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Filosofia da Ciência
Evolução, progresso, revoluções, campo? Historicidade, contextualidade e
ciência

Nesta webaula, vamos entender os conceitos de razão instrumental, paradigma


científico, ciência normal, revolução científica e construtivismo.

Razão instrumental

Conceito desenvolvido por Adorno e Horkheimer na obra Dialética do


Esclarecimento. A razão instrumental configura um paradigma de controle e dominação
que toma a realidade natural como inerte e coisificada.

No Esclarecimento (ou Iluminismo), essa concepção tomava a natureza como um meio


cujo fim era a realização humana. O homem se emanciparia a partir do progresso
técnico. No entanto, esse movimento acabou por produzir a própria alienação do
homem, conforme ele mesmo se viu reduzido ao estado de coisas e, assim, a objeto de
dominação pelo próprio homem.

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Paradigma científico

Em sua importante obra A estrutura das revoluções científicas, Kuhn define paradigma
como conjunto de valores, práticas, normas, modelos e técnicas que norteiam a prática
científica em determinado período.

O paradigma é um “quadro” que baliza a investigação dos cientistas.

A história da ciência se dá através da construção, crise, abandono e superação dos


paradigmas.
Ciência normal

Para Kuhn, a ciência normal opera pela solução de problemas no interior de um


paradigma, procurando explicar e compreender cada vez mais fenômenos a partir dele.
É uma montagem de quebra-cabeças, cujo quadro é o próprio paradigma. Corresponde à
maior parte da prática científica.

Revolução científica

Para Kuhn, uma revolução científica ocorre quando um paradigma entra em crise
através da percepção de uma anomalia nos dados que não a explicam. Esse processo é
gradativo.
Primeiro, sempre se tenta, forçosamente, responder à anomalia dentro do esquema do
paradigma e, conforme os esforços vão falhando sucessivamente, um novo paradigma é
proposto. Sua aceitação não é imediata, é permeada por fatores extracientíficos, como o
contexto histórico, e, por fim, ao término da revolução, acaba se consolidando como
novo paradigma dominante.

Construtivismo

Corrente de pensamento que toma a prática científica como uma construção, não


simples descoberta. Para o construtivismo, as teses científicas não são descobertas de
um dado empírico ou teórico já pronto, mas envolvem um processo ativo de seleção e
construção.

O construtivismo não nega o valor ou a verdade da ciência, mas apenas a narrativa


herdada do Iluminismo em relação à ciência.

Por dentro da BNCC

Na BNCC, temos a seguinte competência: “Analisar processos políticos, econômicos,


sociais, ambientais e culturais nos diversos âmbitos em diferentes tempos, a partir da
pluralidade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a
compreender e posicionar-se criticamente em relação a eles”.

O construtivismo de Kuhn permite-nos compreender a história da ciência de modo


crítico e plural, pois nega a narrativa que vê na ciência um progresso linear em direção a
uma verdade absoluta. Igualmente, o conceito de razão instrumental de Adorno e
Horkheimer permite se posicionar criticamente ao saber científico, vendo no ideal do
Esclarecimento uma contradição interna e histórica (progressão e regressão da
emancipação humana), cujas consequências mostram-se visíveis no mundo atual.
Nesta webaula, entendemos os conceitos de razão instrumental, paradigma científico,
ciência normal, revolução científica e construtivismo.

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