sobre
a fisiologia da gravidez. Desconhecendo as
O intuito da assistência pré-natal de alto risco é adaptações pelas quais passa o organismo
interferir no curso de uma gestação que possui materno e, como consequência, o seu
maior chance de ter um resultado desfavorável, de funcionamento, não há como avaliar as
maneira a diminuir o risco ao qual estão expostos a repercussões sobre as gestantes,
gestante e o feto, ou reduzir suas possíveis principalmente na vigência de algum
consequências adversas. A equipe de saúde deve agravo. Por outro lado, se não se conhecem
estar preparada para enfrentar quaisquer fatores os mecanismos fisiopatológicos das
que possam afetar adversamente a gravidez, sejam doenças, como integrá-los ao organismo da
eles clínicos, obstétricos, ou de cunho grávida? Portanto, o conhecimento de
socioeconômico ou emocional. Para tanto, a clínica médica é outro requisito básico de
gestante deverá ser sempre informada do quem se dispõe a atender gestantes de alto
andamento de sua gestação e instruída quanto aos risco, sendo também importante o suporte
comportamentos e atitudes que deve tomar para de profissionais de outras especialidades.
melhorar sua saúde, assim como sua família,
companheiro(a) e pessoas de convivência próxima, d) Parto
que devem ser preparados para prover um suporte
adequado a esta gestante. A equipe de saúde que irá
A determinação da via de parto e o
realizar o seguimento das gestações de alto risco
deve levar em consideração continuamente: momento ideal para este evento nas
gestações de alto risco talvez represente
a) Avaliação clínica ainda hoje o maior dilema vivido pelo
obstetra. A decisão deve ser tomada de
Uma avaliação clínica completa e bem acordo com cada caso e é fundamental o
realizada permite o adequado esclarecimento da gestante e sua família,
estabelecimento das condições clínicas e a com informações completas e de uma
correta valorização de agravos que possam maneira que lhes seja compreensível
estar presentes desde o início do culturalmente, quanto às opções presentes e
acompanhamento, por meio de uma história os riscos a elas inerentes, sendo que deve
clínica detalha da e avaliação de parâmetros ser garantida a sua participação no processo
clínicos e laboratoriais. decisório. Cabe salientar, todavia, que
gravidez de risco não é sinônimo de
b) Avaliação obstétrica cesariana. Em muitas situações é possível a
indução do parto visando o seu término por
via vaginal, ou mesmo aguardar o seu início
Inicia-se com o estabelecimento da idade
espontâneo. A indicação da via de parto
gestacional de maneira mais acurada
deve ser feita pelo prossional que for causas obstétricas, as mais importantes são
assistir ao parto. É importante que pro- o descolamento prematuro de placenta e a
ssionais que atendem a mulher durante a placenta prévia, que correspondem a até
gestação não determinem qual deverá ser a 50% dos diagnósticos.
via de parto, que depende não só da história Não podem ser esquecidas a rotura uterina
preexistente, como também da situação da e a rotura da vasa prévia, que também são
mulher na admissão à unidade que importantes causas obstétricas. Entre as
conduzirá o parto. causas não obstétricas, pode ocorrer o
sangramento proveniente do colo do útero
e) Aspectos emocionais e psicossociais durante a dilatação no trabalho de parto,
cervicites, pólipo endocervical, ectrópio,
É evidente que para o fornecimento do câncer de colo de útero e trauma vaginal. Os
melhor acompanhamento da gestante de prognósticos materno e fetal vão depender
alto risco, há necessidade de equipe do diagnóstico correto da causa do
multidisciplinar, constituída por sangramento e conduta adequada com base
especialistas de outras áreas, tais como nesse diagnóstico.
Enfermagem, Psicologia, Nutrição e
Serviço Social, em trabalho articulado e
planejado.
No conteúdo emocional da mulher gravida
entram em jogos fatores psíquicos pré-
existentes e atuais, e, entre os últimos, os
componentes da gravidez e ambientais.
Este conteúdo manifesta-se principalmente
através da ansiedade, mecanismo basal que Placenta prévia
se estende durante toda gravidez, de forma Placenta prévia é definida como a placenta que se
crescente ate o termo. implanta total ou parcialmente no segmento
A ansiedade se manifesta por diversos inferior do útero. Ela pode ser classificada de três
motivos, como por exemplo negação, maneiras, de acordo com sua posição em relação ao
regressão, introspecção, medo etc. Nas colo do útero:
gestações de alto, as dificuldades de
adaptação são maiores a começar pelo • Baixa: está localizada próxima ao colo do útero,
rotulo de “alto risco”, portanto, diferente sem atingi-lo
dos “normais”. • Marginal: atinge o orifício interno do colo do
útero, sem recobri-lo

Principais causas de sangramento • Completa ou centro-total: recobre totalmente o


orifício interno do colo do útero
no 2° trimestre de gravidez

As hemorragias na segunda metade da


gestação constituem-se em frequentes
diagnósticos em obstetrícia. São uma das
principais causas de internação de gestantes
no período anteparto, com importante
aumento da morbimortalidade materna e
perinatal, assim como de partos operatórios.
A morbimortalidade perinatal está
relacionada principalmente aos altos
índices de prematuridade. Várias são as
possíveis causas de sangramento. Entre as
a possibilidade de invasão de estruturas adjacentes
(bexiga e intestino) em caso de placenta percreta,
A placenta prévia ocorre em 1 a cada 200 gestações
com grande perda sanguínea, que é indicação de
que chegam ao terceiro trimestre, porém é um
histerectomia. Quando esta situação for
achado ultrassonográfico frequente em exames
diagnosticada ou suspeita antes do parto, a mulher
realizados entre 16 e 20 semanas de gestação.
deve necessariamente ser encaminhada para um
Contudo, até 90% desses achados normalizarão até
centro com bons recursos de hemoterapia e
o termo, devido à teoria da “migração” placentária.
capacitado para realizar os procedimentos
Isso ocorre devido à combinação entre o
cirúrgicos que pode demandar.
crescimento placentário em direção ao fundo
uterino, que é mais bem vascularizado, com a Diagnóstico Clínico
degeneração das vilosidades periféricas que
O sangramento na placenta prévia caracteriza-se
receberão menor suprimento sanguíneo, conferindo
por ser indolor, no segundo ou terceiro trimestre.
uma implantação placentária adequada.
Geralmente ocorre em pequena quantidade e é
O principal fator de risco para placenta prévia é a autolimitado, não levando a uma espoliação
cicatriz uterina anterior, e entre elas a principal é a materna significativa.
cesariana anterior. Entre outras causas estão as
Nas placentas prévias marginais, muitas vezes o
intervenções uterinas prévias como a miomectomia
sangramento não se apresenta até o momento do
e curetagem. Multiparidade, idade materna
parto. Algumas gestantes, principalmente, as com
avançada, tabagismo e gemelaridade também são
placenta prévia centro-totais, podem apresentar um
fatores associados.
sangramento entre a 26ª e 28ª semana de gestação,
chamado de sangramento sentinela.
Nestas, o sangramento é intermitente e abundante,
de coloração vermelho vivo, com necessidade de
internações e transfusões frequentes.
• a placenta previa parece se originar de uma
anormalidade da implantação. Com o Na presença de acretismo, é comum não haver
avanço da paridade, por exemplo, o sangramento até o parto. Pode haver contrações
endométrio pode estar danificado uterinas, mas não há aumento do tônus entre as
(deciduação deficiente) e o embrião, como contrações.
consequência, buscara outros locais para a
sua nutrição, implantando-se no segmento
inferior do útero.

O melhor, mais seguro e mais simples método para


realização do diagnóstico de placenta previa é a
ultrassonografia abdominal. Ela irá nos mostrar
exatamente a localização placentária e a sua
A morbidade materna da placenta prévia é
posição em relação ao orifício interno do colo do
decorrente, principalmente, da hemorragia que ela
útero.
provoca. A morbidade aumentada também está
relacionada às complicações operatórias do parto, - esse exame deve ser realizado com a bexiga semi-
complicações anestésicas, necessidade de cheia para a localização do bordo placentário , se a
transfusão e infecções. Na suspeita de acretismo bexiga estiver muito cheia por ser confundida com
placentário, na preparação para o parto deve-se placenta baixa.
sempre fazer um ecodoppler obstétrico. Considerar
Conduta O descolamento prematuro de placenta (DPP) é
definido como a separação da placenta da parede
No pré-natal: recomenda-se que a gestante com
uterina antes do parto. Essa separação pode ser
placenta prévia seja encaminhada a um centro de
parcial ou total e é classificada em três graus,
referência. A conduta nos casos de placenta prévia
levando em conta os achados clínicos e
vai depender de alguns aspectos:
laboratoriais, de acordo com classificação de Sher:
• Quantidade do sangramento e condição
Grau 1: Sangramento genital discreto sem
hemodinâmica materna.
hipertonia uterina significativa. Vitalidade fetal
• Idade gestacional. preservada. Sem repercussões hemodinâmicas e
coagulopatia. Geralmente diagnosticado no pós-
Em gestantes sem sangramento ativo e feto parto com a identificação do coágulo
prematuro, deve ser adotada conduta expectante. retroplacentário.
Deve ser feito um acompanhamento pré-natal
cuidadoso em centro especializado para atender Grau 2: Sangramento genital moderado e
essa gestante em caso de sangramento excessivo. contrações tetânicas. Presença de taquicardia
Não há evidências que sugiram que essa gestante materna e alterações posturais da pressão arterial.
deva permanecer hospitalizada até o parto, salvo Alterações iniciais da coagulação com queda dos
em condições específicas, como difícil acesso ao níveis de fibrinogênio. Batimentos cardíacos fetais
hospital. Essa gestante deve ser orientada a não ter presentes, porém com sinais de comprometimento
relações sexuais. de vitalidade.

O uso de corticoterapia deve ser considerado para Grau 3: Sangramento genital importante com
aceleração da maturidade pulmonar. hipertonia uterina. Hipotensão arterial materna e
óbito fetal.
O uso de suplementação de ferro no pré-natal é
indicado para evitar anemia, com constante Grau 3A : Sem coagulopatia instalada.
monitoração dos níveis de hematócrito e
Grau 3B: Com coagulopatia instalada.
hemoglobina.
Em gestantes Rh-negativo, deve ser feita a
prescrição de imunoglobulina anti-D quando ela
apresentar sangramento.
No sangramento ativo, a gestante deve ser avaliada
principalmente em relação à sua condição
hemodinâmica. O sangramento geralmente não é
excessivo e não compromete a vitalidade fetal.
sin

Fisiopatologia
A causa imediata de DPP é a ruptura dos vasos
maternos da decídua basal. O sangue acumulado
atinge a zona de clivagem decíduo-placentária e
inicia a separação. O sangramento pode ser
pequeno e autolimitado ou pode levar a separação
completa ou quase completa da placenta. A porção
Descolamento prematuro de placenta descolada da placenta é incapaz de trocar gases e
nutrientes com o feto; quando a unidade
fetoplacentária é incapaz de compensar essa perda
de função, o feto é comprometido.
A etiologia do sangramento da decídua basal ainda
não é bem conhecida.
A maioria dos descolamentos parece estar
relacionado a um processo patológico placentário
crônico.
Nesses casos, anormalidades no desenvolvimento
precoce das artérias espiraladas levariam a necrose
decidual, inflamação placentária e, possivelmente
infarto e logo apos disrupção vascular e
sangramento.

Síndrome de Sheehan
A síndrome de Sheehan ou necrose hipofisária pós-
parto é outra complicação importante da DPP,
principalmente em casos com grande sangramento,
choque e coagulação intravascular disseminada.
Menos frequentemente, em especial nos casos de
DPP com hemorragia oculta e morte fetal, o
primeiro sinal é a coagulopatia. Nesse cenário é
comum o choque hipovolêmico materno.
A hipovolemia e a coagulação intravascular
disseminada, que é quando bloco anormais de Quadro clínico
sangue grosso (coágulos) são formados dentro dos
vasos sanguíneos, causam necrose tubular ou a O quadro clínico característico do DPP é a dor
cortical, o que desencadeia uma oliguria e abdominal, associada ou não a sangramento
insuficiência renal aguda. vaginal. A dor varia de leve desconforto até dor
intensa, associada a aumento do tônus uterino,
A necrose tubular é reversível, contudo a necrose que pode se manifestar em graus variados, desde
cortical e hipofisária é irreversível. uma taquihiperssistolia até hipertonia. Em casos de
Além dos fatores de risco para a necrose placenta de inserção posterior, a dor é lombar. Na
hipofisária, a adeno hipófise sofre hipertrofia gestante em trabalho de parto, há persistência da
durante a gestação, devido ao aumento de células dor entre as contrações.
lactoforas, produtoras de prolactina, pelo estimulo - Principal característica: hipertonia uterina
do estrogênio, que demanda maior afluxo
sanguíneo.
No pós-parto, a mulher apresenta agalactia,
amenorreia e, com o tempo, insuficiência da
suprerrenal e hipotireoidismo.
Diagnostico
O diagnóstico de DPP é clínico. A ultrassonografia, ao
contrário da placenta prévia, tem um papel muito
limitado nessa condição. No DPP agudo, muitas vezes
o coágulo retroplacentário pode não ser visível. A
ultrassonografia pode ser realizada em casos onde há
estabilidade hemodinâmica materna e vitalidade fetal após dor forte. Na palpação abdominal, as partes
preservada, e quando há dúvida sobre a localização fetais são facilmente palpadas no abdome materno
placentária, e apresentação fetal, assim como para e, ao toque vaginal, há a subida da apresentação.
estimativa de peso do feto. Os achados ultrassonográfi-
cos, se presentes, são: presença de coágulo
retroplacentário, espessamento anormal da placenta e
bordo placentário sem continuidade (borda “rasgada”).

Ruptura uterina
É uma complicação muito grave em obstetrícia
sendo uma importante causa de morbimortalidade
materna. A rotura uterina é classicada em:
– Completa: há a total rotura da parede uterina. É
uma urgência obstétrica, levando a risco de vida
tanto da mãe quanto do feto.
– Incompleta: o peritôneo parietal permanece
intacto.
Geralmente não é complicada, podendo
permanecer assintomática após um parto vaginal. O
maior fator de risco para rotura é a presença de
cicatriz uterina e o antecedente de cesariana é o
principal delas. Outras causas possíveis são Diabetes gestacional
antecedentes de: curetagem uterina com O diabetes gestacional é definido como a
perfuração, miomectomia, acretismo placentário, “intolerância aos carboidratos, de graus variados de
trauma abdominal, anomalias uterinas, intensidade, diagnosticada pela primeira vez
hiperdistensão uterina, uso inapropriado de durante a gestação, podendo ou não persistir após o
ocitocina. parto”.
Sinais e sintomas O rastreamento deve ser iniciado pela anamnese
Inicio da gestação: dor intensa e sangramento para a identificação dos fatores de risco:
interno • Idade igual ou superior a 35 anos;
Durante a gestação: pouco sintomática; dor • Índice de massa corporal (IMC) >25kg/m2
abdominal (sobrepeso e obesidade);
No intraparto, quando a rotura é mais frequente, o • Antecedente pessoal de diabetes gestacional;
achado mais característico é a perda súbita dos
batimentos cardíacos fetais. A gestante pode ou não • Antecedente familiar de diabetes mellitus
apresentar sangramento vaginal, sinais e sintomas (parentes de primeiro grau);
de choque hipovolêmico, com taquicardia
importante e hipotensão, e parada das contrações
• Macrossomia ou polimidrâmnio em gestação para o feto, deixando a gestante com os produtos do
anterior; metabolismo de lipídeos.
• Óbito fetal sem causa aparente em gestação Com isso há um aumento na produção de insulina
anterior; nas gestantes saudáveis. As gestantes não
saudáveis, já apresentam a produção de insulina no
• Malformação fetal em gestação anterior;
limite, portanto, não conseguem produzir mais
• Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoides, insulina, o que leva um estado hiperglicêmico,
diuréticos tiazídicos); podendo desenvolver diabetes durante a gestação.

• Síndrome dos ovários policísticos;


• Hipertensão arterial crônica.
Na gravidez atual, em qualquer momento:
• Ganho excessivo de peso;
• Suspeita clínica ou ultrassonográca de
crescimento fetal excessivo ou polihidrâmnio.
- Diabetes Mellitus Gestacional (DMG): mulher
com hiperglicemia detectada pela primeira vez
durante a gravidez, com níveis glicêmicos
sanguíneos que não atingem os critérios
diagnósticos para DM.
Diagnóstico
- Diabetes Mellitus diagnosticado na gestação
(Overt Diabetes): mulher sem diagnostico prévio O diagnóstico da DMG é feito em duas etapas
de DM, com hiperglicemia detectada na gravidez e distintas:
com níveis glicêmicos sanguíneos que atingem os
critérios da OMS para a DM na ausência de - Rastreamento da população de risco;
gestação. - Confirmação diagnóstica
Fisiopatologia
O metabolismo energético na gestação é dividido
em duas etapas:
Anabolismo: glicemia tende a diminuir,
especialmente quando ocorre o jejum prolongado.
Catabolismo: fase com crescente consumo de
nutrientes maternos pelo feto. Nesta fase torna-se
evidente o aumento da resistência insulínica
periférica.
- quando a função pancreática não é o suficiente
para vencer a resistência insulínica, ocorre a
diabetes gestacional.
A partir do 2° semestre ocorre o desenvolvimento
da resistência periférica a insulina, comandada
pelos hormônios contrainsulínicos (lactogênio
placentário, estrogênio, cortisol, progesterona, Na primeira consulta pré-natal de gestantes sem
prolactina) que reduzem a atuação da insulina em conhecimento prévio de DM a solicitação adicional
seus respectivos receptores como forma de da hemoglobina glicada (HbA1c) PODE SER
direcionar os produtos do metabolismo da glicose CONSIDERADA com o objetivo de diagnosticar
DM (overt diabetes) ou detectar risco de 6x/dia ( jejum, pós-café e antes e pós almoço e
desenvolver DMG. jantar).
Para paciente com DMG é possível tentar controle
glicêmico através de mudanças de hábitos, caso os
primeiros 15 dias não sejam suficientes para
realizar este controle, indica-se a insulinoterapia.

DMG – TOTG Insulinoterapia: 1° escolha para tratamento de


DMG. As insulinas mais utilizadas são NPH, de
Para todas as gestantes sem diagnóstico prévio de ação intermediaria, utilizada para controle de
DM, independentemente da presença de fatores de glicemia de jejum e pré prandiais; e a Regular, de
risco, É RECOMENDADO que a investigação ação rápida, indicada para o controle das glicemias
diagnóstica do DMG seja feita entre a 24ª e 28ª pós-prandiais.
semana de gestação, através da realização de um
teste de tolerância oral à glicose, com medida da A sociedade Brasileira de Diabetes recomenda dose
glicose plasmática em jejum, 1 e 2 horas após a inicial de 0,3 e 0,5 UI/kg/dia via subcutânea,
ingestão de 75 g de glicose anidra. devendo ser realizados ajustes a cada 15 dias ate a
30° semana baseado nos resultados da
Para aumentar a reprodutibilidade do método, o monitorização glicêmica. Dependendo da dose
TOTG deve ser precedido por dieta sem restrição diária calculada, a mesma pode ser dividida em
de carboidratos ou com, no mínimo, ingestão diária múltiplas aplicações diárias, com maior
de 150 g de carboidratos durante os 3 dias concentração pela manhã, antes do café da manhã.
anteriores ao teste e com jejum de 8 horas.

LIQUÍDO AMNIÓTICO
O líquido amniótico desempenha papel
Se o início do pré-natal for tardio (após 20 semanas fundamental no crescimento e no desenvolvimento
de idade gestacional) deve-se realizar o TOTG com do feto. Ele funciona como uma barreira contra
a maior brevidade possível. Estima-se que assim infecções, além de sua função termorreguladora. A
sejam detectados 100% dos casos quantidade total de líquido amniótico durante a
gravidez é resultado de um balanço entre a sua
• No rastreamento do DMG, após a 24a semana, produção e a eliminação. A manutenção do volume
quando o valor da glicemia de 2h no teste de de líquido amniótico é um processo dinâmico,
tolerância oral à glicose com 75g estiver ≥ 200 dependente de diferentes fatores e em diferentes
mg/dL DEVE SER CONSIDERADO a presença de estágios da gravidez. O principal mecanismo
DM diagnosticado na gestação (overt diabetes) e responsável pela produção é o trato urinário,
não de DMG. seguido pela secreção traqueal e pelas membranas
fetais. Os elementos que participam da eliminação
TRATAMENTO
do líquido amniótico são o trato gastrointestinal,
- Terapia nutricional: orientações nutricionais através da deglutição fetal, o trato respiratório,
devem ser dadas a gestante logo apos o diagnostico, através dos movimentos respiratórios fetais, e o
como forma de atingir metas glicêmicas, ganho de elemento mais importante, a reabsorção
peso adequado e para prevenir desfechos intramembranosa.
desfavoráveis.
O volume de liquido amniótico aumenta cerca de
- Exercício físico: avaliar se possível 30ml com 10 semanas, para 200ml com 16
semanas, ate alcançar 700 ml na metade do terceiro
- Monitorização da glicemia: em pacientes que não
trimestre. É composto em 98% de agua.
fazem uso de medicamentos deve ser realizada 4
vezes por dia ( jejum, pós-café, pós almoço, pós O volume anormalmente reduzido é chamado de
jantar) e para os que fazem uso de insulina deve ser oligodrâmnio e o aumento é chamado de hidrâmnio
ou polidrâmnio.
Fisiologia 350 mL de líquido pulmonar são produzidos por dia
no final da gestação, e metade desse volume é
No início da gestação, a cavidade amniótica é
imediatamente deglutida. Finalmente, a deglutição
preenchida com um líquido muito similar em
fetal é o principal mecanismo de reabsorção do
composição ao líquido extracelular.
líquido amniótico e corresponde à média de 500 a
Durante a primeira metade da gestação, ocorre 1.000 mL por dia. O
transferência de água e de outras pequenas
impedimento à deglutição, causado por
moléculas pelo âmnio (fluxo transmembranoso),
anormalidade no sistema nervoso central ou por
pelos vasos fetais na superfície placentária (fluxo
obstrução do trato gastrointestinal, pode resultar
intramembranoso) e pela pele fetal.
em um grau impressionante de polidrâmnio. As
A produção fetal de urina inicia-se entre 8 e 11 outras vias - fluxo transmembranoso e fluxo pela
semanas, mas a urina só passa a ser um componente pele fetal - respondem por uma proporção bem
importante do líquido amniótico a partir do menor do transporte de líquido na segunda metade
segundo trimestre. da gestação.

O transporte de água pela pele fetal continua até Oligohidrâmnio


que ocorra a queratinização, com 22 a 25 semanas.
A redução patológica do volume de líquido
O fato de a urina não possuir papel importante na amniótico (LA) incide de 0.5 a 5% das gestações.
regulação do líquido amniótico no início da O oligohidrâmnio é caracterizado pela deficiência
gestação explica porque fetos com anormalidades na quantidade de líquido amniótico. O volume
renais letais não manifestam oligodrâmnio grave normal do L.A. varia de acordo com o tempo de
antes das 18 semanas. gestação, reduzindo-se fisiologicamente nas
últimas semanas. A causa mais frequente de
Com a evolução da gestação, quatro vias têm oligohidramnia é a rotura prematura de
participação importante na regulação do volume do membranas, entretanto outras causas podem ser
líquido amniótico. A primeira é a urina fetal, que é responsáveis, conforme o quadro:
a principal fonte de líquido amniótico na segunda
metade da gravidez. Ao termo, a produção de urina
pelo feto pode exceder 1 L por dia e, assim, o
volume de líquido amniótico é recirculado
diariamente. A osmolalidade da urina fetal é
significativamente hipotônica em relação à do
plasma materno e fetal e semelhante à do líquido
amniótico.
Diagnóstico Clínico
Essa hipotonicidade da urina fetal - e
consequentemente do líquido amniótico é O diagnóstico clínico é difícil. Deverá ser
responsável pela significativa transferência suspeitado sempre que houver:
intramembranosa de líquido através e para o • Medida do fundo do útero menor do que a
interior dos vasos fetais sobre a superfície esperada para a idade gestacional;
placentária e, assim, para o feto. Essa transferência
atinge 400 mL por dia e é o segundo regulador do • Diminuição da circunferência abdominal;
volume do líquido. • Partes fetais facilmente palpáveis;
Em um quadro de desidratação da gestante, o • À ausculta, desacelerações variáveis da
aumento na osmolalidade materna favorece a frequência cardíaca fetal, decorrentes da
transferência de líquido do feto para a mãe e, compressão funicular.
posteriormente, do compartimento do líquido
amniótico para o feto. Diagnóstico Ultrassonográfico
A terceira fonte importante para a regulação do • Avaliação do volume do líquido amniótico pela
líquido amniótico é o trato respiratório. Cerca de ultrassonografia (avaliação subjetiva pelo
ultrassonografista da quantidade de LA);
• Avaliação do índice do líquido amniótico (ILA). • A interrupção da gestação por operação cesariana
está condicionada à indicação materna ou ao
Utilizar a técnica dos quatro quadrantes, que
comprometimento da vitalidade fetal.
consiste em dividir a área uterina em quatro
quadrantes, que se cruzam na altura da cicatriz Polihidrâmnio
umbilical materna, e avaliar o maior bolsão de cada
quadrante no seu diâmetro antero-posterior em cm. É o aumento excessivo do volume do líquido
O somatório dos quatro valores obtidos constitui o amniótico, superior a 2.000ml, em gestações acima
ILA e a quantidade deste pode ser classicada como: de 30 semanas. Sua incidência varia segundo o
procedimento utilizado para o diagnóstico, seja
• Normal: ILA de 8–18cm; clínico ou ultrassonográfico, variando ao redor de
• Oligohidrâmnio: ILA inferior a 5cm; 0,5 a 1,5%. Em condições normais, o aumento
semanal médio de L.A é de 20ml entre a 10ª e a 14ª
• Intermediário: ILA entre 5 e 8cm; semanas e de 50ml da 15ª a 28ª semana, atingindo
o seu volume máximo entre a 34 ª e a 36ª semana,
• Polihidrâmnio: ILA>18cm.
cerca de 1.000ml, e decrescendo até o parto. Há
Conduta inúmeras condições maternas, fetais e placentárias
que estão associadas ao polihidrâmnio. Ele pode
O tratamento do oligohidrâmnio visa restaurar o
ser agudo, que é raro e acontece no meio da
volume do líquido amniótico, sendo necessário
gestação repentinamente com muita sintomatologia
buscar o diagnóstico etiológico e, quando possível,
materna e mau prognóstico, ou crônico, que é o
o tratamento da doença de base. A hidratação
mais frequente, no terceiro trimestre.
materna tem mostrado sua eficácia em aumentar o
volume do líquido amniótico residual, desde que
não haja contraindicação para uma sobrecarga
circulatória. Recomenda-se um aporte total de 3 a
4 litros de líquidos por dia, preferentemente via
oral.
A amnioinfusão consiste na infusão de líquidos,
principalmente solução salina, na cavidade
amniótica. Sua utilização ainda não é recomendada
rotineiramente, estando restrita aos Centros de
Referência, onde há possibilidade de
monitorização por ultrassonografia e Diagnóstico Clínico:
esclarecimento das condições fetais.
• Medida do fundo do útero maior do que a
Recomenda-se a prescrição de corticosteroides esperada para a idade gestacional;
para acelerar a maturidade pulmonar fetal, caso a
idade gestacional esteja entre 24 e 34 semanas. • Aumento exagerado da circunferência abdominal;
Deve ser realizada avaliação periódica da
• Dificuldade de palpação das partes fetais.
vitalidade fetal pela dopplerfluxometria e pelo
Sensação palpatória de muito líquido;
perfil biofísico fetal.
• Dificuldade na ausculta dos batimentos cardíacos
Parto
do feto;
• Se o feto estiver hígido, aguardar a proximidade
• Possibilidade de cervicodilatação precoce.
do termo para interrupção da gestação.
Diagnóstico Ultrassonográfico
• Utilizar monitoração eletrônica do feto no
acompanhamento do trabalho de parto. O diagnóstico de certeza é dado pelo achado do
índice de líquido amniótico (ILA) superior a 18cm.
• A oligohidramnia aumenta o risco de compressão
funicular e se associa com frequência ao sofrimento
fetal.
Conduta maternos ou suspeita de malformação na
ultrassonografia obstétrica, está indicada a
É necessário buscar o diagnóstico etiológico do
realização da USGm no 1° trimestre (11- 14
polihidrâmnio para a conduta adequada do
semanas) e no 2° trimestre (20-24 semanas).
tratamento e prognóstico. O tratamento expectante
pode ser adotado para gestantes sem sintomas O que é visto?
intensos e em que, após investigação completa, não
No primeiro trimestre, as imagens são
se evidenciou malformação fetal. A atitude
obrigatoriamente bidimensionais (2D), em escala
conservadora se fará até a maturidade fetal ou
de cinza e precisão de medida de 0,1 mm. É
enquanto as condições maternas permitirem. Em
possível visualizar o coração, tórax, abdome e
gestantes com sintomatologia acentuada,
estruturas ósseas, medindo parâmetros
recomenda-se a internação com repouso no leito e
biométricos, como o comprimento crânio nádega
tentativas de reduzir a distensão uterina. Para esses
(CCN), para o cálculo da idade gestacional.
casos pode-se adotar:
Podemos rastrear cromossomopatias, observando
• Amniocentese descompressiva – indicada em
principalmente a translucência nucal (TN).
casos de dispneia materna progressiva ou de dor
abdominal. Recomenda-se a retirada lenta e A TN é um acúmulo de líquido [IM2] medido na
gradual do líquido amniótico (200 a 500ml/hora) região cervical do bebê exclusivamente nesse
sob controle ultrassonográfico, para evitar a período, quando o mesmo tem 45-84mm de CCN.
descompressão brusca. Outros parâmetros que complementam a triagem
são: osso nasal (sifilis congenita - nariz em sela),
• Corticosteroides para acelerar a maturidade
válvula tricúspide e ducto venoso. No segundo
pulmonar fetal, caso a idade gestacional se situe
trimestre, após a organogênese [IM3] completa,
entre 24 e 34 semanas.
visualizamos o formato, o posicionamento e o
• Avaliação periódica da vitalidade fetal pela funcionamento dos órgãos fetais. O doppler está
dopplerfluxometria e pelo perfil biofísico fetal. indicado para avaliação do fluxo do ducto venoso.
Entre 22 e 29 semanas, se a gestante desejar, pode
Parto
realizar ultrassonografias morfológicas com
• No trabalho de parto é recomendável o prévio imagens em 3D (evidenciando bem o rosto do
esvaziamento (amniocentese descompressiva), bebê), 4D (mostrando movimentos fetais em tempo
com o objetivo de normalizar a cinética uterina e real) e até 5D (extremamente realista, similar a uma
melhorar a oxigenação fetal. fotografia). Esses exames, no entanto, não estão
disponíveis no sistema público de saúde.
• A amniotomia, quando indicada, deverá ser
praticada com cuidado, pelo risco do prolapso de
cordão e do descolamento prematuro da placenta.
• A interrupção da gestação por operação cesariana
está condicionada à indicação materna ou ao
comprometimento da vitalidade fetal.
Exames para má formação
USG morfológica
A ultrassonografia morfológica (USGm) estuda
detalhadamente a anatomia fetal, além de fornecer,
com maior definição e número de imagens, as
informações da ultrassonografia obstétrica. É um
exame que possibilita o rastreio de anomalias fetais
e complicações gestacionais. O Ministério da
Saúde não recomenda este exame para todas as
gestantes. No entanto, quando há fatores de risco
Transluscência nucal
A translucência nucal é uma medida na nuca do
feto. Dependendo do resultado obtido, indica que o
feto pode apresentar alguma malformação, como
Síndrome de Down.
O exame de Ultrassonografia Obstétrica com
Translucência Nucal deve ser feito entre a 11ª e a
14ª semana de gestação. tamanho normal até 2mm
Em certas síndromes e malformações
cromossômicas, além de cardiopatias congênitas,
há tendência de acúmulo de líquidos na região da
nuca no feto.
MANOBRA DE LEOPOLD
O exame de Ultrassonografia Obstétrica com
Translucência Nucal serve para medir Palpação abdominal Obstétrica
especificamente a nuca do feto e obter estimativa
Após 30 semanas de gestação, o palpar uterino
de risco de apresentar algum problema de
permite reconhecer o concepto nele contido e
desenvolvimento. Ainda que o resultado
identificar sua:
apresentado no exame de Ultrassonografia
Obstétrica com Translucência Nucal indique que a - Situação: longitudinal, transversa ou oblíqua;
nuca apresenta dimensões aumentadas, são
- Posição: dorso à esquerda, à direita, anterior ou
necessários outros exames até confirmar o
diagnóstico. posterior;
- Apresentação: cefálica, pélvica ou córmica
O exame de Ultrassonografia Obstétrica com
(ombro);
Translucência Nucal oferece apenas estimativa de
risco. Para tanto, utiliza-se das manobras de Leopold
Zweifel, realizadas em quatro tempos (manobras)
A TN normalmente aumenta com o avançar da
idade gestacional e com o aumento do (A) O fundo uterino é palpado para determinar que
comprimento crânio-nádega (CCN). é ocupado pela parte fetal. (B) Cada lado do
abdome materno é palpado para determinar que
Em um feto com determinado CCN, cada medida
lado corresponde à coluna fetal e quais as
da TN representa um fator de correção (ou risco
extremidades.
relativo), que é multiplicado pelo risco a priori
específico para a idade gestacional e a idade (C) A área acima da sínfise púbica é palpada para
materna, para cálculo do novo risco. localizar a parte em apresentação e assim
determinar quanto o feto desceu e se está
Quanto maior a medida da TN, maior o fator de
encaixado.
correção; logo, maior o novo risco. Em
contrapartida, quanto menor a medida da TN, (D) Uma mão aplica pressão sobre o fundo,
menor o fator de correção e, consequentemente, enquanto o dedo indicador e o polegar da outra
menor o novo risco. mão palpam a parte em apresentação para
confirmar a apresentação e o encaixe.
Os exames serão solicitados quando há suspeita de
alguma á formação, como por exemplo, influencia
genética e sempre levando em consideração como
maior fator de risco patologias maternas
(cardiopatias, sindrome de down, trombofilias,
gemelaridade, infecções congenitas, radiação
ionizante, diabetes melitus)

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