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Apucarana – 2023
FICHAMENTO
B. Os métodos da etnologia
• Se baseia mais nos conceitos de migração e disseminação;
• Cada corrente se apoia na aplicação de uma hipótese fundamental;
• A ocorrência de similaridades em culturas distantes é um dos alicerces da
hipótese evolucionista;
• Hoje essa teoria é rechaçada e preferem pensar que essas similaridades se
dão pela migração e difusão;
• Mesmo que a maioria das pesquisas vêm sendo fundadas nessas duas
hipóteses, há alguns antropólogos que estão sobretudo interessados nos
fenômenos dinâmicos da mudança cultural;
• Esse método baseia-se na comparação de fenômenos estáticos,
combinada com o estudo de sua distribuição;
• Em resumo, o método que o autor está tentando desenvolver baseia-se no
estudo das mudanças dinâmicas na sociedade que podem ser observadas
no tempo presente.
D. Raça e Progresso
Problemas surgidos com a mistura de tipos raciais;
O primeiro ponto em relação ao qual necessitamos de esclarecimento
refere-se ao significado do termo raça. No linguajar comum, quando falamos
de uma raça, queremos denotar um grupo de pessoas que têm em comum
algumas características corporais e talvez também mentais;
Embora não seja necessário considerar as grandes diferenças de tipo que
ocorrem numa população como fruto da mistura de diferentes tipos, é fácil
perceber que a mistura desempenhou um papel importante na história das
populações modernas;
A questão essencial a ser respondida é se temos qualquer evidência que
indique que os acasalamentos entre indivíduos de descendência e tipos
diferentes resultariam numa prole menos vigorosa do que a de seus
ancestrais;
No geral, é muito mais fácil encontrar diferenças claras entre raças em
relação à forma do corpo do que em relação a seu funcionamento;
O obstáculo em nosso caminho repousa na impossibilidade de se
estabelecer uma igualdade de condições;
O ambiente cultural é o mais importante fator para determinar os resultados
dos assim chamados testes de inteligência;
Acredito que o estado atual de nosso conhecimento nos autoriza a dizer
que, embora os indivíduos difiram, as diferenças biológicas entre as raças
são pequenas. Não há razão para acreditar que uma raça seja naturalmente
mais inteligente, dotada de grande força de vontade, ou emocionalmente
mais estável do que outra, e que essa diferença iria influenciar
significativamente sua cultura;
Se a antipatia racial fosse baseada em traços humanos inatos, isso se
expressaria em aversão sexual inter-racial. A mistura livre de donos de
escravos com suas escravas, a notável diminuição resultante do número de
negros puro-sangue, o progressivo desenvolvimento de uma população de
sangue meio-índio e a facilidade de casamento com índios quando se
podiam obter assim vantagens econômicas mostram claramente que não
há fundamentos biológicos para o sentimento racial;
A antipatia racial é efeito de cau sas sociais atuantes em todo grupo social
fechado, não importando se ele seja racialmente heterogêneo ou
homogêneo;
Não importa quão fraco o argumento em favor da pureza racial possa ser,
nós compreendemos seu apelo social em nossa sociedade. Embora as
razões biológicas aduzidas possam não ser relevantes, a estratificação da
sociedade em grupos sociais de caráter racial irá sempre levar à
discriminação de raça;
Ao longo deste trabalho e da leitura do livro em si, fez-se um passeio por aquilo
que o autor chama de Antropologia Cultural. Neste processo, é interessante notar que
a história da Antropologia Cultural é a própria história do homem. Homem, sociedade,
cultura, tudo está amplamente conectado.
Vimos como a Antropologia Cultural ainda tem suas limitações, erros, proble-
mas metodológicos, mas como os antropólogos buscam evoluir e dar respostas às
questões levantadas pelo homem sobre si mesmo e seus ancestrais. Vimos também
como ela está atrelada a diversos fatores como os fatores biológicos, psicológicos,
geográficos e econômicos.
Algo que também achei de grande valia, é a questão das raças que fora expli-
cada pelo autor. O mesmo vivera em um contexto onde as questões raciais se encon-
travam em grande fervor, com alguns antropólogos e biólogos legitimando a superio-
ridade branca através do evolucionismo darwinista. Franz Boas mostra como a ques-
tão de preconceito racial está mais ligada às questões sociais do que sendo algo “na-
tural” ao homem.
Por fim, também declaro como muito interessante o fato do objetivo da Antro-
pologia Cultural. Creio que “descobrir, entre todas as variedades do comportamento
humano, aqueles que são comuns a toda a humanidade” será de grande valia ao ho-
mem, pois traz conhecimento ao mesmo e, conhecendo-se, o homem pode evoluir.
A Antropologia Cultural, em minha opinião, deveria ocupar uma das cadeiras
centrais nas discussões filosóficas. Pode-se, através dela, mostrar como o homem,
mesmo tão diverso, é tão igual, quebrando nossos preconceitos, entendendo que na
diversidade também há igualdade. Podemos, assim, estudar melhor nossos erros cul-
turais para melhorá-los e definir um caminho mais seguro para o futuro. Podemos
ajudar os homens a unirem-se para a construção de um mundo mais fraterno, onde
todos nos esforçaremos para ser construtores de uma “boa cultura”.