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Digestão de alimentos

Digestão enzimática

José Júlio G. B. Martins


Digestão

Processo degradativo, de ordem física e química, em que os


alimentos dão origem a compostos de menor peso molecular, que
lhes possibilite serem mais tarde absorvidos
Digestão física

Tem lugar na boca (mamíferos) e na moela (aves).


Auxiliada pela motilidade do aparelho digestivo.
Digestão química

Através das secreções das glândulas anexas e do tubo digestivo


(digestão enzimática) e pela acção de microrganismos do tubo
digestivo (digestão microbiana)
Regulação

A actividade secretora e a motilidade são reguladas por influências


nervosas e hormonais (locais).
Acção das secreções digestivas

É exercida sobre os 3 principais grupos de nutrientes: proteínas,


hidratos de carbono e lípidos, bem como produtos intermédios da
degradação destes.

A acção dá-se por ruptura de ligações peptídicas, glicosídicas e


ésteres, respectivamente.
Origem das enzimas

Varia com a espécie e, especialmente, com o regime alimentar.

Carnívoros: enzimas próprias, alimentos energéticos e ricos em


proteína.

Herbívoros: digestão de natureza microbiana (digestão da celulose) e


digestão com enzimas próprias.

Omnívoros: situação intermédia relativamente às anteriores.


Digestão enzimática das proteínas

• Inicia-se no estômago (HCl + pepsina)

• Continua no intestino delgado: intraluminal (enzimas pancreáticas),


membranosa e intracelular (aminopeptidases da mucosa intestinal).

• Enzimas pancreáticas: tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidase


(A e B), degradam as proteínas e polipéptidos de alto PM em
oligopéptidos (por acção de aminopeptidases e dipeptidases)
Digestão enzimática dos hidratos de carbono

Tem lugar em duas fases

1. Desdobramento intraluminal dos polissacáridos

2. Digestão membranosa dos oligossacáridos.


Digestão enzimática dos hidratos de carbono

Degradação intraluminal

• Levado a cabo pela a-amilase (quebra as ligações a-glicosídicas,


excepto as 1,4 a-glicosídicas terminais e as 1,6 a- e 1,4 a-
-glicosídicas perto das ramificações.

• Actua sobre o amido, amilose, amilopectina e glicogénio.

• Ao actuar sobre a amilose liberta-se a maltose e a maltotriose

• Ao actuar sobre a amilopectina liberta-se a maltose, a maltotriose a


a-dextrina e algumas moléculas de glicose.
Digestão enzimática dos hidratos de carbono

Digestão membranosa

• As dissacaridases (maltase, lactase e sacarase) estão localizadas na


zona pilosa das células epiteliais do intestino delgado (digestão
membranosa).

• Promovem a degradação dos dissacáridos em monossacáridos que


serão absorvidos.
Digestão enzimática dos lípidos

Tem lugar em duas fases

1. Emulsificação

2. Digestão.
Digestão enzimática dos lípidos

Emulsificação

• Levada a cabo pelos sais dos ácidos biliares, que actuam como
detergentes.

• Os ácidos biliares reduzem t.b. o pH e impedem que os ácidos gordos


se esterifiquem nas células epiteliais.
Digestão enzimática dos lípidos

Digestão membranosa

• A lipase corta as ligações ésteres dos lípidos originando


monoglicéridos (MG) e ácidos gordos (AG).

• Os AG, MG e ácidos biliares formam agregados carregados


negativamente (micelas) que penetram nos espaços entre as
microvilosidades.

• Desta forma os AG e MG são absorvidos rapidamente para a corrente


linfática (os ácidos biliares são absorvidos no íleo)
Digestão de alimentos
Prática
PRÁTICA
Digestão do amido
FAZER UMA SOLUÇÃO DE AMIDO E RECOLHER
SALIVA
Solução de amido
1. Misturar uma colher de chá de farinha (amido) com um
pouco de água fria de modo a obter uma pasta homogénea
2. Juntar 20ml de água quente e mexer até diluir, (2 a 3
minutos)
3. Deixar arrefecer antes de usar

Recolha de saliva
• Recolher cerca de 2ml de saliva, para o que deve lavar
previamente a boca. Diluir a saliva com soro fisiológico
na proporção de 1:1
PREPARAR OS TUBOS

Padrões (tubos 1 e 2)
1. Colocar 3ml de solução de amido no tubo de ensaio
2. Adicionar 2-3 gotas de solução de Lugol

Restantes tubos (3, 4, 5 e 6)


• Colocar 3 ml de solução de amido nos tubos
• Adicionar 2-3 gotas de solução de Lugol
• Deitar 2,5 ml de solução de pancreatina (tubos 3, 4 e 5)
• No tubo 6, deitar 2,5 ml de solução de amilase
• Colocar os tubos 1, 3 e 6 em banho Maria a 37º C, o tubo
4 a 0º C e os 2 e 4 a 60º C
• Registar a alteração de cor nos tubos ao fim de 10
minutos e efetuar o registo no Quadro
Quadro 1: Digestão do amido

Amido Lugol Pancreatina Saliva Temper.


Tubo Resultado
(ml) (gotas) (ml) (ml) (ºC)

1 3 2 - - 37

2 3 2 - - 70

3 3 2 2 - 37

4 3 2 2 - 0

5 3 2 2 - 70

6 3 2 - 2 37
PRÁTICA
Digestão das gorduras
1. Preparar 3 tubos de ensaio de acordo com o Quadro 2
2. Homogeneizar após adicionar o indicador de pH (azul de
bromotimol)
3. Adicionar NaOH 1M caso após a adição do indicador não
tiver obtido uma coloração azulada. O número de gotas a
adicionar deve ser de forma a obter uma ligeira coloração
azul de idêntica tonalidade entre tubos
4. Homogeneizar os tubos e colocar em banho Maria a 37ºC
5. Registar o tempo necessário para que haja alteração de
cor do indicador de pH
6. Registar os resultados no Quadro 2
Quadro 2: Digestão das gorduras
Azul de
Leite H2O Pancreatina Saliva DOC NaOH
Tubo Bromotimol Resultados
(ml) (ml) (ml) (ml) (gotas) (gotas)
(gotas)
1 2,5 2-3 2 3 ?

2 2,5 2-3 2 3 ?

3 2,5 2-3 2 ?

4 2,5 2-3 2 3 ?

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