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Educação e Desigualdade Social

Em 1960 houve o despertar interesse sociológico, algumas reformas no sistema foram


feitas aumentando o tempo de escolaridade, e extinguindo o exame seletivo para o acesso ao
Ensino Médio e criando o modelo de colégio único. Entretanto, promovendo uma
democratização do ensino a França, abrindo portas para todos os indivíduos, independente de
sua origem social.
No vídeo “Corrida Sem Mérito” mostra muito bem a questão da desigualdade social
mostra claramente que os negros, índios, pessoas com origens sociais mais humildes tem
menos oportunidades levando em consideração que as questões raciais não foram refletidas na
escola. Os índices de reprovação, evasão e dificuldades de aprendizagem são sempre mais
críticos entre alunas e alunos negros, o que reflete diretamente na desconexão do currículo
com o ambiente escolar da realidade das questões raciais.

Bourdieu observou que o domínio da língua culta (formal) é fundamental para o êxito
escolar, uma vez que os códigos linguísticos da escola estão pautados nesse tipo de
linguagem. O desempenho dos estudantes aos diferentes meios sociais seria então desigual,
devido a diferença na posse de capitais que influenciavam o destino escolar, tais como o
capital cultural e econômico.

O conceito de capital cultural tem como hipótese indispensável para dar conta da
desigualdade social de desempenho escolar de crianças provenientes das diferentes classes
sociais, relacionado o sucesso escolar a distribuição do capital cultural entre as classes e
frações de classe. Dessa forma, pressuponho uma ruptura da visão do sucesso escolar como
consequência do mérito individual.

Ao desenvolver o conceito de capital cultural, Bourdieu contribuiu para a


desmistificação da ideia de que o sucesso escolar está ligado ao dom, as capacidades
individuais, ao enfatizar que as condições objetivas interferem nessa relação. O sociólogo
destaca que a transmissão do capital cultural, arbitrário cultural legitimado, traduzido na
forma de disposições duráveis do organismo, bem como na posse de bens culturais
socialmente valorizados e de certificados escolares, assenta-se na perpetuação das
desigualdades sociais.
A desigualdade entre as classes sociais significa disparidade de acesso a saúde, ao
lazer, a cultura, enfim, a cidadania, o pertencimento de classe configura também a amplitude
do leque de oportunidades disponíveis no que diz respeito a educação. O sistema de educação
básica é, dessa maneira, caracterizado pela segmentação, uma vez que a escola é um produto
social distribuído de forma desigual, o ingresso nos diferentes níveis de ensino é regulado por
filtros socioeconômicos e raciais, assim como pela localização urbana, rural e o tipo de escola
frequentada, pública ou particular.

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