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Jaime Bergamim
como ele lida com os objetos lúdicos. Atirando, quebrando, Comentado [FT4]: Exatamente, Jaime. Aqui temos uma
representação "clássica" de como a criança percebe e
acariciando, mordendo e até mesmo verbalizando os seus relaciona-se com o outro (e, principalmente, consigo
mesmo).
sentimentos são demonstrações claras do meio em que ela vive.
Desta forma, antes minimizar o sofrimento dessa criança, precisamos
devolver essas ações aos envolvidos no processo de formação,
resolvendo o problema do meio. Comentado [FT5]: Aqui temos outro ponto importante: a
fantasia. É na infância que ela é vivenciada pela primeira vez.
Até antes mesmo do nascimento o corpo do bebê é constituído por É fundamental como a criança constrói esta fantasia- ela
seguirá sendo reconstruida para que ela (e depois na vida
adulta) possa suportar a realidade que se apresenta.
meio de marcas simbólicas que o Outro (representado inicialmente Deixo uma dica de leitura:
por quem exerce a função materna) irá imprimir nas diferentes JORGE, M.A.C. Fundamentos da psicanálise de Freud a Lacan.
Vol. 2 A clínica da fantasia. Rio de Janeiro: Zahar, 2010
funções orgânicas.
Por conseguinte, os efeitos dessas marcas organizam o
funcionamento do corpo e do psiquismo do infans. Comentado [FT6]: Exatamente, Jaime.
O pequeno sujeito, para vir a ser marcado por esse Outro, deve ser
idealizado por ele, imaginariamente, antes mesmo de nascer. É Comentado [FT7]: Ótimo, como Lacan dizia- somos
"desejados" antes mesmo de nascer- e é esta carga/desejo
necessário salientar que essas marcas imaginárias e simbólicas que irá moldar- e muito, o individuo. Nasce, justamente
deste desejo do "outro", o processo de repressão, quando
muitos desejos próprios deixam de ser expressos. Acabamos
terão forte impacto e irão imprimir singularidades na parentalidade e, vivendo (e sendo) a partir do desejo do outro-
principalmente daqueles que foram as pessoas significativas
portanto, nas funções orgânicas e simbólicas do bebê. O olhar da primeira infância.
idealizador dos pais sobre a criança irá constituí-la subjetivamente e
o bebê, nessa dialética, com suas características e manifestações,
como o choro, o se deixar embalar para dormir, o relaxamento ao ser
alimentado e cuidado, etc., também produzirá impactos no
psiquismo dos pais para continuarem a cumprir com suas funções
parentais. Comentado [FT8]: Exatamente, Jaime.
Os pais nesse ponto de vista não podem ser vistos como objeto
ameaçador do ser bom ou ruim. Isso fica muito claro quando falamos
da figura dos envolvidos. Comentado [FT9]: Sim. Constituem-se enquanto
referências. Nos Módulos 07 e 08 falaremos sobre Lacan e o
Logo a psicanalise com criança não pode visar em si mesmo a cura, estádio do espelho. É outra compreensão muito
interessante.
mas prevenção desse futuro adulto que terá sempre dentro de sim
uma criança.
Assim, cuidar na infância e estruturar a psique adulto do futuro
homem (homem, o gênero) que tem dentro de sim uma criança bem
preparada para lidar com as frustrações que tanto podem ser
recalcadas que um dia vai explodir ou com aqueles que vão surgindo
ao longo da vida.
Educar bem hoje, para sermos melhores amanhã, eis o nosso
desafio. Comentado [FT10]: Sim, desafio este que se reflete,
também, na clínica psicanalítica.
Inverno/2023
Parabenizo pelo texto, Jaime. Desejo ótima continuidade de
percurso e conta sempre com a EPC!
Curitiba-Colombo-Pr. Junho de 2023
Fabricio Tavares- psicanalista
09/07/2023