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ESTADO DO RIO DE JANEIRO


PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DA CAPITAL
JUÍZO DE DIREITO DA 8° VARA DE FAZENDA PÚBLICA

o Processo n.° 2006.001.143933-6


Autor — Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação
Réu — Estado do Rio de Janeiro

SENTENCA

Trata-se de demanda entre as partes acima epigrafadas, em que a


Autora defende sua legitimidade e pretende condenação do réu a realização da avaliação

4 relativa ao ano de 2002,para pagamento das gratificações do ano de 2003. Descreve o


programa que instituiu a Gratificação Nova Escola, informando não ter sido realizada
o avaliação naquele ano.Requereu cumprimento das avaliações das unidades escolares da rede
estadual de ensino com pagamento da gratificação devida

Juntou documentos de fls 11/39

Contestação às fls 45154, em que o réu afirma a impossibilidade


jurídica do pedido. No mérito, informa a natureza do Programa Nova Escola, e sua
finalidade. Afirma que os valores pagos são variáveis e definidos anualmente, devidos em
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razão das tarefas desempenhadas pelo servidor . Afirma que o ato impugnado tem natur ~

discricionária.

Replica às fis 57/61.

Estado juntou documentos às fis 66188.

Manifestação ministerial às fis , opinando pela procedência do pedido


aduzido.
É o relatório . Decido.

Trata-se de demanda que tem por objeto a realização da avaliação


da rede publica estadual de ensino relativa ao ano de 2002 , para percepção da Gratificação
Nova Escola pelos professores representados por seu sindicato.

Inicialmente , rejeito a alegação de impossibilidade jurídica do


pedido ., uma vez que foram fornecidos documentos que permitem analise indireta das
condições então existentes no ano de 2002 , sendo certo que se deve buscar esta
aproximação para que da inércia na verificação das metas estabelecidas no interesse da
Administração Publica não advenha prejuízo aos servidores que a elas mantiveram adstritos
e atentos.

O Programa Nova Escola , instituído pelo Decreto 25959/2000, tem


por objetivo a avaliação anual das escolas da rede publica estadual de educação e de seus
professores , e prevê o pagamento de gratificação cujos valores são variáveis e definidos
anualmente , de acordo com a avaliação da unidade educacional em que se encontrar lotado
o servidor e dele próprio . A Gratificação constitui um plus remuneratório , não incorporável,
ou seja , não se trata de uma parcela fixa da remuneração dos servidores lotados nas
unidades escolares , mas representa um premio aos servidores que demonstraram um
desempenho maior.

Como bem esclarecido pelo réu , a Gratificação em espécie realiza


premiação dos servidores que preenchem os requisitos previstos no Decreto 3913012006,
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gerando, para aqueles que o fazem, direito à percepção do valor. Este o cerne da
controvérsia, o preenchimento dos requisitos legais para percepção da gratificação contra a
não realização da avaliação que o teria reconhecido, prejudicados os servidores pela inércia
do Estado em realizar a avaliação das escolas a que está obrigado. Tal significaria.
descumprimento daquela norma, descompromisso da Administração com as diretrizes por
ela estabelecidas e, sobretudo, premiação da inércia referida, aparentemente injustificada

A repetição da avaliação realizada no ano anterior não é o melhor


critério. para a determinação dos valores pagos que devem ser pagos aos servidores com
base no ano de 2002, mas é melhor adotá-lo e eventualmente realizar alterações pontuais
que descumprir a norma matriz, admitindo que outra de hierarquia inferior lhe retire a
eficácia em razão da falta de organização estatal. Assim, reporto-me ao entendimento
jurisprudencial arrolado na manifestação ministerial e entendo julgo o pedido. Adoto como
base os documentos comprobatórios das condições da rede escolar relativas aos anos de
2001 e2003.

Isto posto, JULGO PROCEDENTE o pedido, extinguindo o feito


com julgamento de mérito na forma do artigo 269 inciso 1 do CPC e determinando ao réu o
cumprimento das avaliações das unidades escolares da rede estadual de ensino com
pagamento da gratificação devida aos professores e relativas ao ano de 2002, com correção
e juros de 6%/ano contados da citação Honorários pela parte ré, no valor de R$400,00 na
forma do artigo 20§4° do CPC. Cumpra-se o duplo grau obrigatório.

• Rio de Janeiro, 24 de março de 2008.

ALESSANDRA C SSON
Juíza de eito

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