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Dados p
EDITORIAL
Vivemos novos tempos no cooperativismo! Nosso jeito diferente de fa-
zer negócios finalmente reencontrou a sua essência, que sempre esteve
ligada à inovação e à sustentabilidade. Depois de anos nos posicionando
timidamente no mercado, agora queremos ser vistos pelo muito que te-
mos feito pela economia brasileira. Chegou a hora de mostrar ao mundo
que fazemos muito, e fazemos bem; que somos os pioneiros do mercado
ESG e somos, sim, competitivos — sem abrir mão de valores como a
ética, a cooperação e o respeito à diversidade. Além disso, precisamos
destacar, urgentemente, a qualidade e o profissionalismo da nossa ges-
tão, cada vez mais guiada por dados e resultados — justamente o tema
central desta edição especial da Saber Cooperar
18
Região Centro-Oeste pelo fomento e pela defesa do sistema cooperativista em todas as
instâncias políticas e institucionais, no Brasil e no exterior.
6
• Celso Ramos Régis – titular
12
• Luis Alberto Pereira – suplente ✓ Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) –
internacional
Regiões Norte e Nordeste
• Cergio Tecchio – titular
• José Merched Chaar – suplente
integrante do Sistema S, responsável pela formação profissional, pela
promoção social e pelo monitoramento das cooperativas. Entrevista USANDO DADOS PARA
ABAIXO O ACHISMO FAZER O BEM
Região Sudeste
• Edivaldo Del Grande – titular
• Pedro Scarpi Melhorim – suplente De olho no mercado
Região Sul
UM MUNDO DE INFORMAÇÕES
• Luiz Vicente Suzin – titular
• Leonardo Boesche – suplente À SUA DISPOSIÇÃO
24
REPRESENTANTES DO EXECUTIVO com recursos do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
(Sescoop) e distribuída gratuitamente em todo o Brasil.
28
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
• Fabiano Maluf Amui – titular Gerente de Comunicação: Samara Araujo Melhores
34
• Marcio Cândido Alves- suplente
Conselho Editorial: Ana Regina Teixeira da Silva, Andressa Recchia,
Ministério da Economia Fábio Alexandre Salazar, Fabíola Nader Motta, Fernando Ripari, SUA COOPERATIVA JÁ
NÚMEROS ESTÁ ADAPTADA DE
• Myrian Mara Kosloski Prado – titular Juliana Gomes de Carvalho, Karla Oliveira, Leonardo Machado,
• Geanluca Lorenzon – titular COMPARTILHADOS VERDADE À LGPD?
Malaquias Ancelmo de Oliveira, Maria José de Andrade Leão,
• Adão José Correa Paiani – titular
• Juliano Cardoso Eleutério – titular
Rosana Vargas e Wesley Santos.
Especial
50
Jornalista responsável: Guaíra Flor
CONSELHO FISCAL DO SESCOOP 1 TRILHÃO DE
Colaboração: Alice Roberte e Lucas Badú
REPRESENTANTES DA OCB OPORTUNIDADES
• João Teles de Melo Filho – titular Projeto gráfico e editorial
44
• José Aparecido dos Santos – titular
• Alexandre Gatti Lages – suplente
• José Ronkoski – suplente
Poderes
Conselheiros representantes dos empregados em cooperativas
• Raphael Miguel da Silva – titular
Edição: Guaíra Flor
Diagramação: Vanessa Kassabian
COOPERATIVISMO CONTINUA
FORTE E BEM REPRESENTADO
Semente
• Waldir Ferreira da Silva – Suplente
Repórteres: Alessandro Mendes, Amanda Cieglinsk, Débora Brito, Flávia NO CONGRESSO NACIONAL UM NOVO
REPRESENTANTES DO EXECUTIVO
Duarte, Freddy Charlson, Guaíra Flor, Janaína Camelo, Lilian Beraldo, Mariana MERCADO PARA
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Branco e Paulo Pimenta AS COOPERATIVAS
• Marcio Eli Almeida Leandro – titular
Fotos da capa e do evento: Mateus Camargo, Pano pra Manga, Claudio BRASILEIRAS
• Mara Marlene Machado Papini– suplente
Andrade de Albuquerque, Pedro Henrique da França Amaral e Robson
Ministério da Economia Alexandre Pereira Cesco
• Arthur Henrique da Silva Santos – titular Ilustrações: Kleber Sales Perfil
68
• Luíza de Amorim Motta Deusdará – titular
Revisão: Luciana Pereira
O HOMEM QUE
Sistema OCB: Setor de Autarquias Sul – SAUS Qd. 4 Bl. “I” EXPORTOU O BRASIL
60
CEP 70070-936 – Brasília-DF (Brasil) – Telefone: +55 (61) 3217-2119
Melhores do ano
E-mail: comunicacao@ocb.coop.br
MELHORES ENTRE
OS MELHORES
ca hismo
RETRANCA
ENTREVISTA
O
mercado brasileiro parece ter aceitado a má-
xima de que “os dados são o novo petróleo”.
A pandemia certamente acelerou mudanças,
mas a busca pela utilização de dados para to-
madas de decisões rápidas e precisas já vinha
crescendo. Hoje, a gestão guiada por dados (data driven
management) consolida-se como estratégia eficiente de
negócios em diversos setores da economia, impactando
também o cooperativismo.
INFORMAÇÕES À SUA
mais o nível de acertos e a redu- vezes. Os dados são da empresa
ção dos riscos do negócio. Todas de inteligência de mercado IDC.
as informações sobre o processo
de produção, estoque de maté- Diante de números tão impac-
ria-prima, logística, composição tantes, você pode estar come-
de preço e desempenho de mer- çando a pensar: preciso ter essa
cado — quando bem organizadas quantidade gigantesca de dados
e analisadas — podem ajudar o à minha disposição para fazer
gestor a tomar decisões mais minha cooperativa funcionar? A
rápidas e assertivas. resposta é tranquilizadora: pro-
vavelmente, não.
“No dia a dia, as pessoas têm a
tendência de tomar decisões com “Boa parte das empresas [e as co-
caráter mais subjetivo, baseadas operativas se incluem aí] vão viver
na própria experiência, o que não no mundo de small data, ou seja,
significa que é sempre um erro. trabalharão com poucos conjun-
Mas quem tem uma base de da- tos de dados, e isso não signifi-
dos confiável para analisar, pode ca que elas não vão tirar provei-
obter resultados ainda melhores, to disso”, avalia André Filipe. O
encontrando caminhos e solu- pós-doutor explica que é assim
ções que vão além do óbvio”, que se começa e, conforme o uso,
DESCUBRA COMO O Por Carina Dourado analisa André Filipe Batista, pós- as instituições tendem a amadure-
T
-doutor em Data Science e espe- cer, criando bases de dados cada
COOP PODE ENCONTRAR, omates ou alfaces? Não parece, mas uma cialista em inteligência artificial. vez maiores, o que possibilita aná-
pergunta simples como essa, feita para es-
ORGANIZAR E UTILIZAR colher qual produto será cultivado em pro-
lises mais profundas.
DADOS INTERNOS
E EXTERNOS PARA
priedade, é capaz de mudar os rumos de
toda uma produção. Antes de tomar uma
decisão, o produtor precisa se fazer uma série de
Preciso de Para Max Stabile, diretor exe-
cutivo do Instituto Brasileiro de
tudo isso?
Pesquisa e Análise de Dados
outras perguntas: qual produto pode ser colhido
CRESCER E FAZER o ano todo? Qual deles tem os insumos mais ba-
(Ibpad), a questão não é o tama-
nho da base a ser trabalhada. “O
NEGÓCIOS ratos? E as pragas de qual é mais fácil controlar?
Preciso de quantos funcionários para lidar com a
desafio é se a sua empresa será
Vivemos em tempos de super- capaz de registrar cada etapa de
plantação? Qual a variação de preço ao longo do produção de dados. Basta fazer seu processo produtivo de uma
ano? Preciso de embalagem para o produto? uma busca na internet para en- forma que possa ser visualizada
contrar informações e números analiticamente”, explica. “O mais
A experiência do produtor, incluindo os anos na la- detalhados sobre qualquer assun- complexo é justamente levantar
voura, os erros e acertos cometidos ao longo do to. Tudo o que os quase 5 bilhões os dados necessários para essas
tempo e o conhecimento sobre a composição dos de internautas fazem on-line tam- análises, que envolve todos os
preços certamente facilitam o processo de decisão. bém tem grande potencial para custos com insumos, funcionários
O consumidor, na outra ponta, não tem tantas pre- virar dados. A previsão é que, e produtividade. Essa parte da
ocupações e foca no valor final do produto. Mas até 2025, haja 175 zettabytes de coleta é a mais difícil, na nossa
para quem produz, é essencial que todas as esco- dados no mundo virtual. Quer ter experiência. A maior parte das
lhas (ou pelo menos a maior parte delas) gerem re- uma ideia aproximada da magni- empresas têm processos, mas
sultados positivos, fazendo o negócio valer a pena. tude desse número? Pois bem, se elas registram isso de fato?”,
essa quantidade de informações questiona.
Todo o processo de coleta, organização, limpeza e visua- Quando o assunto são dados, o Sistema Ocemg
lização de dados em ferramentas que auxiliam um gestor — formado pelo Sindicato e pela Organização das
a tomar decisões é chamado de business intelligence (BI). Cooperativas do Estado de Minas Gerais — é referên-
Segundo os especialistas, o mais difícil de todo o proces- cia para o coop brasileiro. Desde 2004, a Unidade Es-
so é a organização e coleta de dados. A GESTÃO DA SUA COOP tadual define o seu planejamento estratégico apoiado
É HIPPO? nas estatísticas trazidas pelo Sistema de Informação
“O primeiro passo de uma consultoria de BI é a organi- Gerencial (SIG) — plataforma com dados cadastrais,
zação dos processos do cliente. Muitas vezes, é preciso Um dos fenômenos que a ges- econômicos e sociais das cooperativas mineiras.
conversar internamente para que todos os dados se co- tão guiada por dados previne
muniquem: o financeiro, o RH, o comercial”, exemplifica é o chamado HiPPO — sigla, “Nosso sistema evoluiu muito nos últimos anos. Hoje,
Max Stabile, do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise em inglês, para Highest Paid já é possível acessar em tempo real os atendimentos
de Dados. Person’s Opinion (em portu- disponibilizados às cooperativas ao longo do ano,
guês, “a opinião da pessoa bem como informações sobre arrecadação e adim-
Na visão do executivo, essa é a parte mais difícil da im- mais bem paga”). Essa é uma plência, em relação às contribuições do sistema coo-
plementação de uma cultura de gestão guiada por da- tendência já constatada em perativista”, explica Alexandre Gatti, superintenden-
dos, mas também é a mais importante. “Ter clareza no diversos setores da economia, te do Sistema Ocemg.
seu processo, já faz com que você tenha condições de inclusive no cooperativismo,
planejar e questionar se as ações que você vai fazer são que consiste na delegação da Ainda segundo Gatti, a análise dessas informações
melhores ou piores”, explica tomada de decisão às pessoas também tem ajudado o Sistema Ocemg a fazer in-
com os maiores cargos e salá- vestimentos, direcionar ações de desenvolvimento
A próxima fase é a que Stabile chama de “recorte” ou rios em uma hierarquia. profissional por ramo ou área, além de elaborar es-
de visualização. Ela dá ao cliente uma ideia das informa- tratégias para aperfeiçoar e alavancar o coop mineiro
ções que foram levantadas, com representações visuais O problema é que, normal- no mercado.
em dashboards (painéis de visualização), com gráficos e mente, esses líderes costumam
indicativos, para que seja fácil compreender esses dados. embasar suas decisões em “Às vezes, uma cooperativa nos demanda um cur-
suas próprias convicções ou so relacionado à planejamento orçamentário e essa
A análise desses dados é a terceira etapa do projeto de experiências — o que pode ser pode ser uma lacuna da região em que ela está inse-
BI — feita a partir das perguntas que precisam ser res- extremamente prejudicial em rida. Os nossos diagnósticos de monitoramento nos
pondidas para auxiliar na tomada de decisão. Nessa fase, mercados cada vez mais volá- permitem identificar outras cooperativas com essa
é possível identificar padrões e também pontos fora da teis, competitivos e sujeitos a mesma demanda e, assim, fica mais fácil otimizar o
curva, que serão usados para desenvolver estratégias e grandes transformações. Para recurso e maximizar o atendimento”, explica.
ações que impulsionem o negócio. evitar problemas, o melhor a
fazer é investir em ferramen- O SIG também permitiu que o Sistema Ocemg ve-
“Depois de conseguir visualizar os dados com clareza, tas de BI, capazes de ajudar rificasse o alcance de seus programas e projetos.
os gestores passam a olhar com maior atenção para os os gestores HiPPOs a perceber “Tivemos a grata surpresa de confirmar que 90% das
dados que estão alinhados com a estratégia e com a re- para onde os ventos estão so- cooperativas já utilizaram mais de um de nossos ser-
dução de riscos do negócios. Para eles, fica mais fácil en- prando na economia. viços este ano, o que demonstra a penetração das
tender quais variáveis fazem os ponteiros dos resultados atividades e ações do Sistema junto às coops asso-
mexerem”, explica o pós-doutor André Filipe. ciadas”, avalia.
É aí que eles começam a entender a força do BI e passam A gestão guiada por dados do coop mineiro tem aju-
a querer avançar um pouco na análise de dados, solici- dado a equipe da Ocemg a compreender a realida-
tando a construção de sistemas preditivos, ou seja, que de das cooperativas do estado, deixando mais claro
ajudem a prever tendências de futuro para o empreendi- para todos quais são as principais necessidades e
mento e para o mercado com um todo (análises setoriais). movimentos do mercado.
“É natural que o cliente comece a fazer a gestão guiada E para garantir que os dados estejam sendo correta-
por dados em dashboards para, em seguida, prosseguir mente coletados e analisados, buscou-se profissionais
para modelos preditivos, nos quais é possível entender com vasto conhecimento na gestão da informação,
mais sobre os cenários de futuro do negócio”, comemora além de técnicos especialistas em cooperativismo,
o acadêmico. mercado e TI.
Usando dados
Por Débora Brito
I
CONHEÇA A HISTÓRIA DE novar e trazer soluções benéficas para a sociedade
QUATRO COOPERATIVAS está na essência do trabalho cooperativista. E um
dos setores em que o coop tem dado aula, no mer-
ESTRANGEIRAS QUE ESTÃO cado internacional, é justamente no gerenciamento
e compartilhamento de dados. Quer ver?
TRANSFORMANDO AS
EXPERIÊNCIAS PESSOAIS DE Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a Savvy Coop
— uma cooperativa de pessoas portadoras de doen-
SEUS COOPERADOS EM UM ças graves — encontrou uma maneira diferente e ori-
desafios
Para superar parte dos desafios,
vos e que busca colaboradores tas pelo motorista. existe a possibilidade de criar uma
voluntários para contribuir. Tam-
coordenação de rede e fomentar
bém convida as autoridades sa- As informações são coletadas pela coo- uma cadeia produtiva de valor por
nitárias para desenvolver licenças perativa e repassadas para órgãos públi- meio do compartilhamento de
de uso e arquiteturas tecnológicas cos ou centros de pesquisa dados para O uso de informações pessoais infraestrutura computacional, de
que incentivam a doação de da- apoiá-los na tomada de decisões relacio- para basear decisões voltadas dados e recursos humanos e, prin-
dos, entre outras iniciativas que nadas à gestão da mobilidade urbana. a mudanças sociais e inovações cipalmente, estabelecer objetivos
possam estimular as pessoas a tecnológicas é uma tendência em claros de negócios compartilha-
dividirem informações que sejam O objetivo é melhorar o planejamento ascensão no coop internacional. dos entre os parceiros da cadeia.
úteis para acelerar as pesquisas da arquitetura das cidades e encontrar Ele tem sido muito aplicado na
científicas e o controle de estados soluções para congestionamentos e ou- estruturação das Cidades Inteli- Outra alternativa passa pela inte-
de emergência, como a pandemia tros problemas de trânsito e mobilidade. gentes, com o intuito de criar uma ligência de dados, com o desen-
do coronavírus. As informações coletadas pelos motoris- inteligência coletiva urbana para volvimento de serviços digitais
tas são vendidas pela cooperativa, que resolver problemas públicos. Seu flexíveis e adaptáveis, permitindo
reverte os ganhos para os próprios con- uso vai desde o gerenciamento de análise constante da interação e
dutores. tráfego nas cidades até o uso de do comportamento do usuário
informações pessoais para promo- com os serviços ofertados.
“A partir do momento que você usa as ver a saúde da população.
cidades para o bem público, você cria “Temos grandes desafios para os
uma inteligência coletiva urbana e as so- De fato, o trabalho das chamadas próximos anos de transformação
luções deixam de ser oferecidas somen- cooperativas de dados pode fa- digital, mas, para quem já possui
te pelos governos e passam a ser ofe- vorecer o fortalecimento de todo em sua essência cultural a coope-
recidas também por startups, por ONGs o ecossistema de governança de ração, metade do caminho já foi
e outros atores da sociedade que não dados e estimular a ampliação da trilhado. A governança de dados
somente o governo. Então, a gente tem legislação de proteção de dados de forma ética em compliance
cidadãos mais participativos e colabo- pessoais e de transparência de da- com as leis vigentes é um dos
rativos promovendo a democracia nas dos públicos, por meio de decre- maiores legados que as coopera-
cidades”, explica Fabíola Nader Motta, tos municipais de dados abertos e tivas de dados podem oferecer”,
do Sistema OCB. leis de governo digital. ressalta Fabíola. ■
COMPARTILHADOS
o Fundo Garantidor do Cooperativis-
mo de Crédito (FGCoop) que, dentre ramenta de benchmarking (análise de
outras atribuições, analisa — com sigi- mercado)”, observa Ricci.
lo e imparcialidade — os dados finan-
ceiros de 648 singulares captadoras de O novo painel de mercado do Fundo
depósito. Objetivo? Identificar, com será disponibilizado gratuitamente às
antecedência, o risco de uma coopera- cooperativas associadas e deve be-
tiva fechar as portas. Assim, é possível neficiar, principalmente, as singulares
atuar preventivamente para evitar que independentes e de menor porte, que
a cooperativa entre em liquidação, ou não contam com a mesma estrutura de
seja, precise encerrar as atividades por análise de dados dos sistemas e das
insolvência. centrais de crédito cooperativo.
Open finance
maior iniciativa de open finance um tempo determinado, a fim de
“Em todas as cooperativas, ao longo dos do mundo e já conta com a par- que a instituição para a qual está
últimos anos, melhorou muito o aspecto da
governança, compliance, controle e gestão.
“AS COOPERATIVAS ticipação do cooperativismo. “A migrando possa conhecê-lo me-
regulação não exige a participa- lhor e ofertar um produto em con-
Boa parte desse processo é feito indepen- ESTÃO CRESCENDO Quando se fala em análise de da- ção obrigatória das cooperativas dições de igualdade com os que
dentemente do FGCoop. Em alguns lugares, dos no setor bancário, um dos pri- financeiras no open finance. No possuía na instituição anterior.
a central [cooperativa] faz esse trabalho, em MUITO FISICAMENTE, meiros conceitos que vem à men- entanto, das mais de 800 institui-
outros, a própria cooperativa tem uma unida- te é o de open finance, ou sistema ções financeiras participantes, de Nas cooperativas, as primeiras ini-
de [de análise de dados]. Pelo nível em que NA CONTRAMÃO DOS financeiro aberto. Trata-se de uma forma voluntária ou obrigatória, a ciativas construídas sob essa estru-
vejo as cooperativas hoje, [o uso de dados] iniciativa do Banco Central para grande maioria são cooperativas tura incluem, por exemplo, solu-
não é uma coisa recente”, comenta. BANCOS, MAS NÃO padronizar o acesso às informa- financeiras”, diz. ções disponibilizadas em agências
e s
vida, ao me dar a minha primeira mas de inovação, cursos, projetos
i d a d
MUDOU A MINHA
t u n
1 TRILHÃO DE
r
oportunidade de trabalho. E ele se- sociais, ações de sustentabilidade
opo
gue fazendo isso todos os dias, ao e investimentos diretos na melho-
me mostrar de diversas maneiras ria das comunidades”, explica Mar- VIDA, AO ME DAR A
que as pessoas têm de estar sempre cio Lopes de Freitas, presidente do
em primeiro lugar, ao contrário do Sistema OCB. “É por isso este ano MINHA PRIMEIRA
que costuma acontecer na iniciativa lançamos um desafio para as coope-
privada”, elogia Lívia. “O coop é rativas de todo o país: atingir a meta
OPORTUNIDADE DE
mais humano, mais solidário e mais
justo. E ele ainda gera resultados
de R$ 1 trilhão de prosperidade e
de 30 milhões de cooperados até
TRABALHO... O COOP É
incríveis para as comunidades onde 2027.” MAIS HUMANO, MAIS
atuam.”
Essa cifra de R$ 1 trilhão, hoje, SOLIDÁRIO E MAIS
De fato, a Coopresa — assim como equivale à soma dos PIBs gerados
tantas outras cooperativas — movi- pelos estados do Rio de Janeiro e JUSTO. E ELE AINDA GERA
menta a economia local, gerando Distrito Federal juntos. Recurso su-
emprego e renda para a comuni- ficiente para construir 14 Brasílias RESULTADOS INCRÍVEIS
dade. Somente um de seus braços do zero, já considerando os juros
O COOP QUER LEVAR Por Thaís Cieglinski
de atuação, focado na manutenção e as correções monetárias dos úl-
PARA AS COMUNIDADES
M
MAIS PROSPERIDADE, udar vidas é uma das especialidades aeronáutica de baixa complexidade,
movimenta cerca de R$ 4 milhões
timos 60 anos. Tudo isso, revertido
em trabalho, renda, oportunidades,
ONDE ATUAM.”
do cooperativismo. Aos 19 anos, Lívia
TRABALHO E Maria Duarte entrou para a Coopresa por ano. Sem falar que gerou, entre negócios e prosperidade não ape- Lívia Maria Duarte,
— única coop brasileira a prestar ser- 2019 e 2022, 275 novas oportunida- nas para o coop, mas para todos os
DESENVOLVIMENTO viços de manutenção em aeronaves e des de trabalho na região.. brasileiros.
presidente da Coopresa
dados
adotou a cultura de definir obje- “Nosso segmento [prestação de
E PLANEJAMENTO tivos para o cooperativismo é o serviços para aviação] foi muito
Sistema Ocergs. Por lá, o desafio afetado pela pandemia, mas não
REALIZADO PELO central é alcançar R$150 bilhões desanimamos. Na baixa, a gen-
de faturamento e 4 milhões de te se preparou para a retomada
PARANÁ NOS Ao convidar o coop a gerar R$ 1 associados em cinco anos. O pla- dos voos e, hoje, o cenário ofere-
trilhão em prosperidade para o nejamento também busca gerar
ÚLTIMOS ANOS É Brasil, nos próximos cinco anos, 100 mil empregos diretos, realizar
ce muitas oportunidades para os
nossos cooperados’, comemora.
UMA REFERÊNCIA a equipe do Sistema OCB se ba-
seou em dados. “Nosso time ana-
R$ 300 milhões de investimentos
em capacitação e distribuir R$7,5 Com a reativação dos voos e au-
PARA TODO O lisou o desempenho histórico do
cooperativismo e identificou uma
bilhões de sobras líquidas anual. mento expressivo das demandas,
a Coopresa contratou uma con-
COOPERATIVISMO. ” média de crescimento de aproxi- No lançamento do RSCOOP150, sultoria de melhoria contínua para
madamente 26% ao ano, mesmo em setembro, o presidente do garantir o crescimento sustentável
Marcio Lopes de Freitas, durante a pandemia”, explica a Sistema Ocergs, Darci Hartmann, dos negócios.
presidente do Sistema OCB superintendente do Sistema OCB, destacou a relevância da iniciativa,
Tania Zanella. reforçando que, além de resulta- “Estamos nos preparando admi-
dos financeiros, as cooperativas nistrativamente e comercialmente
A partir daí, foram projetados três têm o poder de gerar desenvolvi- para suportar todas as deman-
cenários econômicos: um otimista, mento regional integral. das do segmento. A pandemia “A PANDEMIA MOSTROU A FORÇA QUE O
um moderado e um conservador. mostrou a força que o coopera-
“Trabalhando em um cenário mo- “O modelo cooperativo privilegia tivismo tem. A força de mostrar COOPERATIVISMO TEM. A FORÇA DE MOSTRAR
derado, no qual ocorra uma recu- o desenvolvimento da comuni- que, mesmo em tempos difíceis,
peração paulatina, porém firme dade como um todo, pois parte temos boas ideias, humanidade, QUE, MESMO EM TEMPOS DIFÍCEIS, TEMOS
da economia, temos plenas con- dos resultados e das sobras são capacidade de desenvolver a so-
dições de chegar em 2027 com reinvestidos em programas socio- ciedade ao nosso redor. O cenário
BOAS IDEIAS, HUMANIDADE, CAPACIDADE DE
faturamento anual de 1 trilhão de ambientais, gerando riqueza e dis-
prosperidade para o Brasil. Mas tribuição de renda para todos.”,
pós-pandêmico mostrou para o
Brasil e para o mundo a potencia-
DESENVOLVER A SOCIEDADE AO NOSSO REDOR.”
para fazer isso, precisamos do es- afirmou Hartmann “Temos muitos lidade da economia solidária, da
forço conjunto de todas as coope- Lívia Maria Duarte,
desafios pela frente, mas onde economia social, que são a base
rativas e também das representa- presidente da Coopresa
tem cooperativismo pujante, tem do cooperativismo”, acredita a
ções estaduais”, acrescenta Tania. desenvolvimento.” presidente da Coopresa.
coletivo
base mais forte, pois o coopera-
PARTE DO GRUPO tivismo abre várias portas para
nós”, atesta.
PÓDE MULHERES E DE
Fundada em 1998, a Cafesul reú-
SER UMA COOPERADA, Assim como transformou a reali- ne pequenos produtores de sete
dade da presidente da Coopresa, municípios da região Sul do es-
POIS FOI ATRAVÉS DA o cooperativismo ajuda a tornar tado do Espírito Santo no Brasil
mais próspera a vida de um grupo para promover o desenvolvimen-
COOPERATIVA QUE de mais de 30 agricultoras familia- to sustentável das comunidades
res do Sul do Espírito Santo. A ini- em que atua.
SURGIU O NOSSO ciativa partiu da Cooperativa dos
GRUPO E, COM ISSO, Cafeicultores do Sul do Estado do
Espírito Santo (Cafesul) e hoje o
Desde 2008, a cooperativa parti-
cipa de um projeto de desenvolvi-
NOSSO TRABALHO grupo de mulheres está à frente mento regional sustentável para o
da produção de cafés especiais, café na região sul do estado, que
VEM SENDO com uma marca própria. envolve vários parceiros e estabe-
lece diversas metas, como a me-
RECONHECIDO.” Desde que foi criada, em 2016, a lhoria na assistência técnica e na
iniciativa mudou a rotina de pro- comercialização, a eliminação de
Aline Martins Mauri, dução e a vida de muitas famílias atravessadores para a obtenção
é uma das cooperadas do município de Muqui e localida- de melhores preços para o café;
responsáveis pela Cafesul des vizinhas. Aline Martins Ferreira aumento da produtividade das
Mauri, 33 anos, é uma das coope- lavouras e da oferta de cafés de
radas responsáveis pela marca. qualidade superior. ■
a c o o p e ra t i v a
Por Alessandro Mendes Segundo Groff, muitas cooperati-
Su O
vas que pensam estar adequadas
surgimento da internet à LGPD têm, na verdade, muito
permitiu uma troca de ainda a ser ajustado. “Elas têm
informação mais rápi- uma abordagem muito simplista.
da, aproximando pes- Pensam que modificar um contra-
soas e gerando novas to e fazer mudanças no site já é
possibilidades no mundo dos ne- suficiente. A verdade, no entanto,
gócios. Mas, ao mesmo tempo, é que são necessárias uma série
trouxe um risco para a segurança de ações de caráter multidiscipli-
bem-vinda
para a seleção de um colaborador, de tratamento de dados, que geral-
a gestão de benefícios, a atualiza- mente é o primeiro a ser cobrado.” Em algumas cooperativas brasi-
ção dos dados cadastrais de nossa leiras, o trabalho de adequação à
base de cooperativas e dirigentes, Entre as regras estabelecidas pela LGPD já está bastante adiantado.
As cooperativas podem contar a indicação dos representantes le- LGPD estão a prestação de infor- É o caso, por exemplo, da Creluz,
com o apoio do Sistema OCB gais de um contrato”, exemplifica mação, de forma explícita, para as distribuidora de energia elétrica
para realizar as adequações ne- Ana Paula. pessoas a respeito de quais ativida- com cerca de 25 mil consumido-
cessárias à LGPD. No portal des serão realizadas com seus dados res em 36 cidades do norte do Rio
LGPD no Cooperativismo, você Regras como essa também se pessoais; registro das bases legais Grande do Sul. O trabalho come-
encontra informações gerais so- aplicam a todas as cooperativas, válidas e regulares, relacionadas a çou em 2020, foi realizado em cin-
bre a lei, cartilhas, cursos on-line, que deveriam ter um programa cada uma das atividades, no registro co fases e envolveu o mapeamen-
vídeos explicativos e um passo a de conformidade em relação aos de operações de tratamento de da- to de cerca de 160 processos.
passo detalhado para a adequa- dados. “Dizer que sua coop está dos pessoais; implementação de me-
ção, composto por cinco etapas: adequada a LGPD sem ter uma didas de segurança da informação; Na primeira fase, a Creluz estru-
planejamento, mapeamento, política que crie diretriz internas e limitação do tratamento de dados turou o comitê responsável pelo
avaliação, correção e manuten- é o mesmo que ter um programa pessoais ao mínimo necessário para trabalho e realizou o levanta-
ção/mitigação. mento inicial, um diagnóstico de
“O DIFERENCIAL de ética ou anticorrupção, sem ter
um código de ética”, ensina Cris-
que sejam alcançados os objetivos da
atividade, dentre outras. desconformidade e um workshop
“O diferencial do site LGPD no para os colaboradores com abor-
DO SITE LGPD NO Cooperativismo está nas infor-
thian Groff, DPO do Sistema OCB.
dagens técnica e jurídica. Na se-
A fiscalização do cumprimento da
quência, foram definidos o encar-
COOPERATIVISMO mações sobre privacidade e pro-
teção de dados pessoais volta-
Ainda segundo Groff, é preciso LGPD é feita pela Autoridade Nacio-
regado pelo tratamento de dados
enfrentar o tema com dedicação nal de Proteção de Dados (ANPD).
ESTÁ NAS do para as cooperativas com os e qualidade. “Não adianta fazer Além de implementar e cobrar o pessoais, a política de privacida-
de, a barra de cookies no portal,
demais agentes de tratamento”, um serviço para inglês ver”, argu- cumprimento da lei, a autarquia fede-
INFORMAÇÕES explica a gerente jurídica do Sis- menta. “Até porque, em algum ral também é responsável por aplicar o canal de atendimento dos direi-
tema OCB, Ana Paula Ramos. momento, será necessário evi- sanções nos casos de descumprimen- tos dos titulares e mapeamento
SOBRE PRIVACIDADE “Buscamos sempre particulari- denciar a conformidade. No caso to da legislação, que podem ir de dos processos do negócio.
zar as orientações e informações
E PROTEÇÃO DE para o cooperativismo. Nesse
de uma fiscalização, por exem-
plo, não dá para dizer ‘olha, eu
uma advertência à proibição parcial
ou total das atividades. Já a terceira fase contou com a
sentido, quinzenalmente, produ- avaliação do organograma dos
DADOS PESSOAIS zimos novos conteúdos focados
processos de tratamento de dados
pessoais, da estrutura de seguran-
VOLTADO PARA AS em atualidades sobre a LGPD ou
mesmo para divulgar cartilhas, ça da informação, das políticas,
COOPERATIVAS COM cursos, vídeos orientativos e ou- dos contratos e das bases legais,
além da elaboração de relatório
tros materiais que elaboramos
OS DEMAIS AGENTES sobre a lei.” de riscos e de planos de ação.
“Realizamos um trabalho amplo, detalhado e • Não nomear DPO (profissional QUANTO PARA UMA des encerradas. Diante do risco
Hélio Alabarse conta que o pro-
da perda de seus postos de tra-
responsável pela proteção de dados
que ainda continua. Para se ter uma ideia, os
de uma organização), nas ocasiões
ASSESSORIA OU balho, 22 professores e técnicos cesso de ajuste às regras da LGPD
160 processos que avaliamos estavam distri- em atuação da escola se uniram e fez com o que o Colégio Concór-
buídos nos 26 departamentos da cooperati- em que a nomeação é obrigatória. CONSULTORIA.” criaram a cooperativa. dia tivesse ainda mais atenção ao
va”, conta. “Deixar a cooperativa com maior • Não treinar os colaboradores sobre sigilo e intimidade de alunos e
grau de conformidade possível e manter um o tema. Hélio Alabarse, Hoje, além da escola, com cerca familiares, mesmo em situações
programa de conformidade vigente, eficiente presidente da Coopeeb de 600 alunos, a Coopeeb tam- não previstas na lei.
e eficaz é um desafio que exige a participação • Não realizar gestão dos terceiros bém executa o Programa Jovem
e o comprometimento de todos”, completa. com quem dados pessoais são Aprendiz, em parceria com o Ser- “Temos aqui uma sala onde é fei-
compartilhados. viço Nacional de Aprendizagem ta a primeira abordagem quan-
Fiorentin destaca que a adequação à LGPD Cooperativa (Sescoop), em 22 do um aluno está com problema
trouxe diversos benefícios para o dia o dia da • Não atender às solicitações cidades gaúchas, além de ofere- de disciplina ou desestabilizado
Creluz, como a manutenção da credibilidade das pessoas. cer cursos para formação de lide- emocionalmente. Isso é feito em
da marca com os titulares de dados pesso- ranças. A cooperativa conta com um aquário, com paredes de vi-
ais, capacitação da força de trabalho, busca cerca de 160 associados. dro. E nesse processo a gente se
constante pela melhoria contínua e melho- deu conta que todo mundo podia
res práticas, simplificação de processos pelo Segundo o presidente da Coo- ver quem estava dentro. Então
cumprimento da legislação e remoção de peeb, Hélio Alabarse, a adequa- colocamos insulfilm para garantir
fragilidades, deixando a organização mais ção da cooperativa à LGPD vem o sigilo. A LGPD, então, nos aju-
segura, além de são sofrer penalidades pelo sendo realizada desde 2019. “É dou a fazer esse tipo de reflexão.
descumprimento da lei.
LGPD um trabalho que exigiu várias
mudanças no nosso dia a dia,
É nossa obrigação manter o aluno
protegido”, aponta.
Outro benefício, cita Fiorentin, foi a melhoria sobretudo porque, na escola,
em diversos processos de trabalho. Uma de- estamos sempre lidando com Segundo Alabarse, um dos próxi-
las envolveu mudanças no uso dos telefones menores e com informações mos passos da Coopeeb será ca-
celulares corporativos. “Implantamos uma sensíveis”, aponta. “Antes, por pacitar outras cooperativas para
tecnologia que permite, por exemplo, a lo- exemplo, se fazia um atendimen- a adequação à LGPD. “Algumas
calização dos aparelhos por georreferencia- to a um aluno e a ata poderia instituições já têm nos procurado
mento e impede acesso e instalação de da- ficar em cima da mesa de uma para receber orientações, então
dos sem autorização. Então, se um leiturista sala destrancada. Agora, existe esse é um nicho de mercado que
perde o telefone lá no interior, quem encon- toda uma preocupação para que tem se aberto para nós, tanto
trá-lo não vai conseguir acessar absolutamen- isso não ocorra. O documento para palestras quanto para uma
te nada”, conta. precisa ser arquivado de imedia- assessoria ou consultoria”, conta.
ALERTA VERMELHO
Quando há vazamento de dados em uma empresa ou cooperati-
Onde existem desafios, também existem muitas vas, as consequências podem ser bastante graves. Além do claro
oportunidades de fazer negócio. Ciente da alta de- prejuízo para o cliente que teve sua informação pessoal divulgada,
manda do coop por consultorias em LGPD, um gru- a própria empresa pode enfrentar processos judiciais e ter sua ima-
po de 14 profissionais se uniu para fundar, em 2022, gem prejudicada junto a clientes e fornecedores.
a Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Priva-
cidade e Proteção de Dados (Cooprodados) — pri- Um dos casos mais conhecidos de vazamento de informações é
meira cooperativa a atuar na área de privacidade e o do Facebook. Em 2018, dados de 30 milhões a 87 milhões de
proteção de dados, de forma on-line, em todo o País. usuários da rede social foram vazados e utilizados pela Cambridge
Analytica para influenciar a opinião de eleitores em vários países,
A organização trabalha com a implantação de pro- entre eles o Brasil, a Índia e os Estados Unidos.
gramas de adequação à LGPD, promove treinamen-
tos e workshops de sensibilização para a cultura de O evento motivou uma discussão pública sobre normas éticas para
dados e também executa, sob demanda, serviços
LGPD de DPO. “Podemos contribuir no mais variado leque
empresas de mídias sociais, organizações de consultoria política
e políticos. O escândalo fez com que o Facebook perdesse, em
de ações necessárias para criar uma governança de um único dia, US$ 35 bilhões em valor de mercado na Bolsa de
dados eficiente, tanto em cooperativas quanto em Valores de Nova York. Além disso, o movimento #DeleteFacebook
empresas”, destaca a presidente da Cooprodados, chegou aos assuntos mais falados do Twitter. O caso foi, inclusive,
Sylvia Urquieta. retratado no documentário The Great Hack, exibido pela Netflix.
A ideia de criar a cooperativa surgiu da necessidade Outro caso de vazamento de informações ocorreu também em
de buscar espaço no mercado. “Eu comecei a no- 2018 com a Netshoes. Uma falha de segurança comprometeu da-
tar que muitos profissionais reclamavam da falta de dos pessoais de quase 2 milhões de clientes, entre eles nome, CPF,
VOCÊ SABIA? oportunidade de trabalho. Tanto o trabalho dentro e-mail e histórico de compras. A empresa acabou condenada a
das empresas quanto a possibilidade de integrar um pagar R$ 500 mil em indenizações por danos morais.
Leis de proteção de dados projeto de adequação”, conta Sylvia. “Aí me ocorreu
pessoais existem na Europa de unir forças. Fiz a proposta a várias pessoas, que Ainda no Brasil, outra situação de grande repercussão foi com
desde a década de 1970, compraram a ideia. Ficamos cerca de dois anos de- o Banco Inter. A instituição financeira vazou informações pesso-
mesmo antes do advento batendo como seria a cooperativa, porque era uma ais de cerca de 19 mil correntistas. A empre-
da internet. Uma das mais proposta inédita. E até hoje estamos nos ajustando, sa acabou multada em R$ 1 milhão e
completas, e que serviu de buscando novas soluções”, afirma. os recursos foram destinados a
inspiração para diversas instituições de caridade e
normativas, entre elas a Sylvia ressalta que um dos principais benefícios para organizações de combate
brasileira, é o Regulamento as cooperativas que se adequam à LGPD é um dife- a crimes cibernéticos.
Geral de Proteção de Dados rencial competitivo. “Já existe a exigência, sobretu-
da União Europeia (RGPD), do nos Estados Unidos e na União Europeia, de que
que entrou em vigor em empresas e cooperativas parceiras estejam em con-
2016. Na América do Sul, formidade com a lei de proteção de dados. Mais do
são diversos os países que que apenas uma vantagem competitiva, é uma de-
já possuíam leis específicas manda que, se não atendida, pode inviabilizar uma
sobre o tema, a exemplo parceria comercial. E é melhor se adequar pelo amor
da Argentina, que regula do que pela dor”, aponta.
o acesso a dados pessoais
desde 1994. Um dos primeiros clientes da Cooprodados é a Fede-
ração das Cooperativas Educacionais do Rio Grande
do Sul (Fecoeduc). Dez cooperativas associadas, en-
tre elas a Coopeeb, estão recebendo apoio para es-
tar em conformidade com a LGPD. “Temos cerca de
seis meses de existência, então este é nosso primeiro
grande trabalho. Vem sendo uma experiência impor-
tante para nós, inclusive para a nossa própria adapta-
ção à lei de proteção de dados”, finaliza Sylvia.
5. Mitigar
“É preciso o comprometimento de todos Já na área jurídica, é preciso avaliar qual é a base 10. Execução de políticas
para que o processo dê certo.” legal que justifica a coleta e o tratamento de dados pela administração
pessoais em cada um dos processos (veja quadro). pública ■
“Também é importante analisar os contratos com
prestadores de serviço externos que tenham acesso
aos dados pessoais sob responsabilidade da coope-
e manter
rativa. E para que tudo funcione adequadamente, é
O
Cooperativismo
mara, o núcleo duro da Frencoop
cooperativismo brasi- ganhou dois reforços de peso no
leiro saiu vitorioso das Senado, com a eleição de Tereza
urnas em outubro de Cristina (MS) e Efraim Filho (PB)”,
2022. A atuação de par- comemora.
lamentares comprome-
tidos com o setor, no Congresso Clara revela que o Sistema OCB
Nacional, foi aprovada pelos elei- está preparando um extenso cro-
tores. Tanto, que oito em cada nograma de agendas, reuniões,
dez parlamentares da atual dire- ações estratégicas e entrega de
80% DO NÚCLEO toria da Frente Parlamentar do propostas sobre o cooperativis-
Cooperativismo (Frencoop) foram mo aos diversos stakeholders
DURO DA FRENCOOP reeleitos. Além disso, pelo menos (agentes-chave, em livre tradu-
CONTINUA FORTE
três dezenas de novos deputados
FOI REELEITO PARA e senadores que já se engajavam
ção) dos Três Poderes.
NO CONGRESSO NACIONAL
parlamentares da Câmara dos Executivo e Legislativo, e quere-
Deputados [próximo dos 40%] mos colocar o coop, novamente,
COMPROMISSO COM configura uma oportunidade de na pauta prioritária do governo,
receber novos entusiastas do co-
A DEFESA DA PAUTA operativismo”, avalia o deputado
especialmente no Poder Executi-
vo”, salienta Maffia.
COOPERATIVISTA. federal Evair de Melo (ES), presi-
dente da Frencop. “Cerca de 30 Já no início da nova legislatura, o
NO SENADO, deles, inclusive, já assinaram o Sistema OCB e a Frencoop farão
compromisso de atuar em defe-
DOIS NOMES sa do movimento cooperativista
um trabalho específico na Câma-
ra e no Senado para apresentar
IMPORTANTES: e devem assumir posições estra- a importância do cooperativismo
tégicas, pró-medidas legislativas aos novos parlamentares. “Mui-
TEREZA CRISTINA favoráveis ao coop durante seus tos já estão conosco, mas espera-
(MS) E EFRAIM mandatos”. mos conquistar ainda mais apoio
para o nosso movimento que,
FILHO (PFB) A gerente de Relações Institu- sem dúvida, continuará sendo
cionais do Sistema OCB, Clara um dos grandes protagonistas
Maffia, também está animada com do desenvolvimento econômico
a força que o coop terá no novo e social do Brasil”, prevê Evair
Congresso Nacional, que tomará de Melo.
posse em 2023. “Além de manter
18 mil
513 513
A expectativa é de que
pelo menos 30 novos
pelo Brasil? acessos ao site
eleicoes2022.coop.br
deputados e senadores
268 38
eleitos reforcem a base da
Senadores
Frencoop, após assumirem
compromisso com a
A valorização e o reconhecimento do trabalho dos deputa-
dos federais e senadores contaram com um importante aliado +15 mil
Deputados neste ano: o Programa de Educação Política para o Coopera- pessoas em eventos presenciais
defesa do cooperativismo
no Congresso durante as tivismo. O objetivo era desafiador: fazer chegar aos membros do Programa em todo o país
campanhas eleitorais. das mais de 4.880 cooperativas brasileiras a mensagem de
Zé Vitor
RETRANCA
Coordenador de
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Perspectivas
Infraestrutura e Logística
Zé Silva
Coordenador do
Nome Cargo atual Candidato(a) Situação
quadro da Frencoop
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Meio Ambiente Capitão Wagner
Solidariedade (MG) Coordenador de
Deputado Federal Governador Não eleito
PARA O NOVO QUADRO DA FRENCOOP
Inclusão Produtiva
Aline Sleutjes União Brasil (CE)
Coordenadora de
Relações Exteriores ZéDeputada
Vitor Federal Senadora Não eleita
NÚCLEO DA FRENCOOP (2019-2022) *POR ORDEM DE CARGOS NA FRENCOOP
Pros (PR) Coordenador de
Infraestrutura e Logística
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
PL (MG)
Heitor Schuchi
Nome Cargo atual Candidato(a) Situação Coordenador Sindical ZéDeputado
Silva Federal Deputado Federal Eleito
PSB (RS) Coordenador do
Meio Ambiente
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Evair de Melo Pedro Lupion Solidariedade (MG)
Presidente Deputado Federal Deputado Federal Eleito Coordenador de
PP (ES)
Tecnologia e Inovação
Deputado
Aline Federal
Sleutjes Deputado Federal Eleito
PP (PR) Coordenadora de
Relações Exteriores
Deputada Federal Senadora Não eleita
Domingos Sávio NÚCLEO
Vice-presidente- Câmara
DA FRENCOOP
Deputado Federal (2019-2022)
Deputado Federal Eleito *POR ORDEM DE CARGOS NA FRENCOOP
Luiz Nishimori
Coordenador de Defesa
Pros (PR)
PL (MG) Agropecuária
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
PSD (PR) Heitor Schuchi
Nome Cargo atual Candidato(a) Situação Coordenador Sindical Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Luis Carlos Heinze PSB (RS)
Não eleito Lasier Martins
Vice-presidente- Senado Senador
Evair de Melo Governador Coordenador Tributário Senador Deputado Federal Não eleito
PP (RS) Presidente Deputado Federal
(retorna ao Senado)
Deputado Federal Eleito Podemos (RS) Pedro Lupion
Coordenador de
PP (ES)
Tecnologia e Inovação
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Sergio Souza Tereza Cristina PP (PR)
Deputado Federal Deputado Federal Eleito Representante do
Secretário-Geral
Domingos Sávio Deputada Federal Senadora Eleita
MDB (PR) Ramo Agropecuário Luiz Nishimori
Vice-presidente- Câmara Deputado Federal Deputado Federal Eleito PP (MS) Coordenador de Defesa
PL (MG) Agropecuária
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Covatti Filho
Hugo Leal Representante do
PSD (PR)
Coordenador Institucional Deputado Federal Deputado Federal Eleito Ramo Consumo
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
PSD (RJ) Luis Carlos Heinze Não eleito PP (RS) Lasier Martins
Vice-presidente- Senado Senador Governador Coordenador Tributário Senador Deputado Federal Não eleito
(retorna ao Senado)
PP (RS) Arnaldo Jardim Podemos (RS)
Efraim Filho Representante do
Deputado Federal Deputado Federal
Deputado Eleito
Coordenador Jurídico
União Brasil (PB)
Sergio SouzaFederal Senador Eleito Ramo Crédito
Cidadania (SP)
Tereza Cristina
Deputado Federal Deputado Federal Eleito Representante do
Secretário-Geral
Ramo Agropecuário
Deputada Federal Senadora Eleita
MDB (PR) Dagoberto Nogueira
Alceu Moreira Representante do
PP (MS)
Coordenador de
Deputado Federal Deputado Federal Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Assuntos Econômicos Eleito Ramo Infraestrutura Covatti Filho
Hugo Leal PSDB (MS) Representante do
MDB (RS) Deputado Federal Deputado Federal Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Coordenador Institucional Eleito Ramo Consumo
Hélder Salomão PSD (RJ) Nelsinho Trad PP (RS)
Representante do Continua
Coordenador de
Deputado Federal Deputado Federal Eleito Senador Não disputou
Assuntos Sociais
Ramo Saúde Arnaldo Jardim no Senado
PT (ES) Efraim Filho PSD (MS) Representante do
Deputado Federal Deputado Federal
Coordenador Jurídico Deputado Federal Senador Eleito Ramo Crédito Eleito
União Brasil (PB) Giovani Cherini Cidadania (SP)
Leandre Representante do Ramo Trabalho,
Coordenadora de Atenção à Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Deputada
Alceu Federal
Moreira Deputada Federal Eleita Produção de Bens e Serviços Dagoberto Nogueira
Saúde e Promoção Social PL (RS) Representante do
PSD (PR) Coordenador de
Deputado Federal Deputado Federal Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Assuntos Econômicos Eleito Celso Maldaner Ramo Infraestrutura
PSDB (MS)
Baleia Rossi MDB (RS) Representante do
Deputado Federal Senador Não eleito
Coordenador de
Deputado
Hélder Federal
Salomão Deputado Federal Eleito
Ramo Transporte Nelsinho Trad
Comunicação MDB (SC) Representante do Continua
MDB (SP)
Coordenador de
Deputado Federal Deputado Federal Eleito Ramo Saúde
Senador Não disputou
Assuntos Sociais no Senado
PSD (MS)
PT (ES)
Giovani Cherini
Leandre Representante do Ramo Trabalho,
Coordenadora de Atenção à Produção de Bens e Serviços
Deputado Federal Deputado Federal Eleito
Saúde e Promoção Social
Deputada Federal Deputada Federal Eleita PL (RS)
PSD (PR)
Celso Maldaner
Baleia Rossi Representante do
Deputado Federal Senador Não eleito
Coordenador de Ramo Transporte
Comunicação
Deputado Federal Deputado Federal Eleito MDB (SC)
MDB (SP)
■
s
UM NOVO MERCADO
a
Por Luana Lourenço
v
ditos de carbono e atender a 48,7%
a t i
cooper brasileiras N
da demanda mundial do mercado
enhuma crise assusta o voluntário por esses ativos. A pro-
cooperativismo! Nosso jeção está em um estudo da con-
#OCoopNaCOP27
Em uma nova rodada de negociações para encontrar saídas
para frear o aumento da temperatura do planeta, 193 países
que formam a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
A normativa estabelece os pro- a Mudança do Clima se reuniram em Sharm el-Sheikh, no
cedimentos para a elaboração Egito, para sua 27ª Conferência das Partes, a COP27.
de Planos Setoriais de Mitigação
e institui o Sistema Nacional de Em meio ao cenário de recessão global pós-pandemia e da
Redução de Emissões de Gases incerteza energética na Europa por causa da guerra entre
de Efeito Estufa, que estão em Rússia e Ucrânia, a COP27 teve um papel ainda mais rele-
vante na definição de como os países irão engajar esforços Assista a live
fase de elaboração pelo gover- pelo QrCode
no. Nessa nova configuração, o políticos e, principalmente, recursos financeiros no combate
mercado regulado e o mercado ao aquecimento global e seus impactos.
voluntário funcionarão juntos, e
as cooperativas poderão partici- “A COP deixou de ser um evento apenas de governos e do
par com seus projetos nas duas setor público para ser uma grande demanda da sociedade
civil. O debate sobre o clima é a agenda da ONU que mais Além de dar visibilidade ao traba- COP27 para colocar as coopera- Com o olhar para o futuro, o Sis-
instâncias. lho das coops, a participação do tivas na pauta dos negociadores, tema OCB já prepara a estratégia
chega às pessoas, se alastrou amplamente em todo o mun-
do porque se trata de como a humanidade pode ser prejudi- sistema cooperativista na Con- que vão falar do tema da captação para a próxima Conferência do
“O decreto organiza um futuro ferência do Clima rendeu outros de recursos, do financiamento, do Clima, em Dubai, em 2023, em
mercado de carbono no Brasil. cada pela falta de controle com o cuidado com o meio am-
biente”, explica o coordenador de Relações Internacionais frutos para as cooperativas brasi- investimento verde. Por exemplo, que deve ampliar a presença de
O mais importante agora para as leiras: parcerias estratégicas com temos um projeto de cooperação coops brasileiras.
cooperativas é entender os pro- do Sistema OCB, João Martins.
organismos da ONU e organiza- com as cooperativas alemãs que
cessos para fazer o inventário de ções cooperativistas de outros fomenta a organização de coope- “Conhecendo a dinâmica da con-
carbono. Primeiro, precisamos Para as cooperativas brasileiras, a COP27 foi uma vitrine per-
feita para mostrar experiências sustentáveis que confirmam países, além da abertura de no- rativas de energias renováveis no ferência e quais resultados quere-
fazer as contas, depois a gente vos mercados. Segundo Martins, Brasil, fotovoltaica e outras.” mos alcançar, já estamos discutin-
se preocupa como e para quem o potencial do setor para ajudar a descarbonizar a econo-
mia, aliando desenvolvimento econômico e inclusão social. o evento ajudou a mostrar ao do uma participação mais robusta.
a gente vai vender. Vamos inven- mundo que o coop é “uma nova Lopes de Freitas acredita que, com À medida que o tema se torna
tariar esse carbono que está sen- marca do Brasil” — conectada a a captação de recursos internacio- cada vez mais importante inter-
do gerado pelo cooperativismo, “Essa é nossa expertise no cooperativismo: promover comu-
nidades sustentáveis, com crescimento inclusivo e que res- mercados cada vez mais exigentes nais destinados a investimentos nacionalmente também cresce a
deixar isso transparente e depois quanto à rastreabilidade e à pega- nesse tipo de negócios, seja pos- nossa responsabilidade de repre-
alocar isso nos mercados”, lista peitem o meio ambiente. Nosso objetivo na COP foi mostrar
como nossas cooperativas têm atuado voluntariamente para da de carbono dos produtos. sível multiplicar rapidamente esse sentar e defender o movimento
Marco Morato, do Sistema OCB. modelo de recompensa de proje- cooperativista. Para as próximas
cuidar das suas comunidades e seus cooperados, buscar
competitividade para seus negócios e, ao mesmo tempo, A agenda de prioridades do coo- tos sustentáveis no Brasil. COPs, devemos estar ainda mais
Segundo Laura Albuquerque, da perativismo brasileiro na COP27 engajados nesse debate”, conclui
WayCarbon, a segurança jurídica zelando pelas metas do meio a biente”, lista Martins.
inclui a regulamentação do merca- o presidente do Sistema OCB. ■
é fundamental para o crescimen- do de carbono, o combate ao des-
to e consolidação do mercado de matamento e a captação de recur-
carbono no Brasil, principalmente
para estimular a entrada de mais
CASES DE SUCESSO sos internacionais para fomentar Manifesto
Cooperando
atividades sustentáveis desenvolvi-
atores, o que inclui as coops. “Se com o Futuro
das por nossas coops.
o mercado estiver amparado por
uma lei, há um entendimento Em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o SIstema Para o presidente do Sistema
melhor sobre o que fazer, qual OCB apresentou experiências de quatro cooperativas brasi- OCB, Marcio Lopes de Freitas, o
o rumo, as metas e os limites de leiras reconhecidas por práticas sustentáveis: a Coopercitrus, coop brasileiro precisa buscar in-
cada setor. O decreto é ótimo, é com foco na produção de energia limpa e restauração flo- Confira os cases
vestimentos para multiplicar as
um primeiro passo para regula- apresentados na
restal; a Cocamar, que destaca a integração lavoura-pecuá- ações desenvolvidas pelas coo-
mentação do mercado, mas uma COP27
ria-floresta para produção sustentável; a CCPR, com um case perativas para conter as mudan-
lei é essencial para a condução e de produção de energia limpa no agronegócio; e a Coplana, ças climáticas. “Cabe a nós dia-
evolução do Brasil nesse merca- com modelos de logística reversa e reflorestamento. logar com os países membros da
do”, pondera. cooperacaoambiental.coop.br
M
o que os alunos queriam? Saber como era o
inha querida, quem tem interes- Roberto fora da sala de aula. Foi uma con-
se em um velho de 80 anos? Bo- versa de, mais ou menos, duas horas”, conta
bagem! Acho que você vai per- o amigo e colega de trabalho José Roberto
der seu tempo. Eu detesto falar Ricken, atual presidente do Sistema Ocepar.
de mim.”
Impossível mesmo não se interessar pela tra-
Assim, Roberto Rodrigues começa a entre- jetória deste cidadão de Guariba (SP), que
vista. Cheio de modéstia e com simpatia de ficou conhecido em todo mundo por seu tra-
sobra. Falar sobre si mesmo, para ele, soa balho como líder cooperativista e por ter sido
como vaidade, por isso, resiste. Passado um um dos maiores responsáveis pela internacio-
tempo, ele ri de si mesmo e cede. “Vamos nalização do cooperativismo brasileiro, lá nos
lá. Quem sabe você consegue me arrancar anos 1980.
alguma coisa”. E ri de novo.
Tamanho reconhecimento está exposto no
Roberto é daquelas pessoas de riso fácil e escritório em sua fazenda. “É quase um “mu-
sonoro. Chama os conhecidos pelo diminuti- seu”, como ele mesmo define. São centenas
vo do nome e transforma o primeiro contato de medalhas, troféus, mais de mil diplomas
em uma confortável amizade de tempos. Faz em homenagem a décadas de trabalho de-
jus à fama de ser muito bem-humorado, uma dicados ao crescimento do cooperativismo
ótima companhia e um excelente contador e ao fortalecimento da agricultura nacional.
de histórias. “Eu não me considero simpáti- Aqui e lá fora. São honrarias recebidas pelos
co. Seria cabotino dizer isso. Acho que sou cargos que já passou. E são inúmeros.
alegre, e a alegria de viver é sempre uma fe-
licidade.”
O homem
põe na gaiola. Então, ele canta quan-
do quer, não quando você quer. A par-
tir daí, decidi o seguinte: a felicidade
não é uma estação, mas a viagem pela
vida. É um trem que corre sobre dois
trilhos, do amor e da justiça. Eu juntei
esses dois círculos virtuosos, procuran-
do ser feliz.
aplausos
“Muito amigo”, “agregador”, “soli-
dário”, são predicados repetidas ve-
zes atribuídos a Roberto. “Ele busca
o bem comum e, por isso, consegue
juntar pessoas em torno de ideais. É
um coração de uma generosidade mui-
to grande, sempre disposto a ajudar”,
descreve Jacyr Costa, presidente do
Conselho Superior do Agronegócio
(Cosag - Fiesp).
Prova disso foi quando um amigo de cooperativa fundada pelo pai. partir de então, que “a criação de
longa data teve um câncer. Anita, a A sede era uma “sala com dois associações e, na forma da lei, a
irmã dele, conta que Roberto organi- funcionários”. Logo, queria incre- de cooperativas independem de
zou uma escala entre todos os colegas mentar os projetos e fundou a pri- autorização, sendo vedada a in-
do mesmo grupo para que o então pa- meira cooperativa de crédito rural terferência estatal em seu funcio-
ciente nunca estivesse só, sem receber de Guariba. Algo inédito naqueles namento”. “Além disso, o Estado
uma mensagem de apoio ou uma pala- tempos. “A situação econômica passava a apoiar e a incentivar
vra de afeto. Até o dia em que a cura era complicada naquele período. o cooperativismo, bem como a
chegou. Eu queria mexer com crédito para autorizar a criação das coopera-
liberar a agricultura do crédito dos tivas de crédito.” Era mais uma
Roberto é conhecido por gostar de bancos. Eu falava: ‘quero caminhar vitória do grupo encabeçado por
compartilhar aplausos. Dispensa plateia com as minhas próprias pernas’.” Rodrigues.
exclusiva. “Além de te ensinar as coisas
pela visão dele, ele te desafia, te esti- Nos anos 1980, Roberto Rodri- Quando o patriarca ficou doente,
mula, te eleva a moral. Ele comemora gues lutou para a expansão das transferiu o negócio para os filhos.
quando temos avanços e contribui para cooperativas de crédito pelo país Roberto se tornou o administrador
o reconhecimento do outro, para o tra- e liderou, como presidente da geral da fazenda. Com o tempo,
balho coletivo,”, reforça Ricken. OCB, um comitê jurídico que pro- somaram quatro propriedades,
para o mundo
que aqui só tinha jacaré, futebol e qui. Sabiam que a gente exportava
café e açúcar. E só. De repente, en- O roteiro também já está pronto:
cobra”, diz. Uma injustiça para um
país gigante e que já contava com MAS EU AJUDEI A tramos com o algodão, fruta, fumo, Praga, Brastislava, passando por
carne. Não fiz nada sozinho, ninguém Viena e Budapeste. “Quero oferecer
a presença de cooperativas agríco-
las em crescimento, especialmente
ABRIR AS PORTAS faz, mas eu ajudei a abrir as portas do isso a meus netos como uma forma
O mundo conhece o agricultor de de união e, ao mesmo tempo, de
Guariba como o cooperativista que
aquelas voltadas à produção de café
e de soja.
DO BRASIL PARA O Brasil para o mundo”, conclui. “Mas
ainda acho que o Brasil pode ser o cultura, de diversão e de aproxima-
ção. Com a vida que eu tinha, me
abriu as portas do exterior para o
Brasil. E também aquele que trouxe
MUNDO.” campeão mundial da segurança ali-
afastei das família. Quero que meus
Visionário, ele viu a oportunidade de mentar. Temos uma agricultura espe-
o estrangeiro para ser apresentado tacular, sustentável e evoluída. Não netos me conheçam e, para isso, te-
transformar o país em vitrine lá fora.
ao, até naquele momento, inexpres- haverá paz enquanto houver fome”, nho que ficar mais perto.” Mas sem-
Começou a viajar pelas Américas e a
sivo Brasil. Nas viagens a trabalho, defende. pre voando. ■
divulgar nossa produção e nossas co-
o agrônomo levava na mala concei- operativas. Conheceria todo o conti-
tos de variedade, volume, compe- nente americano não fosse o fato de
titividade, eficiência e potencial de não ter passado por Belize. Quando
crescimento da produção brasileira. convidado a presidir a ACI, reforçou
“Meu discurso era: ‘vamos crescer a presença do Brasil nos eventos in-
muito mais, e vocês vão se dar bem ternacionais do resto do mapa. Fez
com a gente. Eu mostrava o nosso contatos com lideranças mundiais.
mapa, que éramos maiores do que Falou do nosso potencial de cresci-
a Europa inteira, mas ninguém sabia mento em português, francês, italia-
disso.” no e espanhol.
Tudo começou em 1985, quando Ro- Nos anos 1990, este líder mostrou
berto assumiu a presidência da OCB que aqui também se produziam car-
e, consequentemente, a vice-presi- ne, frango, soja, algodão. Ao mesmo
dência da Organização das Coopera- tempo, convidou delegações de ou-
tivas da América (OCA). No cenário tros países para conhecer o trabalho
de competitividade internacional, fi- de cooperativas em São Paulo, em
gurava um tímido Brasil. Goiás e no Sul. As portas foram se
Melho r e s e n t r e
os melhores
Por Lílian Beraldo
e jornalismo: um caminho
Cocred (SP)
Ramo: Crédito
Ramo: Infraestrutura
Projeto: Escavação e de beber
para conquistar novos cooperados
Projeto: Jornada do
em pleno
Revitalização de Poços
Cooperativismo Artesianos
Indicadores de Indicadores de
desempenho: desempenho:
A melhor forma de divulgar o co- bre o cooperativismo no GSHOW,
• 4 milhões de operativismo é mostrando o im- G1 e no site A Cidade ON. • Aumento do número
pessoas impactadas No sertão de Sergipe, o calor castiga e a estiagem
pacto que ele gera na vida das de casas com água
pelas mensagens dura oito meses. Nesse período, falta água para as
pessoas. O Sicoob Cocred partiu “Estou no Cocred há mais de 40 encanada e potável
da campanha nos pessoas e também para a plantação. Disposta a re-
dessa premissa para criar o projeto anos e sempre levantamos a ban- ligadas à rede de
seguintes canais de verter esse quadro, a cooperativa Cercos começou a
Jornada do Cooperativismo, uma deira do cooperativismo, mas com distribuição, de 20 para
TV: EPTV e TV TEM cavar e revitalizar poços artesianos nas comunidades
campanha que impactou 4 milhões foco no nosso negócio. Por isso, 143 residências.
(afiliadas da Rede onde atua.
de pessoas das regiões de Sertão- era um desejo realizar uma campa-
Globo), SBT, Rede • 64 produtores da
zinho, Ribeirão Preto, São José do nha como essa, abrangente, que
Record, TV Clube agricultura familiar agora A ideia surgiu do pedido de um cooperado que, com
Rio Preto, Franca e Marília, onde levasse à população os benefícios
(afiliada Band) e Globo têm acesso à irrigação razão, reclamou de um poço desativado há mais de
a cooperativa atua e mantém pos- do cooperativismo em todos os
News . para suas culturas. 30 anos no povoado Luiz Freire, por falta de manuten-
tos de atendimento. Os públicos setores. Ficamos muito satisfeitos
ção. Ele foi até a cooperativa em busca de ajuda para
• 399 mil acessos às prioritários eram jovens de até 25 com os resultados e recebemos • O acesso à água
voltar a plantar.
matérias e textos anos (cooperados em potencial) feedbacks positivos dos gerentes, fornecida pelos poços
publicados pela e os responsáveis pelas decisões contando sobre pessoas que nos artesianos, para consumo
“Desde a revitalização do poço, a nossa vida [na co-
cooperativa no de compras dentro de uma família procuraram, após assistir à minis- próprio passou de 60
munidade] melhorou uns 80%”, comemora Josiel
GSHOW, G1 e Portal (normalmente, as mulheres). série ou reportagens na TV, ou para 429 pessoas.
Souza Castelo, o “dono” da ideia. “As pessoas que
A Cidade ON. mesmo ouvir a série no rádio”, ex- • O projeto atende 6 antes passavam sede, não passam mais. Melhorou o
Consciente de que cada mídia plica o diretor geral do Sicoob Co- comunidades: Tabocas
• 97 mil pessoas valor da terra. Ano passado [depois do poço ser rea-
tem sua própria linguagem e ob- cred, Antonio Claudio Rodrigues. — que não recebia apoio
ouviram a série berto], conseguimos tirar 300 sacos de batata, antes
jetivo, o Sicoob Cocred investiu do Poder Público e não
jornalística “Especial não tirávamos nem um saco, porque não plantávamos
em diferentes produções audio- O sucesso da campanha também tinha água encanada
Cooperativismo”, nos meses de estiagem. Ganhamos mais dinheiro e
visuais. No rádio, optou-se pela pode ser medido pelo depoimento —,Piçarreira, Luiz Freire,
veiculada na rádio estamos vivendo bem melhor.”
produção de uma série jornalísti- de Edson de Oliveira, um aposen- Açuzinho, Açu Velho e
CBN e na plataforma ca de 10 episódios sobre coope- tado que se associou à cooperativa
de streaming Spotify. Lagarto. Com o sucesso dessa primeira empreitada, os coope-
rativismo, veiculada nos progra- após ser impactado pela minissérie
rados da Cercos fizeram uma assembleia e decidiram
mas Manhã CBN e Giro CBN. Os produzida pela cooperativa.
perfurar e revitalizar outros poços artesianos em novos
podcasts da série foram disponi-
locais. Para isso, também definiram pela destinação
bilizados no portal da rádio CBN “Quando ouvia falar de cooperati-
de 25% das sobras da cooperativa, em 2018 e 2019.
e na plataforma Spotify. va, sempre vinha a minha mente o
trabalho de reciclagem, de coleta
Além de melhorar a qualidade de vida das comuni-
Na televisão, houve produção de seletiva. Não tinha ideia de quan-
dades que sofriam com a inexistência ou deficiência
matérias jornalísticas exibidas no tas cooperativas existem no Bra-
da rede de abastecimento de água, o projeto possi-
jornal EPTV 1 e no programa Mais sil, de todos os setores onde elas
bilitou o incremento da geração de renda, já que o
Acesse o vídeo-case Caminhos. Também foi colocada estão, nem da força que elas têm. Acesse o vídeo-case acesso à água contribui substancialmente com a agri-
no ar a minissérie “Cooperativis- Nunca havia parado para pensar
cultura familiar produzida pelos cooperados. O proje-
mo e Impacto Social”, com quatro que o convênio médico é uma co-
to abrangeu mais de 100 famílias e aproximadamente
episódios, divulgada na internet e operativa, que o presunto vendido
430 pessoas ligadas direta e indiretamente à coope-
também nos seguintes canais de no mercado vem de uma coopera-
rativa. É o cooperativismo feito por e para pessoas.
televisão: Band, Record, SBT, Glo- tiva, nem sabia das vantagens de
bo e Globo News. ser associado a uma cooperativa
de crédito, em vez de ter uma con-
Por fim, o Sicoob Cocred patroci- ta em banco. Foi uma série bastan-
nou a veiculação de matérias so- te elucidativa”, comemora.
Ramo: Crédito
Projeto: Nascente Viva,
Preservando nascentes Ramo: Agropecuário
Projeto: Núcleo Jovem
Coplacana
de do futuro
Produzindo água e Promovendo
Desenvolvimento Sustentável Indicadores de
Proteger as nascentes é garantir água para todos. Com Para construir o futuro do coo- grupo de WhatsApp para poder
hoje e para Futuras Gerações desempenho:
a preservação desses nascedouros – mesmo que o cur- perativismo, é preciso renovar o conversar e trocar informações.
Indicadores de desempenho: so de um rio esteja poluído ou degradado – é grande • Atração de novos quadro de associados e atrair uma
- 39 nascentes recuperadas a chance de recuperar o corpo hídrico. Ao contrário, se cooperados (115 nova geração de líderes. Pensan- “Posso dizer que o Núcleo Jovem
as nascentes forem destruídas quase nada se pode fazer jovens com idade do nisso, a Coplacana investiu da Coplacana tem trazido mui-
• Realização de consultoria para reverter a situação. Fonte necessária à vida, a água entre 16 e 35 anos) na criação de um Núcleo Jovem, to aprendizado para minha vida,
técnica, em parceria com a é um recurso que precisa ser preservado.
• 16 filiais da responsável por planejar e execu- com os eventos técnicos das mais
Embrapa, para manejo de
cooperativa agora tar atividades voltadas especifica- diversas áreas do agronegócio,
solo com foco em produção Com isso em mente, o Sicoob Credcooper desenvolveu
contam com pelo mente a produtores na faixa etária visitas em empresas e a troca de
de água em cerca de 1 mil um projeto para promover a revitalização e preservação
menos 1 membro do de 16 a 35 anos. Ao colocar os experiência entre os membros.
hectares de terra de nascentes por meio da conscientização ambiental,
Núcleo Jovem em jovens no centro das atenções, a Esse projeto tem tudo para crescer
• Mobilização de 1,2 mil jovens agricultura e pecuária sustentável, manejo integrado de Coplacana garantiu o Prêmio So- cada vez mais, e com certeza agre-
bacias e uso consciente da água. seu quadro social.
em um programa de educação mosCoop Melhores do Ano 2022, gar muita bagagem na carreira
ambiental realizado em na categoria Fidelização. profissional e pessoal dos jovens
parceria com duas escolas Tudo começou na região de Caratinga (MG), onde a envolvidos.”, avalia João Pedro
públicas estaduais de ensino cooperativa opera. A comunidade vinha sofrendo um O Núcleo Jovem da cooperativa Pacheco, membro da coordena-
médio processo intenso de degradação ambiental dos solos, promove encontros quinzenais ção do Núcleo Jovem Coplacana.
mananciais e reservas naturais — consequência direta sobre temas técnicos do agrone-
• Doação de 15 mil mudas, em das queimadas, dos períodos longos de seca, da falta gócio e incentiva o planejamento A aproximação entre diferentes
parceria com Instituto Terra, de educação e conscientização ambiental e da expansão da sucessão familiar nas proprie- gerações de produtores, com tro-
para o reflorestamento de 150 desordenada da agricultura e pecuária local. dades. O grupo é coordenado, ca de experiências, rodas de con-
hectares de área de APP do
atualmente, por cinco filhos de co- versas e confraternizações, tam-
bioma “Mata Atlântica”. Resultado? A seca foi agravada e houve perda de solo operados. Juntamente com dois bém foi bastante positiva.
• Aumento da vazão da fértil por causa da erosão e do assoreamento das nascen- colaboradores da Coplacana indi-
nascente recuperada de 5 m3 tes. Para piorar a situação, as nascentes foram prejudica- cados pela diretoria, eles montam “Trabalhando na coordenação,
de água, em dezembro de das e houve uma redução tanto da quantidade quanto um cronograma anual que consis- neste ano de 2022, pude me apro-
2016, para 53 m3 em 2022. da qualidade de água. te em duas atividades por mês, em ximar ainda mais da cooperativa e
formato online, híbrido ou presen- aprender os valores cooperativis-
O projeto Nascente Viva surgiu em um período de agra- cial. A ideia é que as atividades tas — especialmente aqueles que
vamento dessa crise hídrica, no ano de 2015. À época, foi permitam que jovens de qualquer envolvem a educação, intercoope-
necessário racionar o abastecimento de água em algu- uma das filiais participem e intera- ração e interesse pelo desenvolvi-
mas cidades, fato que prejudicou, inclusive, a produção jam com outras pessoas de idades mento da sociedade. No Núcleo,
e distribuição de alimentos. Preocupado, um grupo de semelhantes, trocando experiên- trabalhamos para auxiliar jovens
cooperados do distrito de Santa Luzia pediu à coopera- cias e fortalecendo seu vínculo que estão iniciando a vida profis-
tiva que realizasse um seminário sobre a recuperação de com a cooperativa. sional, trazendo conteúdos téc-
nascentes. Aquele foi o início de um projeto maior, que já nicos e de desenvolvimento pes-
Acesse o vídeo-case recuperou 39 nascentes na região, promovendo a susten- Acesse o vídeo-case
Para atrair uma geração antenada soal, além de trocar experiências
tabilidade da agricultura familiar e a segurança alimentar, e conectada, as redes sociais en- de vida”, afirma Victor Sanches,
além de contribuir com a restauração da Mata Atlântica. traram em campo. Foram criados cooperado e vice-coordenador do
perfis do Núcleo Jovem no Insta- Coplacana Jovem.
“Para nós, água significa vida. Hoje, graças a Deus e ao gram, Facebook e Linkedin. Para
Sicoob Credcooper, temos água suficiente para irrigar as participar, é necessário fazer um Atualmente, a Coplacana conta
lavouras de café”, avalia o cooperado e produtor de café pré-cadastro. Após passar por uma com 95 jovens, atuantes nas ativi-
Silvio Roberto Primo. entrevista, o jovem é inserido no dades da cooperativa.
Exemplo de Influenciador
dustrial. Elas decidiram unir forças para crescer
Ramo: Agropecuário
Tecnologia na floresta [FZB1] no mercado da avicultura de corte. Resulta-
do? Em dois anos de atividade, entre 2020 e
Projeto: Fortalecendo
2022, elas geraram mais novos 100 postos de
Coop
boa
o extrativismo
e viabilizando o trabalho, conquistaram novos cooperados e
desenvolvimento ainda melhoraram a renda de seus associados.
O coop brasileiro tem
sustentável através da Com importância significativa na o superintendente da Central, um novo influenciador:
tecnologia Na época do acordo, a Copagril tinha apenas
economia regional, a castanha do Manoel Monteiro de Oliveira. O Marcelo Vieira Martins,
uma indústria com capacidade para abater
Indicadores de Brasil é um dos principais produ- maquinário também ajudou a re- diretor executivo da Uni-
FICHA TÉCNICA 160 mil aves/dia. O alto custo de produção
desempenho: tos florestais não madeireiros do duzir os riscos de contaminação, cred União — coopera-
— principalmente do milho e da soja para a
estado do Acre. Logo, aprimorar garantindo à cooperativa certifi- Cooperativas: Copagril e tiva financeira com atu-
• Números de industrialização de rações — minava a compe-
e aumentar a produção dessa cações que garantem a qualidade Lar Cooperativa (PR) ação no Paraná e Santa
associados passou de titividade da marca nos mercados nacional e
castanha são formas de contri- do produto. Catarina. Ele foi eleito,
1600 para 2.235 Ramo: Agropecuário internacional.
buir com o desenvolvimento da por voto popular, o ven-
• Aumento do número economia local e da qualidade de Empolgados com os resultados Projeto: Aliança cedor da categoria “In-
A Lar, por sua vez, possuía três indústrias de
de cooperativas e vida de pequenos produtores. obtidos, os cooperados ficaram estratégica de fluenciador coop”.
corte e cinco de rações, com produção de
associações: de 34 ainda mais motivados a produzir. intercooperação na grãos capaz de garantir a alimentação de uma
para 45 Por conhecer de perto essa rea- E até mesmo quem não entende avicultura de corte Com uma trajetória de
criação maior que a sua. Além disso, já estava
lidade, a Cooperativa Central de muito de tecnologia, aprovou as 25 anos no Sistema Uni-
• Crescimento Indicadores de habilitada a exportar cortes de aves para mais
Comercialização Extrativista do inovações da cooperativa. cred, Marcelo é um apai-
exponencial da escala desempenho: de 100 países. Foi então que surgiu a ideia de
Acre (Cooperacre) investiu em xonado pelo cooperati-
produtiva, de 45 para somar a produção das duas cooperativas para
tecnologia para aumentar a pro- “Eu não entendo muito desse • Aumento do número vismo — que considera
900 toneladas que elas pudessem conquistar, juntas, uma fa-
dutividade das castanheiras e evi- negócio de tecnologia, mas hou- de empregos gerados a mais equilibrada forma
tia maior do mercado.
tar o êxodo rural da região. ve um aumento bem relevante na unidade industrial de organização humana
na produção dos nossos coope- de aves de Marechal porque produz de ver-
Para garantir uma transição adequada para
O primeiro investimento da co- rados. Eles também estão bem Cândido Rondon (de dade, distribui de modo
os cooperados da Copragril, manteve-se uma
operativa foi a compra de um motivados a trazer seus produtos 2.100 para 2.350 postos justo e cada um é livre
política de pagamento por média da produ-
equipamento de seleção e clas- para a cooperativa, deixando de de trabalho) e na para participar.
ção para os três primeiros lotes dos avicul-
sificação da castanha, visando o entregá-los ao primeiro atravessa- indústria de rações do tores. Assim, os produtores tiveram tempo e
aumento tanto da produção anual dor que aparecer”, avalia Antonio município de Entre Rios “É uma alegria muito
condições para se adaptar às exigências téc-
quanto da qualidade do produto. Mendes de Oliveira, cooperado do Oeste (de 53 a 170) grande receber esse
nicas e uma tabela de pagamento 100% atre-
A máquina separa as amêndoas, da singular Cooperliber. prêmio. Nosso desejo é
• Total de aviários lada ao desempenho zootécnico.
automaticamente, em cinco clas- o de difundir cada vez
associados passou de
sificações. Antes dela, esse pro- Vale destacar: com a chegada mais [o cooperativismo],
342 para 399, em um “Decidimos fazer essa aliança estratégica por-
cesso era realizado manualmen- desse e de outros equipamentos, para levar o mais lon-
intervalo de dois anos. que enxergamos, na intercooperação, a opor-
te, de forma lenta e nem sempre toda a mão de obra foi realocada ge possível o alcance
tunidade de crescer, ampliar a nossa produção
precisa. para outros setores da cooperati- de suas ações”, disse
de aves e gerar melhores ganhos para os nos-
va, ajudando a aumentar a produ- Marcelo, que recebeu
sos associados”, afirma Ricardo Chapla, dire-
A Cooperacre busca, com essas tividade e os resultados de todo o 35.909 votos.
tor presidente da Copagril.
tecnologias, a melhora da escala grupo de cooperados. Uma pro-
Acesse o vídeo-case de produção e da qualidade do va de que a tecnologia pode, sim, Criada em 2020, a ca-
O diretor presidente da Lar, Irineo da Costa
produto. “De quebra, reduzimos ser sustentável e que o homem Acesse o vídeo-case Rodrigues, concorda. “Nosso projeto de inter- tegoria “Influenciador
custos e nos tornamos mais com- pode viver em harmonia com a Coop” homenageia per-
cooperação trouxe o ganho de escala que o
petitivos no mercado, entregan- floresta, aliando o aumento da sonalidades que se des-
mercado exigia. A Copagril continua com seus
do um melhor preço aos coope- produtividade com a preservação taquem na divulgação
associados, e é sócia da Lar apenas no segmen-
rados e aos consumidores”, avalia do meio ambiente. de conteúdos positivos
to da avicultura — uma parceria muito positiva
para as duas cooperativas e para os seus asso- sobre o coop — em pro-
ciados. Juntos, estamos crescendo, dividindo duções publicadas ou
custos e nos tornando mais competitivos.” replicadas nas mídias on
e off-line. As indicações
dos candidatos foram
feitas pelos sistemas es-
taduais. ■
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