ARTE
Prof. ANGELO ROBERTO SILVA BARROS
RENASCIMENTO, BARROCO,
NEOCLASSICISMO, ROMANTISMO
E REALISMO
01.
TEXTO I
AFRODITE DE CNIDO. ESTÁTUA DE PRAXÍTELES.
SÉCULO IV A.C. MUSEU DO VATICANO.
TEXTO II
BOTITICELLI, SANDRO. O NASCIMENTO DE VÊNUS (1482).
TEMPERA SOBRE TELA. 172,5 CM X 278,5 CM. GALERIA DOS OFÍCIOS.
Sobre as semelhanças apresentadas nas obras, é
correto afirmar que:
(A) não são coincidência, pois as obras
renascentistas inspiram-se na cultura greco-romana.
(B) são coincidência, pois as obras foram esculpidas
em períodos distintos em relação entre si.
(C) são coincidência, pois, durante a Idade Média, a
Igreja Católica proibiu a representação da nudez.
(D) são coincidência, uma vez que as obras da Idade
Moderna sofreram inspiração da antiguidade oriental.
(E) não são coincidência, pois o movimento
humanista atendia ás necessidades de expansão das
ideias da Contrarreforma.
02.
MICHELANGELO, O JUÍZO FINAL (1536-1541).
DIMENSÕES: 1370CM X 1200C. CAPELA SISTINA, VATICANO.
Acerca da obra O juízo final, de Michelangelo
Buonarroti, é correto afirmar que:
(A) utiliza modlos inspirados nos padrões da Igreja
Católica Medieval, sobretudo pela valorização do
divino em detrimento do humano.
(B) as formas retas e simétricas são as mesmas
utilizadas na pintura greco-romana.
(C) valoriza as formas humanas em uma clara
manifestação antropocêntrica, mas sem deixar de
representar a onipotência do elemento divino.
(D) ao buscar temas bíblicos, o autor adere às visões
teocêntricas do medievo.
(E) o excesso de detalhes e a valorização do sagrado
fazem de seu autor um legítimo representante da arte
barroca.
03.
TEXTO I
“Um cachorro, que carregava na boca um pedaço de carne, ao
cruzar uma ponte sobre um riacho, de repente, vê sua imagem
refletida na água. Diante disso, ele logo imagina que se trata de
outro cachorro, com um pedaço de carne maior que o seu. Ele não
pensa duas vezes, deixando cair no riacho o pedaço que carrega,
e ferozmente se lançando sobre o animal refletido na água. Seu
objetivo é simples, tomar do outro, aquela porção de carne que
julga ter o dobro do tamanho da sua. Agindo assim, ele acaba
perdendo a ambos. Aquele que tentou pegar na água, por se tratar
de um simples reflexo, e o seu próprio, uma vez que ao largá-lo nas
águas, a correnteza acaba por levar para longe”.
Moral da História: É um tolo e duas vezes imprudente, aquele que
desiste do certo pelo incerto.
TEXTO II 04.
“Conta-se que, certa vez, Narciso passeava nos bosques. Perto
dali, a ninfa ECO, que era uma tagarela incorrigível, acompanhava-
o, admirando sua beleza, mas sem deixar que a notasse. Eco, em
virtude de sua tagarelice, foi punida por Hera, esposa de Zeus, para
que sempre repetisse os últimos sons que ouvisse (por isso, na
física, chamamos de eco a reverberação do som). Por sua vez,
Narciso, suspeitando de que estava sendo seguido, perguntou:
“quem está aí?”. E ouviu: “Alguém aí?” Então, ele gritou novamente:
“Por que foges de mim?”. E ouviu “foges de mim”. Até dizer
“Juntemo-nos aqui” e ter como resposta “juntemo-nos aqui”. Toda
essa repetição acabou deixando Narciso angustiado por desejar
amar algo que não poderia ver. Dessa forma, Narciso entristeceu-
se e foi à beira de um lago, onde, de modo surpreendente, deparou-
se com sua imagem nos reflexos da água. Como nunca antes havia
se olhado (pois sua mãe foi recomendada a não permitir que isso
ocorresse), enamorou-se perdidamente, acreditando ser a pessoa
com quem estava “dialogando”. Por isso, tentou buscar
incessantemente o seu reflexo, imergindo nas águas nesse intento,
mas acabou morrendo afogado. A ninfa Eco sentiu-se culpada e
transformou-se em um rochedo, vivendo a emitir os últimos sons
que ouve. Do fundo da lagoa, surgiu a flor que recebeu o nome de IMAGEM I: DAVI, DE MICHELANGELO BUONARROTI.
Narciso e tem as suas características”. IMAGEM II: DAVI, DE GIANLORENZO BERNINI.
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Analisando-se essas duas esculturas, que
TEXTO III
representam a mesma personagem bíblica – Davi –,
notam-se relevantes elementos quanto às formas de
representação. A primeira obra é de Michelangelo
Buonarroti, artista do Renascimento, e a outra é de
Gianlorenzo Bernini, artistas do Barroco. Uma leitura
comparativa entre ambas permite afirmar que:
(A) Constituem exemplos de conflitos vivenciados
pelo homem em transição de uma postura
antropocêntrica renascentistas para o resgate do
teocentrismo medieval.
(B) elaboram uma similar releitura do mito bíblico na
qual o rei Davi se destaca pela beleza e virilidade.
(C) confirmam o poder da religião católica sobre a
mentalidade do homem da época, perdido em
conflitos míticos.
(D) configuram, retratos opostos de uma mesma
personagem: a serenidade e o equilíbrio do primeiro
contrastam com a força e o movimento do segundo.
(E) priorizam o culto da beleza física sobrepondo-se à
carga de subjetividade, em que as personagens são
retratadas movidas por forte emoção.

05.

NARCISO (1598-1600), DE MICHELANGELO MEIRISI DA CARAVAGGIO.

GALERIA NACIONAL DE ARTE ANTICA, PALAZZO CORSINI, ROMA.

A fábula e o mito revelam aspectos humanos

universais, mas cada um deles tem sua
particularidade, embora o ser humano de qualquer
época possa aprender com suas histórias e, a partir
de então, mudar seu comportamento. As artes
plásticas interpretam essas narrativas, como se vê no
quadro de Michelangelo Meirisi da Caravaggio, que
ilustra o mito de Narciso e do quadro de Michelangelo
Meirisi da Caravaggio, infere-se um traço comum a
eles:
(A) o engano pela ausente referência de si mesmos e
IMAGEM I: CRISTO DELLA MINERVA, DE MICHELANGELO
do outro. BUONARROTI.
(B) o enfado em decorrência da solidão. IMAGEM II: ANJO COM COROA DE ESPILHOS, DE GIANLORENZO
(C) o mal-estar causado pelo reflexo desagradável de BERNINI.

si mesmo. Analisando as duas esculturas, de Michelangelo

(D) o bem-estar por causa da própria beleza. Buonarroti e Gianlorenzo Bernini, respectivamente,
(E) o contentamento que resulta da integração entre observa-se como ambas são bastante
homem e natureza. representativas de suas épocas. Comparando-as, é
possível afirmar que:
(A) ambas refletem o conflito entre antropocentrismo
e teocentrismo, vivenciado pelo homem durante a
Contrarreforma.
(B) ambas destacam-se pela contenção das
emoções, reflexo da primazia do racionalismo e do
cientificismo da época do Renascimento.
(C) ambas comprovam o poder da Igreja católica
sobre o pensamento do homem da época, levando a
desprezar a ciência e a razão nas manifestações
artísticas.
(D) a obra de Michelangelo Buonarroti reflete o
racionalismo que marcou o Renascimento, enquanto
a de Gianlorenzo Bernini revela a dramaticidade
valorizada pela are durante o Barroco.
(E) as duas obras se completam, represnetando um
mesmo contexto em que, apesar do racionalismo e do
cientificismo, a religião ainda determinava valores e
concepções artísticas.
06.
ARC DE TRIOMPHE
Depois de sua maior vitória, na batalha de Austerlitz,
em 1805, Napoleão prometeu a seus soldados:
“Vocês voltarão sob arcos triunfais”. A primeira pedra
do que viria a ser o mais famoso arco triunfal do
mundo foi lançada no ano seguinte. Mas problemas
com o projeto do arquiteto Jean Chalgrin e o declínio
do poder de Napoleão adiaram a conclusão dessa
obra até 1836. Com 50 metros de altura, o arco é
atualmente o ponto de partida para a maioria das
celebrações e desfiles de vitória [em Paris, capital da
França].
Paris, Guia visual Folha de S. Paulo. São Paulo:
Publifolha, 2010, p. 210 (adaptado).
ARCO DE TRIUNFO, PRAÇA CHARLES DE GAULLE, PARIS, FRANÇA.
Sobre a construção do Arco do Triunfo de Paris,
atualmente transformado em ponto turístico disputado
da cidade, é possível admitir que:
(A) atendia aos interesses do general francês
Napoleão Bonaparte em propagandear seus feitos
militares, a exemplo do que faziam os imperadores
vitoriosos da Roma Antiga.
(B) segue nitidamente o estilo arquitetônico barroco,
caracterizado pelo excesso de detalhes e linhas
sinuosas, bem como pela ausência de qualquer
influência de origem greco-romana.
(C) assim como a Estátua da Liberdade, foi uma
conhecida homenagem produzida pelos franceses
aos estadunidenses, aliados imprescindíveis para as
exitosas campanhas marítimas de Bonaparte contra a
Grã-Bretanha.
(D) não contou com nenhum paralelo em épocas
passadas, uma vez que seu projetista era um famoso
entusiasta do futurismo, movimento que negava o
passado e celebrava as inovações e progressos do
século XIX.
(E) como afirma o texto, sua conclusão foi adiada
devido ao declínio do poderio de Napoleão Bonaparte,
fato que contribuiu para o gradual esquecimento de
seus feitos na memória coletiva dos franceses.
07. Analise as imagens abaixo:
FUZILAMENTO EM 03 DE MAIO, GOYA, 1814.
RUANDA, SEBASTIÃO SALGADO, 1994.
A tela de Francesco Goya retrata um trágico desfecho
da resistência espanhola diante da ocupação
napoleônica em uma guerra que durou de 1808 a
1814, quando aproximadamente 400 espanhóis foram
fuzilados. Já a fotografia de Sebastião Salgado,
segundo sua legenda original, “mostra corpos sendo
empilhados por tratores do Exército francês no
Campo de Kilumba, onde milhares de refugiados
ruandeses morrem todos os dias, vítimas de cólera,
disenteria bacteriológica, fome, desespero, durante o
curso do mais insano drama da história recente da
humanidade” – resultado da guerra civil em Ruanda,
ocorrida na última década do século XX. Embora
retratem tempos e lugares diferentes, as duas
imagens têm uma proposta em comum, que seria:
(A) evidenciar disputas de poder por grupos internos
dos países.
(B) denunciar atrocidades realizadas contra a vida
humana.
(C) analisar os problemas de intervenções Em busca de maior naturalismo em suas obras e
internacionais em conflitos internos de um país. fundamentando-se em novo conceito estético, Eduard
(D) mostrar os abusos das autoridades militares. Monet, Edgar Degas, Pierre Auguste Renoir e outros
(E) retratar a violência urbana contemporânea. artistas passaram a explorar novas formas de
composição artística, que resultaram no estilo
08. A análise da charge, reproduzida na edição de 31 denominado Impressionismo. Observadores atentos
de maio de 1998 pela Folha de São Paulo, permite da natureza, esses artistas passaram a:
afirmar, exceto: (A) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam
de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos
(B) usar pinceladas rápidas de cores puras e
dissociadas diretamente na tela, sem misturá-la antes
na paleta
(C) usar mais cor preta, fazendo contornos nítidos,
que melhor definiam as imagens e as cores do objeto
representado.
(D) retratar paisagens em diferentes horas do dia,
recriando, em suas telas, as imagens por eles
idealizadas.
(E) usar as sombras em tons de cinza e preto e com
efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no
A ERA DA INFORMAÇÃO
"Pensador" segura computador portátil enquanto pensa em Renascimento.
nada na charge do jornal "Los Angeles Times". O desenho
faz referência à obra "O Pensador", de Auguste Rodin. A ARTE DA PRIMEIRA METADE DO
SÉCULO XX: VANGUARDAS EUROPEIAS
(A) O cidadão comum, muitas vezes, torna-se incapaz
de absorver e interpretar a gama de informações com 10.
a qual é bombardeado diariamente.
(B) O computador deve ser visto como um
instrumento agilizador do processo de recepção de
informações, e não como um fim em si mesmo.
(C) O desenvolvimento dos meios de comunicação e
da informática é condição necessária e suficiente para
a formação da consciência crítica da população.
(D) O acesso a um crescente fluxo de informações e
imagens, paradoxalmente, pode contribuir para a
alienação de um número significativo de indivíduos.
(E) O afã de informar-se a qualquer custo leva
algumas pessoas a reduzirem sua capacidade
reflexiva, não sabendo qual destino dar às
informações recebidas.
Henri Matisse, A dança, 260 x 390 cm, óleo s/ tela, 1910.

09. Com base na pintura de Henri Matisse e nos

conhecimentos sobre o fauvismo, considere as
afirmativas a seguir.
I. Henri Matisse utiliza o equilíbrio entre a cor e o traço;
a aparente simplicidade reitera certo lirismo da
pintura.
II. Os trabalhos de Henri Matisse fazem parte de um
contexto caracterizado por experimentações para
transcender a natureza.
III. A pintura faz parte de um momento da pesquisa
artística de Henri Matisse em que buscava uma rígida
estruturação formal em suas composições.
IV. Nessa imagem, Henri Matisse expressou
sentimentos dramáticos, tais como a solidão, a morte
e o abandono, notados nos elementos compositivos.

Assinale a alternativa correta.

(A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

CLAUDE MONET. MULHER COM SOMBRINHA MADAME MONET

E SEU FILHO (1875). ÓLEO SOBRE TELA. DIMENSÕES: 100X81CM.
GALERIA NACIONAL DE ARTE, PARIS.
11. (C) Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque
(1882-1963).
(D) Wassily Kandinsky (1866-1944) e Piet Mondrian
(1872-1974).
(E) Umberto Boccioni (1882-1916) e Giacomo Balla
(1871-1958).

13.

Com base na imagem do pintor expressionista James

Ensor e nos conhecimentos sobre o Expressionismo,
assinale a alternativa correta.
(A) A pintura expressionista trabalha com partes de
uma mesma imagem, recompondo-as e utilizando-as
ao mesmo tempo, a fim de criar várias perspectivas e
dar a impressão de que um objeto pode ser visto ao
mesmo tempo sob todos os ângulos.
(B) Pintando diretamente sobre a tela branca,
utilizando somente cores puras justapostas em vez de
misturá-las previamente na paleta, os pintores
expressionistas buscavam obter a vibração da luz;
pesquisavam os cambiantes efeitos da luz na
atmosfera e nos objetos a fim de fixá-los na tela. LES DEMOISELLES D’AVIGNON (1907), DE PABLO PICASSO.
DIMENSÕES: 244CM X 234CM. MUSEU DE ARTE MODERNA, NOVA YORK.
(C) A proposta do Expressionismo é de que a arte flua
livremente a partir do inconsciente, da livre O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de
associação, com a incorporação de elementos Pablo Picasso, reprensenta o rompimento com a
ilógicos do sonho, da fantasia, sem se submeter a estética clássica e a revolução da arte no início do
qualquer teoria vigente e a nenhuma lógica. século XX. Essa nova tendência se caracteriza pela:
(D) O expressionista é inclinado a deformar a (A) pintura de modelos em planos irregulares
realidade de modo cruel, caricatural, muitas vezes (B) mulher como temática central da obra.
hilário; o exagero, a distorção e a dramaticidade das (C) cena representada por vários modelos.
formas, linhas e cores revelam uma atitude emocional (D) oposição entre tons claros e escuros.
do artista. (E) nudez explorada como objeto de arte.
(E) O movimento expressionista propõe a construção
de valores burgueses, utilizando-se do lirismo para 14.
afirmar conceitos da sociedade; suas manifestações
são intencionalmente ordenadas e objetivam
conquistar a crítica.

12. “Historicamente, o Cubismo originou-se na obra

de Paul Cézanne (1839-1906), pois como vimos, para
ele a pintura deveria tratar as formas da natureza
como se fossem cones, esferas e cilindros.
Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Paul
Cézanne. Passaram a representar os objetos com
todas as suas partes num mesmo plano. É como se
eles estivessem abertos e apresentassem todos os
seus lados no plano frontal em relação ao espectador.
Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não
tinha nenhum compromisso de fidelidade com a
aparência real das coisas. Significava, em suma, o
abandono da busca da ilusão da perspectiva ou das
três dimensões dos seres, tão perseguidos pelos
pintores renascentistas”. O Cubismo está presente,
por exemplo, em obras produzidas por:
(A) Edvard Munch (1864-1944) e Ernst Ludwig
Kirchner (1880-1938).
(B) André Derain (1880-1954) e Henri Matisse (1869-
1954).
GUERNICA (1937). DIMENSÕES: 350CM X 780CM. ÓLEO SOBRE TELA.
MUSEO NACIONAL CENTRO DE ARTE REINA SOFIA, ESPANHA.
O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos
mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos
financeiros quanto histórico, criou a obra Guernica em
protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de
mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão
Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu
toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no
Museum of Modern Art (MoMa), onde sairia apenas
em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos
plásticos identificados pelo:
(A) Painel ideográfico, monocromático, que enfoca
várias dimensões de um evento, renunciando à
realidade, colocando-se em plano frontal ao
espectador.
(B) Horror da guerra de forma fotográfica, com o uso
da perspectiva clássica, envolvendo o espectador
nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano.
(C) uso das formas geométricas no mesmo plano,
sem emoção e expressão, despreocupado com o
volume, a perspectiva e a sensação escultórica.
(D) esfacelamento dos objetos abordados na mesma
narrativa, minimizando a dor humana a serviço da
objetividade, observada pelo uso do claro-escuro.
(E) Uso de vários ícones que representam
personagens fragmentados bidimensionalmente, de
forma fotográfica livre de sentimentalismo.

15. A leitura do poema Descrição da guerra em

Guernica traz à lembrança o famoso quadro de
Picasso.

Entra pela janela

o anjo camponês;
com a terceira luz na mão;
minucioso, habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios que dormem na fuligem;
os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos
desta colheita: hélices,
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta
no ar, como uma árvore
a chama do candeeiro.
(...)

Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia

Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.

Uma análise cuidadosa do quadro permite que se Na cena criada por Quino, está presente a
identifiquem as cenas referidas nos trechos do poema intertextualidade, pois:
(A) o humor surge em consequência da falta de
dedicação e de empenho da faxineira no momento de
realizar as tarefas da casa.
(B) a dona da casa é uma pessoa que aprecia pintura
e possui várias obras de artistas cubistas em sua
residência.
(C) as alterações realizadas pela faxineira na pintura
de Picasso mantiveram a ideia original proposta pelo
pintor para Guernica.
(D) o cartunista reproduz a famosa pintura de Picasso,
inserindo-a em um novo contexto que é a sala em
desordem de uma residência.
(E) a faxineira irrita-se com a sujeira deixada pelos
Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: adolescentes da casa os quais frequentemente
(A) c1, c2, c3 realizam festas para os amigos.
(B) e1, e2, e3
(C) a1, a2, a3
(D) f1, e1, d1
(E) e1, d1, c1

16. Considere a tela Guernica, de Pablo Picasso

(Figura1), pintada em protesto ao bombardeio à
cidade espanhola de mesmo nome, e a imagem
criada pelo cartunista argentino, Quino (Figura 2).
17. O autor da tira utilizou os princípios de composição de um conhecido movimento artístico para representar a
necessidade de um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente, diferentes pontos de vista:

Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja composição foi adotado
um procedimento semelhante é:

18.

O efeito de humor dessa tirinha decorre, mais diretamente:

(A) do desânimo do tigre ao expressar uma ideia abstrata sobre a obra do garoto.
(B) da insistência do garoto em descrever sua obra como uma criação abstrata.
(C) do formato não convencional da figura esculpida na neve pelo garoto.
(D) da reação do garoto à observação do tigre, baseada num dado específico da obra.
(E) da contradição entre as falas do garoto, no segundo e no terceiro quadrinhos.
19.
21.

Fonte: Custódio. (2009). Homepage do

cartunista.<http://www.custodio.net/haikai/haikai02.html>.
Acesso em: 13/12/2010.

A charge do Custódio, além de demonstrar a

importância do ensino das artes visuais na formação
de artistas gráficos, fornece um bom exemplo do que
acontece com quem tem certa familiarização artística.
Esta charge apresenta a seguinte característica
predominante: Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da
(A) faz relações e conexões nas situações mais Universidade Federal de Goiás (UFG), 2011.
corriqueiras do cotidiano.
(B) pode explicar culturas distintas, por intermédio da Considerando-se a finalidade comunicativa comum
linguagem não verbal. do gênero e o contexto específico do Sistema de
(C) revela as identidades culturais e regionais. Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função
(D) influencia no modo como as pessoas veem as predominantemente:
coisas. (A) socializadora, contribuindo para a popularização
(E) garante a intertextualidade com contribuições da arte.
importantes para as artes atuais. (B) sedutora, considerando a leitura como uma obra
de arte.
20. Em 1924, os surrealistas lançaram um manifesto (C) estética, propiciando uma apreciação
no qual anunciaram a força do inconsciente na criação despretensiosa da obra.
de novas percepções. Valorizavam a ausência de (D) contemplativa, evidenciando a importância de
lógica das experiências psíquicas e oníricas, artistas internacionais.
propondo novas experiências estéticas. Sobre (E) educativa, orientando o comportamento de
o Surrealismo, é correto afirmar: usuários de um serviço.
(A) Acredita que a liberação do psiquismo humano se
dá por meio da sacralização da natureza. 22.
(B) Baseia-se na razão, negando as oscilações do
temperamento humano.
(C) Destaca que o fundamental, na arte, é o objeto
visível em detrimento do emocionalismo subjetivo do
artista.
(D) Concede mais valor ao livre jogo da imaginação
individual do que à codificação dos ideais da
sociedade ou da história.
(E) Busca limitar o psiquismo humano e suas
manifestações, transfigurando-os em geometria a
favor de uma nova ordem.

MAGRITTE, R. A REPRODUÇÃO PROIBIDA. ÓLEO SOBRE TELA,

81,3 X 65 CM. MUSEUM BOIJMANS VAN BUNINGEN, HOLANDA, 1937.

O Surrealismo configurou-se como uma das

vanguardas artísticas europeias do início do século
XX. René Magritte, pintor belga, apresenta elementos (C) construção de perspectiva, apresentada na
dessa vanguarda em suas produções. Um traço do sobreposição de planos visuais.
Surrealismo presente nessa pintura é o(a): (D) processo de automatismo, indicado na repetição
(A) justaposição de elementos díspares, observada da imagem do homem.
na imagem do homem no espelho. (E) procedimento de colagem, identificado no reflexo
(B) crítica ao passadismo, exposta na dupla imagem do livro no espelho.
do homem olhando sempre para frente.

23. Os transgênicos vêm ocupando parte da imprensa com opiniões ora favoráveis ora desfavoráveis. Um
organismo ao receber material genético de outra espécie, ou modificado da mesma espécie, passa a apresentar
novas características. Assim, por exemplo, já temos bactérias fabricando hormônios humanos, algodão colorido e
cabras que produzem fatores de coagulação sanguínea humana.

O belga René Magritte (1896-1967), um dos pintores surrealistas mais importantes, deixou obras enigmáticas.Caso
você fosse escolher uma ilustração para um artigo sobre os transgênicos, qual das obras de Magritte, abaixo,
estaria mais de acordo com esse tema tão polêmico?

24. “Isto é um cachimbo”, já que “pipe” pode significar

TEXTO I cano ou cachimbo, conforme o contexto. A relação
que esse texto estabelece com o primeiro é de
(A) paródia, já que a pintura original é relembrada
para trazer novas ideias sobre a arte e a realidade.
(B) imitação, à medida que as formas básicas e a
estrutura linguística originais são preservadas.
(C) repetição da ideia de que a arte revela a
realidade, mas com a alteração da forma e das
palavras.
(D) sátira ao ideal surrealista de fazer arte
representativa, por meio da ambiguidade de sentidos
do termo “pipe”.
(E) afirmação da ideia de autonomia da arte, com a
exploração de representações figurativas e realistas
Fonte: disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/File:MagrittePipe.jpg.
Acesso em 29/1/2012. 25.

TEXTO II

Fonte: disponível em http://www.banksy.co.uk/indoors/pipe.html.

Acesso em 29/1/2012.
No Texto 1, reprodução da pintura surrealista de
Magritte, a frase em francês significa “Isto não é um
cachimbo”. No Texto 2, reprodução da intervenção
do artista contemporâneo e britânico Banksy, a frase
em inglês pode ser traduzida por “Isto é um cano” ou
A Fonte – obra de Marcel Duchamp, fotografada por Alfred
Stieglitz.
As contradições entre os avanços tecnológicos e a
barbárie da guerra no início do século XX fez surgir
um movimento de vanguarda denominado Dadaísmo,
que renovou os percursos estéticos da arte. Símbolo
desse movimento, a obra A fonte, de Marcel
Duchamp,
(A) revela a ausência de novas linguagens e
materialidades na composição do objeto de arte.
(B) reproduz a perspectiva de artistas que
contemplavam a visão de belo pela ótica clássica.
(C) explora elementos sensoriais, capazes de
enquadrá-la como produto de um pensamento
cartesiano.
(D) prima pela construção de uma arte conceitual, ou
seja, vinculada à interpretação de quem a aprecia.
(E) demonstra que o artista dadaísta abdica da
pesquisa experimental no seu processo de criação
artística.
26.
Roda de bicicleta (1913), de Marcel Duchamp.
Dimensões: 126 cm. Madeira e metal.
O dadaísmo foi um movimento de vanguarda europeia
do começo do século XX que tinha por princípio
questionar os padrões da arte. Na obra Roda de
bicicleta, esse sentido crítico faz-se notar
(A) pela utilização de elementos anteriormente
construídos para outros fins.
(B) pelo uso recorrente de objetos cotidianos como
forma de crítica ao consumismo.
(C) pela presença de uma arte construtiva, embora
articulada com elementos oriundos do inconsciente.
(D) pela subversão da lógica no uso de objetos só
possível após a Revolução Industrial do século XIX.
(E) pelo sentimento anárquico que, sob muitos
aspectos, dialogou com as críticas feitas pelos
fascistas à Primeira Guerra Mundial.
PRÉ-MODERNISMO E
MODERNISMO NO BRASIL
27. As imagens, a seguir, mostram pinturas expostas
por Anita Malfatti (1889-1964).
Com base nas imagens e nos conhecimentos sobre
as obras de Anita Malfatti que manifestam um dos
estilos característicos da Arte Moderna, assinale a
alternativa que contempla o estilo e sua descrição
correta:
(A) Impressionismo. Caracterizado pela diluição das
figuras por meio da luz e da cor.
(B) Cubismo. Observação do modelo por diversos
ângulos, fragmentação das figuras e da cor.
(C) Expressionismo. Afastamento das figuras do
mundo natural e uso arbitrário da cor.
(D) Futurismo. Uso temático do movimento pelos
gestos, figuras e traços marcados na distribuição das
linhas e cores.
(E) Construtivismo. Uso de figuras geométricas e seu
desenvolvimento no espaço.
28. Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao
Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional
do início do século XX. Elogiada por seus mestres na
Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu
trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de
Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte
que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e
outros artistas modernistas:
(A) buscaram libertar a arte brasileira das normas
acadêmicas europeias, valorizando as cores, a
originalidade e os temas nacionais.
(B) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até
então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação
artística nacional.
(C) representaram a ideia de que a arte deveria copiar
fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática
educativa.
(D) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras
retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada
à tradição acadêmica.
(E) buscaram a liberdade na composição de suas
figuras, respeitando limites de temas abordados.
29.
O PERSONAGEM JECA TATU É UM DOS MAIS FAMOSOS DA OBRA DE
MONTEIRO LOBATO. NO LIVRO URUPÊS, LOBATO DESCONSTRÓI A
IMAGEM IDEALIZADA DO HOMEM RURAL.
Esse anúncio retratava aspectos da sociedade
brasileira da época, expressando críticas
principalmente às condições de:
(A) acesso à escolarização
(B) assistência médico-hospitalar
(C) salubridade nas áreas rurais
(D) integração econômica regional
(E) política republicana
30.
No fragmento de texto apresentado,
(A) Cassiano Ricardo (1895-1974) ridiculariza uma
escritora parnasiana e decide integrar movimento
modernista.
(B) Monteiro Lobato (1882-1948) discorda do rumo
tomado pela pintora Anita Malfatti e manifesta sua
oposição aos ideais que se revelariam com mais força
em 1922.
(C) Mário de Andrade (1893-1945) afasta-se dos
radicalismos da Semana de 22 e propõe uma nova
direção ao movimento.
(D) Oswald de Andrade (1896-1954) nega a presença
de elementos futuristas na arte de Anita Malfatti,
defendo-a de seus detratores.
(E) Manuel Bandeira (1886-1968), ainda um poeta
conservador, ridiculariza os modernistas de 1922,
representados pela escritora citada.
31.
A Semana de Arte Moderna de 1922 propunha novos
parâmetros para a produção artística brasileira. Uma
das ideias essenciais era a “antropofagia”, que
consistia em apropriar-se das culturas estrangeiras a
fim de criar uma arte verdadeiramente brasileira. A
partir da análise comparativa das capas do LP de
Caetano Veloso e da adaptação cinematográfica da
obra Macunaíma, é possível identificar:
(A) que ambas prezam a sobriedade e a simplicidade.
(B) a ausência de intertextualidade e semelhanças
visuais em ambas.
(C) a perda de referências estéticas nacionais em
ambas.
(D) a perda da condição antropofágica em ambas.
(E) que ambas possuem estética semelhante e
evocam a antropofagia.
32.
A NEGRA (1923), D ETARSILA DO AMARAL.
OLEO SOBRE TELA. DIMENSOES: 100CM X 80CM.
Sobre a obra, “A Negra” (1923), de Tarsila do Amaral,
é possível afirmar que:
(A) se constituiu numa manifestação isolada, não
podendo ser associada a outras mudanças da cultura
brasileira do período.
(B) representou a subordinação, sem criatividade, dos
padrões da pintura brasileira às imposições das
correntes internacionais.
(C) estava relacionado a uma visão mais ampla de
nacionalização das formas de expressão cultural,
inclusive da pintura.
(D) foi vaiado, na sua primeira exposição, porque a
artista pintou uma mulher negra nua, em desacordo
com os padrões morais da época.
(E) demonstrou o isolamento do Brasil em relação à
produção artística da América Latina, que não
passara por inovações.
33.
O ABAPORU (1928). ÓLEO SOBRE TELA. TARSILA DO AMARAL.
MUSEU DE ARTE LATINO-AMERICANA DE BUENOS AIRES (MALBA).
A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo
em 1922, representou um marco na cultura brasileira.
Tarsila do Amaral trouxe a público, em 1928, a obra o 35.
Abaporu, que passou a ser representativa do
Manifesto Antropofágico. Esse manifesto:
(A) defendia a migração de europeus para diminuir a
importância dos brasileiros.
(B) propunha a "deglutição" da cultura europeia
remodelada e devidamente enraizada à terra
brasileira, sintetizada na conhecida frase "Tupi or nor
tupi, that's the question".
(C) exalava a cultura europeia e o transplante cultural
e artístico do Velho para o Novo Mundo.
(D) valorizava a presença da cultura estrangeira no
Brasil e também a manutenção de padrões arcaicos.
(E) justificava a mentalidade subserviente e o
sentimento de inferioridade do brasileiro em relação
Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas,
aos europeus.
elementos verticais de sustentação, foram sofrendo
modificações e incorporando novos materiais com
ARQUITETURA MODERNA
ampliação de possibilidades. Ainda que as clássicas
BRASILEIRA: OSCAR NIEMEYER
colunas gregas sejam retomadas, notáveis inovações
são percebidas, por exemplo, nas obras de Oscar
34. A arte moderna pretendia inovar em todos os Niemeyer, arquiteto brasileiro nascido no Rio de
sentidos; seu objetivo era combater tudo aquilo que já Janeiro em 1907. No desenho de Oscar Niemeyer,
havia sido feito, pois era preciso lutar contra o das colunas do Palácio da Alvorada, observa-se:
tradicionalismo acadêmico. Não bastava ser criativo, (A) a presença de um capitel muito simples,
era preciso ser radical. Na arquitetura brasileira, reforçando a sustentação.
Oscar Niemeyer foi o grande representante (B) traçado simples de amplas linhas curvas opostas,
modernista; sua inovação técnica tornou-o uma resultando em formas marcantes.
referência mundial, assinando ao longo de sua (C) a disposição simétrica das curvas, conferindo
carreira, projetos nas principais cidades do Brasil e do saliência e distorção à base.
mundo. (D) a oposição de curvas em concreto, configurando
certo peso e rebuscamento.
(E) o excesso de linhas curvas, levando a um exagero
na ornamentação.

FOTOGRAFIA

36.
Dentre os discursos proferidos por Oscar Niemeyer
sobre o seu trabalho, aquele que melhor define os
traços característicos dos projetos arquitetônicos
representados é:
(A) “Quando eu faço o projeto, a gente pensa que a
decoração é uma coisa qualquer, que não tem grande
importância para a arquitetura, mas ela é suficiente
para destruir a arquitetura”.
(B) “Eu gosto de desenhar figuras. Eu faço uma
escultura, eu desenho no ar. Eu faço um desenho e
construo ele no ar”.
(C) “Para atingir o nível de obra de arte, ela [a
arquitetura] tem de primeiro ser diferente e depois ser
uma coisa que cria espanto, cria beleza. A arquitetura
que eu faço é a que não aceita regras”.
(D) “Urbanismo e arquitetura não acrescentam nada.
Na rua, protestando, é a gente que transforma o país”.
(E) “Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a alinha
reta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me
atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro
nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos
sentidos, nas nuvens do céu”. WILL. Disponível em: www.willtirando.com.br.
Acesso em: 7 nov. 2013.

Opportunity é o nome de um veículo explorador que

aterrissou em Marte com a missão de enviar
informações à Terra. A charge apresenta uma crítica
ao(à):
(A) gasto exagerado com o envio de robôs a outros
planetas.
(B) exploração indiscriminada de outros planetas.
(C) circulação digital excessiva de autorretratos.
(D) vulgarização das descobertas espaciais.
(E) mecanização das atividades humanas.
37. O Advento fotográfico digital elevou a fotografia a
outro patamar, criando novos hábitos de
comportamento e produção de imagens. As
intervenções que antes eram químicas e mecânicas
passaram para intervenções eletrônicas, mas
continuam mecânicas. Sendo assim, é correto afirmar
que:
(A) Mesmo com o advento digital, ainda existe a
intervenção mecânica e os hábitos culturais em
relação ao ato de fotografar sofreram alterações
culturais como a diminuição da impressão.
(B) A fotografia digital é somente eletrônica e os
hábitos não mudaram.
(C) A fotografia, mesmo com o advento digital,
continua sendo mecânica e não há nenhuma
mudança cultural no “fazer” fotográfico.
(D) A essência da captura de imagem permanece a
mesma, por intermédio da câmara escura, mas não
houve nenhuma mudança cultural com isso, no que
tange ao ato de fotografar.
(E) Tanto a fotografia digital como a tradicional não
sofrem nenhum tipo de intervenção e por isso não
influenciam em nenhum tipo de hábito cultural.
GRAFITE: A ARTE URBANA
38. Quatro olhos, quatro mãos e duas cabeças
formam a dupla de grafiteiros “Os gêmeos”. Eles
cresceram pintando muros do bairro Cambuci, em
São Paulo, e agora têm suas obras expostas na
conceituada Deitch Gallery, em Nova York, prova de
que o grafite feito no Brasil é apreciado por outras
culturas. Muitos lugares abandonados e sem
manutenção pelas prefeituras das cidades tornam-se
mais agradáveis e humanos com os grafites pintados
nos muros. Atualmente, instituições públicas
educativas recorrem ao grafite como forma de
expressão artística, o que propicia a inclusão social
de adolescentes carentes, demonstrando que o
grafite é considerado uma categoria de arte aceita e
reconhecida pelo campo da cultura e pela sociedade
local e internacional.
Disponível em http://www.flickr.com. Acesso em: 10 set.2008 (adaptado)
No processo social de reconhecimento de valores
culturais, considera-se que
(A) grafite é o mesmo que pichação e suja a cidade,
sendo diferente da obra dos artistas.
(B) a população das grandes metrópoles depara-se
com muitos problemas sociais, como os grafites e as
pichações.
(C) atualmente, a arte não pode ser usada para
inclusão social, ao contrário do grafite.
(D) os grafiteiros podem conseguir projeção
internacional, demonstrando que a arte do grafite não
tem fronteiras culturais.
(E) lugares abandonados e sem manutenção tornam-
se ainda mais desagradáveis com a aplicação do
grafite.
39.
31ª BIENAL FOCA PRESENTE,
COM POLÍTICA, SEXO E RELIGIÃO
Considerado o principal evento de arte da
América Latina, a Bienal Internacional de São Paulo
teve a sua figura de proa questionada em anos
recentes – inclusive por ela mesma, que abordou a
questão na chamada Bienal do Vazio, em 2008,
quando deixou todo um andar desocupado no
Pavilhão do Ibirapuera. Como parte dessa discussão,
o evento repensou o seu foco, que vem recaindo mais
sobre o presente, na busca por mapear a produção
que é feita hoje no Brasil e no mundo. Foi esse o olhar
da equipe de curadores à frente desta 31a edição da
mostra, que reúne 81 projetos e um total de
250 trabalhos. Mais do que nomes de grandes artistas
(que praticamente não existem), se sobressaem
tópicos como religião, política e sexualidade, ainda
mais atuais em tempos de beijo gay na TV, protestos
nas ruas e eleições. A mostra abre as portas neste
sábado e segue até 7 de dezembro, com entrada
gratuita. “Como [...] coisas que não existem”, tema da
Bienal deste ano, manifesta esse interesse da equipe
curatorial por investigar o presente que é descrito,
pelo grupo formado pelo britânico Charles Esche,
pelos israelenses Galit Eilat e Oren Sagiv e pelos
espanhóis Pablo Lafuente e Nuria Enguita Mayo,
como um período de transição, em que velhas formas
estão sendo abandonadas para dar lugar a novas,
ainda não delimitadas com precisão.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br>.
Acesso em: 28 out. 2014.
Com base na leitura do texto, é possível reconhecer
que o trabalho artístico também
(A) procura alienar a sociedade e impedi-la de
se abastecer de novas informações.
(B) contribui severamente para romper com o
previsível e questionar a realidade circundante.
(C) cristaliza visões artísticas que tendem a tornar
a reflexão cada vez mais desimportante.
(D) institui uma maneira de compreender o presente
como algo desvinculado da realidade cotidiana.
(E) canoniza a homogeneidade e interfere
diretamente na compreensão do mundo
contemporâneo.
 OUTRAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS
40.
“Bicho de bolso” (1956), de Lygia Clark. Placas de metal.
O objeto escultórico produzido por lygia Clark,
representante do Neoconcretismo, exemplifica o
início de uma vertente importante na arte
contemporânea, que amplia as funções da arte.
Tendo como referência a obra Bicho de bolso,
identifica-se essa vertente pelo(a):
(A) participação efetiva do espectador na obra, o que
determina a proximidade entre arte e vida.
(B) percepção do uso de objetos cotidianos para
confecção da obra de arte, aproximando arte e
realidade.
(C)reconhecimento do uso de técnicas artesanais na
arte, o que determina a consolidação de valores
culturais.
(D) reflexão sobre a captação artística de imagens
com meios óticos, revelando o desenvolvimento de
uma linguagem própria.
(E) entendimento sobre o uso de métodos de
produção em série para a confecção da obra de arte,
o que atualiza as linguagens artísticas.
41.
Na exposição “A Artista Está Presente”, no MoMA, em
Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez
uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta,
protagonizou uma performance marcante. Em 2010,
de 14 de março a 31 de maio, seis dias por semana,
num total de 736 horas, ela repetia a mesma postura.
Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um, e
trocava com cada um deles um longo olhar sem
palavras. Ao redor, o público assistia a essas cenas
recorrentes.
ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em:
http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 4 nov. 2013.
O texto apresenta uma obra da artista Marina
Abramovic, cuja performance se alinha a tendências
contemporâneas e se caracteriza pela:
(A) inovação de uma proposta de arte relacional
que adentra um museu.
(B) abordagem educacional estabelecida na relação
da artista com o público.
(C) redistribuição do espaço do museu, que
integra diversas linguagens artisticas.
(D) negociação colaborativa de sentidos entre a
artista e a pessoa com quem interage.
(E) aproximação entre artista e público, o que rompe
com a elitização dessa forma de arte.
42.
TEXTO I
TEXTO II
A dança é uma expressão artística que utiliza o corpo
humano em uma sequência de movimentos,
preconcebidos ou espontâneos, cadenciados pela
música. Sendo uma das expressões humanas mais
antigas, ela acompanha as características de sua
sociedade. Dessa forma, a dança clássica, na figura
do balé, surgida nas cortes renascentistas, carrega
em sua forma um código de normas e um rigor
característico do período hierárquico e aristocrático
vigente. Já a dança moderna, originada entre o final
do século XIX e o início do século XX, liberta-se desse
rigor aristocrático, como se nota no contraste das
imagens anteriores representadas pela:
(A) ausência do homem, cujo papel na dança clássica
era impor à mulher a sua vontade, assim como nos
reinos patriarcais.
(B) presença de palco, pois a dança clássica se
posiciona voltada para a plateia, enquanto a dança
moderna se volta para si, para dentro do próprio
cenário.
(C) mudança de estereótipo de beleza adotado pela
dança moderna, que passa a aceitar somente
dançarinos com pouca definição muscular.
(D) altitude atingida pelos movimentos, pois, enquanto
a dança clássica se mantém firme ao chão, a
contemporânea atinge um patamar mais elevado.
(E) vestimenta livre de sapatilhas, de amarras para os
cabelos, de roupas características e todos os
requisitos totalmente obrigatório e essenciais à dança
clássica.
43. A dança é um importante componente cultural
da humanidade. O folclore brasileiro é rico em
danças que representam as tradições e a cultura de
várias regiões do país. Estão ligadas aos aspectos
religiosos, festas, lendas, fatos históricos,
acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e
caracterizam-se pelas músicas animadas (com
letras simples e populares), figurinos e cenários
representativos.
Secretaria da Educação. Proposta curricular do estado de São Paulo:
Educação física. São Paulo: 2009 (adaptado).
A dança, como manifestação e representação da
cultura rítmica, envolve a expressão corporal própria
de um povo. Considerando-a como elemento
folclórico, a dança revela:
(A) manifestações afetivas, históricas, ideológicas,
intelectuais e espirituais de um povo, refletindo seu
modo de expressar-se no mundo.
(B) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e
de entretenimento de um povo, desconsiderando
fatos históricos.
(C) acontecimentos do cotidiano, sob influência
mitológica e religiosa de cada região, sobrepondo
aspectos políticos.
(D) tradições culturais de cada região, cujas
manifestações rítmicas são classificadas em um
ranking das mais originais.
(E) lendas, que se sustentam em inverdades
históricas, uma vez que são inventadas, e servem
apenas para a vivência lúdica de um povo.
44. Não há dúvidas de que o folclore é o retrato da
cultura de um povo. A dança popular e folclórica é
uma forma de representar a cultura regional, pois
retrata seus valores, crenças, trabalho e significados.
Dançar a cultura de outras regiões é conhece-la, é de
alguma forma se apropriar dela, é enriquecer a própria
cultura.
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança. São Paulo: (cone, 2007.
As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição
cultural, é obra de um povo que a cria, recria e a
perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar
como dança folclórica brasileira
(A) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde
personagens contam uma história envolvendo crítica
social, morte e ressurreição.
(B) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e
vários outros profissionais para contar uma história
em forma de espetáculo.
(C) a Quadrilha das festas juninas, que associam
festejos religiosos a celebrações de origens pagas
envolvendo as colheitas e a fogueira.
(D) o Congado, que é uma representação de um
reinado africano onde se homenageia santos através
de música, cantos e dança.
(E) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque
africano é utilizado com o objetivo de contar ou recriar
uma história nos desfiles.
45. A dança no Brasil originou-se dos mais variados
lugares, recebendo muitas influências de outros
países. Com as danças, há uma mistura de ritmo e
som, que fazem as pessoas criarem cada vez mais
passos e modos diferentes para dançar. As danças no
Brasil são diversas em cada região do país, podendo
ser citadas como exemplos o samba, o maxixe,
o xaxado, o baião, o frevo e a gafieira. Muitos são os
derivados dessas danças, que recebem influências
principalmente africanas, mouriscas, europeias e
indígenas. E ainda há espaço para as danças
folclóricas e tradicionais que vão de acordo com cada
região e localidade no Brasil como forró, axé entre
outras. No Brasil também há danças mais
modernas, como o funk por exemplo, e de influências
estrangeiras como o rock, pop, pop rock, heavy metal.
São muitas porque uma simples variação de ritmo
pode mudar o título do estilo.
Disponível em: <http://www.portaldarte.com.br>. Acesso em: 2 fev. 2014.
Com base no texto, verifica-se que a dança, por
guardar uma profunda relação com a época e com o
espaço em que é produzida, pode ser definida como
um(a)
(A) exercício corporal que conserva inalteradas suas
regras, mantendo uma relação de distanciamento
com os aspectos culturais.
(B) configuração de expressão corporal baseada em
ações caracterizadas como estáticas e padronizadas.
(C) manifestação rítmica despreocupada com a
linguagem corporal, pois se fundamenta na execução
de movimentos artísticos.
(D) prática que traduz os costumes obsoletos e
crenças restritas de determinado povo ou região de
uma nação.
(E) representação das manifestações, expressões,
comunicações e características culturais de um povo.
46. No Brasil, a origem do funk e do hip-hop remonta
aos anos 1970, quando da proliferação dos chamados
“bailes black” nas periferias dos grandes centros
urbanos. Embalados pela black music americana,
milhares de jovens encontravam nos bailes de final de
semana uma alternativa de lazer antes inexistente.
Em cidades como o Rio de Janeiro ou São Paulo,
formavam-se equipes de som que promoviam bailes
onde foi se disseminando um estilo que buscava a
valorização da cultura negra, tanto na música como
nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ou
São Paulo, formavam-se equipes de som que
promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo
que buscava a valorização da cultura negra, tanto na
música como nas roupas e nos penteados. No Rio de
Janeiro ficou conhecido cimo “Black Rio”. A indústria
fonográfica descobriu o filão e, lançando disco de
“equipe” com as músicas de sucesso nos bailes,
difundia a moda pelo restante do país.
DAYRELL, J. A música entra em cena: o UDS e o funk na socialização da
juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005.
A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-
se como uma forma de:
(A) lazer gerada pela diversidade de práticas
artísticas nas periferias urbanas.
(B) entretenimento inventada pela indústria
fonográfica nacional.
(C) subversão de sua proposta original já nos
primeiros bailes.
(D) afirmação de identidade dos jovens que a
praticam.
(E) reprodução da cultura musical norte-americana.
(A) retilíneos, que lhe conferem uma aparência de
arte marcial.
(B) interpretativos, que proporcionam a cada
interação um significado diferente.
(C) gingados, que confundem o oponente ao não lhe
oferecer um alvo fixo.
(D) coreografados, que permitem ao capoeirista
entrar na disputa sabendo como vai agir.
(E) curtos e rápidos, que a mantiveram proibida por
muito tempo dado seus potenciais danos.
49.

47. A recuperação da herança cultural africana deve

levar em conta o que é próprio do processo cultural:
seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se
trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem
do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber
o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é
captar seu movimento para melhor compreendê-lo
historicamente.
MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais.
Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
A capoeira, atualmente, pode ser entendida como
uma manifestação cultural afro-brasileira, sendo um
Com base no texto, a análise de manifestações misto de dança, luta e música. Teve suas origens na
culturais de origem africana, como a capoeira ou o época da escravatura africana no Brasil, quando a
candomblé, deve considerar que elas: Capoeira foi ensinada nas senzalas por aqueles que
(A) permanecem como reprodução dos valores e eram capturados nos Quilombos e trazidos de volta
costumes africanos. ao cativeiro. Para não levantar suspeitas, os
(B) perderam a relação com o seu passado histórico. movimentos da luta foram sendo adaptados às
(C) derivam da interação entre valores africanos e a cantorias e músicas africanas para que parecessem
experiência histórica brasileira. uma dança. Assim, os escravos e seus descendentes
(D) contribuem para o distanciamento cultural entre encontravam um meio de treinarem, para sua própria
negros e brancos no Brasil atual. proteção, golpes e movimentos complexos que
(E) demonstram a maior complexidade cultural dos exigiam grande agilidade com pés, mãos, cabeça,
africanos em relação aos europeus. joelhos e cotovelos.
48. Desde que a prática da capoeira deixou de ser De acordo com o texto, os escravos e seus
considerada crime, em 1940, suas raízes têm descendentes usavam a capoeira, primordialmente,
ultrapassado as fronteiras do Brasil. Hoje, ela é para:
praticada em mais de 150 países. Reconhecida em (A)) cantar e dançar seus ritmos.
sua pluralidade expressiva, em 2008 foi declarada (B) afirmação cultural afro-brasileira.
patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do (C) demonstração de agilidade do povo africano.
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). (D) aprimoramento na arte do combate.
Dando seu tempero característico em diversas (E) expressão de uma linguagem corporal.
dimensões da cultura, seja como luta, dança, esporte
ou jogo, a capoeira não se limita a nenhum desses
atributos por tratar-se de uma manifestação complexa
e multidimensional. Após um passado repleto de
dificuldades, a Roda de Capoeira aguarda na fila o
esperado momento de ser reconhecida
internacionalmente como Patrimônio Cultural
Imaterial da Humanidade.

Disponível em:
http://www.quizzes.com.br/pt/busca?order=&offset=60&categoria=esporte.
Acesso em: 29 jul. 2016.

A capoeira é uma herança deixada pelos negros que

vieram para o Brasil como escravos. Sempre
acompanhada do ritmo do berimbau, ela se
caracteriza por movimentos