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Inspeção Radiológica

de Segurança
Funcionamento do Sistema de Aviação Civil

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Maria Elvira Oliveira Jesus

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Funcionamento do
Sistema de Aviação Civil

• Sistema Nacional de Aviação Civil;


• Estrutura Organizacional;
• ANAC;
• Infraero;
• Polícia Federal;
• Companhias Aéreas Brasileiras;
• Sistema Internacional de Aviação.


OBJETIVO

DE APRENDIZADO
• Compreender o sistema aeroportuário nacional e internacional, os órgãos reguladores e
componentes desse sistema.
UNIDADE Funcionamento do Sistema de Aviação Civil

Sistema Nacional de Aviação Civil


O sistema de aviação civil inicia-se no país de forma sólida, por meio do Decreto n°
19.902, de 22 de abril de 1931, criando o órgão DAC – Departamento de Aviação Civil,
subordinado ao Ministério da Aviação e Obras Públicas.

A partir de então, o Estado se responsabilizou pelo desenvolvimento da aviação co-


mercial brasileira, sendo esse Órgão, durante longo tempo, o responsável por planejar,
supervisionar, controlar e fiscalizar as atividades da aviação comercial civil.

No ano de 1941, o DAC passa a ser subordinado ao Ministério da Aeronáutica, com


intuito de criar uniformidade entre a aviação comercial e a militar. Contudo, era o res-
ponsável pelas políticas aplicadas ao Setor.

O fim da Segunda Guerra Mundial permitiu a compra de aeronaves a preço mais


acessível, criação de empresas aéreas e, automaticamente, maior competição no Mer-
cado nacional.

Dessa forma, fez-se necessário maior organização da gestão em nosso país.

Como as guerras impulsionaram a aviação. Disponível em: https://bit.ly/3f1jq5T

A partir da década de 1960, a gestão passou a ser pautada com base em empresas
públicas, a descentralização institucional e a aproximação com o modelo de gestão pri-
vado, resultando em maior fortalecimento da União frente aos estados.

No final da década de 1960, o Decreto n° 65.144/69 criou o Sistema de Aviação


Civil e o definiu como seu órgão central, ao qual todos os demais órgãos se subordina-
vam tecnicamente.

Com base nas necessidades de haver um Órgão que se responsabilizasse pela infra-
estrutura aeroportuária, cria-se a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
– INFRAERO, no ano de 1972, cuja responsabilidade era substituir os militares na im-
plantação, administração, operação e exploração da infraestrutura aeroportuária.

Até 2005, a regulação do sistema de aviação civil do Brasil era realizada pela DAC,
visando a uma administração direta. Porém, por meio da Lei no 11.182, cria-se a ANAC
como autarquia especial vinculada ao Ministério da Defesa. O Setor se fragmentou e
deixou de possuir um órgão central.

Essa Legislação era frágil na constituição das competências de planejamento da avia-


ção e, dessa forma, foi necessária a criação da Resolução ANAC nº 1, de 18/04/2006.
Veja o Art. 74, para informações mais explícitas.

A SAC (Secretaria Nacional de Aviação Civil) é criada no ano de 2007, como uma
Secretaria Especial do Ministério da Defesa, e passa a ser responsável pelo planejamento
estratégico, além da aprovação dos planos diretores, dos planos aeroviários estaduais e dos
projetos dos aeroportos.

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À ANAC, como Agência, coube a questão de implementação, de manuais, de pro-
gramas e de políticas, entre outros.

O processo de expansão dessa Secretaria ocorreu em 2011, quando foi inserida na


Presidência da República com padrão ministerial, o que permitiu desenvolvimento, visi-
bilidade e aumento das suas atribuições, à qual coube coordenar os órgãos e o sistema
de aviação, mas, no intuito de o planejamento estratégico formular, coordenar e super-
visionar as políticas para o desenvolvimento do setor.

O Sistema Nacional de Aviação Civil está amparado pela Constituição Federal, em


seu Artigo 21, que versa sobre a exploração direta e indireta dos aeroportos brasileiros
atestando que é de competência da União, permitindo a exploração mediante convê-
nios, concessões ou autorizações, cabendo à ANAC e à INFRAERO explorar e coorde-
nar grande parte dessas infraestruturas.

Os aeroportos desempenham papéis importantes no desenvolvimento econômico,


político e social das comunidades que atendem. A administração de um aeroporto tem a
responsabilidade de contribuir positivamente para a economia do local, assim mantendo
uma boa relação entre o trabalho efetivo do aeroporto com o meio ambiente que o en-
volve (AGÊNCIA BRASIL, 2018).

Conforme a Organização de Aviação Civil Internacional – OACI, existem quatro


formas de gestão dos aeroportos: diretamente pelo governo, por contrato de gerencia-
mento, por leasing ou concessão, ou diretamente por empresa privada, podendo ser
por administração direta por agência ou departamento governamental, administração
por empresa mista com participação majoritária do poder público, administração por
empresa mista com participação majoritária do setor privado, administração indireta do
Estado por meio de concessão a uma autoridade aeroportuária, administração por con-
sórcio de esferas governamentais e administração por empresa integralmente pública.

No Brasil, como já foi dito, a gestão está, em sua maioria, realizada pela INFRAERO,
que subdividiu a gestão em sete Superintendências Regionais (SR) em que estão inseridos
os aeroportos brasileiros, sendo em Brasília-DF, a sede gestora dessas SRs disponíveis em
nosso país (KNUPP; CALTABIANO; MANFREDINI; GOMES, 2014).

Já no que tange à divisão da estrutura aeroportuária, ela se separa em dois lados: o


da terra e o do ar, sendo que no lado do ar ocorrem procedimentos relativos à questão
como pouso, decolagem e controle de tráfego aéreo e na parte relacionada à terra,
temos a transferência entre os modais: estacionamento das aeronaves e os gates, o ter-
minal de passageiros, e os serviços de bagagem, acessos e estacionamento (TRB, 1987).

Estrutura Organizacional
Como em qualquer outra estrutura organizacional, um aeroporto possui uma distri-
buição de cargos e responsabilidades. Existe um organograma de funções que facilita o
entendimento dos processos, como se pode observar na imagem a seguir.

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UNIDADE Funcionamento do Sistema de Aviação Civil

Autoridade aeroportuária, conselho aeropotuário


ou representantes da cidade/condado

Diretor do aeroporto

Diretor adjunto de Diretor adjunto de


Diretor adjunto Diretor adjunto
finanças e planejamento e
de operações de manutenção
administração engenharia
Gerente de Gerente de Gerente de
recursos operações prédios e
humanos aéreas dependências
Contador Gerente de Gerente de
chefe operações terreno
Gerente de em terra
instalações Gerente de
Gerente de veículos
Gerente de segurança
compras
Chefe de resgate
Gerente de de aeronaves e de
relações combate a incêndios
públicas

Figura 1 – Organograma da estrutura aeroportuária


Fonte: Adaptada de YOUNG; WELLS, 2014

Para cada uma das estruturas, temos as explicações das funções, a seguir.

O diretor do aeroporto é o responsável pelas rotinas, responde pela estrutura orga-


nizacional, supervisiona subordinados, operações aeroportuárias, estrutura e tudo o que
for relativo ao funcionamento do aeroporto.

O diretor financeiro se responsabiliza por questões de cunho financeiro como: con-


tas, auditorias, folha de pagamento, compras e tudo que for relacionado a questões de
gastos e de ganhos.

O contador-chefe realiza a gestão financeira e a supervisão de receitas e despesas.

O gerente de recursos humanos é responsável pela gestão de funcionários, que inclui


contratação, recrutamento, distribuição de cargos e salários e demissões, entre outros.

O gerente de instalações se responsabiliza por toda a estrutura do aeroporto, incluindo


equipamentos e instalações.

O gerente de compras é o responsável pelo processo de compras necessárias, licitações


e negociações de bens e serviços.

Como função do gestor de relações públicas, temos as relações entre o aeroporto e o


público vizinho, publicidade, visibilidade do aeroporto e atividades com personalidades
importantes da região.

Ao diretor adjunto de planejamento e engenharia cabe a manutenção do apoio à toda


estrutura aeroportuária, bem como aos projetos de reformas e construção.

O diretor adjunto de operações realiza a coordenação e a segurança das operações


aéreas e terrestres.

O gerente de operações é aquele que realiza a coordenação das operações no aeró-


dromo, tais como: iluminação de pistas, procedimentos para aterrissagem, ruídos aos
funcionários e chegadas e partidas de pessoas importantes.

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O gerente de operações por terra é o responsável por todas as operações realizadas
por terra, tais como: procedimentos de segurança, verificação de atividades perigosas e
atividades nas dependências do aeroporto.

Para o gerente de segurança ficam as responsabilidades do tráfego e da fiscalização


do cumprimento de normas, organizar a segurança e o acionamento de serviços espe-
ciais, como polícia e patrulhamento 24 horas.

O chefe de resgate de aeronaves e combate a incêndios se responsabiliza por planejar


estratégias para evitar acidentes, incêndios e desastres.

Na área de manutenção, temos o diretor de manutenções, que se responsabiliza por


coordenar todas as ações relativas a instalações, veículos, serviços e utilidade pública.

Ao gerente de prédios e dependências cabe cuidar dessas instalações, que são adjuntas
da área de carpintaria, elétrica, marcenaria e outros.

O gerente de terrenos deve assegurar que se mantenha a paisagismo, os pavimentos


e o sistema de drenagem.

E, por fim, o gerente de veículos cuida da manutenção, da lavagem, do polimento e


dos demais cuidados necessários aos veículos.

Dessa forma, percebe-se que a gestão de aeroportos não é uma tarefa fácil. Tam-
pouco pode ser exercida por qualquer pessoa, pois os turnos são diferenciados, incluem
finais de semana e horário noturno, além de ser uma pessoa com características admi-
nistrativas e de gestão.

ANAC
As Agências Reguladoras brasileiras são órgãos que regulam a administração de áre-
as específicas, de forma direta ou indireta.

São autarquias que permitem o exercício de funções regulatórias e surgiram no ano


de 2005, com as privatizações ocorridas em nosso país, para participarem desse pro-
cesso de concessão, regulando, de forma a garantir que as atividades pudessem ocorrer
da melhor forma.

Elas têm diversas características, que são:


• Capacidade técnica e conhecimento especializado;
• Autonomia para regulação;
• Agilidade na fiscalização frente às demandas;
• Transparência no atendimento.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), como autarquia federal e vinculada ao


Ministério da Infraestrutura, foi instituída em 2005, sendo criada com a finalidade de
regular e fiscalizar as atividades da aviação civil e a infraestrutura aeronáutica e aeropor-
tuária no Brasil.

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Suas ações estão pautadas nos macroprocessos de certificação, fiscalização, nor-


matização e representação institucional e, como missão, a garantia da segurança e a
excelência da aviação civil.

No que diz respeito aos valores, é referência na promoção da segurança e no desen-


volvimento da aviação civil, sendo os valores praticados: segurança, resultados, autono-
mia, competência técnica, integridade, transparência, valorização pessoal, inovação e
cooperação no Setor.

A Legislação que cria a ANAC (Lei 11.182) norteia as atribuições e reafirma a ques-
tão da regulação e da fiscalização de atividades no Setor, norteadas por diretrizes gover-
namentais, cujas competências são:
• Representar o Brasil junto a organismos internacionais de aviação e negociar acor-
dos e tratados sobre transporte aéreo internacional;
• Emitir regras sobre segurança em área aeroportuária e a bordo de aeronaves civis;
• Conceder, permitir ou autorizar a exploração de serviços aéreos e de infraestru-
tura aeroportuária;
• Estabelecer o regime tarifário da exploração da infraestrutura aeroportuária;
• Administrar o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB);
• Homologar, registrar e cadastrar os aeródromos;
• Emitir certificados de aeronavegabilidade atestando aeronaves, produtos e proces-
sos aeronáuticos e oficinas de manutenção;
• Fiscalizar serviços aéreos e aeronaves civis;
• Certificar licenças e habilitações dos profissionais de aviação civil;
• Autorizar, regular e fiscalizar atividades de aeroclubes e escolas e cursos de aviação civil;
• Reprimir infrações às normas do setor, inclusive quanto aos direitos dos usuários,
aplicando as sanções cabíveis.

Com a criação da ANAC, em 2005, a atividade de autoridade aeronáutica coube a


essa autarquia e, assim, houve a extinção do DAC.

Contudo, as atividades de prevenção de acidentes e investigação permaneceram com


o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – CENIPA e com o
Departamento de Controle do Espaço Aéreo.

A seguir, temos um Quadro que demonstra as principais características da ANAC de


forma resumida.

Tabela 1 – Agência nacional de aviação civil (ANAC)


Principais normativos Lei nº 11.182/2005 e Decreto nº 5731/06
Natureza Jurídica – Autarquia especial Autarquia sob regime especial vinculada ao Ministério da Defesa
Composição da Diretoria, formas de nomeação, Diretoria, procuradoria, corregedoria, conselho consultivo, ouvi-
mandato, incompatibilidades, etc. doria, auditoria interna, superintendências e unidades regionais
Recursos originários do Tesouro Nacional e receitas próprias. Cobrança
Independência financeira
de taxas por prestação de serviços e exercício de poder de polícia.

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Principais normativos Lei nº 11.182/2005 e Decreto nº 5731/06
Fiscalizar e regular as atividades de aviação civil e infraestrutura ae-
roportuária e aeronáutica. Adotar medidas necessárias para o aten-
Finalidades
dimento de interesse público e para o desenvolvimento da aviação
civil, da infraestrutura aeroportuária e aeronáutica do país.
Composição de conflitos (Art. 8 XX, da Lei). Processo decisório
Poderes normativos e decisórios (Arts. 26-28 da Lei e Arts. 42 e 45 do Decreto). Diversas competências
elencadas nos Artigos 4º e 9º do Decreto
Controle Pontual da Administração Central, Poder Judiciário, Tri-
Formas de controle bunal de Contas, Controle Social (Ouvidoria, Consulta e Audiência
Pública). Lei 9784/1999.
Celebrará convênios com órgãos e entidades do governo compe-
Cooperação com outras entidades
tentes sobre a matéria (Art. 6º da Lei).
Fonte: Adaptada de CUELLAR, 2008 apud SENA, 2010

Infraero
A INFRAERO – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária foi constituída
pela Lei 5862, de 1972, e é uma empresa pública com personalidade jurídica de direito
privado, com administração financeira e patrimônio próprio.

Com vínculo com o Ministério da Defesa, tem plano arrojado de modernização da


estrutura aeroportuária por meio de concessões e convênios.

Acerca de programas de responsabilidade social e de meio ambiente, procura reali-


zar programas, atividades e ações entre seus funcionários, baseados nas necessidades
e contexto.

A INFRAERO, anualmente, libera relatórios acerca da gestão financeira e não finan-


ceira, dados de sua gestão e afins, tendo como base a Lei 6.404/1976.

O relatório de 2019 foi realizado por áreas gestoras da Infraero e relacionou resulta-
dos com base nas estratégias definidas pela Administração.

Os dados demonstrados estão embasados nos princípios básicos da Estrutura Inter-


nacional para Relato Integrado (EIRI) e atendem à Decisão Normativa nº 178/2019 do
Tribunal de Contas da União (TCU) e foram examinados por Auditoria Independente.

No que diz respeito à gestão no planejamento estratégico, o Relatório afirma que:

[...] o Planejamento Estratégico da Empresa foi baseado em três pilares, a sa-


ber: o primeiro refere-se ao cumprimento da política de governo no sentido
de conceder todos os aeroportos da Rede Infraero sem descuidar da seguran-
ça de voo e da qualidade do serviço ao passageiro. O segundo relaciona-se
ao novo portfólio para a Empresa, com base nas expertises que acumulou
nos seus quase 50 anos de existência. A essência desse pilar é que a Infraero,
além de vender serviços aeroportuários, atue na execução da política pública
voltada ao desenvolvimento da aviação regional. O terceiro trata da necessá-
ria sustentabilidade financeira da Empresa – que, para tanto, tem voltado seu
esforço para consolidar-se enxuta, ágil e eficiente em todas as atividades que
desempenha. (NORMATIVA Nº 178/2019)

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De acordo com Relatório Anual de 2019, missão, valores e visão são:


• Missão: prestar serviços aeroportuários de excelência, criando valor para os clientes
e contribuindo para o desenvolvimento do país;
• Visão: ser um elo estratégico para o setor de aviação civil e se consolidar no mer-
cado como uma empresa de serviços aeroportuários;
• Valores: ética e transparência, responsabilidade socioambiental, compromisso com
a qualidade dos serviços, valorização da marca e dos colaboradores, geração de re-
sultados, confiança, inovação, orgulho de ser Infraero, efetividade e competitividade,
adaptação a mudanças, engajamento e superação.

No Relatório, informa-se, dentre outras, a readequação do efetivo para 6.501 por


meio de programas de incentivo de desligamento, além do alto investimento em obras
e serviços de Engenharia em aeroportos, que somam R$ 443,93 milhões, como as re-
alizadas nos aeroportos de Congonhas (SP), Belém (PA), Curitiba (PR), Imperatriz (MA),
Uberlândia (MG), Uberaba (MG), Santos Dumont (RJ), Macapá (AP) e Macaé (RJ).

Foram realizados contratos de gestão e administração para pequenos aeroportos re-


gionais, bem como a venda de serviços de manutenção, treinamentos e soluções de TI,
entre outros, para aeroportos concedidos e regionais.

Dessa forma, é importante o acompanhamento desses relatórios anuais, pois eles


estão pautados nas ações definidas para aquele período e reafirmam o processo de
gestão da INFRAERO, como se pode verificar na imagem a seguir, que elenca a cadeia
de processos da empresa no mapa de valor construído para o período de 2019-2023:

Figura 2 – Mapa de Valor INFRAERO


Fonte: INFRAERO, 2019

No que diz respeito à estrutura organizacional com vistas à manutenção de padrões


segurança, regularidade e eficiência, temos a seguinte composição:
• Assembleia Geral de Acionistas: órgão máximo de decisão da Infraero, a quem
compete alterar o Estatuto Social, eleger ou destituir os conselheiros da companhia
e aprovar as Demonstrações Financeiras, entre outras;
• Comitê de Elegibilidade: órgão instituído para auxiliar os acionistas na verifica-
ção de conformidade do processo de indicação e avaliação dos Administradores e
Conselheiros Fiscais;

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• Conselho Fiscal: órgão independente fiscalizador dos atos dos Administradores,
que atua em defesa da Empresa e dos seus acionistas;
• Conselho de Administração: órgão colegiado de deliberação estratégica, respon-
sável por fixar a política de orientação geral dos negócios da Infraero, definir as di-
retrizes, nomear e acompanhar o desempenho da Diretoria Executiva. É composto
por sete membros, eleitos pela Assembleia Geral, sendo no mínimo 25% desses
membros independentes;
• Comitê de Auditoria: órgão de suporte ao Conselho de Administração, no que
se refere ao exercício das funções de auditoria e de fiscalização da qualidade das
demonstrações contábeis, à efetividade do sistema de controles internos, e à efeti-
vidade das auditorias interna e independente;
• Diretoria Executiva: órgão executivo de administração e representação da Infraero,
ao qual cabe assegurar o funcionamento regular da Empresa em conformidade com
a orientação geral traçada pelo Conselho de Administração. É constituída de um
Presidente e três diretores;
• Auditoria Interna: vinculada ao Conselho de Administração, responsável por rea-
lizar auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, administrativa, patri-
monial e operacional, além de aferir a adequação dos controles internos, a efetivi-
dade do gerenciamento dos riscos e processos de governança;
• Ouvidoria: vinculada ao Conselho de Administração, a quem compete receber e exa-
minar as sugestões, reclamações e denúncias de investidores, empregados, fornece-
dores, clientes, usuários e da sociedade em geral, relativas às atividades da Empresa;
• Comissão de Ética: representa a Infraero na Rede de Ética do Poder Executivo Fe-
deral e atua como instância consultiva dos dirigentes, empregados e colaboradores da
Empresa, dentre outras atribuições

Essas atribuições estão dispostas no mapa a seguir:

Figura 3 – Mapa de Valor INFRAERO


Fonte: Adaptado de INFRAERO, 2019

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Polícia Federal
A PF – Polícia Federal foi criada há 66 anos como órgão permanente do Sistema Na-
cional de Segurança Pública, como estabelecido no Artigo 144 da Constituição Federal
do Brasil, 1988.

Possui diversas responsabilidades legais e constitucionais de forma múltipla e com-


plexa, dentre as quais está o exercício de atividades de Polícia Judiciária da União e de
Polícia Administrativa em todo o território brasileiro.

A sede central e as unidades de planejamento, coordenação e controle das atividades


institucionais estão em Brasília, com unidades descentralizadas denominadas Superinten-
dências Regionais, sediadas nas capitais dos 26 estados da Federação e no Distrito Federal.

Além disso, possui 97 delegacias, 16 postos temporários, 15 delegacias especiais,


um posto permanente e dois centros de treinamento em municípios no interior do país.

Está presente em vários países, com 11 adidâncias policiais e seis escritórios de ligação.

Sua atuação, como dito, é diversificada e inclui segurança pública para a preservação
da ordem pública, pessoas, bens investigação dos crimes federais, como, por exemplo:
os crimes contra a Previdência Social, saques fraudulentos de FGTS e seguro-desem-
prego, contrabando e descaminho, moeda falsa, peculato e corrupção praticados por
servidor público federal, desvio de verbas públicas federais, crimes eleitorais, narcotráfi-
co, tráfico de armas, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro, tráfico de
pessoas, trabalho escravo, crimes contra o meio ambiente e crimes cibernéticos, dentre
outros que tenham repercussão internacional ou interestadual, exercendo papel de polí-
cia marítima, aeroportuária e fronteiras, principalmente, na repreensão do tráfico.

As funções exercidas pela PF no Brasil são similares às organizações internacionais como


o FBI e, portanto, deve primar nas suas ações preventivas e repressivas e regular os direitos
dos cidadãos, com vistas à proteção de bens, direitos e atividades, com o objetivo de impedir
que o comportamento do indivíduo ou das organizações cause prejuízos ao coletivo.

Companhias Aéreas Brasileiras


Para que uma empresa aérea possa ter concessão no espaço aéreo brasileiro, é
necessário que seja constituída junto aos órgãos responsáveis e obtenha Certificação
Operacional com registro das aeronaves e a Outorga da Concessão.

É um processo composto por 5 etapas, por meio da SPO – Superintendência de


Padrões Operacionais, que inclui:
• Fase 1: Reunião de Orientação Prévia – ROP;
• Fase 2: Verificação preliminar de documentação;
• Fase 3: Análise/aprovação de documentação;
• Fase 4: Verificações e inspeções;
• Fase 5: Emissão de certificado.

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Quanto ao Registro das Aeronaves, deverá ser realizado junto à Gerência Técnica do
Registro Aeronáutico Brasileiro – GTRAB.

Finalizado o processo de certificação, a empresa buscará a outorga para operar e


explorar serviços aéreos, devendo obedecer às Legislações vigentes e à pretensão de
exploração pretendida.  

Dentre as Legislações, temos o processo de Outorga da Concessão, que é regula-


mentado pela Resolução ANAC nº 377, de 15.03.2016 e pela Portaria nº 616/SAS, de
16.03.2016. Após a aprovação e a divulgação no D.O.U., a empresa está apta a realizar
o serviço.

Segundo a ANAC, no Brasil, no ano de 2020, constam 3 empresas em operação de


voos domésticos: Azul, Latam e Gol.

Empresas aéreas brasileiras transportam 104,4 milhões de passageiros em 2019.


Disponível em: https://bit.ly/3sdLRkD
Leia mais: Regulamento Brasileiro da Aviação Civil n°121.
Disponível em: https://bit.ly/398rHRw
Instrução Suplementar nº 119-001.Disponível em: https://bit.ly/3cU4vrr

Sistema Internacional de Aviação


O desenvolvimento do sistema internacional de aviação civil é regulado pela ANAC,
com o objetivo de harmonizar procedimentos, normas e regras para o transporte aéreo
internacional. Promove acordos de serviços aéreos e alinhamento com os serviços na-
cionais e internacionais.

Podemos referenciar o início do sistema internacional de aviação a partir da Conven-


ção de Chicago, assinada em 7 de dezembro de 1944, que deu origem à Organização
da Aviação Civil Internacional (OACI), sendo responsável pela inserção e pelo estabele-
cimento de padrões comuns a diversos países, com o objetivo de instituir a segurança
das operações no âmbito da aviação civil internacional.

No Brasil, foi incorporada juridicamente por meio do Decreto 21.713, de 27/08/1946,


vedando expressamente a utilização de investigações com foco preventivo como instru-
mento probatório em processos outros que visem à responsabilização de profissionais
da aviação (administrativos, civis ou penais).

Existem diversos Acordos de Serviços Aéreos (ASAs) internacionais no Brasil, com o


objetivo de uniformizar as ações, além de organismos gerenciadores, como:  Organiza-
ção da Aviação Civil Internacional (OACI), Comissão Latino-Americana da Aviação Civil
(CLAC), Comunidade das Autoridades de Aviação Civil Lusófonas (CAACL), Sistema
Regional de Cooperação para Vigilância da Segurança Operacional (SRVOSP), Grupo
Regional de Segurança Operacional Pan-Americano (RASG-PA).

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Dos que foram citados, a OACI, segundo a ANAC (2020) é a:

Agência especializada das Nações Unidas responsável pela promoção do


desenvolvimento seguro e ordenado da aviação civil mundial, por meio do
estabelecimento de normas e regulamentos necessários para a segurança,
eficiência e regularidade aéreas, bem como para a proteção ambiental da
aviação. Com sede em Montreal, Canadá, a OACI é a principal organi-
zação governamental de aviação civil, sendo formada por 191 Estados-
-contratantes representantes da indústria e de profissionais da aviação.

Dessa forma, com as informações mencionadas, consegue-se verificar que a organi-


zação do sistema de aviação civil é complexa, porém, com funções específicas de cada
um dos órgãos envolvidos, com o objetivo de melhorar as ações do sistema.

Na próxima Unidade, vamos verificar com mais evidência a questão do tráfico e as


Legislações importantes neste contexto.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Leitura
Florianópolis, Viracopos e Brasília são os melhores aeroportos do país
https://bit.ly/31kHubX
O setor de aviação civil no Brasil: impactos da crise de 2006/2007 e criação da ANAC para geração de
inovação
https://bit.ly/3dctg2n
Normas e regulamentos da Infraero
https://bit.ly/3sbsSHn
Estrutura da ANAC
https://bit.ly/3r8BCwF

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Referências
AFONSO, P. R. C. F. Coordenação no Sistema de Aviação Civil do Brasil. ENAP –
Escola de Administração Pública, 2018. Disponível em: <http://repositorio.enap.gov.
br/handle/1/3531>.

KNUPP, R. J. L; CALTABIANO, F. G.; MANFREDINI, C.; GOMES, da S. J. L. Gestão e


Desafios da Infraestrutura Aeroportuária Brasileira: Dificuldades Operacionais para a Rea-
lização de Grandes Eventos. Revista Científica Hermes, núm. 11, junio-diciembre, 2014,
pp. 47-66 Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa Brasil, Brasil, 2014.

MACIEL, M. M. C. C. Atuação do núcleo de combate ao tráfico internacional de


drogas no Aeroporto de Fortaleza/CE. Brasília: Academia Nacional de Polícia-ANP,
2012. 70p.

SILVA, A. da. Aeroportos e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Instituto Histórico-


-cultural da Aeronáutica, 1991. 403p. (Coleção Aeronáutica)

SIMÃO, A. et al. A Implementação de um Processo de “Gestão por Processos” na


Polícia Federal Brasileira. Rio de Janeiro: Elogroup, 2011.

TRB – Transportation Research Board of the National Academies, 1987. Designing


safer roads: practices for resurfacing, restoration and rehabilitation. Special Report
214, EUA, 1987.

YOUNG, S. Aeroportos: Planejamento e Gestão/Seth Young, Alexander Wells; tradução:


Ronald Saraiva de Menezes. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.

Sites Visitados
ANAC. Atuação Internacional. ANAC, 2020. Disponível em: <https://www.anac.gov.
br/A_Anac/internacional>.

BOEHM, C. Aeroporto de Guarulhos é considerado o melhor do país em sua cate-


goria. Agência Brasil, 2018. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/
noticia/2018-02/aeroporto-internacional-de-sp-e-considerado-o-melhor-do-pais-em-
-sua-categoria>.

RELATÓRIO Anual 2019. INFRAERO, 2019. Disponível em: <https://transparencia.


infraero.gov.br/wp-content/uploads/2020/09/Relat%C3%B3rio-Anual-2019_80.pdf>.

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