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DURANTE O ATENDIMENTO DE UM PACIENTE COM CRISE HIPERTENSIVA EM UMA UNIDADE MOVEL DE

ATENDIMENTP, VOCÊ PENSARIA EM UTILIZAR ALGUM MEDICAMENTO SUBLINGUAL COM EFEITO


HIPOTENSOR?
Porto Nacional, 05 de Agosto de 2023

Acadêmico: Marina Ribeio


Matéria: TiCs
Período: 3º Período

Na emergência hipertensiva o paciente apresenta uma PAD ≥ 120


mmHg. Isso significa que existe uma resistência ao longo do sistema
vascular. No entanto, o que desperta preocupação nesse quadro é a
sua repercussão sistêmica devido a Lesão de Órgãos Alvos (LOA),
que caracteriza a emergência hipertensiva.

Assim como na emergência, na urgência hipertensiva o paciente


também possui uma PAD ≥ 120 mmHg. No entanto, nesse último ele
não apresenta sinais ou sintomas de LOA. Assim sendo, a gravidade
dentre a emergência e urgência hipertensiva são distintas, podendo
ser manejadas de maneiras diferentes.

Devido as diferenças entre as crises hipertensivas (pseudocrise,


urgência e emergência), a condução do tratamento para cada uma
delas será diferente.

A condução do paciente em pseudocrise hipertensiva deve se iniciar


ao alocá-lo em um ambiente calmo. Essa medida ajuda a afastar a
presença de uma urgência hipertensiva.

Sendo confirmado que se trata de uma pseudocrise hipertensiva, o


paciente deve ser tratado apenas
com analgésicos ou tranquilizantes.

O tratamento da urgência hipertensiva deve ser iniciado após um


período de observação clínica também em um ambiente calmo. Os
anti-hipertensivos orais usados para reduzir gradualmente a PA são:
captopril, clonidina ou beta-bloqueador.
Essas medicações serão usadas a fim de reduzir a hipertensão em
cerca de 24 a 48 horas.

Não usar medicação anti-hipertensiva parenteral nem sublingual


na UH.

Droga orais úteis Início de ação Comentário

Captopril 15 a 30 min Reduz a pré e pós carga. Evitar uso se injúria renal aguda

Nifedipino 4 horas Evitar sublingual

Losartana 4 a 6 horas Início e pico de ação tardios

Nitrato – Reduz pré-carga (Indicado para congestos e isquêmicos)

Clonidina 1 hora Indicado para quadros com ansiedade e pacientes em UTI

Furosemida 1 a 2 horas Indicado se congestão for a causa da hipertensão

Na emergência hipertensiva deve-se imediatamente iniciar o


tratamento com agentes anti-hipertensivos parenterais. A PA deve
ser reduzida gradualmente devido ao risco de hipoperfusão de órgão
vitais.

Isso significa que o paciente com emergência hipertensiva deve ser


admito na UTI e, além de receber as medicações IV, devem ser
monitorados.

Essa monitorização deve ser feita de maneira muito cuidadosa. A


explicação para isso é o risco de que, na tentativa de diminuir a
pressão arterial do paciente, alcance um quadro de hipotensão. Esse
quadro é especialmente preocupante em idosos, devido a
possibilidade de isquemia cerebral com consequente evento de
um AVCi.
Anti-hipertensivos parenterais na EH:

Início de
Droga V Mecanismo de ação Dose inicial Comentário
ação

Vasodilatador direto Reduz pré e pós-carga. Na dissecção de aorta deve-se


Nitroprussiato 0,3mcg/kg/min < 1min
arterial e venoso iniciar o beta-bloqueador antes do nitroprussiato.

Vasodilatador direto Reduz pré-carga. Não é tão eficaz quanto o


Nitroglicerina 5 a 10mcg/min 2 a 5 min
(>venoso) nitroprussiato para reduzir a PA.

5 a 10
Metoprolol β-bloqueador 5mg em 5 min Uso no paciente com SCA e dissecção de aorta.
min

5 a 10 Contraindicado em BAV de 2º e 3º graus, IC grave e


Propanolol β-bloqueador 1mg em 5 min
min asma.

Beta bloqueador de ação ultracurta. Muito útil em


Esmolol β-bloqueador 500mcg/kg/min 1 a 2 min
dissecção de aorta e emergências neurológicas.

10-20mg em
Labetalol α e β-bloqueador 5 min Uso em AVCi, HSA, eclâmpsia, HAS maligna.
10min

Hidralazina Vasodilatador arterial 10-20mg 10 min Uso na eclâmpsia.

REFERÊNCIAS:

• 8ª DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

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