02 - MOTOR DE POPA

1. Generalidades
O próprio nome “Motor de Popa” nos dá a obrigatoriedade de tomarmos cuidados
na sua operação, pela proximidade do operador com motor, pois qualquer descuido
poderá ocasionar sérios danos ao operador, ao motor e consequentemente para toda
a tripulação. Existem também regras de instalação, de partida e de proporção de
combustível que o operador deve seguir para obter melhor rendimento e segurança.

2. Especificações
a. Potência do eixo do hélice - 25 HP 4500 RPM

b. Regime de operação - 4000 a 5000 RPM

c. Proporção de combustível

- 50:1 (2% óleo 2 tempo náutico) - uso normal

- 25:1 (4% óleo 2 tempo náutico) - uso em alta velocidade

d. Capacidade de lubrificante na caixa

- 325 ML (OE 90)

e. Capacidade do tanque de combustível - 22,6 Lt

f. Hélice: - 24x31 cm (9 ¼ x 12”)

g. Peso: - 51,8 Kg

h. Cabeça de Força: - 2 cilindros em linha

i. Cilindrada: - 521 cm3

j. Sistema de Ignição

- Energizada por magneto, com descarga pelo condensador

l. Autonomia: 2 horas
3. Principais Partes do Motor de Popa
a. Partes externas

1) Controle de Velocidade

2) Botão de Desligar

3) Interruptor de Emergência / Botão de Desligar

4) Alavanca de Marchas

5 ) Manivela de Inclinação/Marcha

6) Suporte de Inclinação

7 ) Admissões de Água

8) Punho de Partida (Arranque)

9) Conector de Combustível

10) Mudança de Marchas (VANTE, NEUTRO e RÉ)

11) Botão do Afogador

12) Reservatório de Combustível

13) Mangueira de Combustível

14) Bulbo Afogador

15) Mecanismo para navegar nos lugares com pouca profundidade

16) Indicador da Bomba D’água

17) Fricção da Direção

18) Botão da Mistura Ralenti do Carburador (mistura ar/combustível)

19) Ajuste do RPM de Ralenti (marcha lenta)

20) Fricção do Acelerador (obs: não tem no motor JOHNSON)

21) Hélice

22) Proteção contra corrosão anodo ?

 b. Cabeça de Força

Os motores de popa usam um motor de combustão interna que fornece a

potência para girar o hélice. Combustão interna significa que o combustível é
queimado dentro do motor.

Na cabeça de força do motor de popa encontram-se localizados os

componentes encarregados de transformar a energia térmica em energia mecânica,
propiciando através dos demais componentes do motor a movimentação do hélice e o
conseqüente movimento da embarcação.

Os componentes localizados na Cabeça de Força também são divididos, para

fins de estudo, em órgãos fixos e órgãos móveis, tendo cada um deles a sua função
definida dentro do mecanismo de funcionamento.

1) Órgãos fixos e suas funções

a) Cilindro - Serve de alojamento do êmbolo (local onde o êmbolo realiza

seu movimento descendente e ascendente); sua quantidade varia de acordo com
o tipo de motor ( 1,2,3,4, etc..).

b) Mancal - Serve para fixar a árvore de manivelas ao bloco do motor.

c) Junta - Serve para executar a vedação das partes móveis da cabeça de

força.

d) Cabeçote - É o fundo fixo do cilindro, local que serve de alojamento para

as velas de ignição e as câmaras de combustão.

e) Cárter - Serve de alojamento dos órgãos móveis do motor e recebe

pressão dos êmbolos necessária à lubrificação do motor e admissão do combustível.

2) Órgãos móveis e suas funções

a) Êmbolo - Recebe a força de expansão, produzida pela queima do
combustível.

b) Pino do Pistão/Êmbolo - Transfere o movimento do êmbolo para a biela;

pode ser livre, fixo ou oscilante.
 c) Biela - Recebe o movimento do êmbolo através do pino e o transfere para a
árvore de manivelas.

d) Árvore de manivelas - Transforma o movimento retilíneo do conjunto

êmbolo-pino-biela em movimento de rotação.

e) Volante do motor - Armazena energia no tempo motor e a distribui nos

tempos resistentes.

c. Rabeta
M
1) Componentes da Rabeta

a) Caixa de Engrenagem
- Alavanca do deslocador (A)
- Berço (B)
- Cabeçal da caixa de engrenagens (C)
- Bucha (D)
- Engrenagem de ré (E)
- Eixo do Hélice (F)
- Cão de embreagem (G)
- Engrenagem de vante (H)
- Rolamento de encosto (I)
- Arruela de encosto (J)
- Rolamento de roletes (K)
- Pinhão (L)
- Vareta de mudança (M)
- Caixa de engrenagem inferior e Caixa de engrenagem superior

b) Bomba d’água
- Carcaça do impulsor
- Placa do impulsor e junta
- Taça do impulsor
- Impulsor
- Chaveta
4. Sistema de Combustível
a. Bomba de Combustível
A bomba de combustível é do tipo de deslocamento por diafragma e é
operada pelas mudanças de pressão no cárter. A sucção e a pressão no cárter são
transmitidas ao diafragma da bomba, alternadamente.

b. Carburador, Combustível e Mistura

1) Carburador
O carburador mede e distribui o combustível consumido. Ele controla a
velocidade do motor e a saída de potência, variando a densidade da carga de
admissão. O carburador tem circuitos múltiplos de mistura do combustível para reagir
corretamente a diversas variações das condições de funcionamento.
O carburador fornece ao motor a mistura correta de ar e combustível.
Para acomodar os diferentes tipos de cagas e velocidades de operação, o carburador
também deverá ajustar a quantidade da mistura de ar e combustível que entra no
motor.

Os carburadores usados nos motores de popa Everude e Johnson têm

dois conjuntos principais: corpo do carburador e a câmara da bóia.

2) Proporção de Ar e Combustível
O motor precisa de aproximadamente de 12 unidades de ar para
cada unidade de combustível, que são medidos por peso. Se a mistura não estiver
correta, ela não se queimará adequadamente.
Uma mistura com mais combustível do que deve ter é chamada de
rica. As misturas que são ricas desperdiçam combustível e aceleram a formação de
depósitos de carvão nos pistões, anéis de segmentos, câmaras de combustão e nas
janelas da descarga. Estes depósitos podem reduzir o rendimento do motor,
superaquecimento do pistão e graves avarias na cabeça de força.
Uma mistura com menos combustível do que deve ter é chamada de
pobre. As misturas que são pobres queimam demasiadamente rápido e muito quente.
O óleo de lubrificação é misturado com o combustível de modo que as misturas pobres
não tem tanto óleo como deveriam. Alguns segundos de operação em alta velocidade
com uma mistura pobre, pode estragar os pistões e outras peças internas do motor.

3) Mistura de Gasolina e Óleo

a) Uso Normal: todos os motores de recreio e comerciais precisam da mistura

de combustível e óleo na proporção de 50:1.

b) Alta Velocidade: qualquer motor de recreio que seja usado em velocidade

precisa da mistura de combustível e óleo na proporção de 25:1.

c) Trabalho Pesado: a proporção de combustível e óleo para os modelos de

recreio é de 50:1 (2% de óleo) quando o motor for usado para fins comerciais, de
aluguel ou de trabalho pesado contínuo.

4) Instruções para misturar a gasolina com o óleo

A proporção da mistura de combustível e óleo é de 50:1 (2% de
óleo). Utilize a gasolina para automóvel e um óleo, de alta qualidade, para motores de
2 ciclos, náuticos. Após ser preparada a mistura gasolina/óleo 2T, esta deve ser
utilizada no prazo máximo de 7 dias, tendo em vista a grande tendência de formação
de “goma” na mistura.

ADVERTÊNCIA DE SEGURANÇA: A gasolina é extremamente inflamável e altamente

explosiva sob determinadas condições. Desligue sempre o motor e não fume, nem
permita chamas ou faíscas vivas próximo da embarcação ao reabastecer ou ao trocar
os tanques de combustível. Faça sempre a mistura numa área bem ventilada.

a) Tanque Portátil - Para as temperaturas acima e abaixo de 0°C

( 32°F ), despeje aproximadamente 4 litros ( 1 galão ) de gasolina dentro do tanque.
Acrescente a quantidade necessária de óleo. Complete com a gasolina restante.
Instale a tampa no tanque e incline o tanque suavemente para os lados para distribuir
o óleo.

b) Tanques Permanentes - Para as temperaturas acima de 0°C

( 32°F ), despeje o óleo lentamente junto com a gasolina à medida que o tanque
estiver sendo abastecido. Para as temperaturas abaixo de 0°C ( 32°F ), despeje
aproximadamente 4 litros ( 1 galão ) de gasolina dentro de um recipiente a parte.
Acrescente a quantidade necessária de óleo. Instale a tampa de abastecimento e
incline o recipiente gentilmente para distribuir o óleo. Despeje lentamente a mistura de
gasolina e óleo dentro do tanque junto com a gasolina à medida que o tanque estiver
sendo abastecido. Para evitar centelhas eletrostáticas, use um funil filtrante grande
metálico. O bocal de gasolina deve fazer contato com o funil metálico durante o
abastecimento.

4. PROCEDIMENTOS DE INSTALAÇÃO E PARTIDA DO MOTOR DE POPA

a. Amarre o motor com um cabo na embarcação, coloque e centralize o
motor no gio da popa e aperte os parafusos de sujeição do motor com as mãos.
b. Coloque a manivela de inclinação/marcha na posição de MARCHA.
c. Encaixe a mangueira de combustível no conector do motor.

d. Abra o parafuso de ventilação, que está situado na tampa do tanque

de combustível, se o tanque estiver equipado com ele.

e. Aperte o bulbo afogador, até sentir resistência.

ADVERTÊNCIA DE SEGURANÇA: Antes de ligar o motor, certifique-se de

colocar a alavanca de marchas em PONTO MORTO para evitar o funcionamento
inesperado do motor e a possível situação de “alguém cair fora da embarcação”.

f. Gire o punho do acelerador para a posição de mudança de marchas

(ou mais lenta).

g. Mova a alavanca de marcha para o ponto morto.

h. Gire o punho do acelerador para a posição de arranque.

i. Motor Frio: puxe o botão do afogador duas vezes e retorne-o para a

posição de aquecimento (a linha de cor deve aparecer)
NOTA: Não use o afogador quando o motor estiver aquecido.

j. Puxe o punho do arranque lentamente para engatar o mecanismo de

arranque e, depois, puxe-o com força.

k. Verificar a saída de água do indicador da bomba d´água.

 l. Depois que o motor estiver aquecido, empurre o botão do afogador
(nenhuma linha de cor deve aparecer).
NOTA: Não opere o motor acima de ½ aceleração em ponto morto.

5. PARTIDA DE EMERGÊNCIA
a. Remova os três parafusos da carcaça do arranque. Remova o conjunto de
arranque.

b. Utilize uma corda de 6 mm (1/4”) de espessura e faça um nó em uma das

pontas. Ponha o nó no rasgo da roda do volante e enrole a corda ao redor no sentido
horário. Certifique-se de que o motor está em ponto morto e siga os procedimentos de
partida.

ADVERTÊNCIA DE SEGURANÇA: Mova a alavanca de marchas para o ponto

morto, antes de acionar o motor com a corda de emergência.