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OS KAR,I

0 1 crepúsculo de, um
1

p,ovo sem história


Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai
www.etnolinguistica.org

ALFONSO TRUJILLO FERRARI


-

os KARIRI, o CREPOSCULO
DE UM POVO SEM HISTORIA

. '

PUBLICAÇÕES AVULSAS DA REVISTA "SOCIOLOGIA"


N.0 3
São Paulo, 1957
.t1 P R E S E ..·. T

PARA se divulgar mais amp'mmente um traba-


l.ho que aparece-u na revista SOCIOL0 G.I A, 1em
1

divers·os números ,, publica ...se agora o pr,esente -es


tudo do Prof .. A,lfonso T·ruji.llo Ferrari .sobre os
Kariri.
. st'e trabalho r.ep,resentia,. de um l,ado, uma
contribuicao ao estudo das noss,a poputa ões', com
enfase no domí-a·io da Ant·ropologia oci:az e Cu.l-
, u, al e . de outro· lado, .trat.°' t am bém do· .aspectos
1

hi tón-cos do mesmo pr·abl-ema


O tratamento da'do aos Jenôme·nos de mudan-
c,a - ocial e cult ural servi·rá., certamente, .de sub. f...
dio a quem quiser e,,r,tu.dar ti nossa política in
dianista.
Por últ-imo, o· estu,do em aprêço representa o
resulta,do de uttl .e i1it.eressante esfôrço colateral. e
p,ar'ticular, levado avante pelo .Prof. Alfonao Tru-
jillo Ferrari, ao trabalhar na pes,quisa realizada 1:io
rio São Francis'co,. sob a direção geral 1d·oPr,of. Dr
Donald P'zerson, p,esquisa. essa patro,cinada pela
1

,1!Jgr,egU1Comissão, ·_·acional do ·val d w ÕAJi _


Francisco· ..
,eyr _, rr ck
INTRODUCAO

OS KARIRI

O.. Os K.arfrl d.e Colé gio: ·um grupo tribal abrasileirado .


1
15
1. O ·Grupo Karlri . .... . .. . . . .. . . . . . . . . . . .. ........ ......... .
2- Os, Kariri:1 e as •Cidades n or,destinas . . . . . ... . , . . . . . . . . . .
1
1
21
3. A Aldeia de Co1é,gio .. . ... .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . -..

A PRIMITIVA ·CULTURA KARIRI

4 Traços da Primitiva ·CUltura Karl-ri Z1


a.. Aspectos materiais da cultura Kar1r · . . . . . _ . . . . . . . 27
b , Aspectos socia'is da Cultura Karir1 _. _.. . 1 ,. . . . . . . . . . 30
e·, As'pectos das crentas dos Kariri 33

0S CONTATOS CULTURAIS DOS KARIRI


1

5. Os Contatos, culturais E! .as fontes históricas 7


a. O exterminlo dos indios e a procura da minas . .
1
38
b. A ·Colonização e a. lm.planta.cão do, currais . . . . .. . . 40
e As biandeir,as • ,.... ,. ... .. ... .. .. .. ... .. . .. . .. .. . . .. ... ... _. . .... . . . . ·15
d A caça e a 1escravatura do lndio .. . . . .. . . . .. . . 46
e. A penetração dos religioso e a fundaclo do, ua1deia•
mentos'' !li !IJ<ãlÍ'llii '■lal■!E,■Tiill■,at.iii .. +i.i -IS
t A guerra d.os holandêses . 5'0
g.. "A guerra do•s Palmares11 53

A .MUDANCA CULTURAL1 D,OS KARIRI

16. A. Dinâmica da mii.dança cultura] . . . . 1! "J 1! li ■ li . 111 1 1 t Ili • il I li 57


a. A tn\ldanç.a dos aspeetos materiais ,da cultu-ra Kariri 57
b. A muda_n.ça d:a sociedade Karlrl .................. 61.
e. A mudança no listema de crenças dos Kanrl . . . . . 66
SITl!'ACÃO ATUAL DOS KARIRI DE PORTO REAL DO coL- GIO

7. De Cultura ·ara Sub• ultura n.o p,roce so do 'a', - sil i-


ram·n o 71
8. Asp -ctos Materiais da Sub ultur.a ., .., ,. . . , . . . ,. . . . ,. . . 72
a.. 1vida es t r a , ·vas , t r a
1 ,formativa" o , bit "'."'3
b. A ·e.râmi ·a: ba. ,eco1 .ômic, dos K a r i ..., .. ,., . .. . .. 73
· obten ~ão prep o ·do , arr 1 . • • • ,. • • ., .. .
'1,
·1
3 0 alisamento ou a isado
1

.75
4) A coccão ., . ..... . . . ,... ,. . . . . .., , . ,., . •·. ,... - ,. · 75
e.. · abi ã0i, mobili ..rio. d.1Ef a ves uârio
'9. A , stru ura So 1al da Su·, ·ultu,r 79 .
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SQMMAIRE . . . . . ,. . . . .. 95
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·xi tê--1cia do,s povos depe·nde dominant-_m nt da do '_.::g,e:..1


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de d. a: or a. - as i1Tt-1grativas a - d-. int rativa.s.. E11:quan_to


ho ·.ver equ.1lí.brio entre an1ba'.s, h.á ·um. e stado qu · pode ser conside-
,,a _ e n1 . 1 o al · q a.11do as, i11t . g 1 a 1 . p -· _,J e 1 n há o e 1-es. i- 1 1- -

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o ,de e-nvolv] · ·ento ·· .n ·. :-. for-; .a d,e· i1 -
tegrat1va: mpe am, o declínio de u·m po o ,-nque tionável. :S.ste
1

u ' a -' I. u . lm, i te exige Ulna análi - ' 'O . l =-


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' o . Q,U co11sti- 1 ·"'

tu,em .ca, a · _·_. _ d,e , a · forca . , anál1 . · coc,a,


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d,e parti- ,u-.-.r,,.,_

cul · 1 - c1a"s. Ain · 11- e 1 ma --J · se


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col _ ao , a iri - mat,ér1a ,do pre ente l1v1o- -


1• f, ob exame
mult1d to ai no t··mpo e no ,e·paço. '"'11./'1.,LJ'-·ot1na·--, ..e........·equ neia.s
de p oce ·so •culturais que o levaram ao declínio. Ra:zão pela qua],
hav,ermo-. intit·ulado ê te trabalho de uo repús ulo de um novo ero
l11istória ,,
Um epúsculo de quatro século. e qu;. agora,. ir11,p1·teri-ve1-
ment- , . hega a seu fim, sem todavia _-• clip ar o.· pouco,s· rastros
s - etnia que, dépoi.s . da Tupi foi sem dúvLda,. .
da, que mais . con-
t ·jbt1iran1 pa a a 11ac1on,a idade brasil 1 ,
_ ,o.·Ka. 1ri ante o 1m:pacto, de ultura , e ót1c, --""' partieula.rmelite
ant b-ate cultura lu-itana, of u lte ·.aç e · tanto n.a, SUJl
1 1

· . ··'.ur. oc ai .co1no no seu acê_ · r0. e. 1.u. ai -, . endo · 9,11·_ eqi1ei;i.- 1

n1 n _- ,.1. · ,d. n ... a i s,o ·, . de . · -. n . c1 •


F

g n......_....o rattal. q:ue d·eraDl novos _pro.·ut étnico-- proveni,entes. da


am ·_,. - m _, -··e et1ropeu ., afri ·ano ··, k. . irt
O obJ-t,!vo de te trabalhoi, visa po tanto _--·i,, qu.e tem sua
, - ·p · K _··i i qu- t .-' m · bas,es
raaz- · 11 r ' -- olomb-1a os 1 -. -

da num •
o a populaçoea do nord:este, o·· Kaa"1ri que a-uxiliaram•
o·s u _u1rale1ro•s ,· na expansao dos seus. rebanhos ; os Kari.rJ CDte·
en · ossaram as colunas das "entria1das e "b n·deiras": os Kariri
1 1 li 1 \
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qu n a1sa m agresb/. de:, sertão abrir m u coraç.q_ ,-..U- Y',t


/ ,,
10 ALF0NSO TRUJILLO FERRARI

religião ; os Kariri qu-e mancomunados com· ·os eur.opeus, ampliaram


as elarei:ras e extendera._m o.s c- n viai.s Não se trata de f m:r uma
apologia, más sim explicar por que êste povo, ante o eh:c,qu1e -cultu
- i- .

ral, tornou-se submisso às influências de- além mar, modificando


se us antigos, hábitos· e costum,es ...
N·o con.vívio eom o europeu os Ka.riri, não s-ó-a1dotaram vesti
mentas e deram nomes p.a,ra seus. filhos, não aó trocaram o are.o
e a f]eclia pela enx.ada, f iean.do .s.endentários, mas tamibém ao se
tornarem cristãos ,foram afetados prof µndaménte na sua vida
espiritual. E· foram assim con.duzidos à um. nov·o ºmodus vivendi".
A intenção - n·este estudo - não é ex.altar os predicados deste
povo O'U· pintar os seus. :feitos épieos-1 mas prende-se :a tentativa
c·ientír1ca ·d,e de-s.ererver os ·re_sultados. d ma pesquisa de campq,
ao Iaao da an.á]is.e d-as fontes bibliográficas,.. ·pro cur ando .a maior
obJetivi.dade pos,stvel, e· excluindo as valorizações -subJetivas,.
E' .6il>vio es, l recer que na. ela,boração deste trab:a}bo não se
pretendeu lançar iµáos- das te.orias existentes no- terreno antropo-
J6gico e sociológico, de ·acôrd.o_ ,com os •interêss.es e pref'erên-cia . de
certas. escolas ; .ao contrário, proc.a ou-s.e manter as teorias dentro
dos- dadorS- con:venierttemente an,alisaidos. s.ob ·um p:t-ÍSlll:3 de. crítica· e
enunciados da man,eira mais simples. P"ois se o -autor não toµiasse
esta posição 9µ não d1eixasse ·bem· -assent;ado este cr' it ério - as
hipóteses propostas ............os ê,rros ou falhas não seriam úni,ca e
e clu-sivamente de su11 responsabiliidade,.
_ 0ptQu s'.Ek ainda pel c9mbint\:ÇâQ cJo dados colhidos-.. a "S•
.• - •. --se
quisa d-e campo; eom es -ssas :-onl,es
f. b·b1•· 1ogr. ·_
áfi"'cas.;
"' ensa1ou
• .
J.

-4-.
. .. 1. ·. 1

tambéll), um quadro de referênéia classi!icatóriq das tri us, pre-


vendo suas dif erente-s configurações eultu.rais - grupos tribrui-s-
oµ tríbus que conse-rva.m sua primitiva ·eult ra, grupos que sé
encontram em processos d.e mudança e de desorgani2a.Çâo social
e que eheg ram a ·ee.rto estâdo de -'.ábraslleiram nto;,, oµ ., cultu•
raçã,o, ou atq-uêles que se colocaram numa certa posiç;ão marginal,
e -ainda das t:ribua extintas ou desaparecidas _, com o fim de· aituar
a p0siç:ão ,dos Kariri nesse co,nspecto.
A parte metodolégiea s,e firma em diretrizes diacrônicas e
sinc:rôniea·s,, sob uma persp ctiv histórico•etnológica ,e so,eio]ógica.
Não ·s,e procurou. como j.á afirmamos, o exótico da primitiva. Cltltura.
Kariri, mas sim aq,uilo que et·a on par ecia r, segundQ as fontes,
pad.rões ,estanda.r,dizados. As possíveis contribuições sine.rônieàS,
·OS KARI'RI 11.

resultantes d.a bre ·.e pesquisa, são a.na]·· a• ligeiramente, tra-


tando ..·· d . levantar algumas hipó,te e, que poderão ser ·perf e1ta•
mente te tada · em futaro-s trabalhos de· cam. o na área em questão;
po out o lado exclu1ram•se certas diret_jze de carácter etnográ-
f'ico tradic10 a·- , já tratadas em livro-. de etnografia, sô,bre as.
cultura•·· pmmitivas e pré-letradas do .B.ra 11, ou mais especifica-
e

mente, sô'bre os Kariri.. Isto é,. origem da, tribu, suas migrações,
sign ªficação do seu nome, es:pl!l,nados e·m trabalhos como os de
.Porto Segui,o, Ro.dolfo Garcia, Estêvão Pinto e outros que O· leitor
poderá c,onsultar..
Um outro problema etn.ogr.áfico qu e apena · se cogitou foi o
1

de identi'fi ar quais os grupos tribais ·que perten 1ciam ao estoque.


· • pois
K. a:r,1r1, .
mw·tos a u.t ores o,s tem
. . d·•O com o,s T·.erem.em b··e·
a soe.ia
lcó, Pia&a ... ,Caratiu, Genipapo, .Sucuru, Ac,ona..,, Rodelw Janduí
Sabuja,, Cariu, ,e outros. grupos tnbais, tanto de.sapar.e.c1dos, como
o ··que aind restam - embo r a aculturado n em pr,oce so de a,cn1l-
turação - o citado estoque Kariri.
e, ta nota introdutória deve-se também e· pl1ea,r. porque se
_.
1

pre cinde da comparação com outras tribu bra, 1]e1ras e ameri-


1,

cana·, não ob-tante as múltiplas considerações científicas que de a


poderiam ter emergido. Em primeiro lugar ·por ser apenas um
esquema e, em segundo lugar porq·ue, apesar do esf'ôr,ço multi-tem•
parai para o estudo da cultura Kariri na súmula. propostas (cul-
tura primitiva, contatos, mudanças e situa,ção atual), muitos as·péc-
tos da cultu.ra e da socieda:de, não f-oram focalizad,os cenveniente-
mente devido, a falta de fontes ..
1
0ont r ar 1amente ao que su.c.ede co·m estu.do de outrM tribus,
o autor viu- e obrigado a. s ir do ·qu,e ·e , on i.dera ,o campo d .an-
tropologia e sociologia ·pro·priam.ent ,d·to para qu.a,dnnhar o
terre·no, da hi _tória na procura de in díc1O, ·obre a t ·-ibu em ,questão.
1

A. .·.·olha d-o grupo Kariri dei Porto Re·al do, olégio -como
o·bJeto, ,de, - 'tudo foi, de certa fo.nna, c1rcun ·tancial, dado que o
que se prete • dia er:a nada mais qu,e e. tuda.r alguns, aspectos. das
técn1 ·as de fabrico• da cerâmica,. para servir de base a um estudo
eompa.rativo com as técnicas utilizadas em c·arrapicho ( distrito d.o
Municíp,10 de Neópol1s- n:o Estado de Ser,g1pe). :e.ate fato explica
também, ,porque ,o autor- não traç.o.u,· ·um quadro- cias per&p.ectivaa --de
uma mudança dirigiu-a -do grupo Kariri• em· têrm.os dos v:alares
' '

atuais· da ' Cultura Nacional Brasileira•, Em outras palavras) pr-()·-


12' .ALFONSO TR'UJILLQ, FERRARI

curar. interpretar s·uger1r a integ· . ·-:--o-do·· Kariri n. área . de


ma ·or pr,odução aci.on.a_l, no seio da-· comun1dad es d - v·ado pa-
1

d-1-ão d . vida, ou das que idealmente apr.ese:p.tam u.m nível satisfa-


t6r:io; sugestões que também co]oeariam e!TI foco o_s dif=.ie_nte·· p :....
bl emas sociais, tai eomo ,analfabetismo, saúde, : sintegraçãa f a ; ·
1
R

lial,, desocu·paç.ão, profissionalizaçãq .- qualtift ação do t ·abalho e


outros fatos patente - nest ·.etor. do Vale d Rio Sao ranf1i _co.
•tes problemas na·turalme·nte1 na omatória .egional redundam
n·11ma - ta_ naeão .. ·onomica de!rcit' ria pa _ a ã . P -r , -
- 1ge-se maior compreen ao e obj t1viamo ·,aJ na r
humana e econômica de sa popu'la õe, ... A omi -são d s.
t- . nã,o im. -edem _u· o co,nhecimento :_-s fato ·_ h1 ·· '-"-•---
te h
atuado e mod,elado a atu.al configura à.o eultu ,a,]. Fa:tores ês 1

.qu·e servem de J:>a,e para . - eh•,egar a uma mai r con11 ·ee11sao a


p esente e trutura ociaJ, o que pe mi e ·ta·mbém, mai e recu -
os parn que essa estrutu ·_. pos .a er m _nipt: lada, . o venien> ,
m nte· num..a muda11 a d·ri .ida con1 -r ndes vantagens b nefíci .
ta11 o p,ara os l{a .-i_i e pa -a outra .'ociedad
1 · mel ,11 s om -
·para .os ex,eeu.tore _- de 'Sa política 1ndigenista.
Convém por •out10 lado d€1xar ·e.xpres,_o que e -t. trab lho
foi p-ossível ..graça ao patrocínio ,da Com.issão Nacio11al do Vale
do Rio São Franei c,o e da E cola de . oeiolo c- 1a e Políti.ca de _·- ão
-a lo., emb ·.ra ,a pr ente produção C·on titú -
1
ena u ape11d1 -'
de um estudo maJis completo numa pequt>Jia comunidade do ·vale
' 1

no setor do Baixo Rio ·s'ão rancísco : Potengi, 11a ma ·· m ala -oa-


na, ·pe,s-qu·. que p,o· _ua . ez fa,z parte de U:1n . ograrn- 1a"s a· p o
de estudo· sobr,e 1 áriaa comu11idade l1e1pa1t1das e 1 · i1ferer : · .
zonas do Vale ,do Rio Sã,o Francisco, caracterizadas por un1a série
de fator _ , · 0Jóg1co ;' soeia1 - cultura1 1 .- e histó:r
- . ···o- alé1n d.e out ·o .
para o qual foram escoJhido: - expre, __amente.. iss.es e.- .ud·o_s que
fora1n r,ealizados sob a direção .do .Prof., Donald Pi,er o ,. al m do
já en·unciad 0 , são: ' R:etiro e Cerrado,,.. no Est o de Min.as Gerai ,
1

p or E- dra. Borg,e,
1 osta; ·-·Rio Rico e _o ,Ge ai.s no oes-,- · o
E ta,do da Ba.hla, por ·Levy .Cruz;· "Xiq.ue ...x1qu e Ma1:reeas·", -ao
no,rte do E:st da Bahia, ·por Fernan.do Altenfeld :r Silva ; "Agre. te ·,
no E tado rde Pernambuco po·"· Octávio· da Cos · Eduardo "'Pa · -...
gem. Grande"' no, Estado de Al go.a-, PQr A,leeu ard Araujo
Essas pe-·qui. 1a·s, quando p·ubl'i:cadas, s· r,ão. de gr.ande utilidade-, não
186para o conheeüttento ·9bjetivo deáaa -..populações do Va.I · mas tam-
OS K.ARIRI 13

'ém para ofere · i- qualquer prog 'ama de ação um· . _·timativa


coerente .do poten ia] humano e dos recuraos naturais que cobrem
aq·u, le imenso e hi ·tórico Vale da n&çao ,brasileira.
F1nalme11t , ·.pr esso meus agra.decimentos ao Dr Cyro B,er-
1

-··n,k dd. ,direto ,d E -,,cola de Soc:iologia e Política, por ·eu decidido


1 - I

,apô o e estímulo, b m , omo ao Prof .. Antonio, Rubbo M 'º'1le. , ·_ec etário


• 1 1tada inst1.tu1ção; faço igualmente p·úbl1eo o m u ie onheci-
1

mento ao Ptof. onald Pierson po , · u.a orientação, dedicaçã.o e


··on·. elh,os durante a p esquisa d.o Val ,e particulanne1nte na elabo -.
r.a ão da. mono. r .·fia d,e Pote11gL Qu. ro lembrar também as su•
·.,estões do Pr,of. O acy Nogueira ao qual fiquei muito grato.
·ias. '_ ,ar"a ln_ C,.. d.e · l'_ u ,i edo Steine ia I abel
Santos · ·· - .alho e S,rta.a,. · ·ieta ·.-tbeiro e Adalg ·. .. de, Almeida
:juda. c1_n.· · - eon·-ta.n e _.. r ,vi'ao do texto m 1tugue.
O . stJmário _ q·u_ aparecem ne, te. livro,. foram .i;rent1lmente p1·e-
parados por meu . atenciosos colega . e amigos:: Prof'. Harry Wi.Jlíam
utchins.on,. na v r ão inglesa; ·•. Guilherme Saake .V.D .., na
··. ão .alemã; Prof* , amilo Cecch1 n- v r ão italiana; · ·of . . -·agib
1 1

J Rahal na v - ··. ,o franoêsa · _.. Yasuhiko n .. n ve1--são


J'. ·onêsa, a q ·m . u muito. obr1,-
-.

OS KARIR'I
O. OS K'ARIRI DE CO GIO: UM GR'UPO TRIBAL
1

ABRASILEIRADO (1)

Porto Real do Colégio, ou simplesmente .Colég o é uma cidade


nordest:ina, do Brasil, à mar-gero ala.goana do io São Francisco,.
defronte a cidade sergipana de .Prop,riá ...
· ·a atu.ali,dade, Colégio é a séd.e do m· n·· ipio q·ue leva. seu
próprio nome, com uma população d,e 4 948 h.abitantes, sendo.
2.971 (2) corre 'pondentes ,a. área urbana e 1suburbana, representada
pela P1rópr1a éd·e Ness.a localidade, ainda encontf'. ·mos remanes-
centes ,do· Kar"r1, outrora nação am.plam,ent,e ,espalh.ada pelo ·nordes-
te, desde, a B,ah1a até o e le-a r á, e eventua.lmente até. Piauí
Um bairro da cidade, denom.inado "Bairr.o dos Karir1 ", serve de
residência a numerosas f amíli s descendentes ·dos antigos Kariri
e d,e outras tribos a.Jdeadas. pelos jesuítas no século XVII,. como
veremo , m.ais adiante. stes 'indivíduos não se diferenciam por
seus t!aç,os culturai1s· essenciais, como ,e poderia •esperar, da.s
outra p,opula,ções ribeirinhas dêste setor do Vale ; isto é, de: modo
geral a·presentam.s,e como p.articípes da 'c,ultura. nacional"' (3) ,,
embora, excepcionalmente, algull;s elemento da cultura Ka.riri se
evidenciem em certos rituais.

( ) O adj,e ,.vo, ".abras1le1rado" é empregado em t · mo,s do processo


d,e ac·ul:uraça.o na sua fa,se ·mais avançada na qual os elementos da cul-
tura indigen.a estão quase que totalmente mt -grado , e :submersos na ,cul-
tura na.cionat
(2) Censo ·oemográfico do· Estado de Alagoa , 1950, IBGE, c·onselho
Nacional de Estatistica. Rio de Janeiro., 1952.
(3) Empregamos o conceito "cultura nacional brasileira " tal como
ê e.xpendido primeiro por Donald Pierson e Mario Wag.ner Vieira da Cunh'.a:
1.948, X, pâg 41,, e depois por Charles Wagley: 195,3.,XVI, pág., 7,.
16 ALF,o· SO TR 1 . JILLO FERRARI

Afir,mamo , po ··, que o.. :· _riri atu11is de oi', . o const1tu em 1

um grupo tribal -abrasilei1ado ·, mbora esse con ·ito possa s,er


objeto •de d1 cussão., Igualmente, ao lad,o. da d1 .cu.ssão dêsse con,-
ce1to, pa,de-• - e _.,-i tar da . alid z d .. e· qtl'ema d · encja que o
aut r . alie t
1
eauir 1, - a n.ece - -,ida . , . análises ela º -
-ifi at-ória . , :- m · ·erno --·..:i e Etnolo -i -,-a i]e1ra, dada_
p11:ncipalme __ ·iriet1n tânci a) daquele·, . _u o tri.ba.1 ou
triboa q,ue ,__ e en,contr am i- olad· , to al ou parei lment.-, ,dos contato
1

culturais e s,ociais co:in os n ;o-brasiie·iros ;. b) . daqueles grup,os


tribais ou tribo- em que S'e' estão process-ando "
m1J,da,nça< nos·
p-adrões
e valores -ulturai , com a con . que, te ,desorganiza -o social e tri-
bal, e) daqu, le g upo - que -o · .... :',e longo co 1vívio ,om. membro,
da ·'cu.ltt1 ..a ,-_i nal -, · e acult . a ,·m chegando - -undir-se com
o grosso do 1 mento . ·u, ua. d , .. ula _ão -bra ile1 - , d) daquele :
ci ,
1

,que se de loca ,·_m da estrutura - ua p, imiti a =o_1 dade e de se,u 1

p,adrões cultu _ai - imperantes . em chegar a ajustar.se a sociedade


e cultura na 1onal, coloca.ndo se nurµ plano· de "Il),ar _in-ais" e) fi-
nalmente, da.quele" grupos qu ultrapassaram a, d organizaç.ão
trib,al e con qu -nte, desinteg - ....o culminando no ,-e- aparec,imento
da tribo, . dot ,m- . um es ttem " . efer,êneia qu,e d - nfa -e .a ,ê,--e
f en ....meno e tu._· i , e .so-iai,
1
q e pode . er ex -m l fi_ado com·
1

,egue:

1. Grupo 'tribais ou tribo , qµe conservam su,a primitiva


cultura: Os Xavantes, Karapo, Kub.en-Kra,n-Kegn, :Xikrin,
I uka. Hamãe, Azur1n1, P,arakanãn.
2 ,. G ·upo- -_ ,ba1 ou tr· ·_.-. -m processos de mudan.iç.a e desor-
,ganizaç. o ocial.: O,_ ,- raja, Kraho-
8 .. Grupo tribais ou t 1bo - ''ab,rasileirados ·, ou acultu·r,ado ,:
Os Kariri de Porto Real do Colégio, ou de .Mirand la., os
Kaduveo.,
4. Grupos tr1ba1s ou tribo, - mar,gin.ais-: alguns gru.pos Gua-,
rani
15' .
- Grupo - tribais o,u t, ·b -· de pareci os ::
Tup,1n _qu,1m, Tamoyo, Tu.pinambá

Desta forma,. situamos o,a Kariri de Porto Real ,do :Colégio ou


os Earirf de Miran,dela no Esta,do da B,ahia (M.etraux :, . 195.2, pág_
1

51) como grup 0 - "a'b.rasileirado. ', ·.mbor,a. e,onsideremos qt1e uma


1
OS KARIRI 1,

me ma tiibo po sa apr•esentax a.grup, m ent os t1ibai em mais ,d,e


1
I

um. ítem de nos_ o quadro ·de re e _ 11cia. Assim,! de maneira, geral,,


os Kariri podem se.r colocados entre o· "ab1 asileirado · e tam:béin
entre os- desaparecido , como no caso do Kariri-Butrei
Insistimos n.a elas _iíficação ·tlp ,: •·ndicad,a, por uma necessi-
ad,e ,. ientífica 1d1econ .·d•erar no _a. ectat1vas
1
- i ,'t ..·.es no
-,l__·_o etnológico, ·,, -. ··ez que, - t' l1oje,, tod - s a, cl - -i i açfie ·
, pr ·sentadas tem tomado como ponto ,de partida. a l1n ·-uf tica;
1

notando-se n ela a u ência de gera._ o. ·e,g,classificató, io · on1 base


1

em elementos cultu.1 ais ( Diégues : 1956, pág. 35) , ocioló_ ·,1cos e,


obretudo, numa ba, da dinâmica , ultu ·al e social tal como indi ...
camo . no esquem.1a . m a.preço ...
Por outro Ja,do n "."'.,opodemo· -_q, · e_ que para e e eend,er
a. contribuicao d .............
-
.:lo,
i '"l a ida d·. a ·1 é nece ,-.'. io um re
tro. pecto histórico At ,avés de um ot iro diacrônico, .-h ···'temos
ao atuais 'Kariri d, Colégio, e d.· sta o ma, poderemo - ompreen-
der muitos f en.ômeno _ de mudanca ultural, e ainda -o consequente
"_ brasileiramento".

l, ,Q GRUP'O KARIRI

P ela pri.m ra vez emergem, n _ hr t.óri.a, o · arL i ,q.uando


1

- o itados por F· n o Cardim na u, obra Tratado - da T ·rrc e


Gente do Brasil, embora ,os outros cronistas quinh,enti ta , chamem
d ·'Tapuias." a, t ibos ,que não falam a ' língua geral ' ou ''língua
ma1 · falada da co, t . Destart.e,, tal z os Kariri J ... o m conhe-
c "' o porém, não -d.ent" ieados, cab-n o ,a c.ard1m ah n. havê
I apontado no - 1 e par' gr -f', ·:. os no --e-.-- >,e--tão da
.... ---..

-.h1a,. que cha -.m ariri, t: m lín .u


1
erente .. .. . ·,o amigos
doa Portugue es' (·•··ardim: 1939·, p"',. -76).
A identifica ao da família Kariri como um estoqu,e linguístico
t .m suscitado uma . 'rie de discussõe · , confusões, muitas! das quais.
--
n.ão foram aclara•da , até hoje, e que. d" 1cilmente p,oder o ,--lo, como
no ,ca 'O dos, g'r ,po. trib,ais d,es·. pa e - do dos quai·- -e tem
, ·. umentação li - uf- ica e m. 1_0 dos a pec
1

,e1 ,ua cultura, ,d.e ·:u. or,ganizacão


1
i ·1, d,e .s,ens ..1 tem . - •de cren-
ça. e ass.im por ,diante
Von Martius considerava os Kariri con1ó sendo membros do
grupo GU.CK que desapareceu em ,on .equeneia •da r.ee truturação
i8 ALFONSO 'l'RUJILLO F~RRARI

&.e.ela : 1 : &500000
lH !\WC ffO ? 00
'!O 500
1

,, ...

• I RIO GRANDE
DO


oa.o
p Pes~oo.

,•
(·.,.. BRASIL
....._../)
\

-r •~t
B H 1 A L
~
Área ocupada pelos Kariri no século XVII

Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai


www.etnolinguistica.org
OS KARIRI 19

e, toques lin,: '"Ui t1cos feito po. , o , den Steinen, trazendo a


. ,oi

l z o gr·upo Nu-Ar uak. Entretanto, a posiçião dos Kar1ri ficou


I

_1 ara . er resolvida, porquanto o próprio Von den Steine'n d.eclarou


n· o ter co ·segl11 o ,aclarar êste impas, ., mas que, a,lgumas c',coin
ci eia como os ._ . :, -ACARA e.- AMACÃS sao in n e táveis '
1
, .-.
1

(
··a in
• am1 , . 1942, p .. ___ )
1 • ·

colocação do,· ar1r1 no u. G. ck é a1.....,.. - m. 1·mente


.....
co e, tada por B _ pt1 _ta Caetano d'A _ ·· gueíra na comun1caçã•o que 1

apar ee como introdu ao à Arte de GrO/fYW,tiea da L'ingiia .Brazilic


da Naç,ao .Kiriri, composta pelo padre· Lu1iz Vicencio Mamiani da
· iomp. nhia de J.e u , missionário qu, ·.foi nas aldea . da di ta. na,ção
( _da. Ed. Rio de Jan iro 1877) Emb ra Baptista a ·,ano defen- 1

com g .•.a·.:1· . nf'a -e a po i ao d lín,gua ' · , ir ri'


, .- .•
1
u '"t longe
G1.1e,-. en 1 . a t ão log1"t•· 1tu -lo n1anif .. t _1
1
con101

,-' u - :
,, Não fica decidido que o KIRIR ·- seja efetivament _ e no
i or da ,palavra, dialecto da LíNGUA GERAL mas v :-s que tem
muito dela,, assim como do KEC 1H U - CA_ LU e pr1nc1palmente• do.N
,_ 1_ l_ctos PA,c__P , , OS como ·O do , .IQUIT '.OS (pá L ·. rI) , ,E • • ' t

Af 011_ o A. - .· rei ta•.. na su,a t- · ·_ º .Congr d, I t6rra 1 1

nal," 1.t :·,··•o geográfi_a d· tr·oo 1ndíg n época 1


, • de cobrim,ent.' ·, n idera os Kariri orno se11do r.: ulta11te d,a


u· ...o do- ·Tupi com osi -Gê; entretanto, como já escla e u : erbert
1

aldus (195.4- pág. 252), êste tra1balho n,ão tem valol:' científico, pois
' . , nfuso e fr·eq- ntemente errado no que se refer a pre.st1mida
1

·i . m dos Ka ir'l
· dolfo sc·hull_· demon_ tra ,qu,e Karir1 ·ão t · · r- •ua·k- 1

,1be, 1.nd1cand. orno base para ,e.t afirmaçao p · ·n ·ipalmente


____...
t r1n·inação "ja , como no caso do nome sa.buia, , abuiá: lembra
i1 da outros como poia e iaripuja (habitantes do rio Negro e Maica) ..
Pertence a Luc1en Adiim o privilégio de apresentar os dialetos
'. _r i r i num estudo compa,rado, como con ti tni ndo um e toque lin- 1

, í tico independ.ente do Tup:i e de outra, família ,. · _e trab.alho


. -. eou princip,·, lm.ente no ma,t · 1al coligido por rnardo
. an·es prul iz lce11cio . m !'" l e p,or'
i- n
. e IU D10
.ame: linguístico · alguns dialeto, . omo manif.e. t .o,d ·lfo Gar-
e ·. (cit. Piinto: 19 p ..g 136. , resultou o problema da las ifíca ão
dot· Kariri. Entretanto até aquí mu"tas tribos p,ertenc _nt, s a outro&
· toques· l1nguíst1co eram inclu.ido nos Kariri 1 como n.o caso dos
20 ALFONS·O TRUJILLO FÊlRRARI

Fulnio chamado também de. Carniió, ou dos Xucuru..ou Xocó. ltste


"'ltimo aparece como ,e toque "ndepende.nte gra as às pesqui as de
1
u :t _ i rnu,end,ajú com ntada em p e po ario elo (1935•,
pá,gs. 443-45) e que o l1ngu1sta checo Che.st1mir Loukotka cha·m.ou de
late, b,a -eado TIO · elementos proporiL ionados p,elo vocabulário coli
º

g' ·o po ·_ario elo ..


W. Hohentha] nas suas pesqulsas no Vale do Baixo Rio :s.,ão
Fr,anci co, dt11ante o bienio de 1951-52 confirmou, .através do amplo
e tudo monogr,'f'i o sôb. e a cultu1a da- tribo ·, em ap ço, a po 1ção
dos Xucurú como gTupo indepe:ndente ...
A f-mília linguísti. ··. Kari ··· como apo,nta Ro,ber Lowie (1946,
-- I- pág. 557), é formada p or quatro d:raletos conheci.dos como: a)
1

Dzubukuá (Dzubukúa) e tudado e m1encionado como os Kariri do


i0 São
1
·anci -co pelo padre ·1 rna do ,de ntes; b) Kipea ou.
,-_ja o.s Kari1"i do p,ad·re l\il'amiani como indica ta:mbé:m Ar1on Dali'
l na Rod -igues (1948, p _.g. 195), no Rio Itapicu.ru ao noroe _te da
B..·hia; , ) Pe -. -_ Branca, p,--ovavel -nte, o Kumu :u-Ka r1 no
E .tado da Bahia •que. ao lado do-s Sapuya ou Sabuj_á eram c.on-side-•
r· do·.__ omo ami os do,_· Botokud.o; d) os, · .abuJá , onst1t'uem o
qu.arto _;•r·u- o dialetal K ·.riri, ,q11eé con 1derado 'como o mais aber-
rante" (Lowie: 194-6,, pág. 557)
De ta forma .. o.s ·,ariri ·de Po1to ReaI do Colé: 10 podem s-er
1

cons1de .ados., como mem,bros do rupo dialetal Dzu·bu·kua, o que parece


e tar confirmado pelos rflsultados 1inic1ais das pesquis.as filológi-
c de ,a · H .. ou,din (Boud1n: 1949, pág .. 7.3) .. Po teriormente,
""
porém, como. indica Hohe,nthal (19'54 ,. p g. 98), revi. a. do a . notas
dê· te último sôbre os citado.s Kariri d.e .C1olégio, êste fo'! n,ão se a,sse-
""
m lha am ao '-l ', · ico K _ iri r··_gi tra,d. por amiani "'e outros'',.
E ta difer _nça atr1bu·1d.a por Hohenthal é fá ·11 d.e explicar- e,, so-
br tudo e se toma .em anta que· nessa loc-alidade eneontra:mos não
ó mem _ro da família Kariri, m.as também, dos outros _· upos
I

tribais.. Dos Pa kuru de Águas B.ela que "chegaram em visita,.


s agradaram do· lugar e ficaram", como informam de.sc.endentes di-
retos do, · Kariri; de id -nt1ca fonn.a te - os vária,-, famíras de Ca1--ni-
jó (Fulnio) e .Choc.o (Xucuru) e a.inda um outro grupo de prováveis
:---.arir1 eh.ma.do "cabolors de S, ·o P edr o". Ainda .a p.-6pria o igem
1

d ·.ta loc lida ·d ·, formada com lementor hete ogêneo , como ·ere-
1

mos m.ais adiante, le a-nos .a perceber certa distância do clássi.co


K . iri i dicado por Hoh• ,nthal isso . :'a razã , para negar--
OS KARIR,I 2l

: sua. a i •i ·-ade ao Dzubukuá .. Comp,reend e perf itamente ,que


\o,,-

t" dia. ,· di tancia do Kari -i clá i o do _,_ r ,e =--a iani por-


1

quanto "' t. -,e referia mais aos Kipea - - e, nd __ · do o e.tudo do


Dzu uku 1 ao frade Bernardo de - ante - que _,-•t dou a lí gua desse
1

grupo durante 23 ano·--

2. 0S KARIRI 'E A_SCIDADES NORDESTINAS·


1

A contribu.iç,ão dos Kariri para, a fun.dação de numerosas cida-


des no interior da Bahia e no N oro ste do ra.sil não .é passív.el
de dis,cus ão e nem se pode. negar sua importâ•n ia. Muitos dêstes
contingentes fixados inicialmente como meras missões, ora eregd-
das pelo,s je, uitas, ora p,elos c·ap11ch.inhos, out , ordens r,eligiosas,
tornaram e -- ,d.ades .. ,,
A-. pr1m,e1ras tentativas, na zona ertaneja da Bahia, que, mar-
g1e1ao .Rio ,s-o, Fr,ancis.co, para o al eam nto, -_'o -, 1ndio - começaram
, m 1562,, com o Je uíta Luiz ,de Gran (. ··atto : 1 -,26, pág .. 9-10)
poré· foi m,, I _u ed1do por 'causa da pe ·,,e da b.xi- que, de Ita-
p.arica, •e havia propagado co;m inten dade em 1563, e ,da gran.de
fome ,de 15·6·4',.
Pelas notícias que nos vêm através da ob a do ·p'a,dre Seraf1.m
Leite (1945 - V - pág. 28·6), as ·mis. õe, je uí.ticas no aertão
surgem a partir de 1666, embora com muita antecedência seja as-,
sihalada ·por Lourenzo Hervas a,ssim: o Padre João ,de Barros,, por
volta de 1650, teria reunid.o- os Kar1ri nas mi sõe d,e Cana.brava,
Saco, 1Nat1tva e Gerú (Juru, Jeru), p,ovoaçõe,s que floreGiam 110
tempo da '8XPulsão, dos je!s.uítas. Entretanto a 1nformações coli-
1

g1,da,. por Serafim Le· apontam que: "Canabrava, intitulada


Santa Ter --sa dos, Qu1riria foi fundada em 1667 pelo_ padres, João
de Bar o_- e J.acob Rolando, e que em 16--O, nha, 900 habitantes;
em 1702 e ta a reduzida a menos d.e 800 . del -·,e1-: 1953, pág ...31)
- ao deixar e. ta missão os jesuítas em 758 ebeu o no e de Vila
,- ova d ·omb!al Pelos dados regi trado _ o Jo -é Antonio Caldas
(1769, pág. 55) ,em 176·9 contava 94 ca -.1 , al'm de viúvos ,e viú-
vas Hoje .Canabrava constitui o Mun1cip10 d··__Ribeir,a do Pom.-
bal com urna popu ação neo-brasileira de 28. 768 (4)

(4) Censo Demogrãfico (1. de julho de 1950) do Estado da Bahia 1


0

Seleção dos prin ·ipijis da<lo:s, IBGE Con,-elho N'acional d,· statísticaJ
Rio d ,Janeiro, 1952
22 LFO: SO TRUJILLQ, FERRARI

atuva 1 · a -nte ap •e ·u fl tu.açõe ua população


indígena fundada ao mesmo te1np qu orga iza, , m a' Mis õel
d , Jac0;bina em 1666, em- diante; ·ndo que em 1682 o padre João
Mateus Falleto creveu dêle, qu - eran1 500 índios e 11- : a.d.o sua
administração t mporal (Leite: 194- - V -- pág 2--6) n1 1702
contava ·om ai - ,de 600 ín,dio -. ,_gun,do o r l d ·. 1
d1 (J : o
· reira e t. po _=, . 1te: 1945 - - - - '· . .572), p .- "'- ,eduz· ···a
"m 1759 ,a 1 -· ca a1., além d· -1u , . . viuva e mu.··h.e cujo .
· ar-idos an - am 1• entes ', pela l i de 1758 pa .ou a , -·hama .._s,e
·

Vila de Sou , , contando com 780 índio .. Esta mi ..... m 9 ,de or-
1
1

rer dos século - t · nsformou-se 110 que ho;Je o mun1cf pio d Nova
u.re com u1n _ - o .-1 la ão de 12 .. - h.· bitante - ( F 1

A mi - 'a,co dos I hoje e' ai ·


· ··1tuada : I l l r,e o árida · -_, "e11 1do e - a ela 1az e'"
poI que ae. u eogi ar d - ·u r n'loção e - 16 - p, ra ou r 1

á ea" entretanto _, .Junta da Mi 0e n.ão o pe1m1tiu. Em 1702,


1
1

como indica a _·arta do Provin. ial - oão Pereira ( · t : 1945 -


·v - pág. ,572), viviam mais• de 700 "'
·í1dios e, _m 7· 9 · · 11ú111era
d , mora d ore . · r· .·-.de 88•···._·casa s, a l -m d, e v1uvos e v1uv
1 •·" . e't raux,
e m.o Edelw 1
1 menta que o,· m·.i · te ágre te, a al ,e1a atuou 1

1
de tal forma · u ta eomuni a _ nao chegou a 1

e mo as ont·-a nte citada-, e · , hoJe é uma d" 1 i as m1 --


. ões que p·a · aram a constituir im -' osto''', 11a qtr 1 - con· erva-
ram, algun · a-.pectos da p,rimitiva cultura embora ba tante este.reo-
tipa,d p·elo contatos, com outra etnias e culturas. Na atualidade
Mirandela con t1tu, um distrito d R.i eira do Pomb1 1 com 11 . 077
moradores, .endo muitos. de]e,,- de-cende11t,e :. do ·_1ti.__o a iri ..
··ota-_ ,e aind qu _ muitos de , eu moradores con ·a · o · t aço< ,
étnico, , enq.uanto que sua ant1.ga eul u.ra : ofr1eu o "mp to d,e qua- I

tro ·1éculo·_, n, · o o. _.tante os efeito do ,elativo 1solarne:nto espaciat


Gerú (Jer·u., Juru.), no atual E tado de Sergip :, parec e ter 1

sido a menor da aldeias dos Kariri, edifica-das no ertão. E1n


1700, esta aldeia contava com ma'· de 400 ín.dio, e -.,. elevar....se a
·ila, egu -do a informações de 11 ira (cit. por - _,i, - : 1'9 5 -- V
- p,ág .. i327) .··Ideia _ont-· - . p ..na·- con1 100 ír ·10 ., embora

(5) Censo o-mog1ãfico (1. d julho de 1950) do


0
tado da Bahia
seleção dos prin ·ipais. dados ,, IB·GE Conselho Nacional d Est .líst·c ,.
R.iu de J'ane1ro 195.2_
OS 'K'ARIRI 23

a da houve - e regi. trado em 1759 a -.·1 ,t "' C , d_, 60 a ·ais.. Gerú


I
1 1 1

·or, .·_ 'poc- f'or ava, parte da __egue •1'. ··mpo·- do Rio 1 1

-eal ,d,· -o -, inada ,de "Jurú d e 0 :sa _· ·nbo


1
1
1 o oiro, Esta
- '\ -: ão tem 1- ·· ular im:pOTtân e1.··., _. e_ l1da 1de o
adr e uiz · .ic-·11c-o •ami·n1 pep_ .--
1 ,e gramátie.a
Kanri ( delwei .: 1952, pág. 3'2).
Gerú con. er a '-eu nome p im t v. tu-- 1 pequen.a vila
om 556 ( 6 ) habitantes, sendo que p,0l1t1camente p,ertenc·e ao Mu-
1

'cípio de Itaba•·a·ninha.
No Vale do R 1 0 São Francisco, os Je1 uítas ,:tabeecera1u· mui-·
t. s aldeamentos com os element-0-s 1ndíg,ena· d diferentes grup:os
lingui t· cos: Kari ··i, Proc-a, Aca.rá, Karuru, · ·ucurú, e outr-os.
Em 696 o - aldeamentos formado po ín, 'i , · Kari- ,i eram.
ai e u--u,· amb a ( eite: 19'4 -
1 V- .-. 22 11 de S.orob•abe, )

e o a t · último s,eJa indicado o


1
_ -o·-, u t ús q 1e
p arece · • uma forma dialeta, do ____...,
1
ág. ,4 1

n .. , •., ald,eamento. a d·u, .a-


1 , a a - 1 0 ·do ·cu -al0i1·· 1-.
,e. o 1 f. -1
·--"" - ,

de ob -r domini ot I ,sob e as, terras e ín ··-o:


I 1 ual: '-·-v1nh.am
1
-

pi1e··e-;.uindo - apertando aos r .1·gio o · - .a aba depo ·· '"...]o,·. no


me mo an . de 696. .Coroa depoi i _.' a -·_ ·· a. dos
Jesuíta ,. refor -ou a prerrogativas da mi õ · pelo --lvará de 23
de no,vem·b_o de 1700, na. qual se. indica qu o -Id amentos deve-
,r·a.m ter ao• m.enos cem· casais. dando aos í d 1 0 a faculdade de ,es
colha liv1 e do lug,ar. Na lei de 4 d · junho d · 1708, se fixa t1ma
légua quadrada de terra p·ar e da a]d- a, além de outros favores
o pároco.-1 ,, (Ed,el ;veis: 1958, pág : 5)
,o oh nte o xitos- das ''ecl , -- do- uí _, son1ente
um·_ m_·_i o·. quat10 .. - d-_ "' ,--f-rm
.____ · , era o - ·:e a__ 1n o· 1· .a-
d, _, po ta ,ao . o. 110 ··it an ' e
m' __ :. , della f·u da a 11 ·ci
1 .. • e
· aulo f'on ,o (7)

6(1 n -. -mográfico (1..0 d . julh '9501 ado da Bahia, • -


1

-1_ç·ão d S1 -incipai dados IBGE lho - tatística,


Rio d - Jan iro, 1952.
(7) Não confundir com o Porto da . Mi ões da · oã las que estava
a cargo do padres. capuchinhos. tenr1o co . o , - - or cm 67 ,·. '. rancisco
-front-.
D1esta 'f rma, o· j· suíta. 'fug·ndo a sanha do . e· hor·e. da
-a· a da To · e·', e lo · l1za1·.· ·· on1 s et . índio
1 1
lé.g 1 · .a im .
de Paulo Afonso (Eduardo de Castro , Almeida· /r1,:ventário dos
Doc·umen·tos Relativo,_; ao Bra ·t, xisten · · no Arquivo ela M-wrinha
e .. l't ·amar d L sbo . epar ·· a do.·. An · i. da B1 lio eca ,·..· ,cional-
1

·vot I parte 1nal do do umento, n ° 344, pág. 26).


Em 1759, Rodella aparec como fo mando parte da comarca
de .Jacob,in., om 20 . alma.s e · ,out ·a 't ntas au ntes ' ( -alda.·:
.·759 pág .. 57) ,.
I-Ioj e Rod€llas cón titui ma1 um di' trito ba : ·o do n1u111cípio
1

da Gló.ria, con1 2 ..36,0 habita11te .


""'
01.1be ta bém .. ·undaç ,o, d mui a· , das m1 · .ões in ia· ao
padi e· Capuchinho no B.aixo e 110 édio Rio s,- o Fran isco, em-
bora muito, d. sse, in'dígena , p -rtenc .· ,em ao mais dif rent ·,·
grrpo . lin ,UÍ icos. Com 8 t -ibt1iç · -dêste · -, ing te huma-
no na cera·. a local1dade·e d ·acatuba Piaçabuçú, ·eopolis, Pe ...
n-edo, Porto ·d.a Folha, Paulo Afonso, Ilha ,e Porto da Miss,""' o, Var-
gem,, P ambú (Ilha d
1
Vaca ) Aracap· ,avalo, São · · lix, a .
cinco última com ín io··_.Kan 1.
A maioria dêstes núcleos ·e transf armou em cidades, cuJo sis-
tem de ent oncamento principal e de con1unica · o é o rio São
Fr .. ci co.
J. ara n-o dilatar ,a reconhecida ·on ribui ão do e .. tinge11te
humano dos Kariri e, de manei' a geral, da populaç ão indíg,ena no
1

ardeste d.o 'rasil, na formaçao do •tuais ·núcleo. popuJ ,. 1onai ,


'b,a ta citar q e g1· · ao el m nto Ka ·i i-But ,e ; e fez p,rovàvel-
·mente a fu11daç.ão de .C,ampina , rande no Estado da Paraíba ..

3. A ALD 'IA DE. COLEGIO

Os Pad e Je.·uíta , em m ado do ·éculo ·.VII, obt'.v· ram a


con . ....,o '·duas 1- ua. ,de t -a com ·u·ma d --un.ido ' n. - ma -
g·en ·. ,do rio ·,-o Frane1 co, na 1·tancia de sete J_ ;u.as de Peniedo,1

e em cumprimento a -rojetos de .s ua. Ordem, j'unto a lagoa do ,co...


qu iro, fun · -aro ,a)deam nto com índio , Karirf ,. - ·onan ;,
K.a ·- pot i (, . eira Pi to .. 1889·. p, 29'5)
1 nfel1zn1. nte, n-,o _onhe-
cemo , pela, falta de fonte.s, S· "sses tr · grup.os trib.ais e11 am apa-
rentados lingu1stica ·.. 11te Equivocadam,ente, alguns. tr t ·u: sta,.
25

ons.ignam que ,o moradores de C lé uJ eram descendente dos! Tu-


pinambâ, como indica Thom.az de Bom-Fim Esp1ndola (17·81,
p. ,248).
Os jesuíta . a > ,u•r, e-di.fica -.·m uma -cap,e a no lug,ar onde
m , .- tarde foi co·n rui ·a a m.atriz
I m.a outra obra f'o1 a undação
d m con·vento 1
-" iria de 1,e-1 ·ia aos r 1·.-..-_ s,endo
, · t convento eh mado tambem d llegio'·',, Ê,at -olég10, se-
gundo as descriçõe. · . itas, foi con,st u1do d,e pedra e cal ôbre pila-
re , para escapar da gr,andes enchentes, do rio ..
No primeiro quartel do século XVIII, ou seja, em. 1715, A m.is
•·-·ãodos K.ar1ri e out_o · g·_ntios agrupa,do- em .Colé,gio eneontra:-
,a cargo ,do p·d es i:ecol,eto d.e ,ruba mais t-. d eh.amada
_1mbres ( P,ern . · .buco)
Com a expul o do , Jesuíta-, as ai e1as. d10mane.- a , - ral foram
-ntregues a "dire o,re· escolhido:s pelo Govêrno"' . As im chega,-
mos ao -séeulo XIX ,_ sendo que·,. "em 1822, o diretor da Aldeia de
. lle io era J o ,é d,e Sant' Ana Rei: nomead.o, pelo Govern.o Pro ...
- i ó io. José d· S,ant'·Ana Reis tomou como apo .-...nto, o edifício
. tigo colégio .o J•esuítas, con- t u ão esta que j' .e encont1·a
arte ar. u1nad, ·.·
Em outu.bro d 185-·9, ,,·collegio oi v ·_itado por Dom 'Ped_-o II,
endo e.ste recebido pelos habitantes tendo à frent · fileiras de
índios armados de arcos, ·e flechas'' .. (Car•dos,o: 1908, p. 248).
Ainda, nes e século a aldeia de "'Collegio "' foi elevada à cate-
goria de ·villa por 1 1 Provincial n º 73-7 de 7 de junho d,e 1876,,
•· -.talan,do-se e1 ·o. ·ando p,osse a · ·e p,ect1vas auto 1d: d,e. em 18
,de · o emb1·0 do me mo ano.
aldeia d.e ",Coll gio ", como . e pô ·e apreciar,, des -·e eu início,
constituiu um con lomerado heterog- neo forma·do por diferentes
_-·"Upos tribais; o que é amplam.ente d,emonstrado pelas observa-
, ó _ f. ita,s por Ca lo Estevão em 1935, quando se refere:· ''Pelas.
i. · · tigaçõea rea1··zada naquela ci I e. constat · que alí vivem.
1
• ,endente d· · . 1-bu · " atu''·,
- hocó , '"'Carapotó' e, poss1vel-
nte ' Prakio - akoíia'' que, . e un,d .·me decla. ou a _elha ca-
bocla "N atú' ', ·:rv.ra1a Tomázia, foram ·ambém, al.d.eada em '".C'olle-
gio, ' (Pinto: 1942, p. 172).
l
Na ,at-ualidade, os índios conhecido como os Kariri de Coleg o
como já indicamo, em outra pa1·te· d ..· te trabalho, con.stituem 'Vários
26 AL'FO.NSO TRUJILLO FERRARI

gru.pos tribaii com lí'nguas indep nd.entes, c1omo . · e. o. dos Kari ··,
1

Pankuru, Fuln10 e Chucurú (Xucurú, Chocó).. E tao estes índio·,


que contam mais de 1'90 indivíduos, sob -a jurisdi,-.ão do Posto- Indí.-
gena ''Padre Alfred·o Damaso'-, da quarta In-p to.la Regional .•o
.Serviço 1d- Prot.eçao aos fndio _, con1 séd em R -. ·1· ( er11ambt1c 1

qu.e o on1 idera nos seu r latór10.s sob o enom1nat 1..· · gen.é ·ic
1
.
1
1
1

de í11dio , Kar1ri (SPI: 1953 p. )


., TRACOS DA P1RlMITIVA CULTU A A·, IRI

, ·, m duvida, o trabalho de Robert Low1 ( ·946 - I - p. 557) ,.


um b m r ,·umo de alguns· aspectos da ·ultura rimiti, a dos Ka-
ir11, · -a de. n1u "to - auto e - qu
•-
. n _nte a ind1-
e ' -Jo,.- e · · - . , upo . : ti11tos, dando ma'i
1 1
p,arte filológica
: 1 h1-t'-ia qu,. p opt"iamente a ,,ali.·11.t·- ·,J ·.ri nto_ cultura.is
·u ··to o e toque K.ar1 1, AI. un - auto ·-. m ratado
de f, ze - ··, con ti ucões de alguns a pe,c ,. u.l ·u1a do Kari ·i
e mo n, , e ··0, e Ar1on Dall'lgna Ro. r -:u · u .· .-ro. ,eito 1 o n1a-
1

t J: l li11,_. í, ico do pa,dre Luiz ·vice.ne1 · ,'am •ni, in luido na s11a


·- am.·i'ti · e catecismo.
T·h.omá P·ompeu Sobrinho (1952) cogitou do e·1tudo da c.ul-
tura Kar1r1 par.a um trabalho posterior e qu-, ·n erzmente, atnda
não eh.· gou a , nossas mãos.
D·e maneira geral, os dados cultura1-- aparec m e· palhadoa em
nume· oso·• trabalhos, porém, em forma desco·nex·. e muitas vêze 1

sem relaç.ão a u.m grupo tribal específ ieo


trab_lho lingu.í.sticos, como no ca o da Gramática, do Pe ..
a - iani, orno indica · 110n Da'll'Igna odr . u ,_ ( · _. ,, 1· p. 194)
ob·em. mui :o , ·ados cultural por,ém,, , -,te .a o- não, pa sam d,e
.. e-i n- i o -, qua11do muito atra· é - d,e , - o co11J tu1--a1 , no
o . 1-··a - a -r.açar um quadr o, de e 1_1·o. d ui a pa1ticnlar-
1

11 a pe tos materiai "' não · u-- -, no, - ' l c func1-o --


1i0 . u I po ·: amos explicitar o · p e .o . op e-ante· •de cada
1

tr Çio no con p -cto geral da c11ltura.

a Aspe,ctos 11UJ,teriais d·a cultura,

·, o urando ontornaF as .dificuldad:es d.a r _,onstrução da pri-


mítiva cu]tura, como ponto de partida para ·-ompreender g pro-
28 ALFONSO TRU,JILLO FER'RARI

ce ,'-'O d· mud nça eultural e conr equente bra :il .. amento dos K.a-
i

ri .i p _ amo·. , inicialmente, a tratar da . t1 ida,des extrativas


ba eada, principalmente na catança. caça e p . -ca.
catança consistia. prineipalm,ente na ob nção d,e frutos da
1 • 1

regi- o durante as épocas, pert'·nente · orno no cas10 do "eaj1í"'


(Anacardium occidentalistia) ;, ºaricuri- · O'U "ouricuri' (Cocos coro-
nata M)- º,arati.cum'' (Anona sp.), "manda arú (C,ereus j macaru
n,c.) e outro . A catanç.a de produtos· vegetais não som.ente decor-
·ria das exig,ências vitais mas, tam,b·ém em grande parte_, das pró-
p·rias condições of er,ecidas pelo ha,bitat da m,ata, do ''agreste'' 011
mesmo, do "sertão".
A caça foi, originàriame·nte, praticada com arco (.Seridze) e
flecha (Buicú) sendo os animais visad,o ,,:' veados, p,ecaris, 0nça8 ot
A1.nda na atividade da caça eram empre ado __vários tipos de ar-
madilh , ,.,,orno as, arap ucas, entretanto,, a -ef --""ncias ,ao, tipos de
1

arm c."lh ·, nas fontes são vag,as e sem n n uma d,escr1ção.


pe ca, a pre enea de plantas p- c1 ida ,. na r,egião 'foi ap10-
e ,tada por ·.ários grup,o,,s ,de fKarir1 das margen do rio São Fra1,.-
c1 'O- utilizand,o o oipó timbó (Daklate,dtia pinnate) que é bas-
tante di -und1do ..eu emprego entre a d1f-ren. es tribos bras,ileiras,
hi ..t6ricas 8 att1a.is.
1

Igualmente,, na pesca se utilizava uma série de armadilhas,


se,ndo estas do, tipo de cestos de forma cônica. O emp:rê:go do
,anzol (Yacroró) da r·ê.de ..de pesca (Muhé) parece ter sido evidente,
como se nota naa, informações linguísticas do padre Mamiani.
.Além da,s atividades puramente extrativas, os Kariri chega-
r,am a praticar uma horticultura, e:mbora. rudimentar, porém, efeti•
va nas 'reas mais f'av,0recidas,, ·uma vez ,qu in dica Thomás Pomp eu
1
1 1

Sobrinho qu,e êles oc·up,aram "as área ma1 ferte1s e menos ári- 1

d.a--, no vale-e fre· cos ou úmido,s como o Q,ue tem o seu nome, no
1

Cea, , , nas erras fre,s.cas, no v·ale ,da, rio · ··-o ran e1 co, nas. cabe,
1

ce1 - de alguns rios baianoa da d enagem atlântica ao n.orte do


1

rio da· C0 nta _.·.·


1
1
".
. 'a.s suas roças (Boete), os Ka -1ri -u.ltivavam a man dioca 1

(Mu.ik , Muicú.) (8) o milho (M,asichi) fe1·;ão (Ghlnhe) e, pro-


1
,

vàvelmente tam.bém o a.Jgodão (End1). A horticultura dos Kariri


tem sido considerada mais desenvolvida que a das outr_as tribos

(8) Os n.omes Kariri em versai rrespondem ao Dzubukuã.


001
OS KARIRI 29

vizinhas no nor1de te, embora inf e.rior a ·prati eRJda pelos Tupi
1

(Garcia in Mamian·: 19142, p .. XVI).


As mulheres fiavam o algodão e teciam rêdes de d·ormir bem
• ··..,randes, de doze a, quatorze pés de ·omp.rimento, capazes de con-
ter quatro pessoa . (Nieuhof: 1942:, p. 813) (9) .. ,Q·tecimento se
f z·.a num tear im. ªle . Igualmente · brica 1a:m pote de bar'ro
.Rufio) , sendo que R.01dolf o Garc1.a encontra certa s1em.elhança, entre
a e âmica dos primitivos Kariri e a de certas tribo · amaz,onicas,
embora não mencione quais essas. tri'b-o-.,
Ais aldeias dos Kariri eram formadas por casas (Ara, E a)
que eram provàvelmente do tipo pau a pique, denominadas ''casas
de barro''' (B. an 1"09, p,.. 'fi ) o- teto reco·b to - de palha
! :

de palm•eira ou de o tra folhagen . ( ··wie: 1946 - I - p .558) . 1

A presença de cordões noida.do · (Kie.kota), ent e o· Ka 1ri, em-


1

pregados para ontag,em ou numeraç-o, reorno indica Be ·na· do de


Nantes é u.m traço cultural bastant ·xótico, n.ão i.dentifi. ·ado nàs
outras fontes •que tratam dos diverso grupo-s dialetais Karii-i ..
Os Kariri não chegaram .a praticar a aittropofagia como a·s.
tribos ,c.ons.1derad.a _ como Gê e Krenage,, ou muita t tbo Tupi;
n.-·,o é p ossíve] ,encont _r referencia al uma nos e e -to - dos mi:;-
1

-i.onár 'OS (Mamian .., B . · antes e - - de antes,).


Dos impleme·nt 0.s mais emprega o· pelos- antigo l{ar1ri h.á
1

citações sôbre a cavadeira (Deheb ) nnc'h.ados de p dra (Bod.zó) J

a.rcos, que eram. de tamanh0s reduzido,s, lem;brados pelos rem.an-es-


centes atuais que med em d:e 7 .a 7 e meio palmos (aprox.
de 1.20 m a .40 m), feitos .ge almente de "'e· pinheiro" e
do ' p,au de .arco"· (Tacoma ipe) ., A. corda ei·a e1 a de ca-
·6a" ( eoglaziovia ·v ri.ega,ta ,z) o de ·a]_ o -o ' . As
fleeha.s com ponta dentadas eram de 'arue'ira branc,a'' e o ,corpo
de taqu,ara (Gynerium sagitta tum) ,com ·empenaduras helicoidais.
1

O emprêgo1 do p1ropulsor de ,dardos citado por Pompeu Sobrinho


(1989 - LII - p 225) nos parece um tanto duvido- o, pela falta
de 1 efer.ências1, em.hora o citado · ut ·r indique que o-. ·.a.riri 110
1

·' · lo XVII ainda m·"·n,ejavam o p -opul or d,e dar1do. qu os Tupi


l"tor:aneos já não u.a-.·am"
(9) Esta informação é provàvelmente copiada de Marcgrave: 16'48,
Trd.: MCM LII, livro VIlI,1 Cap.. VII, p,âg. 271', q.ue•diz: 'O·s Tapuia Cari1d
fazem ·compridas (redes) de. doze ou quatorze pés; largas de seis ou sete,
de modo que quatro homens .yossam d 1tar juntamente nela''..
30 ALF,Q' ··so TRUJILLO FERRARI

1
.Comp1let avam os _nnpl ,- nto do ·uso di:. 10, Karl.ri, a ,
panel s (Runhú), o ''1·alado:r ,, (Erú), a ''·penei a · (Kyhiki)), o
jirun para moquém (Mere'b,á), "pente'' (Balciribu), o "cachim-
bo,, (Pae,vi),. o ba:nquinho (Pyc.á) ie assim por dia __t.
O Kari -1 nte do, contato com o.· eui:upeu ,e_.,. - iam s-e·us. ali-
mentos moq ieado ou a sad 1
mo no a o do milho asa. o
,

(J.[adzó), b 1J·u ( ra1aero) ou t_ bém a . a· n- r. _.,era prepar .d·.


em fô1no· ,ub I ,ân,eos ''Cr•-Y :· que parecia --- mp_ é timo ·u}...1

tural das tr1bos vizinha s Ge. ·O -cauim· · de milho (Nhup ) era 1y

a bepida que acompanhava s.eus banqueteB.


No tran po, te é muito prov·· vel que tiveRS m conhecido a jan-
ga-da (Eyem') principalment . r1 área. da ma. a ,d · nord1este 011d··
.. - ..
se e11con,_ram
t ,l -.u 110 na - ·.1 , 1como o · ao · . _n 1.co.
Acredita- ·. qu _ ent1 e· o . · ..:, .1ri o padr ã.o . ,ue·i- ,.,· o tenha sid.
pouco d,_ en .olvi ;o, end9 .·.ue nem - eq11er che·.ga·-m I ter assoia
ções de guerre1ros ( Lowie.: 1946 - I - p. 557) . Quanto ao ve.s-
tu.ário pelas r. ferências, no último quartel do ,' cul. _VII, os Ka-
riri an davam nú· ; embora, só hom.ens emp,rega. ···m um proteto
1

p,en1ano, o qu, ·- é descrito -o, • o "·_. -ue : '' o ,_·í t--m' · de o ultar o
·penis com a p le testicular le · · .-· da e pre- a .- · 1 um atilho ao
·•,rpo, a]i' como fazem alg·u,- · t ibo Ge ·· (T m· , Pompeu So-
1•

I b,rinho: 19 :91 LII, p i! 234). • l ' m d1 ., o empre avam nfeites co11-,


,
1

sistindo em ibl ineos e botoque . ainda. pelo . K1p-a era usado


o "'Ubad.i." que era um ornato de penas, o ···B ,ba ", colar d·e
osso, que mai : ta · e foi .su t1t ido pelo de conta · (Mygky) ou
coar dos zubttkuá o en1p1 .' p1ntur,a d.o co po ora com g
1 1
-

nipapo ( Le) o·..- com 11rucu - kl ke (Bucrenk . -ia freq.ttnte


e, fazia sentir- e tanto nos . -it ·., como na sim·bol.···ia como ver_--
mos mais adi -nte, 011 também · -m.o motiva,çõe · ·.tética ··.

b Aspectos sociais da cultu1· a Kari1--i

D·e maneira g er .a l,. a famíli. K,a ir1 era mo .o-..âmi.- a,. embor -
1

a pol1gen1a ta· -b,em f ô se p1-at1 , - e·para·c o ,d conji1gjes ra


relativamente f''cil. .·lão obstante e Ia situaç.ão, pa-- ce 1que as ·mu..
lheres mantin.ham um certo domínio sôbre os ma ido · como indica
Ma,rtin de Nante, _,( 1706, p. 21) Le fernmBs,. ordin.airement ,, domi-,
naient 1,eurs, mari ·'.. Os pai. tin·ham. grande afeto a seus fjlhos· e
OS KAR·RI 31

-a a vêzes os cas 1gavam, mesmo qu - te in,corr 1essem em g av1es


faltas.
Dall'Igna Ro,drigues (1948 - II - p. 196) aproveitando os
dados da gramática e do catecismo da língua Kariri, dei autoria do
1

pad ·e Luiz Vicencio M -.m1ani S... J , tentou a reconstru ão, do siste-


m. de parentesc.o. O de. ignativo" e correlativos do-. Jp· ,a apre-
,.t m pouca 1f,'e ·-·enç do . do dial e·,o de Ped-a Branca ou de ,S'abu-
1

ja, embora esta dif er ença pa1eça ser mai ieonsequên,cia da grafia
1
1

adotada pelos seus respectivos autor s. No trabalho do Pe .. Be1 '-


nardo de. Nantes, os têrmos de parentesco são elscas os e o ide·nti-
fi-ado-, apresentam certa semelhança com o Kipea ..
.Comparand.o 0 1 . doi_· pequenos vocabulários de K l riedr1c
_ - it · on 1 · 'a.rtiu ··'6'7) ·obre o , dial ,o,- dos P,edr __.. _ · 1 nc -_do
·.abuJ,', , Dall'Ign,a Rod -1g es manife ..··· a- ,correspondênci e di-
. re,nças morfológica entre .êstes e 0 dos Kipea. E,s_a om.para-
1

ç" o é ,de fato eliu·cidativa, ,como· ·p.odemo observar na li ta abaixo t


ôbr:e os têrmoa de parerntesco.

KIP!EA PEDBA-:BRANCA S,AB'U'JÃ

Ti,o paterno Cucú Cucuh Cu,c h


- i Pa·•ZÚ Laikoh P'OltzUh
Ma D H1ggah H''kg,ã.-h.
Filho Nhlur e
•·a__ Ingniurang Gin1ul·h
, ilha Nhutidzi IngniutzUzU Iniutküsih
Itrmao (mais moço) Byrae Buràn G'lbuléh
.m i mais m.oca) ·.:yké B1u h Pucco h
' o T r··1mbl

,-o··TE,: Dall'lgna, Rodr"gues· 19 48,t


1

A riqueza. do.s t ·rmos ,de pare·ntesco que eontém a gramática


do Padre Mamiani sôbre os, Kipea, tem permitido uma configura-
ção quase que total do Sistema de Parentesco, como podemos infe-
,ir atriavés dos ván --., trabalhos que focalizam êste a- péeto, par-· 1

tie a :mente do j··" citado D,all'Igna Ro. ·i.gues


I

, ,·o diagrama de pa -entesco not - ,que tanto Ego mas li-


1

no, como feminino chamavam no pai ,,, ··adz-ú" e â mãe ''Dé''', for-
mando-se: dêste modo os correlativos "Padzú·,,,: Pai: :Filho:. ºNhu•
raé',; "'Dé'· mãe,: :filha: ºNhutidzt. Ainda no níV'.el dos pais en•
contramos os tios paternos que são denominados da mesmm manei ...
32 ALFON,SO TRUJILLO _FERRAR.!

ra __ta. ta por E -o mase:ulino como po · ·o feminino· a-,--im, ''-Payê''


si,gn1fi a Tio ._ '' Anhá ", tia. o entanto, ·lo lado materno, o t10
""
é ,chamado de ."Cueú" a tia de'' .nd - h " (- --t-
1
o Ego masculi-
no como o feminino) A mesm.a den min -_o cebem os primos,
e pr· - dos pais. · o nív,el dos .a· '· não "' a d ,criminaçao an-
tes aponta da. Tanto av•o ("To'') e a avó ('' hiké'') do• lado ma-
1

terno omo paterno,, falando Ego ma -·ulin f m1nino, mantêm


a denonunação cita.da entre parente i- -. O .. relativos consangl1í-
neos ,que se encontram :no mesmo nível de Ego,, tais, como seu ir-

mãos, e:raln reconhecidos, ·pelo sexo e pelai 1dadei, o qt1.e\,se faz.ia ex -


1

tensivo também para_ os. primos, tanto paralelo - como• cru.zados.


(Ver q·uadro).
No nível des•cendente, di0s filhos, ver·f1camos qu,e tanto Ego
ma_ eulin,o como feminino chamam a -· w filh· de '' huraé' e à sua 1

filha d.e ' utidzí ', enquanto qu,e e· er -. · dí. er nça· quanto a
1

a,enom1nação os sobrinhos. Ego .m _ u 1 : ·no h ·m a.os filhos de


1

. eu i. m-o d e Dzõ"' e as filha de · ::_ h' ·. 1


1 aplica também
ao- i]hos do p -imo· de Ego; enquanto qu o- f'ilhos da irmã ão
denominado - de '·'Té' e as, filhas de. "B· ·]oo ; o qu·_· se faz extensi-
vo pa ·_a os f1lhos da. prima. O fato -e O· ilho d • irmã. receber a
1

me· -m.a denominação do neto, tem f e1to a algun auto,res. supor a


:i

exist ncia de casamento entre tia pate·rna e sobrinho, p-assru1do a


constituir o .filh.o da irmã, ao mesmo temp,o sobrinho e neto. Êste
fato não -e ,apres.enta qt1a.n.do se tratai d E,go feminino, o qual dis-
tingu.e, com o de_nominativo àe ºNuanh ", os, filho de sµas irn1ãs
ou pnma.s.
1
O n_to, como já foi salientaido, é denomi ado "T é'', enquanto
que ,a n,eta é ._hamada de "Teké' , tant _ no .E: . ma -culino como no
feminin,o..
· o p,arente co por af 1nidade ·po _- e . ,d ·ertir as rela õesl e
co .- -po, dentes eonela,tivos atravé da le tu a do quadro adJunto .
., A o _-nrza ão política deco ·ia .................
· n_ -- -d , um "capitã.o'
( eh f - da aldeia·_· , euj a autoridade, entr tant ,. se evidenciava real-
1

ment em: '·'temp0 de guer1 a". A autoridade parece que se encon-


1

trava implf.cita na capacidade do líder d.e mante um maior núm,ero


d,e par- ntes qt1e apoiavtim. suas iniciativa ·, principalmente nas lutas
com outros bandos. Em casos d.e v·e]hice,, o chefe podia ser acusado
por seus. próprios. parentes., de feitiçaria p ra matá-lo, como no- ,caso
' f(!'.NHA'
1 1 - - - - f ÚªA,E J(f!

11- - - - l
~TE ll - - ---1 Hlt4UANMÁ
11- -- --1
_ _ _ _fÜNHU TOZ~NHÁ '
ll- -- --lr0YA:Kf
~NHU ANHA, ~oz o
... . ,
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NIV F. I.. - Le~e• •


LOCUTOR

Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai



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OS K RIRI 33

do chefie Itapoa qu,e foi acusa,do de •_e1t ic iro, morto ,e qu, -imado po1,.
1 1

s 'US próprios p,arente (Lowie: 1946 - I -· p. 55.8)) .,


A vida do jn,divíduo, desde o nascimento até a morte, estava,
e truturada numa . 'r"e de graduaço- - (In hé - crian · ; Vinú -
m nino; Iki ..............
m,en.·na; Orotçã - . ulto; Renche - velho; Rute
,_ elha; Enete ---. olte1ro ; olt -1 . Tidzócodo - ·iú .a) ·. a pa ,-
ag, _m ide uma ,"O d1 o para ou ra - · f ,zia atravé -o r1t, , entre
os quais, os ma1 ...., , l vantes eram o d_ pub,erdade, ma cado8 por
uma sér1e1 de prática · observada no· d1ferent,es grupo,s Kari ia Os
ritos da pu.berd.ade estavam relacionados a ambos os s.ex·o como des-
crev,e Martim de Nantes Assim, o · rapaze1s eram '. ubmetidos a
e carificações co m dentes afiado (d , p, 1x.e ) e in e, to_, ·.e c ra,, e
1

p ovavelme·nte, n _ a oportunid e . o m.estres d,e . - imô,n1a" da-


1

am a beb,e ao· jo ens uma m.i·tu ·- de os-o.' r ·,d d a cinza 1

. om o suco de ,er a, amargas pa a qu - o 1ni,ciado lo,, -a,· ,e . er um


bom caçador ou pe cador.. Dur ant e os 10 dias em ,que tran -corria
1

a cerimônia, era necessário que os jovens. present ass.,em aos mais


velhos com o p oduto de suas caçada , do qual êle· p, á,p ,ios não
p od,er1am p.riova
1
o tra scorrer de, tempo, os jov n recebiam 1 I

como aJin1ento .·m ,. ouco de caldo u1 '.· ralo feito e . arinha d,e
mandioca e ' ca- - a'',. Durante n 1t ,,, o,- 1ni iante
1- nçav·am e
,cantav,am_, saindo d madrugada par p ··scar e ca -
1 mocas,
igualmente,, ,eram sub,met1das ,a e:s,car1fi cações sôbr o . braços e 1 1

mãos par a que chegassem a ser b,oa - f1andeira.s.

e .. Asp ·,.tos da· . ,e ·.·n as do.s K.alri

Os Kanri aeried tav,am em a, e - a -oureira . ,que p_ _ agiavara


. om seu canto, toda so.rte de acon, ,cimentos Martim de Nan-tes
(1706) manife ta que quando encontrav·am determinada. espécies
de pássa.rosl ou o· e cutavam cantar infei:iam o qu -. lh sucede-
ría.. ''Se na s,·ua opinião os pá aro , e am fune ·to diziam-lhes
1•
t,1

- -1 "nJúrias -,.
P'ara erem be· ucedido, n c- ou na e ç f z,1am q uei-
L. . - L ..

mar alguns o_ o,--,, ua caca an! 1 · ou algu11s e p1nh - dos pei-


x -s apanhados antes.
A feitiçaria era conside·rad,a um, 'ta,bu" e, portanto, sua prá-
tica era evitada. Entretanto ., qu,ando uma pe soa jovem adoecia
34 ALFO SO TR - J LO :FERRAR ·

e mor ria, pro ·· v ,_ e apontai ,o . e pon áve:1, qu 1 · pu11ido como


fe1ticeir·o, .- almente com a morte.
As doença , eram curadas através de práticas, muitas.. das quais
parecem. n-.o ter :ido ,generalizada em todos os grup os tribais. N'os
1

Kipea, segund 1nformaçõe d , Mamiani, o do· 1te · eran'l tra ...


tados com ,·.- o _, tal como no ca o dos Dzub·uku ( _.artim de
1 •

·ante ,: 17 .·-6 1
28), com fum--- ,d,e tabaco .. _... nt igas e con-
1 1

juraçõ,ea 1gualmente fo1'mava,m parte do tratamento (10)


Entre os Kipea costumavam p"ntar o doente com genipapo,
para evitar que ""ste fôs:Se conhe ido pelo "diabo' e fôsse morto.
· Entre os Dz.ubukua a prática ·d.a ·proteç.:ão consi tia em colocar cin-•
zas ao redor a 1eama do doente p. a afugentar o "d"abo n . Eista
P· ática .e , id- eia a.inda ma1 ent e o Kipea qu - ·p lhavam a
cinza ao · ed· casa onde e ·. v·a o defunto a-a que o ''diabo
não pud,es e m tar outros Da m ;-ma forma., ·quando conduziam
um doente de um lugar. par.a outr-o, iam jogan.do cinza p,ara evitar
que o ,,,diabo" f ôsse atrás d·-l .
Oa, Kari-, i p ocuravarn não .air de suas ca. . . muito de ma-
d. ugada, nem a noite, p,a , a ··-o· ncontrar . e no ca ,·.1nho com a
''bexiga''.. ., lém di · o, ac,-ed·ta· · m os Kariri qu. fazer cauin
·e milho,, de ra .1 ' lo o chão e ·a .. ,e o adro da. e-_·.a, fazia correr
1

a '"b exiga,· .,.


1

Os Dzubuk·u·; ti11h·am. como deuiSes, "antes d.a influência d ,s


religiosos a.: Bad e, ·wanaguidz.e e Politão (Bernardo de N·antes:
17.09, p. 129), ' (Ver pág. 68 d.·.··te trab,alho).
a a.Jd i ·· -·e Gerú (J e . ) -. · nte ·do esta ·,._ . i . nto ,dos. p a-
-e· 1

d_:es, os Ka irí · . e setor, j un . m,ente eiom o-- P a1 _, Me1 it:is e º

outros índio qu . tinham o cult- Varakidrã (Var uidrã) se reu --


I

niam numa •·-abana grande:, eri. ,da n·um terreno largo e aberto
No interior da cabana, a,o centro, era colocada uma ,cabaça ôca e
t:s ca,, com vário ori!Jcios. Deba'ixo,, acendiam fogo c.om lenha
=i

·verde O fumo, ía pelo .. o-ifíci •,.- em direções dive . a,s Os mai


elhos da alde1 punham- e a oda •dela. Ft1ma· ·am eus cachim-
o . de b , r - - :- me mo tem.po q ·..·· iam a bo a ·.·o· ·-. m o· fumo
1
·

(10) Talv z um dêss,es cantos t nha sido o "Waiwea'', considerado


pelo padre B· rnardo de Nantes, como 'ca.n to supertiei1os.o'' e que é conde ..
4

nado no C,ate ,no .indico da Língua Karir-i (1709, p.. 129)


1i
OS XARIR 35

que saía da· cabaça f'ur ·d·a Enqu, ·


1
· , o, lá fora, no t ·· e11o, o .
moços mais robu to ( , emplumado· e on1 riscas n1e5 .. ,: no corpo-,
dança,vam ao re,dor da cabana, se,n,do qu. os -chefes da dança tra --
ziam cabaças vazia.:-. e furadas, como m.ásearas, toe· ndo flautas
rotas de osso d, ce-rtas aves De '.. _ maneira, a fe, ta e1 tendia
Oi trê ou q11at o dia., até que .a:a- · ·.. l cabana o• -- Ih . • 'brios
,d . fumo ,e -con l ·1am a festa _om ·u ,·aticínio, - 1945
V -- pág. 2'98).
Na cosmogonia dos Kariri ( Le ·, 1945 - V - p, 312) , re ...
colhida pelos padre,s Jesuítas em 1672, aparecem v ria_, entidade
.up ,emas um tanto ; evestidas p,elo in luxo crist-o - M n-eruru .,
que '.eria o deu, ú.nico que a,ub. i tia no ar (165-7) · - ,aixo desta
i tidade apa _ ,e, m , ,eus infer1,...... .,.,.,.,._ hamado . e-
,, criou ho em ·'Cemacu . ·, cuja mulher ,ev ·um filno
umnimni . sta concepç.ao _i u diferen i - e d " culto
o·bservado pelos Kariri do sertão bah1ano em que ' Me.neru_-u·,, teve
dois filhos- '''Kenbarere' ,e ''Varidzam n .
Esta.a entidad , entretanto, n- 0 r am exclusiva do Ka1--iri ·
1

delas compartilhavam _ambém ou.ra .. tribo ,d.a di ,nt. · famí-


lia ·. -in_guística , e , -_,-1, e -ad.as ob I
ó ulo de "· p ·
· ·a mitologt K riri são :ignific, ti· os o· oi. -, reco-
lhi o - por Martin d· _.•·antes (1709, p., 172 ...175) qu-- - owie (1946 1

- I - p .. 559) esquematizou, colocan 1do de lado muitos · I mentos


qt1- nos parecem im ortantes para uma. maior penet - - no sis-
t ma d , cren-a d primitivo.s K ., 1 1. Por i o, ,corremos a
1
n e,u1no:: To a· (e/ T: :: T a . ) deu·,- 1
hab:ta no
.. . .
.

,,
·. -1., ma11d,ou um ,·m1, p,ara -1 e · o - ' d.
1n· 10 ..arec1a

_· Ih,,, porém na. --. ntia nenhuma f aq e-za da velh índios
_han1avam de ' pai _ ande"' (av,ô) _,r ,corriam a el p a ati fazer
_ôda as sua')s nece ·.,idades. Um di- tiveram vontade omer
· , t e pedira·m ao 'pai grande . l- os mandot1 , ua :, ocupa ...
diáriaQ,,_ fi an· o com a - crian, 'ª . a - qua1, tran formou em cai ...
" o, pai_. -i nçag, qua , .
1
lt. am ob 1
• ; m -que o
_ • : .

. '·1ande
· _ J . ! h .e'i o al,g.·.l m ' ' I ' un- 1

- ~ porque o t miam E11tão o pai · r nde' · dis,. e : ,-e , n1,e pe ..


d1ram caitituSi (Mwl°"nhouva.) vão p ra caça qu-e encontrarao. Os
ín _ios foram, e o 'pai grande'''• fez ubir os c.aititus ao c'u por uma
grande árvore O índios p,ercebe ·_-m que ns caitit.u. tinham -ubido
e $Ubír:am também. E-n·contrando grande gu_a,nti,dad·e d.e caitituS:,
mataram muitos.. O ' pai grande•" que os "Viu caçando n.<J céu or-de" ..
nou as formig-as- que cortassem a árvore. As formigas obedeceram.
Os sapos porém rodearam a árvore com suas. patas para impedí-las,.
As, formigas. mord-eram-lhes as costas, obrigando a fu:gir.. Desde
e tão, os sapos têm a pele das costas ásperas e com.o que inchadas.
Ois Karir:i quando qai.s.eram a.escer, encontraram a árvore: derrubada..
D·ispara.r·am m,uitas flech-as para erguê-la mas nã9 o conseguiram.
Emendaram entâo .os sens -cintos· e fizeram uma corda por onde des...
ceram. Mas a corda era curta e êles cair.am, quebran,do os osS-08.
E por isso, êles crêem que têm. os dedos das mãos e ·pés_,f raiurados
err1 tanto8 lu.gares, e que podem dobrar o corpo Voltaram .às suas
casas e fizeram um- gran.de banquete ............
a cu-sta de seus filhos trans ...
forma.dos em caititus. Finalmente:., pedi.ta•m ao ''11ai gra11de" ·para
voltar, mas êle não quis le em seu lugar mandou o tabaeo (B.ad.zé)
:p. quem fazem oferend·as em éerta,s ocasiões''.
O segundo mito, r,elata: "Entre os l(a.riri somente existia uma
mulher que era bonita €· solteira. Os h.o}?.1-ens pe-diram ao 'pai
gra:nde'" mais .mulheres. ·:mieos m.and.ou, ·a caçar e chamou a jovern
piara que tírasse os piolhos. de s,i1a cabeça; el obedece.u, mas dorm'iu
e morr€u. Então cortou-a em pedaços co1 respon-d-entes a cada ho
mem. :Quando êle.8 volt,ara.in o ''pai grandé"' ordenou que C'.8-d,at m
m·brulhasse o seu pedaço em algodão e o colocasse sus:penso num
lu•g ar de sua cabana. Nova.mente mandou-os à caça e quando vol-
taram encontraram os fragmentos transformados em mulheres qu,!
preparavam seus alimentos·'-'.
0.5 ,CO TATOS CULTURAIS DOS - AR:,. J
.I

5- OS CONTATOS CULTURAIS E AS F'ONTES HISTORICAS

Colocando de lado as influ,ências culturai- exercidas entre os


Kariri e as outras, tribus, pertencentes ao -· dife ent. s estoqu -s lin,-
guísticos (:F'ulniô, Xucurú, 'Tup·í e outros), p,od mos de 1naneira
geral, 't açar ·uma prQspecçã.o histó,rica de seu. contato-· c11lturais,
com o da le,va.s h.umanas vindas de al /ilm m.a T ata- e de n1n
"choque, . ultu al', no qual levaram vaJita em pi incipalmente o ·.por-
tuguê 1,e , no _ ntido de ter influeneiado e · ,e inte .-- 'ado 11ota elmen-
te n uit ,·, t ,-1bu , -obreponi:lo--se aoa aport,e cultu· ai· do·· 11olan,dê-
:es, f anc -es. e .panhóis e até africanos..
·ão temo a felicidade d.e contar com '. ufi,ci,ente documentação
histórica e' etnográfi. a ,que nos permita uma an '11 e aprofun·da.da dos
1

proces o- tranaculturativos que foram con ecutivos aos co11tatos.


1

.A -sim, o pre. ente tra.balho é pas.sível de crítica pelas múltiplas la-


cunas que possa ofe·recer.
De maneira geral, os contatos dos Kariri com o citados con-
tingentes humanos ( po,rtug,uêses, francêses, holandese -, espanhóis ,,
.africanos), podem, ser rotulados através dos, seguintes impactos " 1

a, o extermíni.o dos índios e a procura das minas, b . oloni ação


e implantaçã - dos currais; e.. as bandei ·a, ;, ,d a ca ·a e a e -c1·avatura
1
1
do fnd o,, e. 8 penetração dos ure _igiol o_ '1' e funda_ ""'o da missões, ;
f'.. a ·.:guerr _ (ho]a,ndêses le port.uguê e ) ; g,. a guerra dos Palma-
-- , e oi novo estado de pacificação, (11).

arece nos um tanto forcada a obj.- -·.o d Ar r Ramos (1944,


p. 25), ao manifestar que a penetrac ão pa,ra o 1nt-rior t ria como .tlnaJi ..
1

dade, a capturla dos l'ndios, e •Oestabelecimento d.,o, p im 1ros -urrais, e pos-


ter1ormen e e -as "entradas'- teriam um outro obje ivo, a descoberta d a s
minas· êste critério ..........colocado em têrmos diacrônicos é reaJm€ntP. um
tanto fu ca.do, pni,quanto em eertos casos pode ser invertida essa orgem
o.u também, dar-se-ia em têrmps sincrôn.tcos l seguncto se pode obs,erv:ar na
análise das tontes histórica&,
38 AL:FiONSOTRUJILLO FER_RA.RI

Os impactos supra 1ndi,cados não se fizeram .sentir nec,e sària-


mente_ em todos os grupos tripais, dos Kariri_, e muito menos na
or,dem aponta"da.
A confi,guração. re·sponde mài.s à perspectiva da aJi.álise e ao
estu,do dos: -contatos ou ainda à forma em que se d.eram os mesmo ..

a.. O extermínio dos í'ndios e a p·ro.cµrCk das·- mlnas

E' :bem, p-ravável que várfos grupos ae• Ka1riti da .área do B·aixo
Rio S,ão Francisco tenham ·sofrido :as congeqüênc-ia.s- da;s investidas
contra os Caeté.. N.ão se t ata ,. e µma suposição, pois nas suas in-
vestidas os portugu,eses não faziam nenl1uma disc1 i1ninação ti'i-ba.J.
porque a maiol1 _p·arte dos índios era considerada:_ :generican1ente,
''Tapuias"' (12).
ro, extermín-io dos- índios inie.ia-se como :reayão ao massacre cio
ispo Dom .Pedro F1ernan,d-es s,ardinha, do __pr·ovedor-mór Anto·nio
Car.doso dei B,arros e de maiij 98 pessoas, quê .foraI)JJ de·voradas pelo.3
índios Caeté-, .após o naufrágio. do navio, nos baí.xíos de D.. Francisco
- nas: imediações da fóz d0 ·Rio São Francisco· (Jaboatam: 1858 -
0

I --p·. 17) etn 23 ,de,.fevereiro 'de 155. ((iama: 1.844) (1-8).


A rea.çião contra -êste• ato· nã.o ·se1fê .esperar e Jerônimo de Al---
bu1q11er que à frente d.as fôrças p.ernatnbucanais e de índios aliados
''penetrou sertão _a dentro até o- Sao Francisco, p-ercorrendo todo o
nort,e., on,de chega o seµ b)raçó'' (Gama 18-44).
Niêss:e af:ã de ,expurgo ·dos Càeté, Duarte .C:oelho de Albuquer-
que-, segundo d·onatário de Pernamb,uco, atravessa cem os portu-

(12) Já indicamos ém outra parte·- dêste trabalho, pág. 7. (ver nosso ar-
tigo, "Os Karlri de .P,ôrtd Real do ,colégio", em. Soowlogi·a, Vol. XV.III, n. 3,
p. 235) que o denominatjvo de HCariri" apareceu1 ·COTI\. as referên-cias de Fer ..
nào Cardim --- (Cardim: 1939, p. 176). MeSJl1.0 em out_ras fontes antigas,
comd a de (Gabriel Soares de Sousa: 1"938,p. 37-e segts}, o quai faz men..
ç·ã.o aos ucayté, Pitiguara.s, Tapuias -e Tupinambás, Tupinaês,. Amoipiras.,
Ubirajãras e Amazonas" e outros. nomes d tribus, não en.contramos :refe
rên,cia especifica a algum grupo Kariri.
(13) Há certa contradição nos oronistas e historiadore-s, quanto à
data em que se teria produzido o naufrágio; destarte; o Presbíterg D.
Dom:in,gos do Loreta, ,(1'902· XXIV - p.-.69) ind1ca o que '·'Socedeo este la-
mentavel eazo. em 16 de junho_ de 1556, em que deq a costa a- não"; Jaboa-
ta;,µi (1858 I - p 17) consid ra ta .bém essa data;· F:rei' Vicente do S,al-
'"t.

vador, aponta a data de 23 de fevereiro de 15·56. . __


OS KARIRl

go,êses grande parte ·do s-e.rtão da Capitania, desd.e -as marg·ens do


São Francisco até se,u limite norte.
-·a op:inião d.e -· e1 Vice11te do Salvado , te donat" .. 10 trato11
de conqui tar os A- .AUFIRA. do r·o· São · ancí eo, -u-
em canôas e se ataviam com. algumas ·peça-, de ou o (S,alva.dor:
1918) ma.s não obtev·e resultado positivos ( 4).
O combate ao. · aeté e i11d1 etamente a 01tra __ · tribu· ,, 1nclus1 ...
· e ao .. Kanri, prolongou-se até 1568 (R-b iro· 1,9· 7). embora
outros autores salientem a ação de· outras e•xpedições 1qu.- · e p·rolon --
garam até 1590. As.· in1 temos a ,expediç;ão e 1578, com Francisco
Barbo·-a -_ Diogo d,. Castro (Salvador: 1918). P'ara .sta expedi-
ção foram organiza-_a duas forca'. 11m.a por ma e o tr or ter a,
pi\ra encontrar-se, n,·. dese:mbarc douro do ·o ( em Pen ·-) .. . _te
ponto o ; exp.edicionártos '·'caminharam m-ar em acin1a, ara o í11te...'

rioi\ v·encendo pod·er,osos 1.1.eduto elvagens, embora seu • resultado


prático não tive.· e,m ido vantaJo os, porque ·omente ·bn•a re-
tornou ._niquilado : orém, dada a fúria do :í- dias ( G _ a: 1951
1 1

p. 32) Até certo ponto torn.a- ce o ioso rev ·a.'r e expl r,ar os d. -
cumento-. históricos., no se·ntldo ,de ·obter informações ,específicas sô-
'bre o plano em que· se teriam proce.sado os contactos culturais do
K.ar··.r1 .··-om .as exp ·di.,ções vin.uadoras e exterminado a'. d . po1tu --
0tuê .e P' r outro l do, não · - pode igno,ra · qu,e e •.-, - in -ursõ·e
P·IO<luz: am un1a gr .nde mobilidade espacial da trib us· - on eqüen ..
1

te mi:stur.a, refugian,do-se mu'itos no sertão, ou travando sang11 en-


11,
tas l11ta: contr,a o invasôres. t teR contato des.perta1a1n, ·de. cer ...
ta form , ·uma mútu: e·. pect a -1va de co11he ·mento.
e pediçõe. ' baianas" re .lizada a . ·ocu1·.a da•· n1i a•- de
ouro., tomando p-or e xo o rio São Francisco, 1e ·aram a luta · até ao
extermínio•, muitos gru·pos tríb.ai . Infelizmente ign.oramo- a que
e.stooue perteneiam esse.s· ge·ntio . Porém, -omo f atôr ·s de con-

(14) ·o Tratado Descrili o do B'rasil em 58'7, po,r Gabr 1 Soar s


ãe Sousa (1'938, p.. 3,7) encontramo . a notícia.. 'que mais a ima do rio
' o Tapuias d d1fe:rentes ca ta.s: Tt1pina • A.moípiraSi. UbiraJára!!)
viv °m
·. Amazonas; e al ..m d' llas, viv• ou 10 .gentio n- tratando o que co..
1 1

·mun1ca1n com os por ugu ses) QU ,- atavia . om jô1as. d u . de q


1 1

ha cer a.s 1niormac·õe·s :mste gentio e afi'r.ma vi.ver à vist d·. Ala jgoa
1

Grande, tão afamada. ·· desejada de descobrir, da qual êste rio n· . e ",. u


com.entário feito por Francisco Adolpho de Varnhagen, êste mani esta -.que
tais habitantes seriam d.o P,erú.
40 ALF0NSO TRUJILLO FERRARI

tato _ con eqü.ent de- 1ntegraçã0_ de num rosos grup s triba.i , po-
dem s aR ,inalar '. ex , d1çõ B-l"uz· da E pino-_ - .. 'pilcu. -ta a..
1
;

va·- , - , ·- 1 ·olta de 15,53, e, que, gt111d a carta de :, avarro, eh 1""

g.ar ,m .....at ,._um 1- n1u1 caudal por nom Pará que • gunclo os 1 1- 1

dio- 1nfor ram o ri -- _ão ,ra·nc co , , - achan do-o ··muito larg·o•'- 1

construíram d·ua _ embarca oe, ,, ·nav .ga11do rio abaixo. Os índios da


mar -·,_m , ·i ,·ita :am-lheiSi m'--",_.ou meno a o- ...vei -, d.a 'qU. -·-
da ndv,e:rso ; por i s,o nao continuaram ai rota. e desandaram, volta l·· 1

do lo m · mo e minh (Vi nna: 193 p. 16 Em 15 r- 1 Va n 1


1 ), .

Ro· ·.1_ ue · e C l da -, , eguin,do o ar a g uassú umou par o Sa,,


1
1

F1 a c1 _co- ma ,__-ndo comb,_ t ido p los "TUPINAE ' abandonou


I

sett n nt O ata · egro m 1 7 ,, - _cos d .Aze. _-do - m 1577-


J oã . . nelho de Souza em 1588, séguiram as pegadas d Ado no, com
mel 1
- •• ult os. ., m 1- ,87 --basti- o Alv ,r n_ vegou o - . o
Fra11r1sco • ,m o ter u -,es· o, is.to ', sem lescobrir as cobiça.das mi-
na Pod ainda cit r outras XI) . ões c,omo a dC
I
I

Ga ,. I -e ( - 9 ....92), qu-, s bem n.-o te ham . ncont.ado


ambiciona as. minas, alargaram ,entreta to os borizo tes. ,_o colo-
n:z. -e - _-, nt1 _· , ndo de ·----_form pa _ eJCtend er d,omí 1 1 0 3 . -, 1 l

Coroa po tt _·u - a. E justamente., estas ex1;>iedições , como já foi


1

fri , .o -. am ln ar .__ o enco .tr,o de n 1 os expe icion "'.rios ,, 1

vez-- pacr 1camente, po -ém a maioria da vêzes host"lizando-se mú ...


tnam nte-
:Q ext rmín10 do. fnd10-, Caet' por parte das forc,as e -pedic10--
nária' per mbu ,.anas a p r ocura da rn1na.s p.el s jornadas baiana -,,
1

sen dú i - , po _,_m .-e _, con -1,d,erada, com -. in. - um,e11 o d.e ,·ontato,
1

em:bo;ra omume11t:0 ho tís.. Desta forma,. novos elomentoe, cultu


ra1·1 :par,. __em n _,mundo do, índ1
Jariam com facilidade.

· iza -_o d . .lago, ·in1, 1ada de ma ira - - is or· aniz ....


da a partir de 1 ,91 (Ma raJh.ães: 1935, p. 35), qtle· vinha a ser. d -
e.er m ,, _, -,,, co - - ü -· . -'a da ba i a - e aptu. - d, índio. I

Por a11to, os captur__d ,_, tinham d a,u.bmeter-se à ado-ção ,de um


nov tipo - vida p es
1
e tata. r1 to ã-0, d. ,arr
I
I na mar - i'

di 1ta d . aixo ··ão ,-a11 1_ co, co- - sua · ·ent e , te rminou 600 i11...
1

dios e capturou 4000 , tab,ele -endo-se ent- o, numa gr- 11c- •_ t Çl •.:
·OS KARIRI 41

qu - organizou para si, e'.m S rgipe do Rei,, e que mais ta ·de passou .a 1 1

. r capitania da Corôa portuguêsa (Marroquino: i 1934, p. 16) .


. ' a cai : nha d S,er .. ' ,e é s ' dúvid ' uma con .eqüê 'c1.a .·o C O i l m
1

tato L hostí quje .e tinham proc,essado entr Ie portugue -,es .e índios


da 1nar .em direita do 'ã Fra c·sco pois., a de' pe:ito a aproxima-
1
_

i -o do · ,., - 1íta com o · aborí - ne. _ _1egi o (ign•o e t _mbé:i..1e

ta época a qu,e grt1p -· tribai _. pertenciam) , os colonos,, soldados,


bem c.on 10 a cob1ç do ; mamelt1co (Le,it ,:, 1938 - I - p 441) cria1am
um.a atm -era • d.e a -n1onia _u,e ca da · .ez ma1 s 11 ce11t11 u,.. A 1

i'.s-o agr .-a-Re a, atitude do p.róp ío Luiz d•e Brlto q1l 111ar.chou con1
f It e e t1ngent · ,até
1 ar-·_ 1 do Ri Real ao ai:· , i1na - . da
1 1 __ I

_J =·ad '.nto··-- ,é -ã - - In.á•·J··omo, 11 clar a _··z -r :. 9 2


p .. ··o), ob ervando que o. home do che e indí 11a ·u ubí fu. ·a1n e
do ctar-. le _·. ataqu o den·u a p,-r·egui,· ,o do:- l dio
C ' . , -

"'
ta a.ã o-un,. a o ao d l1i tort dor ( 5)
1
, 1a co11 jbu - 1

d par.a a. -roxi -_,:-· os í11dios do-- fran. ê es. -or vol a de l_·-.6_ os
'· ....
e ol ·i·· --.mo t'·rmino das. h '.ilid de- ue a. luta __
,r iam-· e a·vo] _-aánd Nâo deram créd.1to o i portu_ ue-
a es a. solicitação, como, Cristovão d Bar o. que e mant , tou
e trá i a : bo: ·nte, e · d , nat i . nt etan o o- . rna
do. 1anuel T,ele Barr to o-rd. nou que p.artis,se u1na e luna d 150
sold.ado ·, e os loilolista que acompanhavam fora n .-._.acrificado
p I-. ata- ue do_ ín,d10 : _ bor , não • ,.-aib , cate·- i amen p·o1
qual grupo de índ 'os,. .-obr.e e tes a·contecim ntos div rge um ta11-.
to o depo:·mento --o m1l"ciano Cri tovão de Gouveia, q- ainda ela
que a e pedt•---1,_ foi o --,amz. com con, entrment· • do er na- 1

dor Teles Barreto, bem como de Garcia d1Ãv1la e ·d e Beneditineq 1


1

pois. •estavam Jnt.e ,e-sado · n e pitura do índio, os q · i : e 1 •di- 1


1
1

.didos entre ele . ·ã obstan ·e as a , rtenci, do; j uíta!, ôb- e


o fra casso da expediç.ão,, a entrada se f-êz Ao aproximar- e ·,dos
1

aboríge.--e , êste man1f taram eu interêss ·m -ubmeter- e ao, 1

p,_:.dres, e qu e som, nte com eles


1
,entend. riam · .. iria . até a I ahia.
D sta f rma ro1n.peram-se as ho tílidade· , e ín:d1 ( 16) dirigi-
por · m gru o de f ·n -· e e ma ·a_am o_ 150 ol _ado - ·mai
_·-oo indios ou escravos que companharam a exped1ção.

(15) ,er: 1 e Bez ra= 1952, p .. 30: Vic,ent do, Salvador - 918, p.
216; F. Fr ire. 1906., p. 277
(16) Serafim ,Leite· 1938, • I - p. 441 segt
1
42 ALFO ·. SO TRU.JILLO FERRARI

. a. cam.panha de co]onizaçao Sergipe, cou·b e·po1s aos p,ró


p•rios colonos a, 1n ciativa da conqu1 ta, em f'ace da ameaça dos abo-
rígen s e elos f rancêses.
1
0à f.rancêses,. seguindo, uma política ,Pacífica, l:o raram atrair
os índios •de S· .r ipe, para desta forma ap1·oveita _,a·· e: ·pec1arias,
·pau ,de tinta (pau brasil), 1sem preo upa:r-se em cri.ar um. novo ''mo-
dus vivendi" --o .aborígen,e, i - o é, : em t atai de muda o _1 te.ma de
vida e a organização com que e ,t .·. am hab,ituado , o -1at1vos ·•a
medída em que os contatos se faz.iam quase primário , o-, f1"a11cê es
procuravam a.gradar os. naturais, e11sinand.o o uso d.o.· elementos cul-
turais para •ele·s corriqueiros, na medid.a do inter -sse ·demonstrado
p,elos índios A-"-1m, a1prend. eram •o gaulêses o manêjo da arma
1

1
de fogo ..
Com o contato do fran 1ce . . p r e ·as banda tinha- e ini 1a ....
do tamb ém O· inter-cruzamento racial, de tal forma que as ref er n
1

cias de l.Gabr1el S,oares. de Sousa (1988, p. 405), -,ão basta.nt,e e:,ç,,lí-


citas ..
Os contatos d,e gaulês·es com índios tupinambá - foram bastan-
t,e slgnificativoc, nêste s tor •d.a ,Colônia:: entretanto, para o 3 Kar1r1
não teve maior alcance, porg.uanto o·- francêse, n.ão _..•e:aventuraram
a sulcar ,o r·io, São Francisco até a ter as dominada pelos l{ar· .:r i ·lU
.águas acima do Paraiíba em que mantinham. tratos am1. ,t osos com os 1

Potiguaras (Co·uto: 1902 - XXIV ... p. 25). Porlfh-v mais eloqiient-e


se tornai para a mu.dança cultura! ído1s:.Kariri a penetração dos. colo ...
nos portuguêses e· a implantação dos cur1·ais, embora o.s contatos
culturais e depoi 0 1s sociais f os 'em concretiz·ad.o -ob -im clima de
hostilidade mú' ua.
As "entra da ' pelo lado· baiano, com feitio ·____
1
ai eolon1alista do
que co'lo·niza,dor, co;m a implantação dos e'urrais, e tão intimamente
Iiga,d s a hi tória ,da ''C:asa da Torre''. O eu fundador, Garcia
d' Ávila, ,eistendeu pelos territórios .conq.uista,da.s seu "'currais'' O
início dos "'currais." tem lugar com ir,desembarqUP.· da primeira cor-
veta ca ega,da de gado vacum, que ichegou a Bahia m 1.500, s,endo
1

que a 6 ,de _-z: mbro dê.sse me· m ano êle· com·pr u o · 4 000 a_
1
;i

duas primeira. va ·,as (17) '''F z-lhes curra] em tap,ag·pe.. Tan-1

geu-as ao longo do. litoral, a procura ,de paatagens longe d.as roças
1, ,

(17) Documentos Históricos XIII p. 390 e XXXVII, p. 124-


OS KARIR

Agre-
Desta
·.· - 1 ia-se transformar a me•d1'· 1
em t1e , •e instala-•
.u · - - o Jon o d.as estracla . E ta. ··. e d Garcia d.'Ãvi-
la f i Ia r-.a11d ao .r que o ucedezam no comando da Casa da T,ôrre,
F1a11ci Dia d'.Av1la e Ga eia d'Avila. t.:i te último, em compa-
1

nh:ia do -.adre Antonio Pereira chegou até a . aldeia. dos Ka1·iri de


Rodela , n -t o, perto do rio São Fran i 'CO.. t te contato com os
Kat iri ,d u... e por volta d€ 164.6 · ne1ssa oporturiidade a política dês-•
se de -bravador era m.ais. baseada em têrmo . p í 'icos e· "·dispêndios
de muita .azenda.1 resgate·sl que deram, ao p-·entio para poder obrig:,r
1

ao e, 1 h emento e povoaeão das ditas terra , e,m. que d•espenderam


n1ai. d- 2 mil cruza.dos, de fazendas e ro,u._ ia ,c.om tôdas àquelas al-
,d-1a . que :ão m111ta e por meio das dita d diva_ o d.itos índic-s. I

com,, n tu ai-. · enhores ,das ditas terra lha· entre.ga.1.am . e1


·orno • po · oa am de currais de ._a.do. -. ,(Calmon: 1939, p.
6 eguin.tes. a medid.a em : e a ··.o ôa co cedia nov,as
·, 1a Já ao longo do rio ·.·ão · an· 1,e , o índio l{ariri,
I

q ie t _ 1 m ido a11tes do descob1r1m,ento ob 'i .adia - a retroce,der do


1

li or: l . e1o·- 'T'up1nan1b:1ts e 'Tupinaes , na ·op1n1·.o de Jos,eph Freyre


1

de ,o-ntar oyo Ma ca1:enhas, e que depo1 em 1658-1 16'59 "recalcados


1
1

no Moi: I o do C,h.apéu para a margem direita elo São Francisco cedian1


de v z o lu ar ao conqui tadore.s'' (cit. Calmon: 1939, p. 6:5, Liv10
de ,8esmariasJ, da Tesouraria,. Provincial d.a Bahia no A.rqu:ivo Naciu-
nal) ( 8).
· a 'UCe -ao do.s Ávila, foi F':rancisco D·ias d'Ãv1la quem conti-
11uou a tradiça de estender a conqui ta. atra·vés de guerras e cur-
1 ai , af, o,utro eventos como a submi ,-ão do-. entios! ''GUAIS,-
Q e · GA.L . -HES' q11e pilhavam a f-.zen ..a -. e trucida,vam
o r 1
• nh. almon . 1939 p,.. 81) , o ·que v 1 tornar mais sa11gren-
. ,-a- ha Pa.ra e .. e im, f z- - aj ud.a por ,Domingos Ro-
1 1

, -. lho ,ertanista que man-inh-. bê.a·-· elaçõe- com os


( • 1 i i) odelas ', '·'tamaquin., " e "outra na õ1e' vola11tes do 1io

t 1-época, _gundo informaco ,s d E . vão - 1nto:. 1956 p 44-45),.


quas_ · , odo o vale .de S,ão Franc.isCQ,. sobretud.o d.e, Juazeiro para baixo, es-
tava povoad,o d- in.dios· Os Ananio (derrotados em, 1674) os Amoipira,
os Ocren, o 1Sacragrinha, os Tam8:quiú, ,os Ponta, o · Dzubucua-Càriri, os
1

· Puria, os Pancur-u, os Aramuru ,, os .Natú o Çariri e outros.


l 44

São Franc,1sco''" (19), qu•e inflingira ao,s re·beldes s·eu primeiro ·casti-
go. Por sua vez, Francisco Dias: (]:-'Ávila para socorrer , eus. forei ....
ros dos' ataques1 GUAISQUA1S e: GALAN-C HE S tev,e de reunir além_
1

de soldados, lniJios prineipalmen-te n "gen'tio R·odela:, ch fiaflo p·or


FrancJsco Rodela, valoros.o Cariri"' (Garcia: - I -- P - 226) ; tal aconte--
1 c_imento teve lugar poii ·y,ólta de 167 4. N.ess:a época houve: uma no ...
1 •

va . ·ame,,aça para os "curr-aleiros''' é o levante dos ''Kariri con.hecl ...


- '

do como ''a, confedera.ção ,dos Cariri". Trata-s,e p,rov.àvelmente de.


uma. aliança ·dos· dif eir ent es grupos tribais ( dos Tupin.ambás,, Kariri,
Cae.té e outros) ,para conter as entradas dos ba.n·deiran,tes e curralei ...
ros9 :ítsse es1tado de inquietação ,estendia-se pelas ba.ndas d.o Ceará.,
Paraíba e Rio Grande do N'qrte• (Calmou! 19-89, p·. 84) e:-até ·mesmo
ao Pia-uf, onde os curr.aleiro-s tinham, estendido seus domínios, como
no c-as·o de DomingosLAf on.so, que eml 167°3, invade o norte para fun-
d-ar -seus currais até o Piauí (Lima $0Qt'inh9:- 1946, pi._48-4.9.) As
hostili<l d,es ínter--trib.ais de certa f·orma, chegavam a seu fim; pactua-
vam .agora em defe-sa de seus: domJnios, ois, o _retroce·sso ao· .:sertão
tinh.a..-os- solidarizado contra os curralelros., ,qtte lhes tirava·m suas
Rreas n,as quai podiam obter rec11r os para sua subsistê:ncia., por.,.
quanto no-- "Sertão'' .a luta pela exist.ênci& torna.va-s. mais difícJb
1\1.esmo os l?ortuguêses tiveram de acomodar-se as técnicas ·emprega ..
··da·s p,elo aborígene no am:anho da ter.ra, ·de_tal forma Jque ·o J11dio con-
tribuía, ainda, para- ben-eficiar a lavour- do portt1guês. A roça
tinhá de ser preparada obedecendo às. técnicas do aborígene,, e ,para
êsse fim, a, derrubada e :queima.da .tradicional eram os elementos
·que mais correspon,diam. à. exploração dêss habitat. Dest f orm.a-,
muitos grupos no intuito de, o·btar alimentQs que- o ·p.ortug·u,ês lhes
proporcionava, ·mantil)ham por· uns temp10s relaçõ.e pacíficas M·as
os l1ábitos- tradicionais emergiam e ·faziam-se s,entir p,rincipalmer1.te
quan-do: sua· integração à nova ord,em não ,era 1suficienteme-nte efeti-
·vada ,de tal modo que o p:vocesso de aculturação fraccionava-.s , vol-
tan,do o índio p,ara a mata ..ou para· -o sertão.
Tal como os outro.s grupos tribais, parte ..dos Kariri combináva,
ou vivia com os colonoS:, _.p·rincipalm_en:te graças à 'intervenção dos
missionários, ou devido à, fom,e. Ou.tra parte dos aborígenes re-be-
lava-se contra o "cativeiro'', e portanto,, aliad.os aos outros ·gentios·

(19J Carta de ,29 de novembro de 16,69. Livro da Câmara da Bahia,


ctt por Câlmon: l939 t p. 81,
fazia guerra áos curraleiros. Destarte o ·último quartel d.o século
XVII é p:rõp,rlamente dito de guerras., pelo levante e·ral dos índios
contra os curraleiros. Para rechaçaF as pretensões dos naturais,
·os "cur aleiros" pediram a•uxílio das bandeíras p8Julistas, ''renoma-
dos trucidadores de índio•s ''. Por outra lad9., .os curraleiros tinham
também de enfrentar as reivindicações que s 1nissionários pleitea.-
vam.,.

e. As bandeiras·

A penetração das bandeiras, ou melhor, d.os ''band.eirantes pau-


list.t\.s'', de·u margem _a contatos nitidamente hostís, ,e .'.quanto que
em (lutros tmp.actos neni sempre .suc.eâeu o mesmo. Das entradas
organizada ·com o fito ·d,e a cah.ar con1 a revolta dos. aborígenes, ge-
1

nera.liza;das des-de· a Bahi.a até o !aranhão, a mais importante; tam-


bém co·nhecida como .a "confe,de-ração dos Kariri" foi a â Este.-
_vão Bayão Parente '·'organizada ya1 a vingar o desparatq daqueles às,
ordens de Domingos Barb-osa Calhei '' (Vianna:: 1'9.8.5,:p. 82). Esta
bandeira, a de .Bayão, na,s suas jornadas, de 16'71 a 16'74, logrot1 sub,•
' '

jugar os :aboríg;enes, mas :n-êsse in.tercurs,o muitos elementos fota1u


dispersados e os índios s0breviventes redt1zidos à escravifl.ão .e Ie-
va:dos ao, Jitora], on·de f@ram. v-en•didos. A bandeira. de Mathias Car...
dos:o-de Almeida, foi 9rganiza<(a, pelo novo apêlo que o ..Govêrno da
Bahia fêz a São P'anlo, p·ara acaOOP com a nova eclo.são do levante
dos Ka-riri, Anayó, Cabilda, Pimenteira e outras tribus alia.das, que
:-imeaçavam 'destruir os- ''currais'' :e ó -"esfôrço colonizador''' que ·se,
estendi.a pelo rio São Francisco. Para ·efetivar a entrad·a de Mathi-
a.s Cardoso ,de· Almeida, que todavia. chegaria. -ao rio ·são F"rancisco
1

e 1690,. foi p_r ovido de "Gove_rnatlor a Administra.dor de tôdas as


Aldeias éla.s Nações, que reduzi_r .e sitiar de.sde a Capitania d.e P,6rto
Seguro at é· o Ryo s,. Fran.cisco" .. , (Anna,es do M·useu Pauli$.ta, to--
t
to III). Mathias Cardos01d•e Almeida pelo- mesmo documento é con-
_siderado como conh,ecedor da língua e .dos hábitos dêsses gentios, o.
·que contribuiria p-ara o bom entendiment@ ..
No limiar do século XVIII, os Ráriri estavam exaltados- ,e em es
tado, ·d·egue·rra mas "as revo•ltas .são âe-rrotadas· e" compelidos. p.ara o
interior do Stão Francisco. Nê.sse recuar assistimos ao desava-reci-
mento de muitas tri·bu·s-, m,esclándo-se· seus rernanescent s com ps.
,i'

46 -·'LFONSO TRUJILLO FERRA_R_

Gonquistad.o e-_'.,, ( · 1a.nna: 19 ·5,,. p.. 46). Mu1to.s d-o bandeirante


tornaran1 ...se, com ess,as conquista , grandes p·ropri tári,os,. fixando --
e dê se n1odo no 11ordeste, sem retorna1· para São Pa11lo.

A · aça , · _·e avatura do . in io -, con tituem out- ·o imp,acto qu -


contribuiu para mudai muito do , eu hábitos e co tume , sob um
clima de pre ão., O.a saldos negativo através ,d_st_ tipo de co·n....
tato foram a morte dos, índios, ora n luta, ora. pela · doenças adqui-
ridas do b1·an o. A escravatura orno instituicao -oci .] estabeleci ...
da en1 muit t 1bu indígena do Bra il (2-0), exi. -til ante,s, mesmo
1

'.los portu u -' , principalmente om.o conseq" ·n i . --_, lutas inter ...
ribais e uj p 1 ionei10s d g11,e11- e1am tomad . · con10 escravo ....
.endo inclu· 1\e, ma1 tarde de -. rado nos rituais can1· alí· t1cos.
Com a p net -aç.ão d-os ·portu, ,uê .e a neces idade do aprisioria...
me11to dos í11.dios se fêz sentir d imediato, estabelecendo-se tlma ''es,-
cravatura ilegal" (21) .. Mai tarde., dado a a,ção pratiea,da pelos
Caeté com relação ao.s náufrago. do navio '"-Nos a Sra. da Ajuda'
'(22), det1--·e o primeiro a.to legal _e escravatura . o Bra il.. A lei
1

vindicativa te a. aprovação , 1, m-es.mo d.o , J .-uíta (Leite:


1938 - I ·- p. 197). ,, Onde o colon. , acha 'Se um Caet' lo o o podia to-
mar e ferrar , poré,m muito- Caet: viviam mistu -ado- com outra·
tribus, inclusi.ve co·m os Kariri. O desconhecimento das tribt1s 1 e a
·----
(20) Stad n .. ·9'42; Léry: l l.· -o -c1 r s de Sou - " 9·, ; F·ernandes ,
19.1119·
. . . ":I
'·'li!

21) D.. omin 1 o do Loreto Couto, na sua obra 1904) ,procurando


justificar a e"·cra a-_ a dos inàios : - lienta: "A liberdade da poder cada
hum vender se a outro homem foy o principal motivo porqu se introdus·io
o captjveyro1 dos indlos do nosso B,raziL Huã notavel f,om,e que padecerão
os Gentios no anno de· 1564 1 de maneira que vivendo j·a em potJulosas A]deas,
reduz.idos ao gr mio da Igreja, vend rão mtlitos se-os filnos, e se vende m
rão a si pr,opr1,os, ·ara não acaba , m .as v'idas ao rigor da esterilidade
Valendowse a cobiça dos Portugu, s -_- n, cessidad, e do m1z· raveis I r1dios.
1

que desc1ão m rop,a, da suas ter, a a buscar nas po oaçóe do.3 Portu•
,guesês o seu r, medio A troco de o,s fartarem huã o hora o captivarao
para toda vida. ·vinhão outro·· tra'zido,s com enganos.t .· ou por força, ou
por industria cahi-o nos laços da -.scravidão (p. 69)
(22) v_·ro item relacionado com O exter1ní11iio aoa índio· e a procura
das minae., nêste trabalho.
OS KAR RI 47

c-onveni ncia em d.esconhece-]as contribuiu i,,a qu , a e- rava.tura,


,e di un. j-·,e ràpidamente, transformando- ·e num meio ef·caz de
aba. te e o engenho -, de bracos indígena - e- era v zado -, a ·.ím como
o cu.r ai, ,a: mina , as, oças, e assim por diante .
.•n. · t nto o · excessos dos portu,gu, - - der .am. margem pa a
1
1

que o- r·eligio -·os tomassem o partido dos, índio . 2 tes fora.m par-
1

ticularmente os jesuítas (23).


Ao findar o século XVI, foi assinada a Lei de Liberdade dos-
fndios, em 26 de julho d·e• 1696, a qual te:ve enorme repercussão e
conseqúencias que vieram a transbordar no século XVII,, conforme
relatos d,e Serafim Leite (19.45, ... V - p. 3) Por o·utro lado, a le-
,gi ]aÇtão e declaração de princípros deu motivo a di -cus_ õ,es e r·eela-
1na -.,""e.', agra,vadas pela, er1se da Cap1ta11ia ,da Bahia ., principalmen-
te com a : ed .· ão d.as impo·rtações africana.e, o alto p êço do escravo
neg·_ ,, a mo ,_e do tiabalhadores negro a queimada doa canaviais,
fatô es ê ·e· qu,e ,exigiram o recrutame ·to da e crav,atura, on10
a;po11t· A, on -o de E .. Tatmay ( 1946, - VI I - p 191) , -1tando ,como p,arte
do· relato do De_ mb,arirador' ,da Rep e·..·ntaç.ã,o bajen e ante s ta
-:iaJe ta , Catõl1c,a, iSôbre as conseqüên 1c1a, da campanha as: olado ...
ra de 1624-25.
- ''Qu,e V. M ma.nd,e passar provisão para q,ue o Governador do
Rio de Janeiro fa ça vir para esta Capitania todo_ - o índios dos
1 1

quinto dos que ora desceram do sertão de S. Paulo e se faça por


a.juntar 11as d.itas capitanias gentio p·ara se fazerem duas aldeias e se
ma11dem busc.ar em dois nav(os à custa da imposição dos vinhos''.
Ainda numa outra parte. da expos1çã,o junta•-se o seguinte,: "Que
mande V. . ·pas· 'ar provisão para que o ,Governador de· licença para
ir ao '. ·tão de cer gentio donde houv,er e· pai a i .so d" poderes, a
língua ·.ao -- adre Provincial da Comp1a nbi.a d . p -· ·- de, Vossa Ma-
ge tade . ( .· eh. de Mar. Ult .., 2-5,, ..1t p r Ta .na.y·... 1946 - VIII
- p. 18-_9).

(2'3) D D mingos d,e Loreto Couto (1904, p- 69), sôbr,e a atitude e


dfspo·s1c-·o,dos portuguêses .assi.m. se manifesta:: ºExc,ed rão tanto os pri ..
meiros p voadores. 1do Brazil n.o modo de captivar o,s ln,dios, que os Padres
da Companhia com louvavel zelo,, grandes molestias. e indi.gnas murmu•-
racões, sahirão a fav,o,recer aos desamparados; nada aproveitarão as suas
fervorosas ·deli,gencias po qu,e j'ul,ganão..se as. razões dos 111iseravels
I:n:d.10S.
.. . "
48 ALFô,NSO TRUJILLô FERRARI

Desta I orm .· reca,rria ....-e novam nte ao cati.v-i o do índios, jn1-


planta.ndo- ·e ot1tra vez a "esicravatura vermelha ', em faGe d.a 1m-
possibilid.ad._ do·- colonoa obterem. escravo,s. da Gui11é. Pap-el impor-
tante tiveram os paul _stiM na. escravatura. do.s índio,s.
Reabn 1 1 t . e i te uma r1e, de fatôres qt1 le ai am a tornar
escravo os ín 10 perseguido até mesmo no - t .o os contato ·
culturai e o i. i. •. de empenh pa · el import ·nt 1 rincipalme11t-
--

na mudança) de a. pectos mate ·ia: da cultu1·a, na lações 80ci.aí


dos aborígen . do Brasil e part.1 ,ularmente dos Kan.ri com os por-
tugu,êses.

e. A p netri ção dos religio o , a fundaeão do_ ",alde ·amen.tos ..


1
1

R,e,ligio o pe· encentes a ma· - dif.e1ente - o· -n- : (je--·uíta ,


capuchinho ,,. :be ed1tinos,) entra am ,em aberta competição com o
coloniza,dore- portuguêses. Esta competição tinha como pivot o
índio. As relações entre leigos e· relig·ioses, na medida em que am --
bos des.envolviam se·us interê ses, deu margem a ·muitas situaçõe
de· conflito, cum,o n.o •Caso do,-· Je' uítas com os '''cu-'"Ia ___
i ·o"··,da .Ca
da Tôr1e'' em. 1696 ('24). embor. ant s os cha.mado- ,. · orgados d.a
Casa da Tôr - , am os benfeito --·· da Q,rdem de J e -u --'', pois como
índica Frei --aboatam {18.58 - I - p. 27 4), o e ii, io os, qt1e e: am
man,dad9s ,a as -Istir as doutrinas encontravam afável agazalho na
casa delles que inclusive as "aJd,eias de ·índioai q·ue ficam, pe]a. ribei--
ra do rio São Fra-ncisco a.cima na fazendas de ·ado que, pc,r esta
m,esma,s parte ·e outras do sert- o tinha ,e ainda hoje pos 0 ue casa ..
que são muita , m.andava dar um oi de e mola em e d - t1ma além d
m111tos por o,r .m . a (de Gar, i. d· Avila Per i-, · o ·_ 0 dê, te nom
na. !ilUa a eend -n ia) se repartiram pelas mi _fies . Ideia - e co·m
bois dos. mis ionár1os e_aldeianos, que todos ,, pela sua c-onta. <iizia ·'le
vinha mostrar, e alguns religio,sos e testificam, asl rez: s, em tantas
cabeças, quantos são os dias do ano, vindo assim a dar u111boi por
dia".
De certo modo o -conflito ,er evidente quand- o_ 1nterêsses, ta11-
to dos colono ·.co,mo dos religio · , travam em . hoq· · , não obsta·nte1
em muitos ea .oa os própnos colono., ajudarem a fixar as missões .

.(24) ·ver Caltnon· 1938, Leite: 1945 , V .. p. 295 e segts.; N'antes: 1706
OS KARIRI 4g

O contato do Kariri com o ·.. r',eli 10. os foi mais d ci i'vo na,
1nudança de muit - de suas crença 1 pois os mi sionár10-, 1nter·es-
,

sava1n-se na ''conqui ta e ,arrebanhamento de alma· ·. Pa a con·s e... 1

guir êste PI opó •.ito, ,o missionários a enderam a lín. ua do :· aborí--


. n.es, levando _mpl vantagem - re mu1tns sertan· 1Ô,
1
.- curralei-·
,

o 1 bandeirant . , Entre êle , te- o : o pa•dre João d Ba o ·, cha-


1 -

mado tan1bém 0 Ap, , tolo do Qui l · ,, ,que não -om- n e e lnn1-


1

tou ,ao ,estudo do Ka1 ·n mas d.e outra :, lín,gu,a , p- o u -.an.do fazer
A1 tes Catei:ismo- e: Prosódias pa., a o - vindouros (p, dres) ,e logo
pa sando da fundaç .- 01 d.e uma mis ,ão para outra (Leite: 1'945 -· V -
p 196) ; o irm,ão G br1el d-a. Costa qu,e ·n 1692 aprendia a língu.a
do, ''Oacaras · (o- tro amo ,do Ka 1 pois tanto o . od.ela como os1,

O, ca ".",vi ita a ,ai assidu :me. pelo ano de 16 ) (Leite:


·· ._,V - p ... 299 ,__ pad.re Luiz · i . n io am1ani qu = mpo . sua
-1 •

1 1

1
amática na e inda metade •do ..
I
VII. Além d . te, jesuí-
tas, temos os, capuchinhos fr'a,nc : , qu - se interes aram tan1bém
em apr,ender a lín,,11.a dos Kariri. A -im temos Frei Martim de
Nantes, 1671, qu in,iciou sua vida1 d m1ssionár10 entre o Kariri da
· a aíba,. cuJ a conver ão (ha.v1a, ,·1 o iniciada 15 m ·.-e. ..ntes, poI
i Teodoro •d Luc (Edelwe· . : 1-, 2: p. ,36), p,ar,_ ·,i, ta ·de d1-.
·.i 1 -- e p ara - l ·za·, con et-sõe na _- ens do ·o · o F an ·, co,
1

,. nde estav.am · , _Ih dos os Ka1ir1 r_ Biern.ardo d ~an· e notá-


vel por seu Cat ec'i ·mo l ,dioo da Língu·_- Kariris, che ou por volta de
1

1682 à llh·a ,de Aracapá, ·no Xio rS'.ão Francisco.


1

Q,s religio_ o:-, além de terem. contribuído de maneira inten a,


p. ra a mudan,ç. ··a c:r 1:ças do-· Karir1, lograram tamb'm ensinar
culti o de nova,, Pé ie · •egetai ,, criação de a ·m · aoB abo ..
í ene-. Porém r lograr - e 1 nto. tiveram ,e acomodar-
. - a· · cond1çõ e - - ida dos indigen , . anhando-lhe 1 a confiança e
1

p ·. ando logo a catequizá-los e· a ;en ·"n,a.r-lhes novas p át1ca , Um


bom exemplo de labor desenvolvido p lo missionário . encontramos
no seguinte extrato da obra de S,erafim. , eite (1945 - I - p. 295.). ºO
f ·uto d.esta mi io.. consiste em faz1....lo-·· de bárbaro 1, homen ·; e d,e
n•-men., cri.tão,: .. e cristão .. per antes na fé .. · i.to ·.rocu1·am
1· 1a. rao·.· a. .·-1.··. m·1.··-·s··1·.o.
.' O.c.. ,..., '"
· ,n-a'··11·0··,.. mo a11d-.o-se a 1v,e
.l'.
·· com e""'I,e ,
a faze ·ofício , cu a, pai, médi. o, nf rm,eiro, tuto e a11,d.a me -
t e, pa.ra ns 11aI-lhe · a roçar e planta ·,eus mantim -ntos, porque
tais 8ão que a.nte.s havia.m de i1 ca(}ando pelo m·ato e buscando algu-
n fruta silvestre do que acom,odar:- ·e a tra·balhar e planta,r'''·
50

· o- o ·1
4
_o,· deix.a, -o el . n11ssionár10 é
, vamos obter' i. , ,

a m.aior fo t d informação br a prirnitiva cultura dos Kari ·


omo j-,á vimo m outra parte d ste trabalho e· tamb,ém, d.ados re ...
ferentes ao p 'OC_ssos. de mudança cultur:aL

O emp , .. ., 'i ento guer1 : 1_o , Holanda no -éculo XVII, con -


1

,it1f' 'lm ut - e,cto de conta' o · mudança, na - trutur: 1de mui-


tas t ib11s '- apu1as" e particular , ente dos Kariri.
A inv. · _o do. hola·ndeses a Capitânia de Pernambuco e de
mod.o geral domínio porttigu no Brasjl, d,eu margem a q.ue s,e
j •

1tabelec . ;:-.a entre hola,n ,'e e ,e portugu -:-. · ·te sa lt1ta


o la, o , holandêse e O· por_ t1g
1:
• omba.t1am o
.
""
011 :e1-, ,.n r l, o Kartrí- _, _ao que o de ,i n .:a de Pe -
nar buco tin --• e aliado ao.s bola 1.d ses, e os Ka -ir1 da Capitânia
d B·ahia ao ·ortugl1êses.
A p r ..e01ui ão •de B·agnuolo (2 , ) pelo Conde1 Maurício de Na.s-
sau até o rio o . ·- ancisco em 6 7·, fêz -c-0m,que o - holandêses e11...
trassem e n e n1a, to om. o_ natt1 _ i · d,a margem e quer,da do in,di-
cad 1--io.. l (1940: p .. 46 , - :m erimt.na - ,q , t, ibus entra-
·. ·.m em m holandê· manifesta: 'D·uran e i to, algun
..ndí0" nas, ·_
0
ívei - asl a.rma e rt1das dos no .o,-, pediram-n.o
co1n instân ia ,-sem aceitos . ob a nossa proteç.ão, o que alcança-
ram, pois N ,au não Julgou ,eneroso combater com part;culares
1nf'elizes, mal I im inimigos viol nto ., Obtid.a a arantía que ti-
nham ped· o v._l __ram pa1·'a s.ua t,e,·t_a , sabe, , . r :Oi holand e · 1

de'' e·n sore · d·e u · bens e no 1 .. mi ,o ,,, Ain,da o .-o d ,.aurf io


1
1

ob er ando - .·. , eg.ar a P · edo - que o '"inimigo- inha fug"do


para a out a m, , em, para, Ser.gip e del Rei, mandou que os, ''habJ...
1

ta tes da m,a -._ n ai1strE\l que, com todo o set1J gado, pa sa.ssem pariJ
a ma.r.gem setentrional, afim d não ir a;lf o inimigo abastecer-se,
"'
como ante , j''·, conte,cera'' (Barl u · 1940, p .. 47). I to c,011tribuiu
Pª'"ª" que-, co tato entre o índio e colonos aument -e, da mesma
for.na ,qu 1- · ·-1 nte ..gru·po t ibai iam-se mi tu.rando, conf un•-,
,I

(25) O Con , , Bagnuolo era um mi.11tar experimentado, que s,e ais,-


tinguira 11as C,om.panhias neerlandê as sob O Marquês d - Spinola (Barléu:
1940, p 36).
OS KARIRI 51

di do-_ c e,s, e "- ·osaico de povo !' de qu, no fala . · -lmon (1


1
, p,..
56)
E· crevendo de P·enedo, ao Prfncipe· de· Orange .·tathou -, r das
P · íncias ni > __, · a . a u relat ,alguma_ . otíc1a_ -- fe ent _ po
vo -_· o ígene . enomm do d_ - · puia.,, ,que vivem na regia •e cotn
que1n tinha trav·ado boa. relaçõe (26).
i11for1 :eõies qu noai · e1 . do.- holand.ese com. riefer -., ,c·a ao .
J

"' mui_ · di ·u, a, , muitas ez,es etn. centrica - ,e,i1do p ,u as1


,

fonte - c1 .edenciaidaa que descre em a cultura dos í11dios em · prêço


1

(27). Ainda mais fracas são a s notícia dada" pa a o· a1iri.


on .. ·e t a. adi -·a , on '1n de t a .._._. Jaeó R 'bí, - _ -av ,
B 11 ' Zach_ r i a s W a ne.r, Roulox B:a, o e· p.r1 alm.:nt Elias
1 • - ..

H,e · kman, cujos informes sabre a Para1íba f o r a m _··,critos .m 1693


D . do ·ge- - L o que chama a , ·nç,ão , , · a i n t -r elaçõ - 1ni o-
1 I

-sa · tabula 1 • com o aturai-, (', Tap.i11a-


,
1
d . a r e .".i- o. e a a i]1ida
) ,1

de das .alianc. ·s com s· es. ín.dio , isto se ex.plica pela nec .sidad:e 1· :

-do_· ho a11dê e· de pen t r a r no - ertões ch,egado_ a coAta ( ompett:


19- P 8).. - '·te. on ··to di ·.t· ,, levou t mbém ·, que o· h 1 _nde-
se- se· intere, ..·assem e C·onhecer os costumes abo··ígenes,, porém o
-c1·oni tas. (f1ame-ngos da é·poca) preocuparam-se mais, em _ .-_ strar
c.n- . , a i o r m i ú c r a s u · p ópr1 entu·• _.ou a ·eus- 'U re-,
qu ,ropria 11te de '..cr vez em profundidade a cul u r a d , · a i1"i

..... _e r ·uzimo: par - 'a ,carta d. a·sau n, 1ta n obra d.


arl -u (19,40, p 48). · H·. por esta reg-iões um genti, - roz,. b" b ro, de,
co t u m -s 1nt 1ramente, rud s,. da ra a dos antrop,ófagos. Chamam-lhe Ta•
pui· . os quai h.á per o d . 700 a duas legua do meu _-raiais., 2 ,ampam.
a ui lguns, -nv1a ·_os pie . , eus par nos · dir m az alian'ita -1 1a os
1 1

1Jortu ueses.. .s o de ·o . o robu.st·, ele boa ,_omp,le1,ç;7, , ,de. port eleva-


do Falavam uma língua ,que não podiam nt, nder n m os portu. uêses,.
ne, , bra il 1ros, nem , ,utros. a _,u"as que ,_-avam -.n, e nó · dav1a
co- · isagens adem.an _· exprim mos mu uamente n o,_ pi::.n - .. nto-·,
prJ ci alm n-. · i":,ste: qu -'- impedis m os po tuguêses moradore d· outra
band t• do t·o d o atrav-ssarem - trucidarem aqu 1 s que o tentassem.
Comp nde am -stas ho ríveis, p,al vras , co,nsentiram no, pedid .-.. De ··
p .....'."- o-lo. _e o· pres .·ados com bufarinh , alegr · com a ..on rên ..
c1 arnab1l1, da ova. gent, . Estou qu . dorava , os; · · qu adore .
dos inimi.gos1 J ,. nao ou arão transpor o rio talar-nos o: t rritório'''
(27) Baldu .. 1954.
52 'UJiLLO FERRARI

Pelas notícias referentes ao índicados co11tatos travados sob


um -li1n , , de paz: n an10· que ,o·• promotote·- dessas alianças era1n
1

. con10 1do o_ p -6p io · índio-,, e mo veremo


1
, eguir.
. o outono d e ; 687 (28), J o7 o aurício recebeu
1
nviado , ª" .
das tr1b11s indíge·na, reside.nt no Ceará e Norte do Rio Grande, o
qi1ai. ap e enta am- e p-ar'a pedir st1a libertE Lç.ão ·d·oju o portuguê
e· _-.,_ 1 .. ão a ,dom·, , , o holan Com· p nhor da · in eridade do
·.eu · -o o 1·-c- -m elle · ao P'rlnc1pe
1 , n pa a, mai r garan
1,

tia, lhos de doi' --.chefes da t "b,u'' (W tJen. 1938, P 1'- 6) (29).


NasS\au consentiu na expédi ão para de alo,jar os portu,guêses do
1

,e a á, 'Om a coop ração dos indí e·nas... Além disso, o interiêsse do-
hoJa · _êºe em , - t-· p,edrar1a _"mbar, · te. _ompen. i ,,, o. ga ·
A i1 _ so·b o com ndo d;e J .1 · Garstm n lograra·m , onquistar o
pequ. no red-uto chamado Fo te 011 Fortaleza,.
1

Os hola11dê e por otttro la,do, p,ara, a_ radar os índios_ davam-


lhe -..- ,ente· (mi nga,s, e r is,, anzói , e.gos, ch.ocalhos ,, ve t .
1 1

o · . e ) e a é ,Jllllento , o que mai ·. ,-d1 _nte criou ·erio pt o


blema ,a n1,a.11ut. n -o do gentio para cuja ,-olu•çã.o o · '011de, "e,.cr __
veu ....· e aos diretoi: - das prov-íncia ._,recomendando se lh s permiti ....
se1n ·-· índio o voltar.em pa:r-· a,- aldeia ,antigas moradas'', uma
v,ez, - o iupa . do holan d,êse - colonos -·.t r a,·. per o ._,- cida,d,e e
1

vil · , n -o, existi 1 terreno, .. -ufic1ente , p ra que O: fn 'ios cu]ti-


va s-n1 a mandi e e outros produto doe, quais se alimentavam
(Barl -u: 1940, p. 54). Atra·vés desta medida ficava s,olucionad
tam ""m o probl m d falta d,e ocupação: o índio -em fazer nada:
'''h - -1 u _dos a o, ___11. ade'-c i 'I- m , er mol · __ _ ;ao _olon.o , e , i
tav também qt1 _ ·tes último - aproveita -m do tr_ b , _ho gratuito
1

do indio, o :Ql1,e poderia torn.á-1os hostís aos holand.êse . Prev.endo


êste pr blema o C'on,de ainda dec etou o pa _,amento do - s. rviços qt1e
os í dio. presta-·am.
A ]1bertac.ão do e cravo. índio , foi outro ato a,dmini ·tra i-.·o
de N,, -. au, já que, muitos índ1 tinham s•'d. escra·vizado, pelos po ·'...
tugti''s·" por terem- e aliád.o aos holandeses, '''os que abandonara na
baia .. ,a T:raição, o ·.Imirante Bal duino Hen·:íque (Ba -1"u: 1940, p.
1

,28) A da ta con 1gnad.a por Wa tjen é 1637, porém c_c . ·1euhof considera
1638.
(2 ) e :i uhof: 19 2 p.. 62; r . u: 19190 p. ,9; _et·ch .- : 1942. p.. 161.
OS K RIRI 53

1 ··) ; deu liber --a 1d _ tam·b,én1. aos índ


1 ·raz dos do a1. nbão com,
pradosj como e···-r ..va dos porlugu: e'·,
1
- ·

As relações "Tapuia"___, holand se· ... .tenderam -- se por tôdas a-s


terias conquis,tada p los flame·ngo·, 0 que motivo11 uma f. rt atra
1

c/"\o, de tal forma qu doi. . m. se · , nt • d · p:art ·da d..·· armada .·.,a


B,··h1a de Todo o-· antos.,, de e ra o . ertao pa ·a R·'o ,Grande
·.. 000 tapuia . C : - 1 mulheres e filho. . . '. holandê ef: , -,nta1am--se 1
1

. o ·que ante· , a a _ro im.ação dos 1ndí · na 1era em 'r'_ .n ho de un


vinte ou trinta··. A. expectativa d·. _· s índios d- .·ecobrar sua
primitiva liberdad,e e obtenção de ortuna com a guerra, foram
outros n1otivos (Ba -l'u; lf>40, p. 189) Ne·ssas condi õe .. conf1an-
te , o- holand .·e· co iam aoR. índio ·. ,. · ra imped.1r a..· i •,cu•-..oes d.e
·'b , tecimento p 1t. g11ese - . e. . _a -au ,re·-eu uma
e_ rta. ao 1no ub1 r:.ab·a Jandui (. O) p
11 que impedí ,· qu.e. p.or-
uguésea pude sem ,_;abastecer- e _ d fazer aguada ao longe do
Rio Grande. Êst pedido. foi ouvido, e Jandui enviou s,eu filho co1u
alg·uns ''tapuia .·"' a.s. assinan.do ...v.ários portugµêses.
Com:o j.á foi dito em outra parte· dêste trabalho, o conta ct os
do·. Kariri com o holandê·ses crio.1 um· atmo fera de compreensão
1em ac-e da per p·ct- ..as de amb,o- · ,o.· holand,êse··:, ap·o·.· i '-lo.·· na
·uer a o:u no t .a alho da lal oura ,. o• índios, obte - m · u , antiga
l'iberdad1e, mai - 0 1 mantímentos e re· alia· dos 'inva o
,

Com o findar da .guerra e a expu'I· ·ão d·os holand .-e , mu.itas


t.r1b•u.s. tiveram de· fugir para as mon.tanh,as. ·do se·rtão,, isolando-se
.·om o fim de não er objeto d.a vin · a,n,ça dos portu,gu · e. :.

Outro movimento que s,uscitou uma a·ce]e,raçã-o do' contatos


dos 1,-arir'i oom as outras ,et11ias foi em dtivida a "G11er· a ,dos Pal-·
mares''' ,Os ne,- o •e 'Cravos ante con,dições su,b-huma a ,, fugira1n
do trabalho apre_ or, refu.giando- e. no mato. A fio ta do nor· 1

30) Jandu1 er. chef de, un1a pa ·· d- .·ação Tara1y u (Tarairu) e


1

de outra paTte, Ca ·a,r•ara (Herckman.· 19. 4 p. 1.5); quando f.o'i r,equis1tada


--ua aJurla através de parlamentares portadores de um.a carta;· queixou•sE:
de que não .ti.nha sido presentecado co V· ni ntemente como os ' utro chefes,
parti•cularmente co.mo .·andui (Nieuho,f:·: 1942, p 22).
54 _AL.FONSO_ TRUJlLLO FERRARI

d..este a.presenta,va--se c·om um panonama similar a seu ,a.ntigo habitat


na Afríca, condiciona11do a possibilidade- de subsistir. E· ne58a
volta. à lfberdade, o negro teve que lançar mão aos -assaltos, à _pilha-
g·eni e. a evita.r os. ''capit-ã-es de mato" pai::a não perecer. E final-
m..ente teve qu,e agrupar ..se forma11ôo 'V,erdadeiros povoados, quase.
,que i11expu,gnáveis-. ,em meio dos palma,res., J)a.ra poder gar·ant1r sua
liberdade, com ,pirações a con·stituir uma rep·ú-blica.. Destarde o
J:)oderio dos ""quilombo.las" 1 obusteêeu ...se, enorn1emente constituindo
sério :peri.g( d13vida p_ara os colonos qu-e já sofrian1 a.s conseq.üên--
.cias dos assaltos.
A insegurança criada pelos negros "fu gidos e :a ineficácia de sua
do ·1 i 11ação, fez con1 o qu-e G'.Governad;or D. P'edro d- Al111ei.da,. en1
167 4, or,g·anizas:Sé· uma e-xpediç.ã-0. com. relativo s,uces o· e d po"is u111a
outra em 1677 com igual sorte. ·Os neg,r.os com o assalto da expe·
<lição de Fernão <Jarrilh-o, 11,ãotinham sido extermin.ados ,e em x:iaàa
diminuiu se.u poderio. N·ovas expe.dições .foram enviad.as, pelos
outros Governadores qae o -sucê,d eram e ·qu-e se viram envolvidos
1

no problema dos Palmares. ·Riecorria-se inclusive ·para que- os "ge1?-


tios '' con truíssem sua aldeias perto QE:t_concentra-cão (lo "Palma-
res'' (a,1) interceptando e seTvindo de muralha às tentativas de
:assalto dos "quilombQlas-". Com. intervenção dos ban,de.irant-e'3
paulistas e-n1 que. sobressaiu Domin,gos Jorge. Velho,. a Guerra do:S
Palmares- ch egou a seu termo. O retrospect.o e s.íntese, não tem outra
1

finalidade senão a de lembrar que na dita· Guerra., não só movb:ne-n-


.to.u o contingente p,ortuguês e'. ne·gro, 1n.a.s tam.bém ós índios_, qu-
foram a-rre;gimentados, e entre· êles: alguns gru1)o·s de KarirL
A doc1unentaç,ão histó'rica (82) registra _p-rinei_palmente ·os
acontecimentos épicos e ,dramáticos. do.s preparativos- e do cte8enro,-

(31) Num trecho ela carta de -20 de julho de 1690, do Governador I&r-
ques de Montebelo, se lê: "Se orde,nasse, ao Governa.dor do gentio doméstico
Anton.io Pessô.a Arco Verde ·ajuntasse todo o gentio de sua nação que e_st:i.-
ve.r da parte Norte (que lhe denega. o- domínio dos padres da companhia
de-Jesüs e de S.. Bento) e gue faça situar três. A.Ideias de cem casaes cada
um. nas C'abeceira,s de SerhJ,hagem e Porto Calvo, e ..t\.lagoas, que ·os
con.fina-m com o sertão em que habitam os. ditos bárbaros, para ,qu-e
assim tenha aquele povo socêgo ,e a fazenda real grande aumento .... ('Cit.
!'

in Ennes: 1938, P 57) ..


C32) S.ôbre a ''Guerra dos P'almarea", ver: Ennes,: 1938; Taunay:
1946 - VIIl; Rodrigues: 1932; Lima: 1"922;
OS KARIRI

I r da, Guerra do1 Palmares, por·'m nelas. ael1amo . a ·bém a gu ...


mas brec.has que d.eíxam caminho abe to a nossas r flexões sôbre
o contato que mantiveram os. in·dios, tanto com os portu. tl. ses como
....om os n.egros; contatos que ,gerviram de ,cunho pa1 1. rop·c1ar -
i.

- 1 mo os outro 1m a·· os já t1"atad


1
· -a n1uda·1 ·a -ultural dos
A M,UDANÇA CULTUR.AL 'DOS KARIRI 1

E: tabel,e 1do o ·. con ato · ,do Ka :--11·i ,com o .al1ení -_nas. f,oram,
os Kariri impelidos a um processo de substituição d ado ão de
m111to , el,emento :iu]tu - i - in oduz1,dos por ,_ss,e aliení:,gena o que
deu motivo de certa forma, em algu.ns ca os, à desorganiz.a,ção trí
bal, Deste modo. ·nic1ou- e a mt1 .ança cultur',al, que i __-lu iv, ,, de ·
mo1..01a a p imit· _a e t utt1ra ocial, como ve:remo.s mais adiante,
1-

a sim como foram aàalados os valore-• crenças.


,din,âmica d · mu -ança ·.ultur -1, ,de início, ·xi.giu , ,erta 1mpo-
siç,ão dos representantes extramericanós,: sob· dois aspectos: a uma
imp _· ão dii eta eco ·_ te da pre ão ex e.ida , ôbre o co · ume .
h,ábitos,. valores e até -en:timentos dos Kariri; b.. outra iinposi,ção
indir ta, que vinha a se_ conse,qtiência da transf orma,ção do habitat
\;ra p-Io su ,·imento do ·.an,aviais, ora pel-: 1mp, anta.§ão dos. currais .
.A êstes a pectos pode-. e ac·rescentar ,que a livre incorpora,ção do-
indi - .ao e • .· í· ·io com o,.· port'uguê - ou a ou ra,g etnias f, ctlitou
relativam·ente• a. adoção dos elem,entos e padrõe culturais exóticos
para ,·les.,
Se por um lado, a toma,da das contribuições acima mencionadas
mod1f'icou a vida dos, Karir1,. p,or outro lado, o ,ortugu s sentiu a
nece idade: de aprove· tar muitas té ni a·. utilizadas, pelos índio ,
a s1m corno a de nutrir-s,e com os produto- por .les cultivado:·,, esta-
1.Jeiec ndo- ·e desta .forma, ··m proee _··o d ,ambf ultur ão (3· ) ou
1

de empréstimos. culturais.

a. A m-ud'a..nça dos a pecto. mat_Tia.f º, dei cult, ra.


om a m,od f ica9ão da p, isage · .al raram se ,a ba , bió-
tica os Karir1, como de o _tros ,· rupo : t1--.1bais do nordeste do
1

(33)' Entende ..s por ",ambiculturaç,ão'"' um fenômeno d-· trans1cultura


cão ! que se produz qu.ando dua - cultura que ,-,e defrontam são doadoras::
-_rec ptora respecf'vamente (· jillo 1'955 ·, - p. 63-64)
-
58 ALFONSO :TRUJILLO FERRARI

. •1a ··l as · _l,_ _. da · -. enor a. n ção .erta , ti.vid ' s ,e .. a-


1
1
.

ti,v.as Assim, muitos frutos, anin1a1s ., e seus· produtos, p·ràti ,t•ê


1ne""1t· ora, , , xtirp·. co- as d me ur -as .q ·.mad_ (F r i · -
1

1937. ·. e· ) , p•ara dar lugar ao ap oveitam nto da la'vot ,-a da e ,


e d outro p ,odut , (arroz, fe1Jão) imp·orta ·,os d Eu ·
Me mo com recúo do·. Ka i. ·• par,a a, ár a do - rtão, ·· - - ob· ·
gado,· a altera. , sua ativ1,da le.s pa _a pode e1n st1bsistil"·.. o sertã.o
. s. r C'1rso ,e cas • · ram p,e]a falta d o'n1.ata . luxur1 nte d
me·ntando at.n·da, ma1 e 1· ' há.bito t11g a ...-ios_ e I i-
ções -coló;gica do sertão, muitas vezes levava o•. índios a abandona·
re.m o, ,ald,e1..m,ento _-orno no caso d ·. Saco ,dos More gos que segun-
...
do a· alavra e um. de seu1 miss1on: ios,. .. Joa, · orei con"-: d -
·ava ''Quiriris-''' ,como o mais 'fuj,ões dos índio ", fat ·. este ...
pl1ca no .·.uinte depo1me to em 1757.
1 Bebe·m de v:; i .·- olho _
,.··e , 'ta, ténues, q e apertando q--aJquer seca __e todo . e a1_1 e
dese tam o índios e· buscam as praias da comarca de Sergipe de
EJ Rei (Le··t :. 1945 - V: -- p 291) ..
A catança, caça,. e, ate mesmo a pesca, pas.saram a r +.ar ,-a
secund ..rias, n o só pela ,alte .ação do primitivo habitat mas tam-
bém orque o colono, lhe . ropo ciona .a al1men o -, .em t oca do
se 1s serviços. Convém s lielnbtr aqui, ·que tanto o portugues, orno
o fran es, e panhol até o bolan ·.·- empregar:am ·àpida1nente nr:·
sua, ieta, muitos al1ment-0. de uso diário do · Ka ·11 i, com · m 1 1 •
dioca. e o milho principalmente D,esta forma facilitou-se a manuten-
cão do· ind ....i&nas a base de produtos. alimentíc1os habituais pr ·.
duzidos, P•Or êles, sob a dir· ...ao do colono.
O serviços qu,e ,os, Karir1 realizavam sob· a tu.tela do e 1ropeu
diver 1f'1cavam,-se em :relação ao , mperativos do colonos, d.e tal
forma que, mesmo o . Kariri qt1e eram a. regimentado · no. aldeia-•
n1eutos pelo m'issionários, o · qu,ais erain iniciado nos tra1ballios, de
• ,on. tr,ução da.- mor das, capela, , ig,-·,eja _,. segu11do o padrão P0 1

tugu .·.··, eram também colocados na- fileira.a das .· , pediç · s bél1 . a, ,
para ,u•bmet -r grupo trib is re,a,cionário . Além disso, o.s 'índio'
eram .:mpr, · ado·· p. J s 'eu. raleir· ' pa a et1ida-- do · ado ' d a· 1

a.ndo- e ao . astor 10. - ativ".daºde,. a tes de·con·he 1da · a faz ·1 -


,das d·- ca11a d acúca, · ,que , -e multiplicav.am, onde, ge1·almente não
f alt , . m os en,gênho, ·,,, o índio ao '.ado d,o :eg1·0 e c s. o, també 11
1

part1,cipava no a.s-pe ·to produtivo. Entre; a .. farefas a serem desem-


p,enh das pel s .Ka ir1,. além das t1 icame, te ag ícolas e, mo v r •
OS KARIRI 59

- n. is a
•1 ·,. ,e , . _ d , a ,•_r ad 1·- r -cha · l,. nha
n ·e -- ·ária ao -_q,u,eci , to da caldeira , ·- send. 111clusiv , obser-
vaào êsse d,e ,empenho de trabalho durante a dominaqão hol- ,n·<.1el.)a
(WãtJ ' l l : 198 p., ,407) _
, Ka -i ·i q,ue e ·-. 1 .aldead - pelo m1 -. ioná i .· deixa ·--.-- ua-
1 1

a11ti -a - cabana. , sendo obxigad - a andar v·est1do_ . Para i so., o ,


1

se.rv1ço - que ·e.alizavam ,eram p incipal1nente abonados com pano


. ,,
1

.. ,
ou _ _u .a Ja n :eec1 1 · , a , p ,r m e- .a _._· 1me · nti 1 e p r- -, · e e
esti, 1 lar-lh·e 1 m ; a ) _-1 , .ob .a fo1 ma .-,. ·v·11h, hespanl, 1 ,, d
agu.ardente. O índio habitu.ou .. e ràp.idam.ente ao álcool,. sen .-·o quie
.... .
o· p t Ligue ·para o t.· ·em se e1v1ço · rv1am_- . mais C· r 1que1...
!li rii - •

ram,-· te, da, a. uarde ·· . a fim · ,. ,eonven ..Jo · a faz r "qual _u. r er-
viço ·, ante: . de outro Jncentivo
, · as, ativ1d. des p_. dutiva do- Ka. ·-i -i, a muda ca cul _ al ope-
o·u- na m _-·i .a da convenie eia do . o eitam, -nto do -l n1e11-
tos introduz.idos pelo portugu .ses. .-.se ....,ent1do, ob rvamo.
pe-v_:iu11a ttan ·formacã da primitiva h · 1cult ura (84) em .a 1.:cul
1

tur, •. 1--to é. m ielação · aplica - ode técn·cas e 1n .·. u ent , cul1

- . -

tivo , ão ,oh tante emprêg;o do a do e da ada. ,qu vinha.


pôr .de, Ia do a "cavadeira" (Deheba) do Kariri ou das tribu,. tupí,
1

o. rtugue es aprov i aram o recu1. ,o. teenoló icoR d 1ati o ·


no ",·1a.n l10 l terr'a
1 si'm, der1·u a a e a -ivara • . 1a a -
quei1nadas _pa, a.ran1 a constituir tarefa usual na vida d.o olono
junt a Qttal labutavam os. ·nativos.. Por otltro lado,. par,ec que• o
1

em · ·go d ai · do n o foi bem acedi.d· ,, por·qua to a e .da d


hun1 · . en1 muitas área , era mui o super, i ial, ·sen - . removida., p· r
tanto, a terra im.pTodutiva para. cima.. Além disso- p•ara a aplica-
º d.o arado e -a nece ·'rio ,q·u o terreno fôs e p1 viame.n '.. li npo
de ~o · ·.-o a a otead · (Hola-nd , : 195,5 p, 46). · ara s , s _ r
e, a pr,eciso- 11 , ciax p. ·l derrubada das matas, p a a qual origi ..
na iamente s Ka ir1 empr I
van1 in trume•nt · d.e
1 dra-
}J · t .1orm I te om · onta , pa -_·. a tirz t o , ·. - e , i :-
t1 o ',·uzido · -lo me c1 r ado olono .
Ainda 110 q1.1e diz espeito as planta cultiv -das, e11contramos
xó · 1ntr ..- z das · ,=- · colo
ª
u · norm 'scim . , . pia t -I.

no.' a im -mo ··· ,a , na de aç·úcar, ,ar oz, vá 10_-. tipos d - feij,ão .·


I

(3 ' V -, Truj Illn. 1956 Bal 'u,


1
1
Wíll m : 19 ' Th u ald: 1932.
60 .LFONSO TR ,JILLO FERRARI

café, nt1merosa árvores frutíferas (banana, fru.ta cítrica,·,


figos, etc. ) ..
1
ma outra a· 1vidade produ 1va que recebeu gran - .· acréscimo
-

de el me·ntos ultura1s alíenígena.. foi a dom t1cacão e .•· iação d·


animais. Originariamente parece que onheceram J cachorro
( Ya _,a), e outro . bichos, como o cágado ( Sam.ba) .. Papag·aios, pe-
r t guito arara ; eram também. ..preciado. ma·- com o ud11do,s con-
tato-, não s.ó o conhec1me to de outro . a imais, ·ma, tam-bém
em·pi,.--,'0 dêJ.es,, v··.io altera a ida dos K. r·--rl. A introdução do
19 e

gado vacum (denomina.do tanto o boi como a. Vac-a ,de Cradzo,. entre
1

os K1pea), a ado -""o do nome Caburu para o cavalo, 1.... ou os Ka-


rl ""l ue e ta am a erviço ,do " urraleir,o, ,a prática d.- pasto ,e10-
embo a em pequena escal Outro · n1mais, com os b,u- -
ro., ._.·.
,a inhas (S'abuca), perú · marre-coa., bode.s, carn iro , p,orco_ ,
embora em quantidade ,diminuta entraram no contato ·u1tural dos 1

Kariri..
·· por ·um ]a,do a tare_ ·a- produ. iva da vida material le. a-
ram ao Karir1, ma extrema mudança cu t 1ral e,m f a,ce da in ..ro --
1

duç.ão dos elementos .alienígenas, por outro lado, a.pre ento11-se uma,
grande resistencia, principalmente no• •que ···erefere às tarefas con-
sider da'., d,e indol e fe.mini.na, e.orno no ca .o da fiação do al«od,ão
1 1

tecim. nto de red,- , de dormir -. a elaboração da ee ami a.. _ .e .ta


1

últ1m.a ., as, alterações qu,e se a,p ,e enta ··am, foram mai · relacionadas
1

aos motivos. da d,ecora'Ção, que propriamente com a técnica d.o


pr·epa·1oi!
A dieta foi outro dos a pectos. cultu.r ai que sofreu os impáe-
1

t:oa ,da mudança, pol , na. medida ,e•m que e process'_ ·va a alte1açã,
1

nos ,o,utros .setôres das atividades, dosr Kariri, refleti.a-ae no e1nprêgo


de novos alimentos e na maneira de prepará-lc,s, d1apensand.o de
certa forma, o-· ,cfornos sabt râneos" (.C1reya) , para assá-los ou
coz ·-lo nas fogata- feita,s _obr· - tr,es ped a . Co·zinha - o_:-,al1mento•
era uma das técn1.,·a . antes de ,conhecida ,
Novos implem ntos. co.mo facas, foice , cordas, portas, PI atos,
tesoura, espelho , p61\ror a ., espingar,daa, cadeiras, mesas, camas, em
barca õ,e , 1od,a , arro de .boi ·arreta, olão, b.andoli'm, e .as.sim
por d1 . tte, fo am 1nt oduz ·o , pelos e·u, opeus 0s ·' culos X [
1 1

XVII e XVIII.. Para.lelamente a asslfil1la ão dos Ka.r1 1, os colono


se empenharam p·ara ,que, os 1ndíg_enas mantivessem ou cons.e.rva ,,.
sem ,a função ori,ginária dos ob,jetos. Isto pode-se facilm,ente expli-
ô$ KARIRI 61

._a,r, quando u1n objeto introduz.ido num. grupo cultural estran·ho, o


elem.,ento m·u1ta_ vezes recebe fu 1ção dif. r ent e, quan,d escap _'Prin-
1

c1palme t do, o trôle do inculcadore · u qu ·ndo o 1 _.·e --ido _1 men- 1

to nã_o se ajusta com. os outros ]e_mento . da cultura pa1a a qual se


de loca .
.-o tran :po te e comérc·o do p_ im1tjvo.. Ka 1ri, op, o·u-./e
1gualmente un1a an1pla. transformação, emboza ·no comércio, essa
transfor·maçã.o .ó fôs e prov.a . lmente ·entida ap ó e.xpul ,--o do 1

h.olandê e- e do, Jesuíta ,do Brasil, po.1s a le>i lação do Co d•e de


l assau as re vinàicaç.ões pleiteadas elos religioso tinhan aber-
to·, de ce ta forn1a, os olho do .' natur, .. par·_ _ po_ l. eis eng.anos;
1 1

11a troe . d --pro u _os, otl n. tr .. . de .. ,·vijço, l produtos. 1


,

A . ití • e c-t 1ut a so, ·· l do i , i- · Ie arti ulou- _,e , ,te '-'


111:x:ocr cente • as 1n po ições da s, ci dad po tugu · a, re resen-
tada ora pelos "curraleiros"'·, ora peloa, "senhores doe .·ngenho", ora
e- el p --ó rios _,'-1 ion' r ·us ,, , - irn;, p lo dif' ntei · -_'Upo . -pre-
. entativo· d'1 socieda.de lu itana, q.ue s 1e implantaram neste .etor
da .A111é.rica do S,ul.. D,e outro lado, como pouco el vante, ness.a
qu .d d · prim1 va e t .ura . o ial po e se_ _on ide- -da a pa ti.
1

eipaçao- d s influ ncias hola nd_sas ..


O primeiro a, alo de· sa p -imitíva estrutu a foi de ·i cula-• 1

..-. da o- ganização familial dos Ka1:·lr1 sua •._on,sequ·ente n1u danç"a . 1

Es,sa desorg·anização encontra-·se explícita na r,ef ormulação ou


1...0rient - o da · p axe. d.os iri, ,an ,e o bj _ti I
pri11c11 _l ,do -
m1s ionár1os d,e fazer desapar _cer qualquer e .íduo de poli amia,
1 I

i to é, uma s-uplanta,ção clos '"mores'" K riri p los "mores'' . ·istãos


qu e 1Z re p· ito conform· Ção . a famíl·a..
1
1

1
ad1,e - -. d e 1

- 11.nbes J, eolheu info mações 'Obre a · epaT , o do cônjt1 ..e., no.


·níciors do. éculo . VIII ; not-a,ram tam,bém o· catequizador,ea, , : exís-
1

t -ncia .1 p -os- 1. 11cão - , att ._ )arec não t exi .1 o or nar1a-


1

mente - (;Goeje: 195,0 - LXIV, p_.,249), mai . tarde Hha.vi.a mulheres


e· moças ·ue• Sre pr 1ost it uiam ven lm.ent_ o" índi0i Ih.e davam eixe,
o negro- gado carne , os bra ·os, t .. ido, peróla de vidre,. orna ... 1

men.tos ,- ( B Na.ntes: 1709 - 1, p. 180) ÊsteS1 fatos apontados como


pro tituiç-o, certamente corre pondiam ' per . tênc a a pol" • n1ia
62 ALFONSO TRUJILLO FERRARI

primitiva, que ia perdendo terreno para a monogan1ia dos mores


lusitanos (35).
Referente ao sisten1a de parentesco (36) opéra-~e também u1na
n1 LHlan1~a colneçando pelo~ próprios designativos em relação à co11-
sequer.,te rnudanç.a idiomática, como veremos mais adiante. A is::;o
acrescentam-se as limitações da família referentes ao número1 de ge- ..
rações, pois no primitivo sistema parece que estava limitada pelos
correlativos avô (Tó), avó (Nhike), ne.to (Té) e neta (Teke), res-
pectivamente, passan·do mais tarde, sob a inf}u,ê ncia portuguêsa,
a reconhecer o .b isavô e o bisneto, e assim por diante. Em.h ora,
eomo salienta Pompeu Sobrinho ('194 7, p. 178-179), a família Kariri
sob os "efeitos desorganizadores da. influência europea, sofreu sen-
sível perda de coerência, limitando seus elos mais resistentes aos
m.e mbr os imediatos". Parece-nos que o fato de ampliar-se a paren-
tela teria levado a uma maior solidariedade grupal. Por outr0
lado, se rEalmente tivesse existido o casamento entre tia paterna
(Anhá) e sobrinhos (Popó) (Rodrigues: 1948 ·II - p. 200), segundo
as regras de casamento do priJnitivo sistema, êste tipo teria sido

(35) Reproduzimos um fragmento da obra do Padre Bernardo de


Nantes que reflete a preocupação em tornar coerente, ante o exame de
consciência o que era pecaminoso; e que estava r elacionado com o robus·
tecimento da família nionogâmica cristã:
"Peccastes com agua parenta, vossa?
Em que grao era parenta?
Procurastes-vos a malície?
Isto foi com vossos camaradas; ou vossas camar adas?
Fizestes isto com vossa molher, ou vosso marido?
Cometestes o peccado nefando?
Para as molheres
Deixastes o amor a vosso marido?
Haveis feito adulterio com outro?
Bebestes algua cousa para causar aborto?
Movestes por ventura?
Apertastes a barriga com as mãos para mover?
Matastes vossa criança no ventre?
·t A0 prudente confessor se deixa o exame da molheres• sobre o mais, em
que pódem peccar, para não abrir olhos aos que os tem fechados." (B. Nan·
tes: 1709 - I - p. 140).
(36) Sôbre o sistema ,de parentesco dos antigos KaTiri, ver: Pomp~u
Sobrinho: 1947 . LXI, Rodrigues: 1948 . II · p. 191 · 205; Pinto: 1956, p.
245-246.
Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai
www.etnolinguistica.org
OS, KAR RI 63

Bmplamente combatido· e proibido pelos m'i sion.ários, p a r a v i t a r


,qt E lq11• 1 s u :,peita de ince t.o ...
A i n d a relacionadas c,o.m a muda·nça d a 01 g.aniza.ção familiai, t e ..
·. os d con ide.rar -.. ·•. influência · p r o enien e . dos inter• ·uzam nto.
aci i . e tribais. N'o primeiro cas'.o, embora f ôsse implan.ta:do, I gaI
1nente pela Corôa P·ortu,guêsa ( 37) ,. o c a ·amento, de p o r t u · ues-e.s
com índios, p.arec _ ,q e ·. t e s -on inua ·am a a m i g a -s.e, .elo m no.,
no qu diz respeito aos Kariri., pois não achamos. docun1e.nto que
t . ste · nhe a ame. tos., ou pelo.. meno .são - t e s 1 ·norado . ,Quanto
aos casam,entog, inter-tribais, igualmente, o condicion.amento m a i s
aprop,. i _do ·.a aqu· le que o . eligio. os predica_ .m, p o r ·uan o.:
índio . al dea dos perte·ncentes .a d1f rentes grupos t ·bai , t i n h .·m de
1

t a r pelo qn não o inc mp,at iliza e.


· ueb a d priin1ti :''ª or-g _niza ao p. lít1.ca -oi t mbém out1·0
dos impacto,· d a m u d a n a operada n a cultu.ra K a r i r i . A sup.osta
r esen a do mat11 ·r ado, q u e al. t1n. ·utore, querem atr·bui1 entr·_·
·1

os K a 1ri ( 8 8 ) , e r a 1nais um.a at-rtbuição· ,de s t a t u s d-e11tro d â1n. -


ito . onjug.al, que , e p,ar ntela ou do g r u p tr1b,_l 0 moru r aba
1

ou "cap1tão·,.-, embora tivesse um papel mais ,n.om.ínal que e f ..t1vo,

(37) De-ereto da tnu'ito Alto e oderoso R-y,e Senbo·r Dom Jos 1..0 a
1
·avo dos Ind10s do, Brazil:: Eu EI R y Fac· aber aos m-us ,qu este
··lvará. de ley virem ,que consid rando o q·uanto convem, que o meus
Jleaes domin.io , da América s.e povoem que -ra e t . fim ._ode concor ..
r r mi" o a muni acão , orno o. ndio por me,yo d cas.am_·nto.-. Sou
1

: rvido declarar, qu os meus, va a.llos deste Reyno, da AmérJc , que


• 1. a r m oro · , Indias. çlPlla,, não fi-cão com i:n aíni.a ··l,gua nte fa-
7 o d1 ·nos d _ minha real tten ,ã, . e qu nas · rra , m que :sta· ellece-
em,. crão pr1_feridos para aquell lugares, occupaçõ :s. que couberem na
1

gradua a.o de suas pessoa -. e que eos filhos e des,cendente· · · rão h - heis
apa. - · de qualquer m p r · o, 'h nra., o . • ignid· e,, s . : que c-es.si , m de
1 ,

dispenca algua., em rasão destas alianças, -m qu - s. rão tamlliem comprehen-


,· das as que acha em j á .:f' itas antes de ta minha d ·clara ;ão: E outro
· i.m p •Ohibo ue os · itos m-us va· allos ·asado com ln-d.ias, ou seu des
cendentes sej,ão tratados com o no1me· de Cabottcolos, ou outro semelhante,
que po . a ser in,Jurioso; e a . pes· ºªº de qualqu condicção ou ,qualidade
. _ue pra· icar ·m o con ·rano,, sendolh·es · tm 1·gitimament provado pe-
1 1

rante ou ·Ouvidores das Comarcas em que as·1stirem, serão por -nten-•


a des :··s sem apella,cão, n 1n ag.ravo mandados sahi . da dita ,c,omarca
de-ntro d- hum mez .. H (Loreto Coutto: 1904, p. 54•55}
(38) Pinto:· 1956,, p, 187
64 ALFO. -_SO TRUJILLO FERRARI

a ·n-o se 1em temp,o de gue-rra f.0.1 posteriormente uplantado pelas


I

nomeaçõe feitas, j' não tanto pela próp r ia -a,· ntela, ma p ela
1 1

interven ..-o d.,_ portuguê e-, embo a ê8t_ - tratassem d - ac.eit-. r ou 1

reconhec,er a a,utor1dad,e tra,(Ji .ional, prin -··palm nte qu.ando aq , le se


apr· entava como ,aliado- E' poj,-. o ca,o do morubL' abà Fran-
cisco Rodela, a ,qu-em se dera (P'ate11te de 24 de Agô to) o p·6 · o d
capitão _e a]d,eia (Calm,on: 1939- p. 8,8) .. l ·u.alm· nte os h -Jan ...
dêse -, durant,e a dominação do nordeste,, procuraI -m aceita
pró,- orma o tatus dos rhef,e das t1-ibu existente - p,ar, ap ·ovei ...
1

tá-los como aliado . No enta. to "' os .si. toma d de organtza,ção


política, tinham-se i .ic1 ·, 'O qu nd,o os ····upo tribais ntiram os
-efeitos das debandadas, 1 to é, quando seus membr . for -m le _ado
como ·e__cravo , ou .arreb_ 11hados pa,ra. trab.alhar reom o. ''cu ralei ..
ros'·, yara en --r ossar as ·1Jeira_ das: entr das, ou tra,balho_ r1a mi--
1

na . ou ain,da. uando for -m int,eg1• dos aa mi sõe ....- na· - uai - apa
recem m·uitos apit es p,ertencente· .. a.o dife· ·ente grupos t1 " ,ai
ou n nhum- em certo•c ca: os, ma._ en_ re o .-qnai acima ·de tudo figu-
ravam o, __acerdqte , e p,a- Jcula.rmente Q adre Sup,e1iot· .. ob ,...
tante eR à n1i t. ra d_ elen1e11to - proveni nte de difere11te, tribu :1, a
1

disciplinação dos 1n ·ígen s exigia emp•re a p :esenca de um hete


im,e, iato, o q , e perpetuo11 -pesa ida mudança d , infl_ ênc1a -de
portugu ,"I_es,_ hola,nd ....ses, bra.sile1ros do tempo - o Império, e 1nc usi·
ve, do· tempo modernos. De tarte na atualid.a,d,e o _erviço d e Pro 1

teç o aos fnd10 ---prevê~ a pres.ença de lid.eres de .acorqo com o con-


texto eulti1ral. Podemo· assinalar -inda, que os Ka, iri de .Colégio
viv .:ndo co Juntamente com os N.a.tú, Chocó, Carap-0to, Fulnio, e
· :ep,re, ,entante d,e o· . a. - trib,
1. - t·nham por volta de 1935 (po: oca-
sião da vi.ta de Carlos E -tevao, como eh. fe o velho Nat - chamado
ºFranci co Pereira' P·or ém , o g upo era ori.e.ntado por u.ma s,e-
1

n'hora s ..:rgipana,, d-_ nome Maria Matilde, viúva de G. b l el Gon- 1

c·alv·es de Oliv ira, ''Caboclo de Colégio", que morrera ,como chefe


1

daquela antiga aldeia '.. Ainda Cario E. -tevão manifesta: '·'E notá-
·v,el ue aquela mulher nascid em m,eio estzanho aqu ·le em que
hoJe vive, com êstes e. h,aja identificado d,e ta_ modo que cl1e e a
s,er a maio zela.dor, do.-- co· tume .. e cr nças dos ''eablocos d Co... 1 •

légio ' ( E tevão: 1938-4 · - XIV-XVII - ·p. 17, ')


A m·udaníç. no ,'istema de elações interpe _oai foi utro r,esul-
tado dos contatos dos Karir1 con1 os Europet1s,.. As, norma d·
comportamento tradicional,, or - a.ssimétr1cas - entre o capitão e os
OS, KARIRI

ubordin.ados, .·ntr · pai . filh·o, -,, or sim t 'ica. - ntre ir -o.·


-·, r · ·-·do., - .f ·m .,mei o. ei.o·, ·e· t·-ul·' .. :.e
la de OI an1z·1ção ,-ocial, d.epo ', · a implan .o d in u...
.z ,- a.· s ·f ·•to · ·inte ·1 _ d 1. da - -uda .. ·.ro de
'O ent o, dio_, ,que pon a a um p,ad ao t ·dicio·---1 d· 1·oli-·
d,' rieda e p•r, al, qu - ·em nífe,, _ ·,' n co tr. ·.. ,d. · ·ba-· - na
·
d .rr-ub·ada do m to . ·.a _oea ·!J nas · ca. . o . - co tin, .t ina
o , mi n f, ·.tas d .., ini ...· ião, loca en1 ·enti · · de
o · ti e , dif,
1 tes em o · e , · a ,eis e · e •·-
. estart, as . ,mt1.. d tri.bai· que ormav o Kariri ·e...
l tian. . ..........
... 11 im ... ··a iót "e . ( 11.' , to , _. d1 ub .
i.a,).
. nto , s _rir"· pe . c·o el -
""'
o;o ·um· mo 1g.a -os a a - ·istir-lh·e , pa• tu• .r e o·
n tiv .oram, p,ià · _· lev · d· s a dese v lver uma t de
r. laoõ .. - s1n ·etiza hib izad :. p 1 con· orr 1•• ··_. s cultt-
ra1 .. as r 1,_;çõe .·balho em · ..a ·• pri ma d .. co1 ... rta-
nt · · a g · _11tir
1
, ·i ,·,e_ .··
- _,,
lad_ .·, o ono . · do
·ude vís 1nbr· .· a f'orma m,a s ·· z de aprov itar-- ·e do
l l l 10 .. . nqu_ ;,O O at·rl\. , por .·U 8 ez
; il

1
de-e. tar ,.an o va t gen 11 Po · ..- o
como: E' p- ·1dent· 11ão .ga
/j s.a.
.n- c-0-. u el ceb. . az a . 1n ·m , eJa
!ii , [áJ

- 0 ..
1 - 1

n1ai.s'·· (Wiitj .·n: 19'· 8, p,. ,07). C1om : •.· end te, f'at 1 · e e co11--
-ce1. · 1e ·. J,...gic do ·· i o ··_z eo ,qu .u • e q _1. ,,:e
, •. ·orco ttma. v·-z • t1d oduto de· Jado, daí t os índ10 -
d · o ,., o ' - nd , . te ·m , -ce- · E ( t _ _-
. ede. _,1
q 1.anto a mulhe e.· _uid ·.m da - ea.. Ma a di. i -º
1

'I tI · Jho,
·reqü,ent,em _rte 1n titucionaliza.d. ·pr ·V · a fun. o,_ d. d o,
· qt e ce · modo . ao ree o ·u1 - e · · ta -
O rito de pa sage111 qu aco· panh varo
_.acõ._ . o · ariri of · _m . u· l , te. , ue
m1s.S:101::.rios, que preocup•ar m em xtir .A.· r ito
·.rt1 e nte , 709 -.. 2 ) n l_ · .o u
. - .
ar1r _s, ...- t. , · ap · d·o ..· .. e.sa. t r. ,·s .·u o · 1c1 ··011
v ncê ...Jos a . ba.nd ·-la Si al um d le· ·._· d / .:_va d lado
-m s,e·-uid.a ,' ,e nt ··.'", al g ·a .. ac - itav que udo ·11ha
·-e

. conte ido po ter abandonado anti c, os co t 11nes Os v lhoi: ·............... -


tic arm · _e - .orç · ·•.m n ne .t op . i o n·
66

medida do possível aos bons propósitos de, juventude; ·sta mais. -á -


1

cilmente teri .. r nuncia,d .· e ·rimônia pelas quai. ran·, qu.aae qu · 1

, •
o un1cos 1 ·p . - . e1 , ,. ril - e, am ·.] ·.· ' n 1 o mui to peno a
e]1gio,: ·• não permi I' m. a re líz -o de tai , 1to , o · qu.aL,
·m consid ·rado 'pagãos· por não aJ ustarem ritos. e . i -...
tão .. Os ritos que vieram -.ub tituí-l am o , . , o o 1101n
t , _a) . ub1tit do p · um d· -i e t ! l -1 I : .Jo · noel, , 1-

J. · n .a· 1a . , : cjda, n I ni .: a co -.- i ,.,"l.,;IIL•·m•ento·..·m


.·. 11dos para r · ular a. v1 · de··, e p· · -o.
A, mt1dançw idiom·ática,. igual1ne11te, v _iu facultar um maior Ol'l"
-'
tato ntend mento entt , índios e por U.:·l/ .ses e, o .teriorment ,
:asilínd1 oQ i 1, · , 3.. ) . ode-·1
m1t1r t · m 1 1

, 1 · o .. próp r io cateqtti ·a,d •


1
1

os m ·i... e· respo eis po ·
mudança idiom'tica, porq·u nto estes ---- como J.á indicamos en1 ou•-
t, ,.· parte d , t trabalho ( -O), apr nd ---am i11icialn1 -nte o idiorna
a 1 - o · ção mát tecismo, caxtilh·, ..
·
·T . í ·uaa-an u o p im · lu a· - i· 1
e u r .· Kariri ( .

e. A mudança. no . i ·tema d Cr ncas clo.s E ariri

· nqt1anto n.-:o exist1c ·-·.a11de P'•' . - p ·ção pel. mudança -_-o 1

..
a. :p · to . mate, i -,•' da cul -10,s Kar1r , ,-. m i - sion 10. p u e a ., 1

grande ê.nfas : em transformar as cren,ça ·, dês se povo.. O t1 abalho


d nvolvi-do p los religio das mai diferente ordens.,, 11 s a
1
• ,

co ·· id.a de con ti ta espi .· _u_l, qu.e .Jumb•r na méric


.. ...ul x· I . . III ch•e .. l , tran ·.·.•·,r r d me11te a ·1 l·.
spir1tual de muito· povo ·...u de: outro l .do, de-u na ·cimento a ·u1n
sincretismo reli ioso, cuj · h. ranca não ,. d,esconl1,ecida para o,
·nológos ..

O em.pr·"'go dos têrm, •.· ' b·asillndi. , e ''bras leiros:•·,, reSipond a


3, ·) 1 I

u1na n cessidad· de ab t acão nálise c1entif1.ca para. indicar as relaçõ ··s


no- p. riodo: p s ·-riores à dominação portu,·· u sa nn ra ·il.
1

O Ve n art . ferent .. A. penstr r , o_ 1elig . e a f nd' e o 1 •

ão . ldea;mmito.s
(-.1) ·ver por exemplo Bernardo de· Nant,e .,. 1709; Ma t1n de Nante :
1706; Luiz Vlcenci.o Mamiani: __ 942; C. H d Goeje: 1950; Thomas Pom-
IJ u 1.b1inho: 1'9· ,. • outros ir· · arlos na ·t 1iografia ..
OS K AR 1 67

Na transformação do sistema mágieo-re.ligioso, ante o contr.ole


e _.- "Jmposiç,õ · d.a · 1ença e d __ritu i e i ,tão o·b er amo que I

o proce .,so não somente foi demora·do e que foi nece· sári.o um con....
trêile de gerações, como ; amb ém deu ma.rg m ao , ·omp .rtam -nto
1

ambivalente (não s1ncrético) do· K.ari .i na ·bseiv ncia dos cr dos


adquiridos. ·ôibre e ta qu tão o exemplo· -e mult.pljc-· ·am. _-,n-
_·1and10 aten_,·o do próprio·- ,eatequt adotes pois, muito dos índio,
que Já estavam nas aldeias do padres, como no caso dos Gerú,
1an1 a _con ·,- ·a , p. '.ra a i ti"· -. p ipa, da 1
- ta . e · a akr·

·ara r(42)':. ,Q_. jes·uítas para evitar estas práticas tiveram que ..
la ·r ''co,m p la ·ra . , ·.m_aças I ca._ i ,o-, p,·· a se biSt , m d.., 1a
T1perst1ções.'· (Leit-:: 1·945 - V - p. 298). Destacando ·stes fato,q
a par icipa -: o do,_ Karíri em eus ntigo_-' rituai , Se. _·. • im Leite
• 1945 - V - p .. :· I. · ) alienta que , . m o adv,ento da civ1I1z ção
. 1

cristã,, p1oib1ram-se as f -··tas. rituais. Os Quiriris ab tiveram-de


la · dui: ant oito n1e e . ,.··gu1d -• D -poi : con uíram a cab a DH 1

e começaram as c.erimonia gentílica ·. O Pad1·es ,queimaran1 a


ana. (A .n11,a 169 · il,e _re e t__ de t uiça, . da .·.aba11a ao -
orit ..···s, donde, se infer Qlle neriam um ran10 d Quir1ris) ·
1

Ainda t , nscrevendo mai "" alg·un1 refe_ enci ·· da . página d ...


: eraf1m Leit - (194 . - -, . p.. 3 -314) : "O ín•d10 Qu ·r1 is
mais velhos vieram te1 com o · 'Uperior da Aldeia O Padre dic-.se-
lhes:
- Ou n o acreditai· nessa cab·ana. ou acreçl1tai·. S : não acl'e-
d1tai · , · ra •q te vo ,·fli ·.i ·., po · ter qu _.im-•do um pouco de p-',l a'
1 1

acr ditai.-,, par.a qu,e e tatno nós .aqui e nos dizeis que qu rei ·
-
1
vos fazeis cristão .'
O rinc1pal re•: pondeu:
I

- Quer mo ., 1· cri tãos, mas qtte·ren10 · tamb ' m. on ervar o_"


co. tum d,o no so antepassado, .
Explieou-lhe-s· •O Padre que poderiam contintt com. todo. o
, ostum ·. , -que o fo· em -:tmple-mente, e n-r0 prá 1cas o ·o'.ta 1 a ! "' 1

cri.rstã, · m que1 muitos já ·viviam. batfzados.''.,


Jes,uít .· mo tra ··m- e um -..· _·· t Jeran -., com
1 iri
,_rmit" do-lhes a dança , canto., bebidas, porém no1n: o devido res-

(42) Carta do P. Manuel Correia. da Baia- 1 de junhu d,-: 1693,Bra8.


9, 182 c1t pot Leite· 945i .
1
p .298. 1
68 ._cLFO· SO TR:-c,J LLO FERRARI

nardo e mo :1 _ · ão. Mu to , .. e ctua an1 com el . nq.ua11to out -o-,


que estavam m. . .. ligado - ao -.n. ig·os. costume ,. : fa.--taram-se da 1

ald .ia de G rú p,ara co-ntin.uar "u .- práticlts no m -to,, onde erigiram


a caba.na a 1ada e nela continuaram as festas d Va ,,a]cidra. Co11--
luf:as a · · ta voltaram p ar . Aldeia. ''O- J - .itíta como 1epre-
1 I

;l1a q a '- . ··J-b ·aram -i · n... p,er1nit1 ·..-m · ntra,da, d -1-· 1

t' qt e e . . m qtle n. . tinh. m p·rocedido · m -.


As dili. dos je. u:ít
-.-.-n..1 .curando no . ,-í · ,el não in.co
pati.b-iliz·ar-- ·- ·.om os índios,. p,: ,·mitiu grand r e -..tiv1d.ade,1 cont1·i-
bui11do, inclu iv , para que m11ito · ,e apartassem definitivamente de
uas_ práti -a·- , nt ílicas O 1ct1lto a, Varakidra (Vac aquidza) ia
1 1

debilitando ad, · ·.ez mai. por


1·· com a exp-ul ã. do; jesuítas, pa•
reee qu. · prin1iti _ bu te e1·am d. z já con1 1,

, imla, ,ento __et 1 h -, eu.an "g, •Ort ..·.. · .., Ito ._·,-
1

re, ercu • .__ 1 . ·lu i, e no nom ·,• ·ulto de tal f o q 'l po,r · .1ta
de 1897, chama a ... e o 'culto do I perado1 ,. (L it · 1940 - V-· p ..
1

15) ; ,d,e ond - tarlv,ez,, mais ta1 a • proveria a ''f -sta, do oricuI i '' que
1oje ai11da: r _tícada por v' i.· . tribus d,o no ·d t (43).
__·o · , t, cil mo ln.dioo da. L 1ig· ia l(_Jriris do P' ·d -e B.e1nardo d,e
antes (17 1 , - .. --76) enco11t a -eferencia- , b p1·es,ença ,de
t -, deu .· .,- z,e Politão · idze pa .a · mini ou K.a·
1
, • _

i1i-Dzubu 1.1',. o referido .·t- ·.ismo,, aind--'. e. ·i -.· u·ma 1d . n-


t1ficacao d · deuses com a 11tí sima Trindade da Religião Ca
tóliea '1·'.. Ao pr meiro-, Badze, davam ta.mb.ém o nom. de Padzu, que
qu·er dize·r "1 . d , - , ao ség11ndo, ou eja a Politão,, o non1e d,e Jnhura
que ot e iz I ,, "'ilho" e,. ao t _cr c_:ir , Wumagwi1d -,. . . n.ome de Ir· fltd .
-"
qu•e 1gníf" _: - pan·heuo . Lt n •·go do doi , v r ia s.e ,e 1 ....
_iderado • , . 'Espírit. · nt - (p .. 178). 1
·mo justifica .vi
d·e · a , up =i .• 1 ao mís 1ca , ·_ ar,do d,e .·ante· -·clarece que o,
antepa ·sado .· do · Ka-riri deviam ' ter alguma notí i .. do mi -tério da
Sa11tís:sim Trindade, e pode se - que o Apóstolo S. Thomé lhes teria
p,rega,do; m ou por esquecim -nto, a:>upela distância dos ten1p ....Si,
lhe mi .tur · - i m , 1,guns r ro - - _em fugir à natu _eza d.a obra d,....
1e

-,,en1ar :o ·. 1, cnt remonta11 -. .-,n- ' porém,


.. ll .1•·,a.-d e da me m. '
la 1
1 1

oden10 - i . . i - .e esa·a id, º caç.- o 1·espond' a


_ e , . , um método clr.l
cateq11iz.a -.o ·.·u,-, ,_.ra ,corr·qu -i o p, ra as d.ifer nt t ibus da Am.ê-

(43) V r Boudin: 1942;: Pinto: 1956..


69

rica Desta forma, a mudança da r·lgião s,e av atrav"'-, tn1a


identifi:_ . . ele ente ·,b,re11atu ..· 1 que em 1 · te . ,

··tivo ao 1nc·etis. 1·. io:o, q '.,ndo nao


1
"nco ·o to-
talmente a religião . atól·ca ..
.C9m. · ,ef rência a - mudanças su e ta·das 1 1 a , rática.s cur tivas
dos Kari i , odemos faz =r ,alguma onsideraço · ,, a .tindo d pró ... I

p ia natu eza da medic·n, do , cita 1 ,- a i :t


1: a-
. -í •i e ta,·_ "n .1ma11:. 1 ,. . ···Jac:onad m exo 1 - . as o·, r1c-
.· e , can o , etc., pr 'tic . que f'o , n abe t,am 1 te proibi " JJelo
missionár· , qu,e por ua vez trataram. de intioduzir 11. ntexto
cul 11ral. do:, ariri n v · aplicaçõ · urativa, ·
1
vez q·1 · · .u to·.
,do-· rel1g ·· · t n1b 1 ham n d art 1.!rar
··.,tem ·o é d
1 , IibaI q, . 1 ·. p1--ega ó
, :S rel1 i · is-
tãos considera1am a, aç.ao dos ,curand ..iros nativo como p1.cam·nos,a ..
Lem.oa no Cat cismo índico da Língu Kariri , · -{ que vo p .r,ece
d teg, feit1 :iro., en,g nadore. qu 1d _o a. , , '.cond'"'da do : ,. dre
· elas ca
1 I urando · rmos com . ,·· seus a ··· , : ,ôbre o .·. ente,
outraJ. diabólicas 1n · inhas7 le ... também h., o :de- apa·· e. às
clara.$• co1n roupa, v,estidos q11 tirão ao. pobr,es do I t po ,.
p,ag81 da cura, enga11an,do)-o-, e àR v ·z viole11tando-os, a·z· n.d ·-lh-es,
qt1,e -,e n lhe, dere·· , u mach,.· -o cavad - - · - fac· o 1n , l1· eJ -
1 •

, 1 te . 10 ....,.,....,...,. o · 1 .1eei o .· . _ tôda e 'azen1da n · m • :,ti

b._o ,de ap,a· - cer no Juízo . . ( · nte : 170 . 294) · E t_ preo


cupa ao do missionários se a]iava principalmente a un1a :t. ·...ai-
ma de ter- , , utica ide ló ica, pai prática m\gico-c
, , c,e1 ta refor.· _1n o cre o culto : . - com ··· o
eu. es, o ..u certan1 1· , 1..edun d_ 1a e.m pr,e_ uiz ·. da ca e u1za ao.
1 ,,
1
7 P RA .SUBCULTURA O P OCE'SSO D0 1

·ABRASILEIRAME, T10

Os eman,escentes da Cultura Ka iri e d, outra_· tribua cujo


aldeiamento . monta. ao s,.éculo XVII, e também da- que se acomo-
da.ram ma1,s tarde,, como as. fa,mílias de índio., Ch co, Natú, :Fulniô
e outr,o ·, ·v1denciam cara.eterísticas cultur- i ·e oc ais ba.stante
1

generaliza .··- nas populaeõ.e cabocla..., ou matttta_, do Vale· do Baixo


Rio São F.·anci_co_ (4.4)
Re q11í i,o- de s u ,antigo al eia e -to .ub, _tem ai 1da hoje,
co "'.titu1nd · p--atic- inente ·um bairro da ·- e _ nicípio . ,e Pôrto
R- ai o . 1

omo Já indicamos em o __
1 t d _ . · alho.
o, . eh . ,- . a - 11 encontram- e -ob . . t _ 1 t1a_iva do·
;Serviço · oteção aos índios, circun e i ,·enominado
· AI r d ·,.m - o,. qu•e corre pond a 1-'-- -_ t .·-=1 _ ·gio11al ·tom
'té e em R· ife (Pe:,: an1b 1co) ..
on ide ando... e os cjontato:s cttltu.r 1 -· muda11 , op,erada na
vida do- Karir1,. verifiea1-se!"\á1 a complexidade quie Ie ·e .te u1na aná-
li: e ,do: r s.íd11os, culturais; :sobretudo pela falta d,- dados para expli-
car a influ,ê11cia dos outros grupos1 nativos p,e ten entes a diferente-s
, stoqu,e lin,güíst.ico Em f a-ee .disso, i11clinamo-w.os a crer q,ue os
re· íduo da. antiga cultura dos. Ka,rir1 en,eont, m... · .in retizados
com tr ço - de out-o· grupos d.-vi,do ao quatro c·ulo · de contato
co111 .• r , _ nia ,,,. A ·· e centando-_ e I
o---ão, de m.n1 os
el n1 n ! m , e ·na bra 11ira, -o l -d -- . _,de á-1 .
,el - ·o _tua om.o un 1· o e.a
ia Cherle · l,e · _i • utro- m
1 ' -- ,-c1011al Ba ·l 11a ) ..

V n · o ar igo sôbre -os - ar i d 1:0 . , · 1 do Colégio",

·.o io logt v •L VJI n. 3, págs.. 2'3 ,s.eguint _s ou na p.. 15 dêste tra-


0

balho ..
(,45) V Wag]ty. 195,1,.pâgs. 8 e sg ., R d i ld 1949, págs 346 e
s.gts ., Linton 193-6.,pãgs. 275 e g.ts"'; Pierson Wagner· 1948, X, p. 41..
72

.g ·á ·1ca 11 elemen · ltu a


nativos , d. , - e 11m r i completo r Jho de cam· o 1 •

realizado pel .tor m · etem : de ·953, servirá para formular 1

algumas hipót ·s ou simple m ,--te para cham· atenção dos


·.tnólogo, - aci n -1 -: , e e' tran. .i ,- ra o e· tud d· gr11po:s no
··,ntido da - ..··•·.n. ,ao do ,il ·i ,.men o I., · .. - · • i

de i ··' ,a aliar- no da c 1 ,n _1·· · p]1cada


11

nd1men o /.·. p oduti . ·


1 . 1 a il por p te grt1po . I

tribais, _ · t·-- . o, valo n s-'a soc"e :d· e ncluindo-se,


apriori nê s ·ntidn, o quanto le· ai .d·ai defí i nt .. E.atamos ci ...
entes de qu · i t nao é novidade. oi . 01 p·rôprio er i , de Proteção 1

· o índio.s .m, Jém da -ec .- _


I ,, - - istência- 1 · .
• 1 tina.da 1n- 1•
-.

me, t i\,,, .. o p r ou r 1 ·. · ti· ,r


.-. ão o cabocl ' m•..lho:tan
·t _. con,di . ,.,.._._., • n foi ·• , · onstatar em
rápid· isi' .
1
· o "C.ur :1 1U .ndaju ' {E. ta ã P'aulo).
1
yUma an lt · esquemática di0'. . Iementos cultur ·· e da estru,,;
tura social d, • u cultura .Kari 1 t· az a tona v .. ti d•e institr'i- 1

, "7. s sociai iormente .· · n a . q1tai., '. , é ·-; per. istem


, n ·. e o . ............
",... ··1 , , _pen,· de ··im ólica era ma1·.
,f!"

adiant ·. l mb ar a ·r • 6 it · qt1e ,
' - 1 . . . . . . . . . . .&. participam
de qua,se tod,_ a n titutçoes · .i .,_. t1 t lcadas ou .. e •• ·. zidas p elo 1

neo--brasil ·iro . o qu,e explica d :,. 1gnaç.ão qu,e lh,e t i,buimos de


,grupo "abra 'iL i ·do' •
Observand· . qua,dro de· r - r- ncia, de Cha 1 W : ley para a,··. 1

bcul, ura · il 1 " pode ' ,e . ·mar que •Os .· . o atuar


do .. K Ii ::;::..._. em um .'b ·11·. r . dentro . - t ,
1
l IO e
,.ubeuJtura , 1C,o-,for p l . Kar1ri, in ,a 11bculw
tura ,da ' i · e · · e- Porto . ·-al o - olégio
Para e mpr · :nd e ta relaçã esta inclu -_-_ uma subcul- 1

tu ,a em outra,. pia' amos a focaliz a. diver.·as at1vidad· .s cultural'


do. Karir1 u ie,.·· or ,a.me t
I,· - ,· · re 1te,s i11-.t1 --j - . ,oeiai ·, e
. l u11 pad ........... .·.-ionado; a,. '
L
. J mu,ndo 1d C- en, _ .alor-e·. 1
1

"'

A brev d e •l' ão ergológica -u - seg_ue., v1san,d. -lguns as: ectos


das atividad, , • xtrativa-s e tran , ormativas do ha 1 itat, a T.!. ·:... : u- 1
os 73

-atur _ da eerâ · 1ca e mo uma d ·ncip · _,. e·. "-011 - 1, a - -a


habit.a·ção, ·vestu 'rio,, dieta e as :im por diante, inqu _stionavelm ~ute
"'
_o o ere um· id.éi _ p · _ .a . po qu - r -l um-. -ti.· - 1-
tura dentro de o,utra

a. Atividade xtrartiva1s e trtinsformativas cio habitat

As at, vida des ext ativa p aticadas p los Ka.ri i atuais, r Ia ...
1

ciona- e•;- ·in· ·,alm"nte


1 1- m ,_ e·' -e ,ma ,ex .·,ã. , ,. ro
para a elabora ,ão d objetos, e ecundàr1a.m jent com a obtenca de
lenh ·. de t1nad.a ao ··._rn ,- ir i zad ne, · i . úst ta . -. ]) - a
Q.ueco.nstitui um dos -·ator s. bási o d.a alimentação, algun se a, en:-
ura . a · até o ma . tal · - Ta) - na -: an p, l ri _ ão
Franci. co nas -uas canoa -, o qu,e ocorre co111f reqü ·ncia no v rao.
-.. a, . ca.·-nça ,a pe der •ma u.a i- por - ci __ a vi, a'-- .....es
1

grupo.s, e isso se ,explica pelo ,gr dual .a,eeaparecimento das, flore- tas,
out1 a c _·,act ,'-ti··_•- ·da _egiã, p l_ e:u ,e1â· ··a" _u- a11·- e
flora A lavoura, qu.e se instalou atrav ...· da. derrubada - e quei-
mad _· da eg ça natu al ub i uiu o p miti ce tio do="'
Kari i e. está de man ira predominant _s.ob os cuidado· do lem, n-to
maa ,- lino ·a popula -ao, --- uzi do- ,e po1··m, a uma gri ui.tu . in--
ieipiente,. De fato, a técnica empr.-,gada na, prep ·ração do _olo
-ão - 1 ..da , tr.- i,cio ..ai uba-.a ou ·uei ·.a ·a da,-. mata, LI
ainda o. qu é· n1ais omum, a queima da v -eta .. o que S·ed,esenvol-
. e en e o per·' do de
1 --
a e -Jan_'"o
-_emeiam e plantam a·rroz., feijão "d - a ranca
ma.n ca, - 1ilh,o,,a.b6bora, , a _t_doe . e an r- es. ·-.·tíf. -a ,
1 1

etc.. Nota-se que 1 a maior 1 a de tas planta - cultivada - são xt1am -


-ican -, , não, '"fer m d , p -nte na egi-_-, co , titu - d
ba e ,da alim ntaçã,o.
n1ulhe .. =l'm p c1 n. - d1 i 1 _ de . e -
trativas tran .·ormat1va- cu rei· om uma tat-efa ,e·xclusiv.a de-
la., qual J1.a, fab: ·co d

el·· ra ·od. pot_ - é•_ do. aspeto-- c·.-ltu,ai._ i0-Kair1


que _ ais ·onserva o padr1õe tra.d1cionais em sua inte ridade, pr 1ncí-
pal1 ante o· e'- ti _,,a -,_cni "_ e C .- IlÇ·' d,e 'ua. ,--, -cu·ão.
1 0
7

A· técnic
cessos :
1

1) a ,obt n ão e preparo do bar1 0


1

2) a modelagem
,3) o ali amentn
·4)
1) A, bten ã · pa o do barr_
S,egundo a , informações da º , p16prias ceramist , o barro é 1·e-
tirado da La.gô , Comprida. No· últimso anos, por .-.·m , têm entra.do
em conflito com o "dono",. que não J'mpede que tirem o 'barro ruim'",
1

mas faz restr·cõ a extraçao do -.·arro de boa qualid _d O tran· -


porte é realizado por· hon1en ·. m . lhere -rianç ·e · ·mbos os s -
xos, par,a _'Ua , rei pectivas mor- .·_·_, iniciando-se 1 o o proces O·a
que chamam d 'amassar o t,arro -,. uitas v ·-ze net te mistér, o
1,

barro é mi· turado com .areia finamente p·en.e11ada, para se dotai· a


composição de elementos fusíveis, como se v··ê, de maneira be:ín e1n-
pírica .. Outr · v. zes m1sturam o barro com ca cos pulv,er1zados de
cer.am1iea, ou me. mo, com c1nza.
A •

. l gem
E' a técni ealiza,da pela-, mi: Ihere. Kariri . con i te e1n ·d
a forma eom a mão, passando po diversas etapas: in"c1almente ca ...
1

locam certa quantidade do ba1ro sôbre uma t:â:'bua, que denominam


d·e "asse11ta· e começam, a modelar4 a · paredes dai cerâmica, utilizan-
do um pequ e110 in tr·umento chama-.o ''paeta". P'ara evitar qu e a
1 1

a .,e do .cip_e .t em execução f 1e -r dado na · ·, n a' . ,colocam


1

t n1 pot1co de 1nz ·ara ís.oJá. la


Ainda ne···a f a e a.s cerami ·ta . d·e.dicam- e a ut ·a operações,
conh cida , po1 ·--roiar' · (af1 ouxa ·) q·ue consiste ,m colocar u n
1

pouco cl água ·na argila quando ta começa a endur cer, tor11an- 1

do ...a, desta: -orm· mais ma-leáv· l, para dar-lhe então uma forn1f
arredo,ndada; f1nalm·,nte conf. cci,on, ..m a bô a .·· :e1nica ("bota
a 'bóca ) q 1 n , o barro e tá en, ur c1do. E ta. ··: ··, ã tamb,ém ;
ealizada com ·.1 ·. ílio de um ''tapuco" ( ·ab1.1g ) e milho qu
.erve para.- el - ar ·. alisar a: boca. M ·s é princip.al:m nte trabalha.n.
do o_m o pol g _. o indicador, técnic& em qu. a 1ulheres . io
peritas·, que s modela ·.a cerâmica, da.ndo-lhe forro.e ...
1
OS KARIRI 75

3) O ..-'\lisamento oU: alisado


Quando a argila do pote endurece, raspam-na com um pedaço
de ferro afiado denominado "capiador". Dizem também "capiar"
par~ a operação de, raspar a base da cerâmica. Desta forma. aju11-
tam-se as paredes exteriores da cerâmica .e sua base; uma das in-
formantes, explicando a elaboração, manifesta que a seguir "assenta
o pote para tapar os buracos", esta tarefa consiste em cobrir
as depressões ou nlesmo as paredes com uma camada fina de barro ;
em se,g uida passam uma tinta amarela chamada "toar" e uma vez
pintado o pote, as ceramistas deixam secar a pintura para então
realizar o que se chama de ''alisado".
Biblioteca Digital Curt Nimuendajú - Coleção Nicolai
www.etnolinguistica.org

O "alisado" consiste em polir ou brunir a superfície do pote,


utilizando-se uma semente graúda cham.ada "Mucuna". A seguir,
procede-se à ornamentação do vasilhame, com uma pintura feita à
base de barro branco deno1ninado "Tahua ". 0 s desenhos consistem 1

em motivos quase que padronizados para os potes, tijelas, tijelinhas,


e outros utensílios elaborados, os ·quais1refletem sua proveniência de
possíveis estilos modernos brasileiros e estão des,p rovidos de qual-
quer outro sig·nificado sim.bólico, passando mais. a constituir um pa-
drão estético. Algumas destas decorações são ilustradas pelas gra-
vuras expostas acima.
7:6 ALFONSO TRUJILLO FERRARI

Conjuntamente c0m as ta,refas aciml;\ inidicada.s, realiza-se


também a prepar·ação ,do ''têsto' ou tampa ·que se·rve para cobrir as
1

cerâmicas; por sua vez,, êste '·'têsto'"leva um "velote,'·ot1.a.garradeira.

Existem d.ois fornos .no bairro @nde se realiza o ,c.ozimento da


cerâmica,. 11:osqu·ais o.s interessados pagavam em 1'953 .a importân ...
eia ,de lO cruzeiros por torna.da, sendo q.u.e cada forn.Q comporta
120 "bocas", isto é, 120 objetos.. Além do aluguel do forno, as ce-
rami,st3:s fa,z-€m outrag, despesas; uma carga de lenha a 20· crt1z,ci-
ros para uma pesso·a e-ncatregada de vigiar a queimada da cerâ-•
mica, pagamento êste no valor de 20 cruzeiros por forna.ôa, tota ..
lizando a.ma despesa de- 50 cruzeirQs, p-or forna.da.
Durante a co.cção, os "I{a iri'' procura11i cobrir os q,uatro ]a-
dos. dos fornos com esteiras ''para que o fogo possa; sair fivremente,
do· contrário o vento pr,ejudiea_, ·. R&almente, 0 vent1J- _parece ter·
gr.and_e influê-ncia .nas_ crenças- que e-stão asso:cíadas, à pre·para·ção
da cerâmica., dado que· mesmo o barro é tiradú quan,do- não est•i
ventan.do e os p.otes p,ostos, a secar são colocados em lug·ares. nã.o
e,tpost9s ao ve;nto A explicaÇ:ãQ dad,a por alguns membr-9s desta
,comunidad·e p-seudotribal sô:bre a açã'o ma:léfica dof:1.ventos, evi-
dencia-se· nos resultados negativos do trabalho, pôrguanto ad1ni-
tem que as cerâmicas, ,q._ueestiyer_am. exp.o tas ao v nto., ao seren1
,q·ueimadas, racham-se ou esttlura.m.
Dizemos quê a cerâmica constitui a:1base econômica da vida dos
'' Kariri" de Pôrto Real do Colégio e ist pode ....se afirtnar sem exa-
gêro, porque c,ad,a. casa do bairro .emque h_abitam constitui unia
olaria;- e o pad.rão de· formato dos -potes· denominados '"'.C:apue,' sã,o
exclusiVoS: d.esta gente nêste· setor do valei a·o R,io São Fr,ancisco.
Por outro la.do, a cerâmica ten1 criado uma certa esta.bilid,a\de
comercial, pois constitui o produto, qu.e frequentemente se d•estina
,às feiras de vá:rias cidade·s (Prop,riá., Pe ed·Q, .. Piaçabu•çú e o·utras.),
.à p.róp1 ia feira da localidade d,e Colégio; acentt1amos esta esta....
biiid-ade, em consonância com 0s outros produtos. ,. de preferência
agxieolas, como milho, feijão e arroz qu·e em certaSr ocasiões, na
.ép·oça, das safras, o.s Kariri ta:mbém ve,ndem particularmente nas
feiras da localidade e na de Propriá.
OS KARIR! T1

e H bita rção, mobiliário, di ti e v tuário

A, a, uai hab i ação q -·e qu .-_em nad _ se e- mpar-- com ,a ,. r1:-


1 1

mitiva mor adia ( 46) dado que , ua dificaçã é-, ger.a'lm,e·nte, a


1

ba e- de paredes, de "taipa " (47) com cobertura de palha d


1 • roz.
e , l ·um com t Jha ; , pa ::
1 1 , g: · lm.ent,- - ta l e .pr 1da c,
1

de :r-ebôco e o chão é simple,gmet te de barro bat ·do.. lguma, ca-


sa - têm divisões p rciai, · epairand - a cozinha, d_ ala que, na - allo-
1

ri as - ez s se ·ve de d i-mitó -i
1
P u as s o ru hab. taçõ , qu,1
possuem Janelas. As duas única con. truções feitas. d.· tijolo , te •
lhado,,, rebóco e a. oalho d· cim, nto Rã. P .... . e a · .cola,. e ,-\ti.
1

·do-. pelo . -._rvi1ço d P·1 ot ça,o ao,- índio -


O m.obiliário reflete igualm nte um acúmulo de el_mento,- neo --
b - ,, 1leiro , embo --•.par de e ·fecçã .ud1m=n.tar, ·_-ndo -m nú-,
mero i11s1g111ficante os, elem,e1;1tos, gentíl cos, como no ca o dos p,otes
e da rêde de· dormir; e ta última. desapa eceu d• muit .- lar.e , _en-
do -ubsti • ida p -lo 'jir o '., J' que · m mut. a.- 1ca·,- • e e on-
tram Srimultâneamente '''jira.o''' e r-edes. Lata· de ga,,olina, canr-
ca de alu ínio,. uma ou, outra me a, algi1ns b ·ncos dim.en . te
"'
e caixote de mad ira com letam o mobili ,r io ; a mesa .. e estava111
generalizan,do durante a " , oca -m que foi realizada a pe ·qu1·a
A d1 _ dos ' _ rir · 8) m pouca coi a -ifere , , do ' . bo
elo ou '>matuto · pois, s-e baseia em produtos p,rov,eni ntes da Ja ..
voura, pe· -ea e da aq_ui 11· ão de ercado 1a - n - feira orno açú-
ca , ,café, m car: ,-o, carn cea "'" ( arne ec ), _ 1, fa.riuha de -a11-
d1oca!! N o foi pos,sível avalia iqualitativa e qua11tit tivamente o
co .,' un10 d _-tes a1•·mento , nos - u_, a ·p cto , e cífic ma- eri
I
1
,

ficou-se qu 1e, ap,e·ar de t,-rem deixad,o d-_ come - os animais que ou


1

46) · . 'Asp ctos ma erial- ·a pr1 , cultura K riri" em nos-


so tigo ''Os Kariri de orto R al d,o Col gio'',, ·-ociologia, vol XVIII,
n º 3, págs,.. ,243 e , gt·, 1S,ão ·aulo, 56 ou n.a pág. 2- d.est rabalho.
:-7) _· taipa' região onde rcont, , o grupo estudado, é o ' en•
chim nto" ou ,.,fpau.. ..pique" do s,ul do Bra il, ond o prirn iro têrmo é
u ,a o pa -· , .signa as· par d , d· rra ocada ou -1lada -m 1ôrma de
mad ira qu •-e retiram logo que , "'ca a terr . hume · ida ou o barro.,
(48) Interrogados álguns, "Kar'iri'1 sôbr o b.orá io das refeições, m-a-
nif staram. que qu, lquer ·.ora se ·· ia quando tinham par - om.er
78 ALFONSQ TRUJILLO FERRARI

ttora cayavam nos matos, c-onsetva.m. o hábito de eómê-los, quand·o


para tanto se aprese.nte uma oportunidade. (,49) ·
·os ''Kariri '' d.e C"olégio estão se· habituando a cQm.er e_ni me.sa , ·
porém, a maioria prefere con1er no chão, em cima de uma esteira
de ouricurí ou "de junç.a" e, às vêz:es•, mesm:o -sem ela,..
Alg.un8 possuem canô-as, porém..a maioria serve-se das. duas. -00-
nô.as do I:1&sto do S P .I., p•ar_ticu.larmente para transportar s,et1s ·pro ..
duto,-:, como no caso dos potes. ·para ,a feira de Propri-á.. Além .disso,
com referência a-0 transporte e comu.nicaçã , -os ''Kariri" Já estão
familiarizados com autom:óveis, cami11hões·, lanchas e mesmo conl
·o tran.spo.rte ferro.viário ;- pode...se. afirmar,. talvez com um pottco de
exagêro, q_ue ós índios de Pô:rto Real de· Colé,gio mantém n1aior
c.ontato com a vida. a.tiva br.as.i1eira que os Kariri de Mjra.ndela
(Bahia) ou outrus grupos: tribais em processo de. ab-rasileíram-entci,.
que se acham em maior I TTau de isolame,nto ..
·· O vestuário d0s1 ''.Kartri ' em nada dif€re do dos outros mora"-
d.ores ,da cidade de Cnlégio, e mesmo em certos aspectos procura111.
seguir as inovaçõ.es imp,ostag pela moda,, embora o vestuário d:0 ·
homens. sé reduza a calças de Jlrim pardo, camisas, chapéus ·e o. d,as
mulheres, a -roupas dê chita oú de outros tecidos baratos; a maiorl
usa "aprecat.as'' (sandálias de confecção loeal·) e- muito pou,cos etn
ce·rt-as oc siões, tamancos ou s,apatos,,-
Dos ,antigos implem.entos de ca , ou seja, o arco e· a flecha,
,só existem alguns toscámante trabalh dos (50) e que são emp,rega.""
d.os de maneira s,imbóliea nas festas do ''Matekai" ou "O-uricuri·",
festa. que,. _se.gundo iuf ormaç o do g p1 :óp:rios '' Kariri '', tinham dfü-
xad,o de realizar no ano anterior.

(49) Quando caçam um preá, gambá- ou, raramente, um veado, os


- ' ·'

comem com grande avidez como em outras épocas


(50) Em, 1953 ,. o chefe ou capitão dos ''Kariri1', mustrou,.nôs um arço
(sabue} feito de "espinheiro"', :que m.eqi.'a 1,40 metro de comprimento, co·n1
·corte tran.sversal redondo, as flechas qu_e o ·acompanhavam tinham po.n-
ta.s de "aroeira branca"' de 1.2 centímetros, com o corpo -de "cana brava-'t
de aproximadamente 1 metro., O .formato da ponta era caracterizado por ··
dentes alterna-dos em ambos os lados. A empenadura da flecha era de
penas de ''peru" dispostas paralelamente ..
A função dêste· arco era, mais de caráter ritu,a-1 na festa de "óuricurí
' '

que prõpria.mente para a caca.


0 S 1
K . I 79

9 E: TRUTURA SOCIAL ,..· SU -'CULTUR

N·ão li;á maior di,f eren -i entra as amíliaiS dos "n o..J{ariri' e
a do s'. neo-bra ,jl i · . ,, 1·to é,, o , "Kari 1" j·' se acham 1nt r: .do- , na
e lt .·utura da instí _ll cã, amil1ar, ·ºtua , - O b,- asile110 . aca-
. _ o ' Kar1, 1 , .. ' ;ipo ·· de fa ··íL u Iear e exten , - ,m um
m_i_L '" . o neo-lo, ,ali m, po ém .- 11ão ·.,. · "o o caso - d . m_ 11 •a,-
li ' .·· princip,alm. nte ara membro · . ovenientes de ou ro gru-
p g tribais que chegaram a sH ca ar 11 ·ta localidade.
A mulher,, como o homem, par 1c1pa intensament.. na, 1nanu-
t ·nç : do lar, dado · ue dec/de a 'U·. ·. i. , , ia é exercitada na > rte da
ce E t- ·-, pas .._,a p "_tic m, rte, d,e llm a a
p o uran o- · n e ·• ar u-_
a os pa tecnológico, · ·,ã.
te11tativa d:- -.1 ração ou inov o 1,

estilos ..
_• h merI1. ai' m d, _u, _-. ativid··
c1 ,nada com a ] _v ,u a, durant
.,
r■r
.=-nt -=. · afra, ·.. qua1
1
cult1 ·o , nã ,1f
•·• . \
,a m · uidados, -,i,eal1z_ t1'_ro tr,abalh }

p ,v .ção, seja n .. con trução' de. mo, ·adi•_•·,,


ej a na rep,ara.ção da , ,ruas como _a1na- ' '
. .

!ll
1 ... . ...
.
: '

ad, la Pi-efeitura ou m outros afazer c- 1 1


. .· , .·

K riri atual (de rum fot·ogr■fia


011, •· inda, ind · m1 ,.· - .._ e na cid ·d de Alceu Maynarcl Ara:u10)
"'
iznh ePopi .
·ão obstan1 e m ." a 1 família
- :.n1 _011, · 1tuída , 1m 1- :111e11-
t p, · · · ·amiga,ção ,, · i i tituiç·ão elo mpadrio acha.- bG · -11t- di-
I

fundida_,, concretízando---e atrav·é . do batismo, conf1rmaç.ao,. matri-,


mônio dos f"lhos e também pelo eompadri ., de ''fog·ueira -, por oc&,·
ião das festas de Sao Joã O · · mp-a., 1 10 neste g l ' t l p · e ·empe-
nha um papel de Jrten.- o e e tre1. m·nt nas r,el -7' int ·r·pe ..
.,
interfamil1 - ·_··.,.
Os inte1·ca, am.ento ac ,ai , ,sã - com 1n ,, en1 e ·peci J .d.,- mt1-
lh 1es índias com de· ,c.endentes ,d,e africanos, fato este ,qu contri-
b,ui para onfundir ê ·tes rem.a·nes ·-nte,· · ·otn o l?FO so da popt1la-
ção mestiça.
80 ALFO.NSO TB,UJILLO FERRARI

Muitars ·das pessoas que p,restaram depoim.erito e Jue tecnica-


mente nã.o eram í:t:idios putos·, de.mons traram ter-·se assimilado- per;..
feitam-ente a su·bcultura em aprê,ç.o ., podendo tal-. fato se-' observa-do,
através. de reações psí,quica.s,. espontâneas, típica.s como de- índios pro-
priamente ditos e pela 3JCeit aç.ão de nomnas sociais do gru-po, sem dis

.
cutí Ias.. A êst J respeito. foram\ ·notados do1is fatos que ·merecem ser
.
1
' .

estud-ados com maior· 1nplitud :


. .
integr,ação cultural e étnica.
.

Isso porque., embora os descendente·a de africanos seja.m considera ..


dos "índios", poder se-ia su.speitar que tal atitude seria .decorre11te
apenas dos benefícios q·ue nessas condições ·r cebe-m do s-t P .I. No
entanto, uma justificativa indiscutível de sua integração na estru
t11ra social desta subcultura se· evidencia pela sua partiei.pação nos
ce,rimoniais gentílic,os, como a f'esta -do ''matekaí''' ou ''ouricu.ri",
ond-e geralmente sito excluídos os "-bran-cos' ou me'm.brns de outras·
etnias.,
A institui-ç.ão po)ítie.a, _como muita outras- instituições sociais
de - ua primitiva estrutura so-cial, é mantida sitn.bõlica,me:nte, de
tal .fór1na que a autoridade do ",C;apitão º d,o grupo é puramente
ideal., visto que, na rea.lid.ade, nã;o vai além <lo respeito -que, Ih.e
guardam -os outros. membros, em face d,a liga,ç.ão quer· através dêle·,
existe ent.re o 'grupo e o .S-erviço ,de F'.1""0,tecã,oao:s- .índios. As vêzee,
1

segundo depoimento de um dos inform ntes fJS chefes desempe,nha.m


a fun o de- cabo eleitoral. Por, outro Ia.do, qt1ando alg-uns membted
do grupo cometem irvegularidru.les, são sancionados..e p-unidos- pela,s
autoridades locais (delegado de pôlfcia, prefeito, ju1z, etc.}.
Dentre os ·'K·ari.ri", alguns havia1n prestado serviço militar -e:m
Maceió.
A educação formal d·os filhos, dos "Kariri '' constitui un1 do,s:
elementôs inte-grativos p·ara .a cultura nadionaL E lst a educacão
s,e ·proee.ssa -em têrmos d_e·programas estab-elecidos pa.ra -0 ensino e
que são idê.n-tico.s aos das escolas rur.a·is do Bra..sil. A Escola do
P•ôstQ Alfredo D:amaso .é. uma das 67 escolas ,do- Se1"Viço d.e Protecão
aos indiosi que, se €11contra.m espalhadas p,elos,. diferentes Postos do
território brasileiro.. (51) ... A es:cola e1n aprêç.o se encontra sufj.

(51) Ver .Relatório do Serviço de ProteCão aos índios, Rio de Janei-


ro, 1953.
OS 'KARlttI 81

eientemente equipada e muito acima das outra'· e . o a, . da ·p -óp 1a


local1da -e, como no ,caso d,a Escola Rural -''F.erna11,do d,e Ca, , ro .,
1 1

bem como de muitas o·utras es;colas de out· os municfpios do v·ale


do Rio S,ão Francisco. A escola. do Pôsto .Alfredo D _m aso •· · ' a
cargo d uma p ,,ofessor encarre ,da de ] abetizar '. ,ensin' · o-
nhecimentos elementares. de a.ritm'ti,ca, g:eoa1afia, história e ctê.n-
1

,cia.s naturais. A escola f'unciona, das 8 hora - ao meio dia, du:r nte, 1

um p,eríod.o de ·nove mffie ·.


Do. aluno1s matriculados em 1952, qu,e perfaziam um total de
72., constatou --se uma percentag;em de freqú ""ncia de apenas 50 ·%
apro im damente, sendo que a ma10, e a .ã tem luga no - e•·
1 1 ·
1

de ma ·..·o, m,a10 e junho · o 1segundo aem -. tre dê te ano, a -,, e-


qüência se reduziu a 38 '%, Em 1953, o número de alunos. matri-
1

culados no ·mês de janeiro, reduziu-se, a 21, :-hegando em setemb r n 1

a 35 alunos. A .. eqüência, porém, continua ,a a o c·1a·r ao -- ,01


dos 50%.
A idade do,s alunos para. ambos os sexos, v·a1iava entie 5 e
13 ano (52) ;. não ha ·ia ·eparaç. 10 entre meninos men1n .· na
sala ,de aula ..
Segundo inform.aç:ões da pr,ofessôra ., o motivo da ibaixa fre-
qüência reside no desint . -sse do· pais d.a crian. a ,, . alien ando
1

que m111tas ão ti1,ada d' escola nos m .... , - de in rno par at1-
I

xiliarem QS pai nas ro.ça.s ou ainda para traba 1harem na la.bora-


- ·d-.a cerruruca.,
eao
A •

R' .-erindo , ao 11 _- 'oc ,que demon travam _ alun , _u-


ra·nte a · aulas, a prof'es 01-a frizou que tlnham mai -r pre.fe 1ência
p lo portugu.ê - e também ·pela ,aritmética, na qual viam a útil fi-
nalidad. - d•e lhe-· poss1-b Iitar faze_ conta -
1

Por ,outro ]a.do, vá1:ia mulhere - e homens ''Kari 1 ' escolhidos


ao aca o, quan.do inquiridos sôbre a o.pinião que tinham da p ofes-
sora, manifestaram .atitudes, ne,g" -1,va- quanto ao trabalho d - -ta
As im,, um,a d,a informantes, - .-aria :Cele, ina Pan la, man1 ·[. -tou

(52), Com
1

·_,rên,cia a idade· do, scolare notamos[ certo in o-rên-


cia poi as 1dad -, nscrita no regi, t :o ,de matricula são as ass,1n. ladas
nêste a tigo; por outro lado, quando 111quirim:0s alguns pa s., man1f sta-·
ram ,que m.u1tos de seus filhos que estavam na escola tinham idades acima
dos 13 anos
82 A FONSO TRUJILLO FERRARI

que · , pr·o .ora v_m en:1 um_ h r ., e n- _ se i- t re



1

t.ere pelo dínhéiro,'.


·1

eliz nte nã foi po- ,-ível onhec,e - as usas · ais ·.·a


iaituaç· o de at .ito . ntre º' ínform.antes. _, a pro - ssora porque as;

..

pe1, cti '. la p 111 'ª


limita• am-se apena. a 111n imple -
1

"su - '. ,y' '.


A recreat1.ão d•os
.. atuai ''Kar1ri'' a- se.·m.·elh--.a-·-s-e·- '·
.;;" mui ·t o a das
o· o _-çoe 'ib. •irinh d,o Ri·, São anc1·· co.. Ao · do1ni -: _o , eu-
11e1n- ,, os "go:: n-,_, bar,e e botecos d cidad , para conve .. 1
I

e beber cachaca, enqua·nto que• os Jovens j o atn fu e•b--ol; na· co-nv·er·-


-;a piad_ '.·ão co - me-i1a- ,-as ro .s de l ,zer, . u s-e f'o -
·mam às p-ortas da - casas, e.ada qual sentado d - eóco1a.s .. E tão
bast -te f _mil1ariz 'o co1n os divertimentos propor. io ados lo
ci · - 1
e ·-
- 1 muitos u- em - t1-an. m1 so -. de f boi ,
d-iad do Rio d=e Janeiro e de s- o p-aulo, principal1nente.
lg11n- ( .,}e -i ·te1n ao · e_·petácul , cir. e:· ·e d com ..
nhia que v -ntu-alm nte chegam -·o povoado_.., Muitos O ' Karir1
inclu ivê, v o até· Propriá em busca de djv rtim1entos.
con ·i eraçõ -- acima, ba das e -- ,algun· · .s(!gmento , -a
estrutura si0cial da su:bcultura sob v.m prisma etno.gr ·_-ico, t e1n 1

por ·Ínalidade apon, r -qu:e o s.ent'do de agrt1pamento i.bal


se d1 olvie-nd.o e eon .undindo-se na configuração ge1·al da -·..ocit.-
dad local de Pôrto Real do Colégio. E -ta abor,dagem p,ode set
º:_

a1n _ melh __· obs1e - .da em . -elaçã _ a um - tudo ,. omparati. o - la-


1

cionado com - própria estratifica, ,o social, pai a mo. tra · talvez as


dif e _ 11ças r levante entr a es.tru tutr,a r __trita aos "Kari ri" a
da po ulaçã-o da de em. .g - ai.
1 1•
."

·1 ntre o agrupamento dos considerados "K.ar1ri'' obs,erva--se


a i.n -1 tênc1 __de 1 . ses ··o -iais: pr.atrcam nte todos o membro •
pert ,ncem a -ma, ó elas ,e em ·t -rmo da ociedad.e d·e ôrto Re l
r

de Colégio_ ocup·ariam na realidade o segmento inferior que cor-


resp •·der ia ·.,0 'po 1
ou - ,,,ge,_•.te q. e ,onsti - u i o P 0 o'·
1
,
isto ,-ião ex·lui as diferent -: _ cateaori.as d.• "p,retígio''' e "statu ·,
que -t_ . bastante __c,entua,dà, . em relação a v:ário fatô-re , como d1-
feren a de id.ad,e, exo, ex rienc1, _ -_·i ida ,. de t eza, bem como
1

gr.áu de _p·r stigio a11te ag, autoridades locais e do S.P 1.. Entre
êste ·,. inclu .,_ - o ca o ,do Capitão e seu - auxilia ea ...
OS KARi.RI 83

S'e a subc·ultura "Kar1 -i·' se nos aprese·nta sem d1 tinções de


clas ..J _ . sociai ·• de fato,I qualquer ve tígio ou catego ia d - mobil1da ...
de soe·· I seria inadm sível; no entanto, não é is-01u que o. orr,e na
realid.ad e, porque a possibilida1de ,de ascenção social leva n1uitos a
1

s,e desligarem da p,r,ópria est utu.ra e a se integrar m na ·ociedade


local ou n,a ,da vizinha ci.dade. de Propr á. Is ·-o aconteceu, pot
exemplo, há alg·umas décadas com Do,na Maria Matilde, viuva de
Guliv, r Gonçalv·es d. Q,.live1ra, ,que embo1..a pertenc . se a uma ela
s,, sup rior .a dos Kariri, continuou liderando entre êle por mui-
to tempo. Por outro l_ado., o processo ompetitivo e certos v s-
tígios mer ,antilista. e tão conduz1n.d,o ao ,-·e envo]v1men de no-
1 1,- ,

·vas atitudes. 'Êste caso_ re lete d.e· certa forma a integração mais
precisa no contexto da sociedade local,. on.,de a luta p,ela is.têne · ,
em muito .. , , o-re da po oação é o 1 ntad. não , para subs1 t .-
•eia, mas também pa1a o aeú.mulo de ri queza, que por sua vez r·edt1n-
1

da em maior pr.estígio, pa.rt1c:ularmente n ,eleva · o do ,.,_tatu·


na d,e:·. r1ninaçãn e a.· ...ensão ·"ocial· ,com a conseqü nte pa · agem ,d·
uma classe para outra..
;.. om o n ·nc1ado aeê, ca de · lguns ..egmento , da ,e:trutu .a
social dos "Kar1rf ', n.ão se pretendeu an,ali ar tôda '. as. in tituiçõ•-.S
existe,ntes entre êles,. Aliás, 8flgumas -delas estão im.plícitas no
1

,conte -o e,; nôm1e.01 Ev1denciar em , p rém., dua: ot ra , po -


••
1

serem. de grand.e importii.ncia na1 vida dos "Karir i", ou eja: a me 1 -


1

cina a cr nças as ociadas as práticas gentf ·ica _-

10. TIYIEDICINA E CRENÇAS

Os "Ka iri",. orno muitos setô,ries ,da população rural b, a· -


leira que ainda não estão habituados à "medicin.a ci-entífica", re-
correm f'reqú,entemente à "- rmacopé1a lo al '' ou "m. 1cina d ·
1

f'olk" ou ainda à "medicina popular". Des.tarte, as plantas o··a


silve_ tres, ora cultiva,das,. são ba. ta.nte numerosas e emp1regadas
nas do -n•ça-. ie pecíficas., em propo,rçô,es do :ada -- peloH .ntendid . 1
"

que, no caso dos. ''Kariri" é o "pajé" ou curand-eiro; en.tretanto,


su.a fu.nção e prestí ·io não .-ão tã.o r·elevantes, v1_to que tanto ho M
men -omo m_ulhere: mais velhos e isentem perfeitamente cap ·
citado·. para diag-nosticar algumas doen9&8 comuns nêste, setor
da população como 'dor de •cabeça , "dor ,de e ..tômago , "blenoi ...
8 L' o·..·só T 'u _LLO FERRARI

• - 1e . , ··, 'd-,esar1 anJo


r -gia , - eo"l"·• •
1'

• t · t1 . 0 , quan d-
-e1 t·1na l . ·, --r -
1-

seus remédi . ão inef1c.aze , o . índ'io - procuram o o to do, Servi ...


·ÇO Especial d, _aúde P-ública (SE.SP), onçle rece·be1n ate;nç.ã:o mé-
di a e rem,' dio ·.,
Das pla·. __1 ma"s con , i a , na farmacop 'ia. o· "Kariri .,
od e . e ali _t· d - a va o
1 1 . ( Gephalanth opariitS) e m 1

o empre· ·o t botão' o - a 'm11da' con - o 'mau olha-


"'
do' e o 'v _1 1
1
,aído -· o ·m•e (Eloedend.ron caul foliu n)
"oue to1nam r· __-ermento' (m n truacão) ; a erv -- cid1 eira (})lle-
lissa offioianal'i - Sin.) para dor d ·estômago como -edati-vo; "jua-•
ze1ro' (Zi ·y h.- --- Joazeiro 'Mert) -,m chá pa.ra febre, "sambaca:...
té'- (H·y s--· e_·y,·papill<L) p.-.-_-_ do: de- ab ec : -.mbém p.ara o 1

- ]· 1 zema - (La - l _·p·ca ,,.) -a_· bleno: ra ...

A d . m do remédio e a . práticas '" que acom -


I

-anham o tratamento d.os doent · não for,am ent • o - ,-ltudadas,. pois


a exiguidad.e do tempo e·mpr·egad ne. ta pesquisa não o permitiu ...
RecO"nhecemo t davia.. a 11ece s'idade de se· proced- , em estudo·.
_ melha11te , · · ,_ :_ udo nos que _i -.m planeJ mien -- ,d" ação, a uma
1

an -' lise 1nai , __ un da n.ão ó· o- . --eco· obj ti- o , d e ltu ,.a, con
1

ambé m d.a i u --e· e .sen jm_ - ligados à - en ne:r.entes


.edicina 1 cal, Aliás, tôda mu, - ça cultu al d .. i ida não pod
prescindir de u1 acurado ·eonh cimento dêsse seto- mai s.ubjetivo.
Além disso são de ,grande inter ---e as: inte.rrela 1çõ ·s ,que se· tra.duzem
1

pelos· cor elat1 o _ ''•curandeiro-elo nt ' , bem como a. teia de relações


at11.1ide q _ -· -- nife tam ant , u. e- ·Osou in, -1c , . ·o· da apl·c·a-
ão da medi -__ ·'folk ..
o·uc I o - ·•t ·ipico da v·· ' Kariri que .- -·d,encia sua r·o-
--
t .
loca.-:ão --orno 1Ubeult11ra., é a u pa 1c1pacao na pi -·'t"',tcas d• o ca t.o-
lic1 smo, o que d -cot re de f'atôr h.istói: i ...os como j '_ foi analisa.do
anteriorm nte. ( r.:: ) 1

,a.. F :·ta o Ourwuri.


cul ral ou ic 1r1 no - n ontra- e d· --und1do eL,t r e á- 1 1

10s g upo t i -j_ de dife·",ente - , _ oqueSi lingu1 ti Q_ do nordeste,


1 1

r "A. · n,etracão do 1 r lig1osos e a funda ã.oi dos .uald elamen


(5.3) V 1

tos i►em no so _r'i o ',Os Contatos w mudança cultural dos Kar.irr', -80010-·
log a, Vol. VIII,, .' 4 pãgs 291 2--,- ou .a pág 48 d"",,te trabalho.
OS KA RI 5

pa -tic-ulaxme· te e·ntr o Ful11io,, · ,, u a1 ea1 u (P ··e u). · a iri


!'•

e outro . Êste _·:mp]exo cultural é g _ra mente descrit - orma


da "festa do ouri uri -,, e a êsse re peito ,encontI amo _ v t ria descri
ções tais como a d · ax H,. Boud.in (5 ) ··,de· Este,v-o 1nto. (.55)
Os Kariri de "'.o d€1xa am d liz.ar e a ,, no ano
1, ·

,a-,.te jo - a 195, .emo qu o_. - -- ...... ab or í .., n


1
.· _ ríc·pam
d ·. ,.e.:_tas do ou.r1cu 1 1ealizada · •o ·
11 o - gn1p , __
·i co no
··ponta Boudin e q·ue qu.a,nd,o tom m do ritual i .. i _1 o do
Fuln-·ô ficam incorporados na . ipe, d 1Ji: e. Isso por. u. - trLbu
em questão se a ha organizada em cinco agrup·a.mentos -.e11,n1ina ..
do clans por Bo11din sipes p,0r Pinto · a do fumo, do p, to, a do
-·o, a do p iq -1to o peixe
,e

-. f e ta do 01.1 1 u " também , min.ada ·" 1 a k· i' ,,


111formaçõe c-Ihi- -=: or Alceu .-ayn--·d at1jo ,. r, 1 1 z, _ n.o i-·
bado de aleluia, on tituindo· para _ ·e fim uma ald i om t11n
tabuleiro ond,e realizam as danças, particularmente1 a do toré ..
O mencionado ritual te·mina n·-_ gunda-feira. e ,_urante es.se
mp;o os "caboclo .' 1can1 separa uas mulhe ·· m pequ,e-
na . e banas. (56)
O complex · ultu· al do ouri u ,1, · ão obstan '- 1 rco dos
.·upos t.riba1 , vi ·.ndo m,anter a _ ad1çao, parece tar ,e ,·dendo
seu antigo significado sagrado e at" . ·.··to ponto 11ot -s a s11a
secularização, poi na maioria deste · grupos tribai . não -e ,efett1a
o - tual diante da t adicion.al árv, , 'e do ouricuri m, -1n1 da do
'jo ze110 · · (Zizy h -_, ,io,a eiro : r - ) . explicacao d:__t ato é
_e,1ta ,d,e certa fo, ma o trabalho 1. · - · o Pint , ,--7) . a a os
Fuln10, em ·que o p,a ,é teve que alte a o ,e -endário ,e o lu -, r ,a,grado
par.a ilt1dir aos estranhos que- pr,etendiam presenciar o -"tital, mes-
mo contra .a V'Ontade dos F·u]niô•,, o me .mo, ocorrendo entre o - Kar1ri
1

de Colégio.

(54) Bou -"n· 1 49, 3 pá-· ., 7 , ·,..


1(55) V•ei"P'lD: o: t-5·6 pág. 14 e g' .,
i(56) A aldeia para . realização d,o ri ual do ·' ouricu iu -ra onstrui-
da a uma légua di tante de Põrtu R .al do Colégio,
(57) Ver Pinto· 1956
_· U : MA

T'ke p,resent work i·s a re11iew1 of the bibliogTwphtc mate :al of


arin culture, a.compan ed by a de cription of ,;i 1 esearck p1-o,J ··t at 1

P10T'to R·eai do Colégio·, w.here s;ome remnants· of tke p1 mitiv K01riri


can be found, howev ·rr, well ,,,BrraBilianized" ., Th.erefor t.h i1nitti.al
f, • k ,o/' tre· aut,hor w '- o reconstnwt ome tr«c·es of he
1

··..t, ·1'e bMed on ,·h ou ,c·es o/ M·· mUL1 · BeJrna11-i o .·_


Mt n d.e. _ ant a.nd . ·he writer of th: 15th and 16 h. ··- urie·,a
An exmination of he c-ultitral ontacts of th lt 1 1ri' w th
ethni'c groups coming· /1 Dm Eur·ope ainà Africa re:v al a , e "sive
factors .· a) t:he ext rmination of the india,ns as a reaetion to the
massacre of the Bi .hop Do11t Pedro F• rnandes Sard>t'nh, anti othi'-r,:.
ol the crrew of a ,sh p in which,.tkey w _r, av. ll.ng nd ,a , --J king
fo go"td mine , pri · i. y in the· ·. B i, -,i j u,-n y .•· b) h colorti-
-·a, ·on of the north · : and he , stab --hm . t of t
1
1
l · 7· e)
tk , penetratation of ;th 'b,a'ndei ·as - d) he kunt .· ·g anl
·. ,. lavenient of .ti indian; e) th-e -.ntranc. , of religioi · ·.r up . and
;J ·.

the stablisrhment of th ' in4i'an villag " principally by th J esuits,


tke Capuchins and B enedicti'nes ,., f) th ·· w@r' w,ith ·h ut. h, ·i·n
1vhichj th,e Po tugu -, as well ,as tk. Du -: h a ,l rg 1, , mb e i
1r

indiaJn-_"as allies ;·) h war of . h ' · · ar_ s · ,k··ch • ( o ,,


m tive for n.eiv con. •.· t- be · een in ·_,.· Pmtugues an._ th, ·.. g o
s'lav s who kad e , ped from tke 1-·g 1 m l and p-l_n • ·,-n
The impacrts 1:nd cai d above br,ou ht about cultural ,clian e ·in
th Kariri a who wer folf'•ce,d to int , · rat tkenis,eive· , ·n t.Ji. new
so 1 ty, ending up _·n Porto Real do -Gol gi --
Tke dynam ·c .• o _k- cidtur eh
1 · he Kari, · · of
-
1

'h material; Q;S , e ·-al o -ga "z i -nd he 1 .n ,.


,ar.··· alna,iysed in ·iew of the p1 e·se fJ. oi1

elemen ·s b' h
cip1ally by the lu sitwnian culture.
FinaUy;: ·the analysis of the pre_,ent si.f;u,ation o.f t.h_, Kariri,
especially t'hos,e o,! Porto R-eal do Colégio, ba-sed on h· abov·e
88 A:LFO,NSO TRUJILLO FERRARI

- _rrvey, s .•- · g ve a 1 idea of th . transformat ·o ,oJf·'k old t '. -


bal group to th - point of, considering it also a.· a ational s·ub ...
culture in the proc·ess of ''Brasilíanirtatio·n''.
From the . rgologic df)Scription, tke su'bstitut ·on presented
of th , prim tiv · culture tr,ai'ts · 1peeiaUy in taking ad?Jantage of
h - na, ural hab' • t whick was e • derably modif' e'd by th -_nt··o 1

duction of ·. t · , - agricultur- :-itk n the p _:•mi.ti , t ·,ck, ology


1
,st th . · l 1- , idual ieft is· th · l,a,boration of e m_ ', , which
w ·_, pos:sibi,l d to the .c·ome1 wtiv · action of the •.om -n, and th·
inheritanc'e of thi p.attem of aC'tivity by fem.a.le ·•.
The ·0 1cial -tructure of th- Kariri sub-c,ultur is prof'oundly
similar to h · ,·,caboclo ' 01 -' bac.kw,oodsman"' o/.i B' t i ·i as is viden-
1 ----d t·.· ough · · formation and o -ga i ation of e i . , itution of
1

th · f ·m ., , of , h ,co-part,: pa,_io o,! · e woni. n and he men ··11


1

tke fl verst3 p1oductive activitie:s nd i>nthe cor· .s. onding· -division


of labor by , -ex, , The miscege·nation of the Kariri tkrough con-·
tinous i1i.ter.,,,ra, ·ial 1:'eu1iions brough about tke const 'tution of a.n
·-'thnícally heterogene·ous group.
o,ther soe ·ai ·nstitut "ons such as :political, ju . dical and 11iiti
t· ··y wh ··h,, cl a -iy Braswian ,have been adopt. -,· b -···..e Kari·•·
·in this pro e .,,· of' 'Brasiliantz,ation ·, ··n spite of t!e? · ai, · . f forts , ·,,
c,onse1ve ,the pri1nitte polit,_ cal tribal 01rganization v n though in
-ymbolic f orm.
The _presence of the schooE sercves as, a basic instrument fo'f"' tht
sociai ation of k , childr-en of ,.hi group and for th ·ir incorpora-
tion nto t .... ··,Br ··üilM culture, ' n..sp-t of the mult"pl, problems ire-
lat.ed to teo,ok_ ng·.
Another e idenoe, o/ the ''cabocUzaticm"· of th,_ Kat'iri in their'
attempt at Brasiliamiz,ation m,11inife-ts itself in tke form,s of recrea-
tion wkick a e v ..r1J ,similar to those of the São F,ran iseo ·ri,ver-
1r

dge to-i1Jns,. -uch as re,unions in bats and stores on Su.ndays, the


participation or ,at ,least appreciat"ion of' football conv rsations and
,he mov·es.
•· ,. dic n,e,,
T'he p_ e nd, w·th- succint . fl4ly .. , of -·k. K
large .•,a 1
·,,. o t,he egion . farm-copeia· and i rp 1e,cia·io,n
1r I

of so1ne of th p·agan beliefs, s as th,e cultural co11riplex of the


ouricurí, wkic,h are l-o ing grouruJ, before the catho-lic re'Ugion. · ·
Der Verfasser ·-·tuet "_, h in einer ·tudie .·iners ---_ . auf , 8
ueber die Kultur d r K riri existi 'ende bibliograpkisc·h · Material
und andereseits auf eine Feldforschung, ,die er in Po1 to Re,al .;o
C,ol ,,g o unt _•r s.c·kon eh1 ,akkultu rten .- achko · :_T Ka, ·ri
ausg,efuehrt hat
lm ,er, ten Teíl de·r Arbeit wird versuckt 1 aus· den h ., torisck 1i
0

Q'ueU n (M miani, _--rria, -do de _ ntes, M rti?fA.d· ant .· , Nieu.ho,f


umn.) ein B·ild ,der urSpruenglicnen Kultur der Kariri z ers·,chliesseti.
ie d Stud" m d r Kulturb ,ziehu1ig.en · Kari, ā mi u.s
k
Europa und Afri a komm nden Vo lkergruppe1t.tzeigt, sind folgende
Tatsa hen fuer die Gescki -1ite die.er Jn_dillJne;pgruppe ·V'on entsche· -
dend ·r Bed utung .. 1' D - Massaker de- B , ho · Dom P.edro F' r-
nand,e, Sardi'nha und ver -chieden r Mitgtiederr der Be; atzung des
Schiffes, 111/t àem er r.eiste, und. d r dt:tlrauf folgende Angriff auf die
lndtaner, de fast ·u ih· .· · erni htung f hr e.; /:ent - - das A f
tret en von besond UL Olus Bahia ·tammenden Gruppen 1Jon Gold-
1

suckern.. 2. Die Koionisati<Yri d - Nordo" tem una b onders d·ie


E·ntuehrung der Vi .!hzuch- 3_, .Die Erob,.runo, zuege de Bandei-
iimnt n. 4. Die Jagd a;uf die Indianer und ihre Versklavung.. 5.
Das Ersckeines de'r Missionare und die Ansiedlu ·g· der lndianer ·n
Do,erj,ern in d.e.  a·h der Mis.sion. 6 Dr Krieg mit den Hollaen-


devrn, i dem sowohl Portugies·en wie auck Ho,ilaender lndmn r als


Hijf voelker, v,erwandten. 7. De Kri gg gen von den Fazendas
entfloh·ene Sklav -. - (rruerra,, dos Palnnar - ) .
.Die erwGeknten Faktoren vie fern, b ·i doo Kariri, die ich
· chl" ··slich in Porto Real do Col!gio en· gueltig n,·ederl" sen, u ul
rich den n uen, V rha-eltni sen afftpasst n einen. .entscheidendert
Wande,l in d r urspru.engl,z,ch1cen Kult1tr kertJl).r ..
Dieser , ·ttu andel .ird LL einen matei"UUen, .- •zialen und
ge4s-tigen- Aspekt, be·sond,ers rrn.it Ruecrkswh, wufdie neiten, vfrn den
Po1 tugies,e · , .·t<tm,n nden K--itur le ,-ien e g· prif -.
90 ALFONS01 TRU'JILLO FERRARI

Der Verg.leirJk mit ,der ,g Utmw aertigen. Situation w· _-:e ge -


1

gentlich der Feblfor:, chufig in Porto Real do ·'o'tégio be,o·bacht -


1
· 1

wurde, bringt àie ganze Gro · · se iles Umwandltungsprozes.se8 de1


Kultur zum Ausdruck, die .keute als· eine Untergrum1,e d r Natir,,-
nalkultur ,lJ.ezewknet werden koennte
Die· Beec.hreibuno der- .1nll,teriellen K: ltur z igt, das - viele ur •
B',Prueng,liche Kultunzuefle .durch neue ers.etzt wurden, beso1id,e 1rs
durch so.lche, die d,er A ufflu ··zung dert dut·c·h d n in-te,is ,. . ,i. Ac , ,--
bau stark -.· a.ende - ·n Uni ,el d. · , n. Vo:n · • u1; -.. ,r_ gli .h ,
T chnik i t f ast nur die von .der kons rvativ ·-n Frau .au gefu- h. t
To pf erei uebriggeblieben.
ln d _ oz ..ak?l4 _._· ruktur -.B. int - - Bild n , nd ,,. -nisatio1•!,
d•er Famili und in ,der .ue-chle.ckt.lic·h· n A1b.1:tsteilung, hart s., li
die Kariri kultur fa _t vollstmendig der Ca.boclok-ultur angepasst ..
Durch i1iie la ,gja hrige ··. "ss.chr _·g wiit ,and r, n ··. n
I

die K(J;riri' ,Z'U ,ei1i· r voelkisc'h heter·og· n - Gru -.pe gewo. n


Politische, iurid'ische, militaerisch, und andere soz ·ale Efri-
r -htung,en find,en ·8 • h im ta,mm-esleben in b -asiLiamis h. r A ·
pra,egung, wewn ai h ein g wisses Bestreben d e ursp_-- .englicll.,
politisvke, Stammesorrganisat'io-n .zu; bmnahren, ni'cht zu verkenne n ist..
Das wic,kt·igste Mittel lu f11die A.kk·ultur·ªeru/n g· de,,. K nde1"' i,1 ,,d
fuer ·hre E nfueguno in di brasilíatn-· che Vo k,geme· ·ch f
1 1
t.
, i .

tr·otz vieler dami:t verbundenen Pr·obleme, die ,chule.


Die, E holung und Frei zeitge8laltung, .die g,leiche F'orrmen_ ange--
1t

.omm,en .hat, wie· b·ei 1den Ul rbewoh,ne,tt des· ·ã Frwn ....co (ZU'8a•-
mmetnkuen.fte von Fr-unàen n Bars und Kneip- -n Begeist, .-,r tng fu ··r
das Fussbali.spi63l, umd das .Kino) lief ert einen besonder eindrutJli s-
V11ollen Beio1eis fuer die C<Lboclisierung der Kauirikultiir ..
Die Arb,eit sck li est mit eine,n kw zen Hin e1; -. auf dt .ed· .·,.
die sích b:e-on.derB auf' die Hilfsmittel der Umw lt stuetzt, un,d auf
ein g religioese Anschauungen des Stamme'.8, wi auf -den. "Ouricur·i-
Ki,lturkomplex',, di aber immer mehr von ,der christlu:hen R,elig".o 1.
ver1drengt werden.
ll presente lavoro ' una r',evi, ion � del mat riale bibli'oora�f ifo

,- , , i s t e n f ; e sull,a '� c u l t u r a 1d e i Karirí int grato con la des -ri io. 1. - d.-·

1tn1a. ricerca /a ta in Po t -_ R,· al do Gol' io, dov -, · trov,a-no . -.- -ora


gruppi sup, r t '"ti dei p, - · · · ii ,i K n , - l resto,
,giá
bene a bien-

tat) con ,i br ili


a
n i � La p_ ima pr_o_c paz�on d 1llauto1 t ·e,
q1tella. di ricostruir'lt, 'tratti ·· ,d-el.Za primi.tiva "'cultura J, i,n base a.i

kt,vori di MwrnlUJ..ni, B·ernarclo di Nante e Martindad Nantes-. 'N'ieu ..

.h o f e di alt- •. ,fflttor· d l cinquec


1
,e -.- o .· dcl ,sei·'en o

L' e. a lo st -d " contatti lt t ali d �. K rr "1 i ,co. - _ r p11i

�tn1ci provenie1iti ãall'Eu.ropa e dall'Afriea ,�v ,la 1. seguen i fat · �·

decisivi�· a) 1
- Lo s'terminio d.egli indigeni .oome reazione a,l massa-

o:ro de·l v,e.scovo Don .Pietro Fernand. -, SardinJh - d alt


r
i m -m. r-
d ll equip gg o d lla qi e iagg·a ano· 1e1 l ap, - 'i. · -n� -

ri m-ca delle míniere di oro p1-inc 'palmente l "g·"o·rnate b 1 • n � _.

b) - la colonizzaciorte 1d,el Nort-Este a l'íntrodUtZion dei "cu1TOÀ- , - ,.

e) - la penetrazione d -ize ''bandier "'. d) - la , aoc:kt, e la - chia-

ut
"' or
1
,,, ·zzaaione deg! indi g
e n .t ' -) - la ven •de m" -_ona; ·• e/ l _ form,a-

zwne deg,li '" ldeamento , , ( fJ1 ppi · ,-,id'e1iza , ta,b �-, - ) . prt �" l-

mente dei G-'-Utti" Gappuc··:ini e B,-- ,-edi'tti1ii· f) - i-- guer-a ·


,gi·�

olandesi_ nella qiw,.te, tamto i portoghesi come uii ola.m,desi av - vano,

alleati, g,ranàe nlit,n,ero, di indigenii � g) - ia guerra dei ''palma e·_,.

h · anch_- d ,tte moti·-o a n10 1


i -·on 1 a - t,,a • .d· g
-, - po,·r' ·.

n--gri schi_
,
i fugoit: ,d -g il , "ing g _ � ,, dall ·,l .. e,uJ,a�

I f atti su citati d ttero origin ad um mut metn1t o ' cul.tu1-1. ie

d cisivo d:" K' riri eh .- ju/tono costr tti ad int\gr·r i nelta nuova

- ocietà · f nirono per - t. ª.b�l1.7s nel _ localita i,- ., - a�

La d/na ca de! m ta- nto ",c 1 - Z .-a.Je� dei K,ci ,:n,,. q1·-, - , gli

<LBpetti 'Yflll.tJariali della loro 0 1


r
g a n · -a z i o n e 30cútl - del l-0ro , i t 1n;,,.,

di .credenae, e· ani:tbizz,a,ta alla vresenza dei nuoví e'leni.enti introdot,i,


P'rinc,ipalm_ nt .d,a,lla, w ci ltuTaJ' port ,g h ·_ e.
ALFON.s,o TRUJ LLO FERRARI

Finalment ·, l'anal ..si' d ell'a, · ttuaJ it'Uatzio - d· .K ·ri, , in par•


1
1 - 1

t olare quelli di P,orto Reale do .-·ol "gio, b·Mata n..:l · urvey' ·. su cita-
to, s·erv,e a d'are itn'idea deila tra·n··formazione rJ-ll'antico gruppo
indige"fUL, a,rri'tJamilo arnc,he.. com·id :rarlo· come una ""so·tto crultura, ''
loca,le nel prooe,, o di nazionalizzazion,e
Dall· d ··.·e· · ·one ergolog·ca ·, u·. a ckiara. l .· · ,o, ione ,J, i
ulturali, n u· ·p ·rofittam . to
1· •- ••

p ·. mitivi ºtr--· ha.bitat


che, a. sua v1olta fu ampiame1nt. mod fica.to dall ad _" ne di una
ag·ricoltora inte, •."va Della. t •Cnolo,gia primitiva 1 _ta .-oltanto la
lavor-ah/one della e ·rami- a, che .. ompito femrtniníl , i mantenne,
appunto., per i''ciz ·one conservatric· della do-nna.
La strut ·ra. soci,ale ,detla' ot·o cult ra · K ri,· -i as-somi,g 1ia
profundamente all ,,cabocla ou 'matuta' , com,e ,e· evidente nel.la,
fo mazione d •... ganiz_ azione ,de'll -' t t·uz:io,ie d' lla l m --.•l in ez· i
la donna, pa t, · ipa con l'i/.,O'Yf1,oall ,diverse attiv 7 ta . ,, oditttive B'·e-
J
1

condo una, .d visione del lavoro per s 'BSo. Gli in -.v- -11, Qon ie altr ·
razze e {truppi e·tnici. esistenti hanno fatto dei l{ari r i un gruppo
etnicaniente eterogeneo.
L0 1altre · t "tuzioni s,ocial come la política .la giuridtC' t1J, la ,nl 1

litare, cke ,Bt:>rno ntt, damente brasiliane, sono s ate ado a e dai Ka-
rin ,durant,e il processo di nru on l - ·az -··one e no_:10 : tarnt, · ,e -ti lor-:o
B'forzi nel sens·10 di co er·var la primitiva arganiZ'Z · ··on.e poUtica
della tribit, almeno sotto forma .simbolica.
La,_scuola serve di strumento ba.sieo pet· La. Bocializza.zione ,dei
fanciulli del gruppo pBr la loro in·· lusive nella ' cultura bra iliarui'",
· ebbene il pTo,ce··so ,dia luogo a molteplici prob lem , . 1

La ''cabo -ziza ao dei Kari' r,- -he e11ide·-t l P' atica i


,divertimenti l,ocaJi brasiliani - g endo l'uso .dell pop·omzioni ,,
vierasohe· del jiume Sr;vn. Frahtce· ,,co. la domenica - riuniscono fn.
,gr·uppi di ami t in locali da oa.ffe o piccoli s·paeci. p01tttcipa1ido. ivi.
a discussioni sul alcio, films etc ..
Il pres,ente 1la.voro t er 1n ina con un ,oocenno . lla, m d,"cina ind1 -
1

g na dei Katri. ·, b. -at priw.,c al · n.t- sulla f ·.. · . a delta r -


gione,,- e ad ··-lc 1 n· · r·,ede11Ze,g n ili he,. qualí ad · -,· o il .· ,com.-
plesso culturole d l ouricuri.''' ,, h ·, p ro, v·a p·erde o t rr·eno con
pieno lTJanta.ggi'o del.le pratiche della religione cattoltica,
RESUME

El presente trabado es reBultado de la revisión bibliográfica


sobr'fa la cultur,a Ka.riri y ,de la _desc·ripción de una rapida investiga ...
ción de ampo realizada em Po to R·eal ,do Colégío, donde se hallan
1r

a_lguno - r -man sc,entes ·de l-os p1--imitivos Ka1 r i , Bntre tanto ,sufi-
cient m -·nt , abras-ileirado8''. .Pür eso la pr- -ocupaciôn nicial del
auto - fu il' con t. _ir algunos M,pé, to,. .d l ,·_,;·,trn/t,·t · a cultur,(t a
‡

bGS, la in{iorm ·· tone..s ,d-e Mamiani B-e _ do d - a,nte,s, Martin


d, ·, t i uhof y de otros ,cronistas d lo , iglo.· . VI y XVII.
·i 1,·· · - de los ,contacto,s ultural· :e o āQ y 1,as,
..
-tnía- t ā d -, opa y afric- ión ,a los
. gui _ -_-,ek ) el t B·n/ o, de l ā d   n _ -·. ción al
m e
 l Ob ,,o P d1-o Fi_'(rnaridez · t1l1d' ā lo '•p· la t,es,
1

·de la nave n qu." via3ab·an, e de la b ís·q·- -d - lo yacim:entos de


oro .P_ nci a ·· 1 t  po las jo ia.d.as bali ··a -·,_., b) la ·o,lo11_·izac·ión,
d, l n.07 te y ,la im.plantación de los " -01ral .s '; e) la penetr-ación
ãe los _·xploradores (p,ioneros) t: d) la cap ur y _ · ,lavitud del
indio ,· -) la i1. t oduccri-ón de· los Baci1rdotes y funda io7i de ·aldea.s"
( entr la- ,companias de religiosos que más s clestacauon coviene·
cita1 ,: lo: i u ·ta,, , cap,uci-ki1U>sy benedictin - ) , f) la gue:r1 a de
,lo . hol - ,n la q,u,at e.ste'tfl ·ontaron ,o ?no ,aliado. gr'fltn númeró,
.d,e ind" - Karirí, ,  ,como t,atnbi. n los po ·.tu,gu, - •) la ,, guerra
dr lo al .i q . .·LR m gen , ·,·"• āWB āR p. ·tu-
gu ·e ela vos huidos 1d_ 1lo
Lo - -to sup a ind ·cados. fu · ·o __ · ·n orm.a, causas
dr·. t B ·
l C'" ---1-1bi · cul tural d - los Ka: " _do d esta ma-
--rs e- l , ,. ,B

La d n rn,ic,a d, l · ambw- ultur,al d l a t 'rmino de


s-us asp e"o, , Lā ·rrāa . , de su o·rg ·J;izaci .,.t ā'Ociat y de ,..u ,·is tema
de cre-n-·ia_·, -on analisados en- reiac.i ón a la pr s·ncia y función
de l.os nuevo .lementos a.portadoB por la cuitura. lu ·itana·
Finalmente, el examen de la situa•ci6n a.ct'U(Ll de los Kariri. y
d man 1 a sp .ial de los i'fte· "P·o to R-e,al do Col 'gio , a través ele
1t
94 AL•·o ·-so TR'UJILLO FER'RARI

un & 1Lr11y· · , _. para da u a. d', a de la t1 ;nsfoT iació1i del


antiguo grupo t ib· t,l en una ub-r,u.ltura naeíonal ·n 1 elación al
pr·o,ces.o de "abra ·ileramimto"
. De la d· c1 ·p ·ón rgológi _a Je not<L la..s1tb' tituci6n de primi-
.t·_"'vostr,azo, ,cul· t1al-s .en e:l ap1ov.1 han iento l -habitat·, que por
·-u v z fité .a z· .1 · · t n,·odif,· .-do , 01 una ag, ul·., exóti · a.
De la tecno,logía primiti11,a, ca -· rru el únic:o ._estduo (la. UfllÍCa
su11e-;,•v-iven · ) q _· cont ·anio , , .lavoraeiôn d la e ámica, lo
qu. fué po.s·ibl ,g ·ac "'a· a la acción ·,, rn·e ·· adora d· la mui er y a 1la
herencria des'te p.adrón cultural por línea femernina.
La estructura social de la subcultu1a Kwriri se ,parece profurv
dam nte a 1l· ·' abo la" o campe .· ,a,, conw s ianif.·, ,,ta en .ia
forma ión y -. -cíón d l n.·i.li o de la '"n · ·t, · i · -. familiai,,
la c-op ,la· --, ,., y l 1io b ,-e ·l -'ntes - t
vidades· prod. · i a.. De la m g -nenación de los Kar ri
1
.
i por lo,s
continuos inter,cruzamiento.s racia,l ·-, ri. ·siiltó lo que es .hoy un, grupo
etnicamente hete1 ogeneo.
LtJJ8 otr·a,s· iriBtituciones, como la polític,a, furídica,. militar e11
l a ·tunJ, dad -.oi nitidar:nente b_ ·l, a , h a 1 i si,do adoptados por lo.s
1'
:,

Kariri en es·e proc,eso de 'abras l ramiento'' apersa-r de los esfuerzoa


·alizados ,l ·, n ·"do d· la p1·i _i i. "9 -n·za -"ón
po l tica'°.
I
,
La pres.encia, de ttna escu· la .·i v de inst·rumento bá.sico p·ar,a
el proceso d._ · ocial ·zación de lo_ 1nrucha.ch.os y· sui correspondiente
incorporacrión n la cul.tura bras/'l fí.a apesa.r de ios multiple.s prro-
blemas 1•-elacon da , a la ens _'"'."'a ·
·na ot · · ón ,de os K tt i - se man•-
1

f .., sta en .. das /01- . a •. d- d -tración qu


e mejafft en
mucko a la d l ...., blado, es d l ·, beras del io __an F1 ncisco,
tale$ como. i· uni _ . s de amigo n los bares 1i lo, d-ia-_ domi·ngo o
de fiesta, co1 o part'hcipante o ··omo expetador de.l foot-bali,._ .el
n

Crinema,. las t tuli,a.s y otr;as fo1ma· ,de ia. er son ob " _ados por l-os
Karriri.
Fin,il.· ,a .. ab. do con b . ta.do de la , ed "'e·na de los
K,a , ba _ada u - i la ·m nt la l maco ,a d · l ' eg · .n y
1

en la ap1reciaoi6n d . a"tgunas pra ,ti·· as gelfttílicas, c,omo, ia dei "com


plejo cultural ,d l ouricuri.", que viene perdienito te,rreno frente a la
inftu-encià de la , prácticas de la. r · ligión católica.
L .· travalil en appréciat:ion est une r,évision du mat.et el biblío-
graphique concernant la. :culture Kalriri,, suivi de la de· .ription d'une
·pe1·qui ition ,a Porto Real do Colégio ou ,S'B trouvent qu l,ques res-
tant.s cl pr'imitif's Kariri, devenus déjâ bien, "ab,ras· ·i i'fG dos·''. 1

Ainsi,. te premier· sotiei de· l'auteur ,a été eelui de réconstruir,e quel.-


q 'B ·it , d la primit ,e cv.Jture, ptt'i ·a, t 101tr e, la . u .our',c·s de
Mamia: _·i,. Bernar,do de Nantes, et Ma t n de _ ante·s·, NteuAof' et
d ·. i ,. " i• - a" 'S ,du sei ie. ie et du d·•· s p icm ,. eel ·.
1

1. pport · e tltu. ·.is ,d


- l ·· · th ties
·o ·.. ·. . t l'_ u, op .· et' ,d l A/ ,iq, ., ·i fa t é -"si f·
1

a) l'' . •. - ·. · ,a.,"on. de,•. sauvages , o ,_: 1 ,. ··t 011, a, ,n ·ssa ·r.e de


t'év,.qu.· Dom P·d1, F·rnolnd,e Sa,-,d ha dau•··· ,.. at lo'ts ,du.
bat au dan. l q·. el ils voy.agea.ierit et au si la echerc.h e ,des mines
1r

.d'o , , urtout par les journées baianas ' · b) la colonisation. du


no!fd ou, st t l'implantation des 'cur1 ais' ," e) la pén tra'tio de.s
"bande·ira ', d) la chassf3 et. l'escla.vage deB· sauvages/ e) l'arriv:ée.
des .Je,s,uites·, Capucins e.t B,eneditins , f) la guerre des hollwndais
1

d'ans la,qu ll · ,l, • portiigais aínsi que l .·.s· hollandai' avaient. comme
all-és g and n . bre de sau1.,,ages; g) la g·uer, d ,· "palmare . º qui
am· , 1Yto, ru.1, d nouveaux ,C'ontac'ts parm l -· u1Jage.. , po,1tugais
et n g, · -clav,-- enfuis des '·'engenhos· "f'az nd'."".
Le, · ·, .;f i . t.nd ·qué. · C'lr•dessus ont donn li. · · ne ,action dé-
c iv l_ -h. g· ...,..,_...,....cultur·l d·,,- K qu t "_. poussés
.· d o .·velle so,r;"été.
L,a dy · ,"•qu du eh ngement cultu l d Kariri, par r,apport
a se,'. a p .· t. -.mat .·els, a son o. ·ga.nisation ·o iale ·t ,a .·,on s.ystem.e
"'

de ;_-o·y,a.nc. s, . -ont analysé·s en fa:ce ,de n•o v .au. ·· 'léments a.menés


1_jart··culier m nt pOJr la cultu1;1e lusitanienn ·.
Final .men·t,. l'analyse de la siluation actuelle des Kacriri, sur-
tout a Porto Real do Colégio ,, bGSée sur le 'surve:y' montré a.udessiu;.,
sert a donn,er une ídée de ·ia. transformation d l'ancien groupe tri....
96 ALFONSO TRUJILLO FERRARI

b.al, pa1111
venant in ·lusiv,ement a ,l considérer co une sub-culture
nationale dan l p1 oces de- ··abrasilei1amento' ,.
D-'e la description ergologique, il s,e présente ,l -ubstltut-ion des
primitifs tra.it ulturels, dan_ ,le· profit de Vhab,itat qui à smi tour
a été largem -nt modifié pari une -agriculture int risiv. ·.
Dans, la chnologie p imit " · p sque le .-. ui ' · •·,du qui 1 este
est l'élaboratio··. de la,, céTamí'qu -, · qui a été po · - bl grac,e a, l'act·ion
conserva;tric d'_,_la f'emme t à l h· ,· tage de ce Pat ·on , ar la lign "'e
11

f,ém. inine.
La strwctur sociale. de la sub ....culture Ka.riri- res emble ,pr-ofon .-
dément à "c,abo,cla" ou ',matutai', omme il devi.ent vident à trri-
vers ,la for , t ·o, ·. . t o ganis·ation d l'institu'tion fannili le, la copar-
ticipation. ,d la l ninie 4 , l'ho me au ,d,' ff n ·e.s ac.tívi· _,,
p oducti ·s, · co· esponda , e d. i ·ion du t a , l · .r sexes .. La
miscigenation d :: Kariri p r l 8' ·'ontinus inte1 cro · m nts raciaux,,
le-s a menés a constituer un groupe ethniqu.em nt h ''t ''rogene".
Les OA..ttr.s institutio.ns· sociales comm.e la politique, la juridique.
la militaire, qu· ·ont nettement bré ilien.1ies, ont ét' ad'optés par les
Kariri dans e, p, o,_'\ de,, abri ·z ·iramento". malg_ certains effo·rt· 1

,p,our ,conse. ·ve ....,la primitiv,e .org,ani ··t ;on poltitiqu - _ -- t ·bu,. quo ·que
sous uns lo .ymbolique.
La prr.' - n ,__ide l' école S'e ,d "ns'l1"Ument ba,s,iqu · pou1 · la sociaM
iwation d'es '.nfant-s de ee, group et de son incorpo ation d ans la,
cuiture brésili.enne, malgré les multiples probl 'me:s rappD1"t'és, a
l' emeignement
U e autr · -:idence de la ',c,abocl· ação' àes Ka · '.- cl1ai s ,la t ,
tative du --a:b -a il i · amento' ·· on re ,jus:qite · lia, -r'.cré,atioff
qui ressembl .· b _a ou11 a e: ll .. d , peitplades riv. · "n_s du /leu ·e
,s· o F-ralnct co, a/nsi que les "u 'Íom des camis les · ;manches aux
1

bistros et caf' ", la pa{rticipation ou l'0tpp réi atian du ,, football'", l_s


1

causeri"es, le ciném0,i..,
Ce travaü s, t·ermine par- une r,e-umé ,sur la médicine du, l{ar
riri baséti, ;surto t sur, .la pha1711,GC ,p,é , ,de la r:égion, et une appr ".-
cuition d,e quelques ,(Yf'OYU _'C. ·... ai nnes, CO?tini e le ,comple e
••

c'ldturel du o , ·e, 'i' qui re -ul nt les pra ,q · de la religio '


Jatholique.
*:fff~ r.t j] l) l) ~3tf(Jl'Z: ".:")\,/\ L <03tit<0NW't " ~ J: tt~J:'ml'C 7• 7 V Jv{ t ti L- L \,/\~ e ti\f\ '-.Jjj{
'ÍJÉJ' :h lJ lJ ~<O ~1-f..~:b) .~J:H e; .ti-?, Porto Real do Colégio ( ~ Jv r • v 7 Jv • r • :::? v v ;t)
l'C ~r.t ~ ~ft'°~~ ~1~0te t <0-C-~ ~º j;:i. ( L- "'"C.fff~•(í'.) m ~v ~ 1Y-J c 1" ~ e t. b r.t .. Ma-
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N DICE ANAL - 1e o-

A a· •.· a ·.a- ,ano d'A ·og.ueira, 19


1

'B - \ ,prot t,ão ·contra a., 3


-
1

m- nto conci:1ito de, 15 ··


••

d_ cultura para ubcultura no e


p,roc S' o d- .. 'fl ..72; grupos '''abra
lleirado '"; 16•17, 72·. C·. boclO' , d São Pedr,o'',. 20.
Aculturaçã 42, 44. Caca, om arco e flecha, 28; c.o.m.
Af,ons.o A d Freitas, 19. at madilha. ,, 28; implementos- ,de1
Aguard ·nt 59' 28, 78; mudança para ativiâade
secundária. 58· na s.ubeultura
t

Alagoas, colonização de 40. Kariri, 73; práticas mágicas par,


l l iamentos: fundação de, 48 50; o -ucess 0 na., 33
1

. ·orto R al do Colégio, 23-25 .. · an,ab -ava. undação de,, 21, popu-


Alimen :o ,.._ ca.uim"' de milho, 3,0·· l cão em. 1 75 21 ..
· ornos ub errãneos ºCreyá', 30•· ca- , u a d.os. índio-,, 40, 41; hostiL1.
m u,_ dos ou a ·sado: 30; rnu- da d -· na -0-42 ..
d- n ·a na d t ··1a 60 a · · 29 77'.
, n 1, ·e. elas- ·tica 'ó ias, com ba _e d.· 'Torre ' a rmplantação
_,m -· ·m n o s cultura1.s, 17- nie do • u -·a1 4244; e os jesuita -
C ª -_ .i 'ad d· 16. ,ld -am ntos e o,s eurra
,-p · o da · renças dos Kariri 33 • a ·23
6 .·-v s ,g,o,ure1ras, 33; cu a
~

da do nça. , 34, ,deuses- a4 . f e1 t:Ji- Catança a con.dições do hab1. at.


ça 1 , 33', mi ologia,, 3.5 36; ll"U- 28; :rU' o.s obtidos na, 28; mu·•
,dan a no, 49, 66-69; para o u- dança · r a atividade secundária
c ··• o na caça ou na pesea, 33; 58; n . su bcul u.ra Kar1ri, 73 ··
práti a. de proteçao, 33-34. C r ·mica, alisamento ou ijlisado,
Aspectos materiais da cultura Ka- 75 76,; bas -, econômi.ca dQs Kari,.
riri, 27•30 alimentos,, ,30; antro r:t, 73-76· C'(?Cção 76; m, dela_g ··nl,
pofa, ia 29· ativ1dad"es extrati, .. 74 obtenção _ preparo do barro,
va . 28" casas., 29;. cordões-noda ... · 74
d,o , 29; -laç,ão e tecelagem,, 29 ., 'Cho1qu · u l ural'' 3,7
hor i·ultur., 28 29 im.plementos. oc 82.,83; :status" ' e
2 -2 , 30 mud.an ,a; nos,, 57..61, o . ' 3
, )1, '.0 - o
0

mudança nos 49; ,


·· Alagoas, 40; de
I

30· , _._stuário 30. 0-41 42, e a implanta


,o iais da cultura Kar1 1 ra1 , 4CM5..
·· mília- 30-32 mudan,ça Comp ,d· ",o, 79
; organ·:zação política ,.
1 o - -. - ,.· ag·em 32-33. . onta, o- u l u ais a caca e eser,a-
v a, ur ira ·, ,33. •.· .u a -o índio 46•48, a coloni-
za a o a ,implantação d.os
B ,-urrai, .• 40 ..45; a penetração dos
religjo ·a - a -fundação dos
Ba d 1 . paulistas 45 ..4,H,. Q'.e Es .. alde1am ntos'', 48-50; as ban-
t-vão ayão P a r e n t ., 45; de Ia• deira, , 4 ..4a, "chpque_ cultural"'',
-'hi 1 s Cardoso de Almeida, 45; 3,7; com os holandeses,, 50..53; e a
a gu --rra dos Palmares 54. ''guerra dos Palmares ,. 53- ; e·
106 AL,FONS0 TRUJILLO FERRARI
1

as on I his,tóricas 37-5,5; exter a mp la ntação_ dos


1

mini do tndi. - e procura da - cu rai 42,-, a "Casa da Torre n


m1n ·. 37, 38-40· falta de ,4241.,
.elo um n a·. ·o para o estudo do, ,,
1

Es .. la·, 80-82· l no, matriculados


3,7 fr= -u n 1 · · - · opini,ão ôbre a
Cordõ nodado-_ 29 · rof- 1ora 1-82'•• per·fodo de
Co mogonia do· Karir·., 34,. ula
Cruzam _n o in r rac:ral ind.ios, u ·
p.inamb", - franceses, 41. 42;
mulh r _·_-. indias e descendentes
=,
Escra atura como inst1tu1ção so-
cial ·_ ribu , 1ndfgenas 46; e os
j sui a -, 46 -7; '·'ilegar', 46; .lega
de africanos. 79-80 l1dad . na cravatura dos Caeté. 1

·'Culto do Imperador'', 68.. 46-47, ' 'L i da Liberdade, dos :ín-


1

Cultura Karir1, asp cto das cren- dios", ,47; "v "rmelha" ., 48 ..
1ças da, 35 36, aspectos materiais Estoqu , lingüístico, dialetos,. 19,20;
da,, 27..30; a -pectos soci _is-, da, dificuldad na identificação dos.
-J.

30•,33.: mudança, na, 42, 48, 49, 55, Kariri como u.m, 17..2l.
57--6,9· trabalhos sôbr a 27; tra Ex ·, diço , pro,cura de,
minas,
ço . primitiva 27-36. 39- O· - - 1 ana , , 39,..40; como
''C'ul ura n · ciona.l brasile,ira · ,, 15 in·-, rum n· o d ontato, 40-42·· de
16. 71. Coelho de Albuquerque,,
'Curr. a · olonização, 424.5 .. · anc1sco Barbosa e
, . a.' ro. 3,9; de Jerônimo
ho ent . indios, e curra ..
l'.irn·. a
1.. •

d • lbuq .1 • u - 38;, para con1-,


ba : o Ca . ,é e outras tr.ibu_s
,38 39 .. para combater os '"qui-
.D lom _o a - ,· 54.
D sorganização tribal 57 Exterminio dos 1ndio ··, 37 3S40;
a procura .d _ .minas e o,, 39-40 /;
Deuses,. 34, 68; culto de Varaki• 1n,i stida contra os Caeté, ,38..39..
dra jl 34; ''Meneruru"', 34; ''Ngi.•
,g·os', 34. F
Dieta alimentos; moqueados ou
assados, 30 ;. ''cautm'' de milho, Familia, 3'0.31, desorganiação na ,,
30, dos 1atuais Kariri, 77-78; mu- 61 ·' do Kariri atuai.s t 79; os- ca-
dança na 6.0. sam1entos i.n.ter ..ra,c1ais E;? a mu
Divisão do· trabalho,, 29, 65, 72,, 78. danç.a na organização da, 63-; po•
'Doenças, cura da - 33; cantigas e ligenia,. 30 •· relações fami'liares,
C•onjurac;ões, para a 33; entre os 30-3 · s i i' - ma de, parentesco, 31.
Dzubukuá, 33, entre os Kipea, Feitiçaria, 33.
33; mudan a no,s processos de, Fernão, Cardim e a identificacão,
1

69·" p ática de prot eção entre os


1
dos Karir· 17
Ki a , · o . zubukuá 33; pro- Fe,· ta do ''Ouricuri' 68, 78,. 80,
e - .•·,o-, a a i · para a., 83•84'; pro- 84,.'
n
_-º cao cont a a • bexiga 34
·ia _, o - t 1 ,gem, 29.,. 60 ..
Dom_ stlc, -··e ·,o cr1açã.o de animais
60. Fontes hl -6rl ea · 17 20.25 · as ban
1

deir s 4546,• a caça e escrava-


Dzubukuá- diaL• o d,a f.amília ltn- ur do lndio, 46-48; a coloniza-
gu trtic Kar.irl 20..
1

ção. implantacão dos currais,


4045; os contato.s cultu:rais, 37...
1

E 55; ext rm.inio dos indios e a


procura d·· minas, 37, 38..40; falta
Ed·u.cação formal dos- filhos dos da,, 37; guerra dos holandeses,
Kar··ri. 80; escolas- 80 81. 5Q..53 t gue ·ra' dós Palmares
Empréstitn,o ·culturais, 44, 57, 58. ,53-55; a penetração dos ..rellg·io -.
OS KARIRI 107

-, a fun:d,ação do,s aldeiamên- K


o 1 850
Frei --er 1a,rdo d.e, antes, 19, 21
1 · a -·rl a d, 1am -nto, no vale do
1

49, Rio, _ã, . Franc1 co .23..24; bairro


Fuln10, 9 d',o 15, 7 , • -onf deração n dos
.. ., onta o n t r · religioso:·. •e o .,
1 -

21 24 49 : dialetos da familia 20:


·if iculd..ad _,. na identificação
erú I J,-ru, Juru)- a1d,e. a Kariri,. como um ,-:s1oque linguístico. 17·
22 o ul' o, a V.arakidra e os ín .. 21, - a,· cidades nordestinas, 21-
d1os, 67; 1 , opulação da aldeia de, 24, e a u, r r a dos Palmares, sa"
22 23. 54, 55, a mudanca cul tural 1 12,
-48 49, 5 · 7-69; e o Posto Inp.i
Grupos tribais ''abrásileirados n ou g-na ''Alfredo Damaso'·', 25, 71,
acul urado , 16 :: em processo de 80; e os c.ontatos- cultura1,s, 37 55;
mudança e desorganização social e o holand s s 50; e os portu
16· squema de referência. para gu · ·, 50, 1d ntif1caç,ão dos, 17;
o s udo dos 16 17·; marginais. in lu ·ão d - outros estoques lin-•
,6, qu.· . ons rvam su,a. pr m1t1va
iii .. "'

ui·, i o. no:, 19·20; Kariri-Bu ..


cultu a, 16,. , r., 17; na aldeia de Colégio
Gu · ra o hailnnde,s s, e o con, at 24 26: n a história 17; no começo
C'O - O i. cliO 50..53 .. do :A ulo XVIII, 4546·· os atuais_
a do Palmares:u e a ace 1e· 71- 5 t r a o , da pr1m1tiva cultu..
r _çã. do, • contatos dos Kariri r a 26, 33 · r -mane·- ,cente. , 15.
,com outra·· e _nias 3'; e band e1.. 1
K'ipea, grupo dialetal Karin, 209.
an s paulista$ 54; expecli.cõe
na- 5 ·, o ' quilombolas ,, 54. .L
H Lavoura n' subcultura Karir1., 73.
Lei d,a 'L'iberdade dos tndios, 4:7.
-r b r t Baldus, 19. Lourenzo Hervas, .21.
Hort1cul ura lavoura na subcultu Lucien Adam, 19.
ra Karir.1., 73; produtos cultiva-
dos, 28, produtos. introduzidos, Luiz Vicenc10 Marniani (padre,) 1.9
58, 59-60; transformaç,ão em 2.0t 2 i 23, 27; gramática ôo:, 2(h
ag,1cul tura 59. 49.

I M

I · ·n iiicacão, do Ka iri como esto- Martin d Nan es 32, 33, 35, 19,
qu ingul. Jc,o, 17..21 como Ara 61.
uak Karí.b_, 19 c,omo fusão dos iediC' na-., . 2 . plantas da far-
Tu-- i I om · ·, 19: como grupo rn'1. . 1 .- , remédios utiliza .
ind p, nd n·. l ·, no grupo Guck., do.
7 9 1 l ç:- o, om a ''llngua ge;
1_ cu.l .o, de, 34
-al 7 29 relaç o com o Ke• ·, o ,.·, · r:min o dos b1d10s
, hu e l _ com os Chiquitos,, 19. xp -diçõe,s à procura ,das,
l ·· o · u ..izados pelos Ka.-
. 28 29 ..3o j introdução de no t ' n . -I ,, d1 · - t o do m.unicíp10 ,de
vo , 59, 60-6 .. : ib i r · do P·ombal., 22; ,os KarlR
ri de;. 78; população d,escendente
J qo,s Karirl 22 ..
Missõ·es religio:sas, 21-24, 49.; ea.na..
Joã'O d Barros (padreJ o N_Após. brava, 20; G rú., 22 23;· Natuva J
tola_ dos Quiriris". -49 2'2,. Saco dos MorcegP..S .1 22 ... .,..
108 ALFONSQ TRl!,JILLO FERRARI

•i olog1a, 35-36 R
Mob1liáriolj 77, 78
Re reaç.ão 81 ,
·udança na cul ura dos K .riri 42
48 49· .55 57 69, •din,âmi da- 57 R ferênct esqu m .· ,de no, -tudo
nos a ectos m.atenai,-, 57-61, de grup10 · trib.ai , 16, 7..
nos .as pe,ctos sociais,, 6 ·..66; no R- laç·ões int,erpe.ssoais, mudança 1 0
, istema de cr. nça.s 66-69:.. ..is.tema d 64..65
R hg1osos. e a --crav-atura do in-
N dio, 46 47; e a competição com
os coloniza.dore.s portugue es, ·48;,
Natuva .flutuação na populaçã.o 1n- a fundacão de alde1amento.:
digen e 22. 23 48-50, e, mu.- ança na cren •-
,ova ,Sou-, popula(;,ão do muni í · na cultura mat rial dos indio .
pio d -, 22.. 49; e o aprendizado das língua -
dos índio , 49,_
o Ribeira do Pomba popula ao n o..
Orga.nização politica, autor. dade do brasileira do mun1cíp10 d -, 20 ..
Uder- 32; ºcapitão"\ 32;. mudança Rio São Francis,co ald.eiame.nto. ·
n.a ·636 · -ormado · por [nd- os Karir1 no
vale dt\ 23 48, .A.naup1ra , do, 39 ·
band iras pauli·-tas no '1 45; expie•
dições Bruza da Es.pino ..a - A :-t.,
PanJturu d Agua , Biela 20 .. picuelta .. ava -ro 1e· o, 40., ext- --
_ .as.tor,e-io 58.- . m1n10 de ndio ,: - host1lidades 1 a .
Pedra Branca, grupo dial t a l Ka- marg,en.s do, 40.41; holande.ses no
riri .. 20 50, 1ndio no vale do 43;. se-·
P · ca co.m anzol _ rêd· d: pe a, maria ao longo do. 43_.
28;: " O m armadilha·s,, 28, om Ritos de passag m, 32, mudanc
plantas pis.cícid,as, 28; mudan, · no.s "' 65-66:; da puberdade, 32 33.
para at1v1dade s,ecundária. 58· n 1 odellas.- missão de·.. 23-2·4..
ubcul _'.ra Ka ··r 13" pr.ãti · s ~

Rodolfo -ar.ela, 1'9


mág1re ·.·.. para o _,ucesso na; 33..
Robert Lowie, e a c·ultu·ra primi-
Pintura do corpo, 3'0: com.o prot · tiva d,o · Karir ·- 27; e ú S dialetof!
ção,. 38 Kariri, 20
oligam a 30 62. ·dolfo ,Schuller ·9
·, ortn R al d'a Colégio, bairro do .
Kariri ·m, 15, chefe dos Kariri
de 6 • - difere·ne· . entr,· o clássi
Kariri _e Mamiani Kari i · abuj á g1 upo dialetal Ka·riri,, 20.
d , 20 21; e l m, ntos de outros "' • -
grupo · tribais. -m, 20., 25 :t\1nd -- aco, dos Morcegos, m1ss.. o d·.-•e; "2·.
ção d s.envolvimento da al,de1a 58.
de- 24-2·6 1nclu. ão no .-: . upo dr - . . rafim , 1t1e padre) 2-- 49i. -7
etal Dzubukuá dos K ·r1ri di , Serviço de 'Prutecão aos 1ndios, .2'6,
.20:; situaçã·o atual dos Kariri de, 71, 7.2, 80..
71..;85. 1ncreti mo religio ,o 66· _8-69..
ro titui, ão 61. -.
r·gi,pe, -olon1za ão de, 40-41 1 ·42.
Si tema d parent -sco, 31: mudan
Q ça no,, 6.2-63..
··Quilom· olas , a guer- a do_, P 0 l · oJ dari ·. de grup,al, 6! t
mares, 3'-55; bandeiran ·es pau- ubcultu1ra Kar1ri, 71, 72, aspecto
· listas. 54; expedições para com ma ter1ai - da, 72•'78; a -stru tu a
bater , 54; e o · índios- 54..
1 socia da 7·9 6
OS KARIRI 109

:~ .
T "Vinho hespanhol", 59.
Von den Steinen, 19.
Transportes, familiaridade com
meios modernos de, 78; uso de Von Martius, 17, 19.
jangada, 30; transformação nos,
61. w
V W. Hohenthal, 20.
Varakidra, culto de, 34, 67, 68. X
Vestuário, 30, 59; dos atuais Kari-
ri, 78; ornatos, 30; pintura do Xucurú. estoque linguistice inde·
corpo, 30. pendente, 19.

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