Você está na página 1de 2

No capitulo dois (como opera a cultura) Roque Laraia procura demonstrar

como a cultura influencia o comportamento social e contribui assim para a


diversidade humana, para fazer isso de uma forma melhor Laraia divide o
mesmo em 5 partes, são elas: 1. A cultura condiciona a visão de mundo do
homem; 2. A cultura interfere no plano biológico; 3. Os indivíduos participam
diferentemente de sua cultura; 4. A cultura tem uma lógica própria; 5. A cultura
é dinâmica.

A cultura condiciona a visão de mundo do homem

“O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os


diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim
produtos de uma herança cultural, ou seja, resultado da operação de uma
determinada cultura” (p. 68), Laraia salienta o fato de que como o homem tem
sua visão do mundo através da sua cultura o mesmo tende a considerar o seu
modo de vida o mais correto, fenomeno que pode ser chamado tambem de
etnocentrismo, a partir disso o homem tende a achar que qualquer
comportamento diferente desse seu modo de ver o mundo é errado, esse seria
um conceito baseado no senso de superioridade de uma etnia para com a
outra e a exibição desta separação para o plano extra grupal resulta em
manifestações nacionalistas ou em formas mais extremas como a xenofobia.

A cultura interfere no plano biológico

Neste capitulo Roque Laraia retrata a apatia como reação oposta ao


etnocentrisimo e faz referência ao campo das doenças que não têm origem
apenas corporal, mas tem origem na psique, dizendo que estas são fortemente
influenciadas pelos padrões culturais. O livro tras o exemplo de quem acredita
que o leite e a manga constituem uma combinação perigosa, certamente
sentirá um forte incômodo estomacal se ingerir simultaneamente esses
alimentos o que o autor chama de “doenças psicossomáticas”.

Os indivíduos participam diferentemente na sua cultura

A participação do indivíduo em sua cultura é sempre limitada; nenhuma pessoa


é capaz de participar de todos os elementos de sua cultura. Nenhum sistema
de socialização é perfeito, em nenhuma sociedade são todos os indivíduos
igualmente bem socializados, pelo contrário, alguns podem permanecer
completamente ignorante a respeito de alguns aspectos. Apesar dessa
limitação é necessário que o indivíduo tenha um conhecimento mínimo, a fim
de permitir a sua articulação com os demais membros da sociedade.

A cultura tem uma lógica própria

Apresenta a ideia de que todo sistema cultural tem a sua própria lógica e trata
como etnocentrismo o fato de tentar transferir a lógica de um sistema para
outro. Entender a lógica de um sistema cultural depende da compreensão das
categorias ou hábitos, constituídos pelo mesmo. Toda sociedade dispõe de um
sistema de classificação para o mundo natural. Esses sistemas divergem entre
si” porque a natureza não tem meios de determinar ao homem um só tipo de
taxionomia.

 livro encerra com um capítulo intitulado “A cultura é dinâmica”, que atribui a


cultura um caráter dinâmico. Existem dois tipos de mudança cultural: a interna
(resultante da dinâmica do próprio sistema cultural) e a resultante do contato de
um sistema cultural com outro. Enfim, cada sistema cultural está sempre em
mudança e entende-las é fundamental para atenuar o choque entre as
gerações e evitar comportamentos preconceituosos. Além disso, é necessário
entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema, procedimento
este que “prepara o homem para enfrentar serenamente este constante e
admirável mundo novo do porvir” (p. 101)

Você também pode gostar