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D ker LIVRO II A

"2;~ ~0~m~elh~o~r~d~e~P~e~te~r~ r~u~c ~===========~~~~AD~MINrs10' -


~2 . ~
. d •am causar um tremendo impacto sobre as institu· _
desenvolv1dos . ' .
po en d d · ·
tes A terceirização a a mm1stração financeir d
lÇoes d
e servi.
os financeiros extsten . d . a as ern
ç , . deria por exemplo, varrer o mapa, praucamente d . Presas
de medio porte po , , . . , . d a noue P
. d ntidade dos negoc10s mais rentave1s e companh. fi ara 0
dia uma gran e qua . . ias tnan .
.' GE Capital. Instituir seguro para o nsco cambial catastrófico d ~eiras
tais como a . . d , · b' . po er1a d
tornar obsoleta a ma10na os negocios cam 1a1s das instit . _ , a
mesma fiorma, . _ d uiçoes e •
fal das suas frenéticas negoc1açoes com moe as e especulaç- Xls-
tentes, sem ar ao corn deri-
vativos. d d .
Apos, 25 anos de menosprezo ao merca o e mvestimentos da cl
. . _ . . . . . . asse tnédia
al umas das insntuiçoes amencanas trad1c10na1s de serviços financeiros ulti ,
g . ' . .
começaram a aceitar sua ex1stenc1a e 1mportanc1a.
, . A M ·11 L
. fu .
ern ynch, por exem l
marnente
P o, esta
, LIVRO III
entrando agressivamente nesse mercado. Se vai nc1onar ou não, temos de esperar
Para ver. É bastante provável que o sucesso . nesse mercado - como em qual~~
outro negócio de varejo = demande exclusiva concentração sobre ele; e a Merril] A Sociedade
Lynch está tentando combinar sua existência como provedora de serviços financeiros
para esse mercado altamente expressivo com uma porção de outros serviços financei-
ros, na sua maioria, muito tradicionais.
Mas, fora desse mercado - que, afinal, já tem 30 anos de existência - não há
nenhum sinal de que alguma das grandes firmas globais de serviços financeiros esteja
ao menos testando esses novos negócios potenciais, ou fazendo qualquer outra coisa
que possa ser .uma inovação. Esses novos negócios exigem longos anos de trabalho
duro, paciente e consciencioso - e isso pode não se ajustar às mentalidacdes dos Tradução
negociantes que parecem reinar atualmente nas grandes e influentes firmas de servi-
Edite Sciulli
ços financeiros. Mesmo assim, é altamente provável _ e, de fato, quase previsível-
que alguém, em algum lugar, já esteja trabalhando nesses novos serviços financeiros,
ou em serviços semelhantes que, quando introduzidos, substiruirão, ou tornarão não-
lucrativos os serviços financeiros atuais.
Pd - · fi
. 0 e nao ser mmto tarde para as grandes firmas de serviços mancetros se
· rorna-
rem movadoras novamente. Mas, com certeza, já é bem tarde.
,..,
Ap resen taçao

Os ecologistas sociais lidam com configurações. Eles percebem a sociedade


como um todo. O termo "ecologia social" foi criado pelo próprio Drucker, mas
espero que ele se torne um termo de uso corrente logo no início do século XXI.
Precisamos desesperadamen te da ecologia social e, com ela, de ecologistas sociais
de primeira linha. A ecologia social estuda o ambiente feito pelo homem, assim
como os ecologistas estudam o ambiente natural. Drucker, na qualidade de ecolo-
gista social, observa a sociedade e a comunidade e pergunta "o que aconteceu?"
"Esta é de fato uma mudança?" "O que ela significa?" O sentinela de Fausto, de
Goethe, diz "Nascido para ver, destinado a olhar". É o que Drucker faz.
A série de três volumes de O melhor de Peter Drucker visa oferecer aos leitores uma
visão geral do mundo de Drucker. Com mais de 90 anos de idade, o autor ainda tem ª
m~nte jovem e continua escrevendo, ensinando e prestando serviços de consultoria
at1varn ente. O melhor de Peter Drucker mostra o que ler entre suas vanas ' · Obras .
.O primeiro volume "O homem"' e o segundo, ''A administração", já for:111
publicados . . · , · b m sucedida. Este. e o
ter . em outros 1d1omas e percorrem uma traJetona e -
de ce1ro volume ,
. d a d e" , rep1eta d e o bservaço~es sagazes sobre a Nova Socieda-
"A soc1e
·
que est ª' surgmdo d · ' 1 .
exatamente no limiar entre os ois secu os.
O m 'al 1· d Orucker listados na
BibJ· aten deste volume é extraído de 9 dos 31 ivros e
iografia, ao final d b · dd d
A Parte I "S . a o ra. e ue moldam a soc1e a e o
. ty'"
futur O oc1edade" descreve e analisa as rorças q . .
º· e , 1 "Wh 1.s a funcuonnmg soCle . '
ria geral sobre a
do livro Th apuu o 1 é um excerto do Capítulo 2: at
sociedad Oefo._ture of industrial man (1942), que formul~u ,u.ma teoe é sociedade.
b . d r de m1c10 o qu
o e.C , hvro e, o ngatório para se compreen _e of th e masses,, (Capítulo 2),
ap1tulo 2 e' um excerto d e "The despair
V
-~
I ,;:;
r = = = = == = = = = ==L=I=V,;R;;,;;O~ II;, A 2
uc~k;:;::e;,
D~r~
6~ ~ 0~m~e~Ih~o~r~d~e~P~ec~e~r ~ soc11: f!fSfNTAÇÃ0~ ===.=~ ==== ==== ==== ====1397
~~
~ ~
Drucker publicados no The Watt Str, t 1 ~
"Th curn of che demons" (Capítulo 3), "The totalitarian mirac] ,, ( ·gos de . ''A d ee JOUrnal, Forei'PZ A«- .
. ,, (C , l 6) "M· l e Cap/ 1 mu ança na econ . 'lfazrs, Forbes
e re .
soCiety ap1tu o ' e irac e or mirag " (Ca ,tulo art d Business Review, etc. . ,
5) ' "Fas cise noneconomic . h , . . ,./' . . e 1
rJarvar, . . 1·d
e • um dos arugos mais 1 os no ano de
on11a mundial"
b. , na revista Forest
l), de The end of economtc man - t e ~ugins º1wt~ta!ttarianism ( 1939) Ptu1 0
fJ' •
rol b P l' . >-r d . . . sua pu licação
mston Churchil! e o6ra d A1tra1rs,
yr , . 1en
P te 3 versa so re o ltlca. o 101ciado su carreira . ·
com • .
inicial de Drucker, que chegou a ser revisto por A ar a
ercebe e concebe a polmca e o Estado com f:am1.1ian . .d O cientista político
determinou que exemplares dela fossem distribuída s aos graduando s da Be??is Drucker pcos de "From Rousseau to Hitler" (Capítul ) d ·«
ade O C , 1
apitu o 9 e 10
,
Officer's Candidate School. fltish 6" (C , ul o 8), de The fature oo.r·nd7 , e e The .
ão excer ap1t .l conservat1ve
Aqui Drucker afirma que o fim da crença no Homem Econômico s evolution of 177 d
ul ustrza man seu segu
. .. ar· . f: .
tia liberdade e igualdade ongmou o toe itansmo asc1sta nos países sem e
que prorn
., e-
counterr "d - C ,
. O leitores cons1 erarao o ap1t o 9 chocante e O 10 ' m
'J l
. di ,'
Altos
n o
exe
xpenenci livro. s M - . . spensavel
· -
e tradição democránca
. s. Sabemos h OJe · ·
· que o toeal 1tansmo que nega a lib d d a . da General otors, entao a maior, mais bem-sucedida e po derosa empresa do
er a e nã0 cuuvos 1· .d . _
do que leram o 1vro conv1 aram Drucker para analisar
era a resposta, mas teremos encontrado a resposta correta para uma soe·iedade nao- .
rnun , ,.f' h . sua organizaçao. o re-
, . - . do foi Concept o1 t. e corporation (1946), que se tornou O 1·1vro-texto de mmtas .
econom1ca em que as pessoas nao vivem e morrem pela economia? sulra .
resas inclumdo_ a Ford ál" Motor Company e a General Electric qu h
O Capítulo 3 é um excerto de ''A century of social transforma tion" (C , ernp ' . , e se empen avam
ua reorgamzaç ao. Essa an 1se tambem fez com que Drucker co nt.muasse a escu dar
21), de Managing in a time ofgreat change (1995). Este capítulo analisa as fo;pit~o ern S
ças ª as organizações e acabasse sendo chamado de o criador da administraçao - d
sociedade que nos conduzirão na primeira metade do século XXI. , " e empresas.
organizatio ns" (Capítulo ) O Capítulo 11 e um excerto de The divide" (Capítulo 1), e de "No more
O Capítulo 4 é um excerto de "Toward a theory of 9
de The age ofdiscontinuity (1969), bestseller em todo o mundo e que descreve com~ salvation by society'' (Capí~ulo :~' de The new reatities (1989), tão conhecido por nos
precisamos agir hoje para o bem do futuro. O livro é muito conhecido devido a sua mostrar a futura queda do 1mpeno russo. O Capítulo 12 é um excerto do Capítulo 3,
proposta de "reprivatização" que um folheto do British Conservati ve Central Office, "The end of FDR'S Americà', do mesmo livro. Em todos os países desenvolvidos
"Um novo estilo de governo", adaptou em maio de 1970. O livro foi posto em está claro, hoje, que nem a "salvação pela sociedade", nem a integração de "blocos de
prática na privatização de instituições do setor público na gestão de MargaretThatcher, interesse" funcionam . O Capítulo 12 é um excerto do Capítulo 6, "From nation-
e posteriormente em países como o Japão e Nova Zelândia. state to megastate", de Post-capitatist society.
No Capítulo 5 e no Capítulo 6, encontram os alguns aspectos da sociedade do O Capítulo 14 é um excerto de "The revolution no one noticed" (Capítulo 1) ,
século XXI. O Capítulo 5 é um excerto de "Condusio n: rhe entrepreneurial society", de ''The policical lessons and political issues of pension fund socialism" (Capítulo 4),
de lnnovation and entrepreneurship (1985), e o Capítulo 6, de "Cicizenship through e "New alignments in american policies" (Capítulo 5), de The pension fimd revolution
rhe social sector" (Capítulo 9), de Post-capitalist society (1933), ambos livros para os ~1976), 0 primeiro livro a tratar do envelhecimento da sociedade e da sociedade de
• · H ouve vanas
idosos , · o b rasque trataram do problema do aten dº1mento me'dº1co, h abº1-
trabalhadores de conhecimento do futuro. Esses são os dois principais aspectos da
futura Nova Sociedade, termo também cunhado por Drucker. taça~, ~ensões e mesmo de hobbies dos idosos nessa época, mas quase nenhum sobre
A ~arte 2 , "Economia", enfoca as mudanças nesse setor. Drucker não confere à ª propna sociedade envelhecid a sua economia, sua sociedade,d sua política. Quando h
traduzi Th . '
economia um lugar independen te e decisivo na vida humana. Todavia, conhece sua e penszon fand revolution para o J·aponês, não pu e encontrar nen um
· les motivo texto q .e
essência e significado m eJh or que a ma1ona . . dos economist . as pelo s1mp . ue me rosse útil.
que .coloca a Sociedad e em
·
pnmeuo
· l ugar e
.
considera a Economia
. um
f:ato r social. e , 1
A Pane 4, "Conhecim ento e educação" é a tarefa-chave do século XXI. O
' I d "(C ' ui0 16) e "Does
Aqm temos apenas d ois
.
· ·
amgos.
O .
editor não pôde introduzir outros arngos
• valiosos knªP tulo 15 e' um excerto de "The policies of know e ge apit
e esnmulantes sobre · . pós sua é u:ledge have a future? (Capítulo 17)" de The age ofdiscontinuity. _O ~apít~lo 16
economia, como o escrito sobre Keynes imediatam enteª ,,,,_
excerro do Capítulo 11, "The accountable school" de Post•capitalz~t ~,ciety.
5
morre em 1946. O a . "K . . " t , em ive
e lo · l . . rt1go eynes: economics as a magica! sysrem , eS ª O Capícul 0 17 , um excerto da Condusao: _ "F ai sis ro percepnon , .de The
co igzca vtston _ refl · h neu; n . e rom an Y
on t e American condition (1992). Th age
0 C , lO , ecttons eafzties. A frase "d ál" , - " é a chave para compreender e viverpró· na
r di _api~u? e um excerto de "The end of continuity " (Capítulo 1), de .e e
dêm1co 5
1,
1~ova So . d a an 1se a percepçao _
em .
nossa
t
0
'1 scontmuity. E uma . Pria v·d Cie ade. Reconhece mos totalmente a importância da percepçaoexcess1vamen
mesmo h d , p_ena que amda existam políticos, burocratas , aca D cker 1 ae a . - d endemos e
omens e negocios q ue nao - b d d bou ru da atiáli hem pregamos, mas na vida das orgamzaçoes ep d descrever a
escreve "E perce em que a continui a e aca · ,,rv os a1 er e
, . d éculo JW'' d se, e ain d d 0 rque compreen O racionalismo
. ' nquanro termináva O d . A •
O configura _ an o-a e científica princip mente P .
alicerces foram bal d mos gran e ed1fic10 econom1co s h hange a1· , . fácil e convmcenre.
a a os sob no ssos pes ," O d "T e e ' qUase sel'hÇao é trabalh oso, enquanto an 1sar e mais . 'd t mas no século
wor!d econom ,, (C , . Capítulo 8 é um excerto e 0110 tJIS '"Pre t "d h"sto, na do 0 c1 en e,
. . are bY• apnulo
deciszons 1) de Ti'h ft rmtzers
e
. o,r management - where. torn~ es dos h,,
·'-'\.I não em s1 o a causa de progressos na i • da análise.
h ' 1 1 Podemos compreend er nada essenc1·a1 somente por meJO
ezng s aped today (1986), uma das mais famosas compi aço
V
~ O
uc=k=er= ==== ==== ==~L~IVR
de~P~e~re~r~D~r~
239~8~ ~0~ m~e~lh~o~r ~ ~ II~I-Aso

º " .
The u~fashio nable Kierkega ard"
~
E, finalmente, 0 Apêndic e -
foi Pu-
blicado pela primeira vez no Sewanee Review (1949), e recente rnen~
ecological vision. Todas as outras obras de Drucker tratam da sociedade a0 em l'he
' contrá.
rio desse ensaio sobre Kierkegaard. Esse texto fala dos indivídu os
ºb · - · d ad e e a civi · ·1·ização, Druck na etern·d . t ade.
Apesar de sua conm mçao para a socie
· d d - ' ·
fiictente, "sequer para a er,, no. 1n'1cto · de
1949 escreveu que a socie a e nao e su
" ' propna socied
a-
de .
Drucker e eu trocamos mais de 100 cartas, principa lmente por fax
. N d . r - dº . 'para a pr0du-
ção desta série. essa troca e mrormaç oes, ivergimo s sobre a colocaçao _
. . l ,I . , . d o vo lume "A Sociedade" Est desse .
att1-
go. Ele não queria me UI- o no ,mic10 . . · ava certo y·nh
.
de ser o arngo final de roda a serie, porque rattfica a esperanç a e nós . · 1 a
nesse início do novo século. precisamo s dela Introdução
Alguns assuntos que o editor não pode incluir: sobre tecnolog ia e ·
, . La . L · E instrumentos
so bre EUA, E uropa, Am erica rma e .LUia. um assunto dos mais interessantes foi'
, , . k . .
exclmdo: o propno Druc er. Nesse parucul ar, lo edttor recomen da , '.nrterword A c.
·
· f ·a1 1 · ,, d e 1,.,...,_ne ecoiogzca
1 •
vision e os vários livros escruos . ·
refl ecnons o a soct eco ogist • • • , • '

sobre o autor. E se voce nver interesse sobre o mic10 de sua carreira' seu livroAdventures
A

ofa bystander (l 979) é extremam ente útil.


Drucker continua ativo, escrevendo, ensinand o e prestand o serviços de consul-
sociedade
toria. Em fevereiro de 2000, quando falou via vídeo sobre os indivídu os da Atualmente fala-se muito sobre a nova economia, mas a nova sociedade,
auditórios de
dos idosos, reuniu um público de três mil pessoas em um dos maiores sobre a qual ninguém fala, pode ser muito mais importante. Também é provável
dois
Tóquio. A NHK, o maior canal de televisão do Japão, entrevist ou-o durante que ela seja muito mais "novà' do que a economia do futuro.
pela
dias inteiros, editou a entrevista e transmit iu-a num program a quatro vezes,
julho e Quais são as raízes da nova sociedade? Que tendências históricas do século XIX
manhã, à tarde, no começo da noite e à meia-no ite em diferente s dias em
assistiram ao program a. fundamentam e orientam seu surgimento? Quais são as forças que a moldam? Estes
agosto de 2000. Milhões de pessoas
de são os principais temas deste volume: O melhor de Peter Drucker -A Sociedade.
Como editor, gostaria que você assimilasse os ensinam entos de Drucker
nsão de um verdadei ro ecologis- . Sou mais conheci do por meus textos sobre administração, mas metade d~s
várias formas. É na era das mudança s que a compree
minha mais de trinta livros que escrevi não trata desse tema, mas sim de sociedade e comuru-
ta social é m_ais necessária. E, mais uma vez como editor, gostaria de expressar
suas obras. dade. E, naturalm ente, meu interesse em administração resultou de minha preo~upa-
enorme gratidão a Perer Drucker pela desafiad ora oportun idade de editar ça-o e Interesse
· . . · · 1· cri to e publicado
pela sociedad e e comumd ade. Meu pnmeiro tvro, es 193_3-39 ),
Atsuo Veda antes mesmo da Segunda Guerra Mundial (The end of economic man,
d d . - d sociedade européia, que
procurav
a enten er e explicar o fracasso e a esmtegraç ao ª E
Ievou fi ai ' Segunda Guerra. 0
.
ao surgimen to de Hitler, ao totalitari smo e, m mente, ª . · ·
segu· 19 43) nto nos pnme1-
tnte, alguns anos depois ( Thefuture ofindustrial man,J as msnru1ço . ' e~c • •es e concei-
ro s ano d S d
tos b, _s a egunda Guerra Mundial , procurou esenvo vier e (rrechos de am-
as1cos • . · d d táve e atuam
bo . que cnanam novamen te uma soe1e a e es . e am lançados, eles
s os 1ivro - . ) Q d esses 1ivros ror naqueles dias, .
erarn s estao incluído s neste volume . uan º. .• d . nte
d
totalrn " 1· . . ,, A opm1ao omma
. como a base ª
ltlcamen te mcorreto s · .
Por exern l ente po 0 marxismo
teori ~ o, e especial mente nos EUA, aceitava . d d do futuro. Ambos oosa
. a social l' . . . a socie a e
1tvros e po ittca, e via no comunis mo d e esse fracasso com
' contud . J.á fracassa O d de
Ptinc1· ai o, mostrav am o marxism o como . d ralirarismo . Na ver a ,
P raz-ao para a queda da Europa no abismo o to
LIVRO III A
V
Drucker
~ O melhor de Peter ~~
~
. •tos há cerca de sessenta anos, esboçava m o que, dep ois .
esses livros, escn d . .. de 19
e to a sociedade que, urante cmquent a anos, prop . SQ,
tornou-se e iad . . ºd d . . orc1ono
a e, previsibil idade e b orn s u aos
desenvolv
idos estabilidade social, contmlll
. , SOCIEDADE
Países ercebi que essa sociedade da decada lde 1950 transform ava-se raenso. 'd
Mas logo P 1
da capítulo selecionado para o presente vo ume prevê e discut e urna dP a.
mente. ea . d
empreend imentos essas
fundamentais: o surgimen to dos mo ernos cornerc· .
d
mu anças . ~ ·a1 (d , .
como nova organização de mte~raçao soe! , . ai meu mteresse por administração) tais
mecei a identificar e questionar no micio dos anos 1940; o surgimen to do trab 'que
eu co . d h . .
nto* e da sociedade o con ecimento (pnmeiro num 1· a-
lhador de conhecime ~ . . . ivro publi-
cado em 1959 e, entao, com maior profundid ade, em Age of dzscontinuity d
. ·a1 d . f: , e 1969.
O que é uma sociedade funcional?*
1
de novas tecnologia s, especi mente e mrormaç ão, e com elas a . '
0 surgimento "M d ,, socie-
dade empresarial. O sucesso e fjracasso d o egaesta o , a profunda mud
' ºd d ul ~ 1ºd osa, mas com taxas de ança. (Uma teoria geral sobre sociedade)
demográfica com o rap1 o aumento a pop açao . nasci-
mento caindo drasticamente; a globalização da mformaç ão e da moeda, e assim por
diante.
Já está claro que a Nova Sociedade será tão diversa da sociedade da segunda me-
tade do século XX quanto esta se diferencio u da sociedade da primeira metade do
mesmo século. E também já está claro quais são suas raízes históricas, suas realidades,
Em sua vida social e política, o homem precisa dispor de uma sociedade funcio-
seus novos desafios e oportunidades, as forças que irão moldá-la. Esses são os temas de
nal da mesma forma que precisa do ar para respirar em sua vida biológica. Entretan-
discussão e de análise deste volume: as novas tendência s, as novas realidades, os desafios
to, o fato de que o homem precisa da sociedade não significa necessariamente que ele
e oportunidades, as influências atuantes. Em outras palavras, este é um livro sobre a
a tem. Ninguém chama a massa humana desorganizada, aterrorizada e tresmalhada
Nova Sociedade, e não um livro sobre a sociedade a partir da qual estamos rapidamente
em um navio naufragad o de "sociedade". Isso não é sociedade, embora sejam seres
nos transformando. Mas não se trata de um livro de previsões. É um livro de análise e
humanos reunidos num grupo. Na verdade, o pânico é resultado direto do colapso
descrição cujo objetivo é proporcio nar idéias, conhecim ento e opiniões.
da sociedade; e a única maneira de superá-lo é restabelecendo uma sociedade com
Dos três volumes de O melhor de Peter Drucker, este foi o mais difícil para
valores, disciplina, poder e organizaç ão sociais.
selecionar e editar, devido ao grande número de material disponíve l. Mas es~e ~o-
.A vida social não pode funcionar sem uma sociedade, mas é concebível q~e não
lume também exigiu o difícil equilíbrio entre a percepçã o e a análise das tendencias
~ncione de fato. As evidências dos últimos vinte e cinco anos de civilização oCidenral
sociais, de faros e realidades, e uma sustentaç ão conceitua ! e teórica sem ª qual ten-
dificil~ente nos habilitam a dizer que nossa vida social funcionou tão be_m ª ponto de
dências e realidades seriam apenas "dados estatístico s". Portanto , realizá-lo represen- ·
produzir uma snuaçao ~ evi•dente para a existenc1a
• A •de uma sociºedade func10nal.
tou um desafio extraordinário para o editor de O melhor de Peter Drucker, meu ve_lho

amigo Ats uo Ued a, trad utor e ed.itor Japonês. d alquer leHor_
Tenho certeza e que qu
· desafio rna
comparcilh
. ara' comigo a opinião de que o sr. Ueda solucion ou esse Ih expressar
g1stralmente. 5ei· que raio
e_ 1 •
em nome de todos os leitores deste livro ao e1 rne per- Para que a sociedade funcione
todo m h ·
. eu recon ecimento, gratidão e profunda admiraçã o e espero que e e d arni- Defi . d fi . vida Estamos tão pró-
.
m1ta expressar pess O al mente m1ºnh a carinhosa gratidão por quase tnnta anos e xiino Inir uma sociedade é tão impossível quanto e mlf ª b. a massa com-
d s a ela qu l b , · d saparecem so d umde tal maneira
k e as caracterís ticas simp es e as1cas e .
za e e cooperação felizes, harmoniosas e produtiva s. Druc er
plexa
e atordo d b, arte integrante e1a
Peter F· que é i ante e detalhes. Fazemos tam em P . h bem definida, ne-
tnpossíve1ver o todo. E, finalment e, nao ~ iste uma 1m ª d
nhulll. ex d fi .. arnente em vi a, a
Ponto em que a ausência de v1ºd a se trans forma e m1t1V

• Ver nota na p. 3_
~
PítuJo f,01. bl' do em 1942.
extraído de The fature ofindustrial man, pu ica
V
O melhor de Pecer Drucker LIVRO III-A soCIEDADE
402 soc11:n
= . ~ ~ 403
. d de definitivamente em sociedade. Mas, embora n~ . · sentido em termos dos objetivos das
, · de soc1e a . . ao saib . fizerem . . l . ' metas, das idéi .d .
ausencia "d d s sabemos quando um corpo vivo deixa de sê-lo e ¾los 0 ideais D ve existir um re ac10namento funcional d fi 'd as e 1 eais do
ue é a v1 a, to o h - d fi . se transfi . div{duo- e e tni o entre a vida do indiví-
q dá S bemos que o corpo umano nao po e unc1onar com orrna
m ca ver. a l _ d o Uill. 1n do grupo. . _
n_u - pára de bater ou os pu moes param e respirar. Enqu corpo duo e ª •ndivíduo desprovido de funçao e posição •. .
vivo se o coraçao . - h, "d anta ho para o 1 . d" , " soc1a1s, a soc1edad , 1. .
. cardíaco ou uma respuaçao, a v1 a nesse corpo; sem eles h, Uver 'vel e amorfa. O m 1v1duo sem raízes" 0 p, . . e e rrac10-
um baumento . 'b'lºd d d _ a sollle jrnensura . . .
,
um cadaver.
Da mesma forma, a 1mposs1 1 1 a e e nao podermos dar
. _ . d d A uma defi .
nte nal , fu ção soC1a1s 1sola o m · d" 'd d
1v1 uo o convívio social
' ana - pois a ausência d
_ . e
· 'o e n - nao consegu 1
- ativa para soCiedade nao nos impe e e compreende-la funcio 1 n1- pos1ça .edade. Ele vê apenas forças demoníacas, meio sensat . e vis ~m-
çao norm . d d na lllent brar a soei . b . as, me10 sem senndo
a sociedade pode operar como soCie a e a menos que conced e. . d' erníveis e me10 som nas, mas nunca previsíveis. Essas fi d "d ,
Nen h um . . a ao seu eia 1sc . l . . orças eci em sua
bros posição e função soCial, e a menos que o poder social decisivo . s rn subsistência sem que e a possa mterfenr e, naturalmente s d'
mem . . b, . . . seja um vida e sua d d , em compreen e-
'timo O pnmeuo estabelece a estrutura asICa da vida social· 0 . . , mo um homem ven a o em um aposento estranho participando d
po der legl . , . . o6Jet1vo e ]as: e co , . , , . '
.
e um Jogo
0 significado de socied~de. O _uln~~ ~olda o ~sp~ç~ demr_o da estrutura: torna a cujas regras desco~he~e; ~ o que esta em Jogo e a propna felicidade, a própria sub-
sociedade concreta e ena suas 1~st1tmçoes. Se o md1v1duo nao tem posição ou fun- . , ·a e até a propna vida.
s1stenc1 . . , · d e · -
ça-0 social ' não pode haver sociedade, mas somente uma massa de átomos soc1a1s .. 0 fato de O md1v1duo precisar es1rutar de pos1çao e função social é tão importan-
percorrendo o espaço sem obj~tivo ?u propósito. E, a menos que O poder seja te para a sociedade quant~ pa~a ele. A menos ~u~ o objetivo, as metas, as ações e os
legítimo, não pode haver matenal social, mas apenas uma vácuo social que se man- motivos do indivíduo esteJam mtegrados ao obJetlvo, às metas, às ações e aos motivos
tém unido por mera submissão ou inércia. da sociedade, essa sociedade não pode compreendê-lo ou incluí-lo.
Nada mais natural do que questionar quais desses critérios é mais importante Dados os precedentes, é evidente que o tipo e forma de relacionamento funcio-
ou quais desses princípios de vida social vêm em primeiro lugar. Essa questão é tão nal entre sociedade e indivíduo em qualquer sociedade dependem da crença básica
antiga quanto o próprio pensamento político, originando a primeira divergência sig- dessa sociedade quanto à natureza e à realização do homem. A natureza do homem
nificativa da teoria política, a de Platão e Aristóteles, entre a prioridade do objetivo pode ser vista como livre ou não, igual ou desigual, boa ou má, perfeita, aperfeiçoável
da sociedade e de sua organização institucional. Mas essa é uma questão insignifi- ou imperfeita. A realização pode visar este mundo ou o próximo; vida eterna ou a
cante, embora consagrada pela antigüidade e por nomes famosos . Não pode haver expiação da alma individual pregada pelas religiões ocidentais; a paz ou a guerra; o
questão de primazia - nem no espaço de tempo, tampouco em importância - sucesso econômico ou uma grande família. A crença referente à natureza do homem
entre conceitos e instituições políticos básicos. Realmente, o fato de terem sempre determina o objetivo da sociedade; a crença referente à sua realização, a esfera em que
um pólo na esfera conceituai de crenças, metas, desejos e valores e outro na ~sfera se busca a execução do objetivo.
pragmática dos fatos, instituições e organizações constitui a verdadeira essência da Qualquer uma dessas crenças básicas sobre a natureza e a realização do ho~ern
ação e do pensamento políticos. Sem esses dois não existe política. O pólo pur~~nte couduzirá a uma sociedade e a relacionamentos básicos funcionais diversos entre socteda-
conceitua! pode representar uma boa filosofia ou ética· o exclusivamente pragmanco, ~e e iudivíduo. Não vem ao caso discutirmos aqui qual dessas crenças é ª correta, qual
b . a1· , d
um om Jorn ismo ou uma boa antropologia. Sozinhos, nenhum os d01·s pode e verdadeira ou falsa, boa ou má cristã ou anticristã. A questão é que qualquer urna
resultar numa boa política ou, sequer, em alguma política. des~as crenças pode servir de base 'para uma sociedade trabalhadora e viáv~l, iSta é, urna
e na qu o md1víduo desfruta de pos1çao e fun çao - ·ais E mversarnente,
soc1edad al . . . _
soei · ' d
quaiquer · d d . d nças básicas, po e ser
efi . socie a e, mdependentemente da natureza e suas cre ..
11
c ente somente se · - e função socia.1s.
Posição e função do indivíduo conferir ao indivíduo uma pos1çao
A posição fu - • . • ento entre
e nçao social do mdivíduo são a equação do relac10nam !ll
um grupo e um m b . d' 'd d . divíduo co
o grupo e do grupo
em ro m 1v1 ual. Eles simbolizam a integração O 1Il Jllos Poder legítimo
. d' d
O m 1ví uo. Expressam o propósito in d. 1 'd al em cer
de s · d d
oc1e a e e o pr com , . . 1v u
ompre
ensl·
O pod 1 , . b, sica da sociedade que diz res-
veis a existA . . ºd~o~uo social em termos do indivíduo. Assim, cornamdc upº do Peito , er eg1ttmo origina-se da mesma crença ª função e a posição
enc1a in 1v1dual d 0 d . A ia o gr a naturez ' . b ual repousam a
ponto d · d . . ponto e vista do grupo, e a ex1stenc sociais d . a e a realização do homem so re a q d fj 'do como a sabera-
_e vista o md1víduo. 'o . o 1nd · 'd 1 ,· ode ser e mi d h,
Nao há sociedade . . si ão e fi.inÇI n1a qu IV! uo. Na verdade, o poder egmmo P . d E roda socieda e ª
O , e encont . b'. d soc1eda e. m -
sociais. As • d d , para md1víduo a menos que ele desfrute de Pº ç
oc1e a e e s1gn'fi
·déia5 e Varias P d ra sua Justificativa no etos asico ª ,. instituições que nao
1 icativa. suas 1 o ere · , ·0 bas1co, e
apenas se seus objetivos, suas metas, s que nada têm a ver com esse pnncipi
d Pecer Drucker LlVRo III - A so
V
i2_4 O melhor e . ~ soCIED~A
:;D
~E
~ =========== = ========~~
~ . 405
• das ou dedicadas a sua realização. Em out ões policiais destmadas a apoiar e a mante .
al um p lanep . ras pai ques t r a organização 'al d
são, de mo dO g . ' . . - es "não-livres" em uma sociedade livre rn. . avras, há sif11P1es ucura puramente normativa de "lei e orde ,, N soei as tribos
. , eras msntuiço . d , unas de . da estr . . . m . o encanto . .
sempre muro . d d •gualicária, e muitos peca ores entre os santos M sigua]. dentro ernador e a assembléia admm1strativa detêm d b ' const1tuc1onal-
a soc1e a e 1 • e · as en e o gov d 0
P er a soluto
dades em um ·a1 d minante chamado soberama ror baseado na . . quan. fJ1ent '. I ente, deve-se compreen er que legitimidad , . ·
oder soei ecer "d . re1v1ndj . f111a m . . "d d e e um conceuo pu
to esse p . ald de ou santidade, e for exerci o por meio de institu'1 - caça.o . l Não existe legmm1 a e absoluta. O poder só pod l ,. ramente
l'b rdade 1gu a . . •d d d , Çoes q e c1ona · . b, · O que const1tu1 · • a "legmmidade"
.. e ser egmmo em rela-
por I e '. e sses obJ. etivos ideais, a soCie a e po era atuar corn . ue se run a social as1ca. , _
desnn . am a sat1s1azer e . . . al o soc1ed d , à crenÇ d d . e uma questao que deve
. ,. . pois sua estrutura mst1tuc1on estará fundarnent d ªe çao dida em termos e uma etermmada sociedade e s .
livre, igual1cana e pia, a a em um r respon , l ,. d , . . uas respectivas crenças
se . Um poder e egmmo quan o e Justificado por um • , . , .
Poder legítimo. e d d
_ • ifica que seJ·a irrelevante o 1ato e po eres e mstituições n- d
· Jíncas. . . d d S . , . ,
P0 afí . aceito pela soc1e a e. e esse prmc1p10 e bom ou ruim
pnnc1p10 enco ou
,.
Isso nao s1gn . - . ao. eter rnet s1co fi' . . em termos eucos,
. d ociedade estarem em contrad1çao com seus pnncípios básic P . . ou falso em termos meta 1s1cos, isso em nada interfere l .. .
romances a s . , . ,. . . os. elo verdadeir0 . . , . . com sua egmmi-
,. roblemas mais senos na po1mca ongmam-se nesses conflitos E e é tão md1ferente enca ou metafis1camente quanto qualquer t . ,
contrano, os P . . . . _ _ · uma dade, qU , . , . ou ro ente-
soc1e . dade po de muito bem sentir que uma mst1tmçao ou, poder . nao-determ·tnantes rio formal. O pod~r ~egmmo e o ~oder so:1ali:rien_ce funcional; mas por quê é fun-
eira cão flagrante com suas crenças bas1cas que põe em pe .
contrastam de man . ngo a cional e a que obJenvo atende sao questoes mteuamente externas e anteriores à
.d
VI a SOCI '
·a1 apesar de seu caráter não-determmante. O melhor exemplo é O da Guerra legitimidade.
Civil Americana quando percebia-se que a escravidão no Sul punha em risco toda a O poder ilegítimo não deriva de crenças básicas da sociedade. Conseqüente-
estrutura de uma sociedade livre. Antes da Guerra Civil, no entanto, a força decisiva mente, não é possível decidir se a pessoa que exerce o poder o faz em concordância
dos EUA era, indubitavelmente, um poder legítimo baseado no princípio de liberda- com O propósito do poder; pois não existe propósito social. O poder ilegítimo não
de, e exercido através de instituições organizadas e voltadas para a liberdade. Portan- pode ser controlado; sua natureza é incontrolável. Ele não pode se tornar responsá-
to, a sociedade americana funcionava como uma sociedade livre. Naturalmente, foi vel, pois não há critério de responsabilidade, não há autoridade definitiva, social-
somente por funcionar dessa maneira que sentia a escravidão como uma ameaça. mente aceita, que a justifique. E o que não pode ser justificado não pode serres-
Não se pode determinar quais são os poderes e as organizações institucionais ponsável.
determinantes de qualquer sociedade por meio de uma análise estatística. Pelo mesmo motivo, ele não pode ser limitado. Limitar o exercício do poder é
Nada pode ser mais inútil do que medir uma sociedade contando cabeças, e fixar linhas além das quais o poder deixa de ser legítimo, isto é, deixa de realizar o
recebimento de impostos ou comparando níveis de renda. Determinante é um termo objetivo social básico. E se, para começar, o poder não é legítimo, não há limites além
político, e isso significa que é puramente qualitativo. A aristocracia inglesa nunca dos quais ele deixa de ser legítimo.
constituiu mais do que uma pequena fração da população; além disso, após a ascen- Ninguém que detenha o poder de forma ilegítima pode exercê-lo de forma
são dos mercadores e fabricantes ela possuía apenas uma parcela muito mode5tª da satisfatória e sensata. O poder ilegítimo corrompe invariavelmente; pois ele p0 ~e ser
·
nqueza e renda nacionais. Todavia, conservou o poder soCI·al d ec1s1vo · · até no ssos cem· apenas "força", jamais autoridade. Ele não pode ser um poder controlado, limitado,
pos. Suas msmmçoes · · · - eram fu n d amenta1s · na soc1e · l esa. Suas crenças forma-
· d a d e mg 'd responsável ou racionalmente determinável. É um axioma da política - desde que,
rama base da v1'da soei·al; seus padrões, os padrões representanvos; · seu modo . de . vtai dea, Tácito em sua história sobre os imperadores romanos nos mostrou inúmeros casos e
0 padrão social. E seu ideal pessoal, os cavalheiros, continuaram a ser O npo ide que nenhum ser humano, por melhor, mais sensato ou criterioso que seja, p~de con-
toda a sociedade. Seu poder não era apenas determinante era legítimo. d trolar
. o p 0d er mcontrolado,
· . . · do ou ra cionalmente nao-deter-
, l 1.11m1ca
uresponsave,
' d' on e minado sem se tornar prontamente arb1trano,
. , . crue,l desum ano e caprichoso - em
Da mesma forma, leis e constituições raramente dizem, se é que O izem, ole
resi"de O poder determmante. · Em outras palavras a soberania não e, 1'd'ennca · aocontr ria outras palavras, um tirano.
l' · • ' carego
po mco. A soberama é um controle social e político integralmente uma 0
re
legitimada Entr 1874 1914 E , . . ' mplo rarame
. · e e , o xerc1to Prussiano era, por exe '. de que
mencionado na e
.
· ·- .
onsutu1çao 1mpenal Alemã; no entanto, nao ª
- h ' dúvidas ce su· Nern re,tatzvzsmo,
. . b , .
nem a sotutzsmo
detmha p0d d · · ealmen
. er ecisivo e, provavelmente, legitimidade. O governo era r . •
bordmado ao e , · ·mihtar1sta- O qu . d d - ode ser funcional a menos que
xercito, apesar do parlamento civil e normalmente ann . afi icanas• confi ~ provamos até agora? Que a soCie a e nao p der socialmente
Outro exemplo é 0 d 0 " . . . . colônias r , ra posiç- fu . d"1 1'd menos que seu po
Al' cancro1e mdireto" bntâmco em certas ·carnen deterlh. ao e nção sociais ao m v uo, e ª d " t ori·a da sociedade" e,
i, o poder socialm d . lO nos teofl ...,nant · l h ar e pura e
te O ente etermmante encontra-se nas tribos. Pe me scringe ª coni. 0 e e seJa egítimo. A isso podemos e aro i: al El nada diz sobre o con-
' governo do ho 6
mero ranco não exerce nenhum poder soei ; e
·a1 le se re 111 todas as "teonas
. puras,, , e, exclus1v· amente 1orm • ª
-~~ ~~~~~~~
i06 O melhor de Perer~ck~===
Dru er ====== ==L
=I=
V=R=
O=I;;;;
II=-~A~s;:;o~C~

. d de sobre liberdade, religião, igualdade, justiça, direitos individu .


teúdo de uma sooe a ' s valores da vida social. E pensar, como pensam ais,
e todos os outro . . fu . al ,
progresso, paz . d ficiência social, que ser ncion e tudo que irnp atual.
. ngenheiros e e . d . .
mente muitos e d d modo totalmente eqmvoca o os 1imites e a imp orta n
, .ª
'al é compreen er e d Ortancia
vida soei , . , . A fi ., eia funcional em si na a representa, a menos que nh
. 1 eficiencia e icien
da s1mp es , · . eficiência a que preço e para que o b jetivo? te a
·
resposta a pergunta. . d . d
mos a d os relativistas para os quais to a socie ade se apr
Não concor o com . h d esenta
ue seJ·a funcional, mas opon o-me a mesma forma aos
i ualmente boa, d es d e q d - r
g . d 1 d que se afastam de to as as questoes re1eremes a funç- ex- .
tremistas, o outro a o, . . al , ao e
., .
eficienc1a, e que se
recusam a considerar qualquer coisa em das crenças e idéi
_ , d , 1 d
O fim do homem econômico e a
so - po emos c h ama- . as

2
esse grupo nao o e absoluttsta
básicas. Parece-me q Ue
recusa-se a ver que Os
.
valores básicos só podem ser eficazes numa sociedade funcio-
.
- busca de uma sociedade não-
nal e também se recusa a ver que à sociedade func10nal resta somente outra alterna- /\ • *
econom1 ca
tiv~: dissolução em massas anárquicas. . . .
Talvez a falácia maior de nossa era seJa o mito das massas que glorifica a multi- (O fracasso do capitalismo burguês e do marxismo)
dão amorfa, desintegrada e sem sociedade. Na verdade, as massas são produto da
decomposição social e perturbam a ordem social.
O perigo não reside numa "revolta das massas", como pensava Ortega y Gasset. A
revolta ainda é, afinal, uma forma de participação na vida social, mesmo que apenas sob , . O fasci~1:1º é resultado do colapso da ordem espiritual e social européia. O
forma de protesto. As massas são completamente incapazes de qual~uer participa~o ultt_m~ e decisi~o passo que levou a esse colapso foi a desintegração da crença no
social ativa que pressuponha valores sociais e uma organização da sociedade. ~ p~ng~ socialismo marxista, que se mostrou incapaz de superar o capitalismo e de estabelecer
das massas reside precisamente em sua incapacidade de participar, em sua apatia, 1~~,- uma nova ordem social.
ferença cínica e completo desespero. Como não dispõem de posição e função sociais, O fracasso do marxismo não reside na esfera econômica. O argumento de que
sociedade para elas nada é além de uma ameaça demoníaca, irracional e incompr~~nSÍ· ~unca foi posto em prática em nenhum lugar sob "condições econômicas adequadas"
vel. Como não têm crenças básicas que poderiam servir de base a um poder legitimo, simplesmente nada tem a ver com o verdadeiro problema.
qualquer autoridade legítima lhes parece tirânica e arbitrária. k massas, _rortanto'. ~:
tão sempre dispostas a seguir um apelo irracional ou a submeter-se a um nrano arbitr
rio, bastando que este prometa uma mudança. Como párias da sociedade, as massas O desespero das massas
,
nada tem a per er - nem mesmo seus grilhões. Sendo amorfas, nao
d _ m estrutura
possue O marxismo se arvora e fracassa na promessa de superar a desigualdade social e
própria que possa resistir a uma tentativa tirânica arbitrária de moldá-las. ª f~ta de liberdade do capitalismo e de proporcionar a liberdade e a igualdade numa
soc1edade sem c1asses. E deixou de ser um credo
por ter mostrado que nao
- Pºd e cnar
·
~ma s~ciedade sem classes, mas conduz necessariamente a um padrão de classes ain-
a rnais rígido e sem liberdade.

Urna h·zerarquia sem Deus


Um d . . al , · ossível acreditar na or-
dem d os prmcipais dogmas socialistas sem o qu e imp d' _ 'dades
o tnarxi
smo atesta que o capitalismo em sua ten d en
' eia em ireçao a um

~
te capfr I f, . l' . · m publicado em 1939.
uO 01 extraído de The end ofeconomic man: the origins oftota ztanams '
V

~ ~~~~~~ ~ ~ ~====~~~===L
Jhor de Pecer~Drucker ~
-~A~soc
~IV~RO~ ll,;I= parte 1
SOCIEDADE
409
~ O~ . ~
i! • desenvolver necessariamente uma
dução cada vez ~ .
aiores precisa
proletários exceto uns poucos expropriad
estruru
ta O aspecto ameaçador da liberdade econômica
de pro d -o iguais como . d d ores A
'al na qual to os sa d . tão início a uma soe1e a e sem classes E . m do capitalismo parece ser um lugar-comum , e O e, cercamente no que
soei oucos ana en . . rn ou O fi1
ropriação desses P 'd d de produção se torna necessariamente ma1or, . · , Europa. Entretanto, os argumentos geralmente usados
exp anto a uni a e . 0 oncerne a . al' e para sustentar essa
tras palavras, enqu. . il . d s se roma necessariamente menor, e finalme e . _ a saber, que o cap1t Ismo rracassou como sistema economICo , • _
. ais pnv eg1a o . d d d nte, a afirmanva . , . - nao
número de desigu . d produção em uma um a e, e propriedade d lam profunda 1gnoranc1a sobre a natureza desse sistem
da a máquma e h d aco. a enas reVe . , . a, mas provave1-
conversão de to l idade de rrabal a ores e para essa comunidade , !ente estão incorretos. Como um sistema econom1co que produz quantidades de
'd d rada pe a comun . 'l' . N al'd d , sera
muni a e e ope. , d desigualdade e pnv1 eg10s. a re I a e, porém o , sempre crescentes a preços sempre decrescentes e com horas de trabalho regular-
. . , 1 limmara to a a - , . , nu. bens . al' - - e
mev1tave e e . . .1 . d s aumenta em proporçao quase geometnca em rela . e menores, 0 captt ismo nao apenas nao rracassou, mas foi mais bem-sucedido
d siguais pnv1 eg1a o . . çao rnent , N- h , - , •
mero de e 'd d d roduça-o. Economicamente, esse sistema .
poderia ger
ar do que jamais se su_p os. ~º- a ~azao eco?om1ca p~r_a que seus maiores êxitos não
ho da uni a e e P
ao caman ., . dutividade mas, longe de ser uma sociedade sem classes e da agricultura ·
·1 es de efic1enc1a e pro . , "d 1 d , . à frente da mdusmal1zaçao dos
estepm . paises coloma1s
mi agr . . . d d com um padrão mais ng1 o e comp exo e classes na- O capitalismo como ordem social e como doutrina é a expressão da crença no
constirmna uma socte ª e d d · 1·b d d
, • Em vez de estabelecer a ver a eira 1 er a e, o estado soci- ro resso econômico como caminho para a liberdade e igualdade do indivíduo numa
turalmente antago01cas. dal b e
- que essa soc1e . dade res ui te da abolição
. d .• ociedade genuinamente feu , em ora o servo rosse procla- p g
sociedade livre e 1gu ' . O marxismo
· al'ttana. . supoe
al1sta pro uzma uma s , 1 XII . , . d 1
mado o benefi1ctano.
·, · No apogeu do feudalismo . no secu o e m1c10 . o sécu o XIII, do lucro privado. O capitalismo supõe que a sociedade igualitária e livre resulte da
. •d ·al ganizada rac10nalmente com base na doutnna sobre a qual a entronização do lucro privado como diretriz principal do comportamento social.
a plfâmt e soct era or . d .al. - d
• d d t '
i da Mas a estratificaça-o soe1al no esta o soc1 1sta nao. po e ser Naturalmente, o capitalismo não inventou "a motivação do lucro"; mostrar que o
socte a e era cons ru •
· 'fi d - de nem ao menos ser explicada. Ela é tão sem sentido quanto desejo por lucros sempre foi uma forte motivação para a ação individual também não
JUStl 1ca a, e nao po . .. , . . • , 1d a1· -
.
uma h1erarqu1a · sem Deus . Que tal sociedade seJa a consequenc1a. mev1tave. are 1zaçao é prova suficiente para a alegação marxista de que rodas as sociedades passadas eram
do socialismo invalidou, portanto, a crença baseada na doutnna marxista como sen- 1
fundamentalmente capitalistas. O lucro sempre foi e será uma das principais forças
do a precursora da futura ordem social. . d motivadoras do indivíduo - independentemente da ordem social na qual ele vive.
. . , . al ' , ICOS on e
O fracasso da revolução socialista nos países pre-capit 1stas - os un. Mas a doutrina capitalista foi a primeira e única que valorizou o motivo do lucro
ainda ela é viável e ainda pode atrair · as massas - 101 e · a d mm · ·d o pe1os própnos . russos d positivamente como meio pelo qual a sociedade ideal livre e igualitária seria concreti-
quan do "ad'1aram m · defim1'damente" o d'1a em que sena · cr1ºado o verdadeHO eSra 0 zada automaticamente. Todas as doutrinas anteriores consideraram a motivação do
socialista de liberdade. Isso significa - traduzido do marxismo para termos comu;; lucro privado socialmente destrutivo ou, pelo menos, neutro.
- que nunca chegará o dia em que a minoria que se apoderou do poder ~11: n~mfi ear a O capitalismo, portanto, deve dotar a esfera econômica de independência~ auro~o-
I . d e . , d ,
pro etar1a o transrenra esse po eras massas pro etarias. ao se po 1 , . N- de mais JUStl ic a
mia, 0 que significa que as atividades econômicas não devem se sujeitar a con~ideraç~~s
. d
d1ta · · · burgueses, e
ura como sendo a ditadura do proletariado sobre os inimigos d'radura não-econômicas, mas precisam ocupar um lugar de destaque. Todas as energias so,ci~s
1
completa destruição dos burgueses. Portanto, é óbvio que se trata de uma devem estar concentradas na promoçao _ d e fims economicos, , · porq ue Oprogresso.econom1- _
sobre um proletariado desigual e sem liberdade em si. · ]ec· co encerra a promessa do milênio soCJal. . Isco e, cap1t ismo e sem esse fim soCial ele nao
· al'
Essas questoes - ocupam um espaço injustificado em nossas d·iscussóes . incevan· tem sentido ou justificativa, tampouco possibilidade de exiSrência.
t . , . . t1 ' nc1a nos a 0
ua.is conremporaneas. Na realidade, elas não exercem nenhuma m ue EVA D0 a] to d o bem-estar econômico que atmgimos · · como resultado. .d. a 20·
de 150
·a1· 1 · d enos nos 1
Ços do
s pa.ises m usrn iza os da Europa central e acidenta e arn ª m
' · d d giwe anos d • · 1· d ' rimeira vista, a nalicu
e progresso capitalista, podemos nos sennr me ma os,ª P ' -
art-
Na Europ · d st ·a1·izada, a crença no socialismo como doutnna · futuro re zar a afi . . d mos rodas essas re izaçoes
. ªmu n e
· O proces
so de Irmattva de que a liberdade econômJCa a que eve - a
detxou d · · · pode - d No entanto essa nao era
. e exisnr mmto antes de ter sido colocada à prova na RúsSia, eesse i nao ser nada mais do que um bem, um pro uro. . ' dem pré-ca-
desmtegração foi 1 d ai . uma data espect
'fica em qu
d'al Nes· ll1pressão . h . friam com a antiga or
emo e gra u . Se qmsermos supor ]'b d de econômica en-
processo teria se com 1 d . . . . d G a Mun 1 . 0 PitaJ·Ista osque ttn am nem mesmo os que ma.Is so
. P era o, sena o dia do míc10 da Segun a uerr iment d d' e . Para eles a I er a sendo se-
l'd . d e o mov de ' es ltosos artesãos e servos rammros. '
se dia, provou-se cerrava ap h . . d sua segurança; mesm 0
t balhi . que ª so I ane ade de interesses e de crenças entr l'darieda enas orrores, exigindo que des1snssem e 'd d era tudo o que
ra sra e a soc1edad · a1· d d e aso 1 'o gu al . uas necess1 a es, d
int • ai e cap1t Ista e todos os países é mais forte O qu hora na rança d
ernac1on da elas ,. 1 es em · a· tinh esprezível e inexpressiva, que m supna s . ça Essa ]iberda e
meno I . . se operaria. Desse dia em diante, a luta de e.al. ass ' h "ia retlf ain e . além de mseguran . e .
s rea e Inevitável mo a• va pri ' economicamente, nada lhes promena da proteção cari1ána
do sua reiv' d' _ ' tornou-se sem sentido e destrutiva. O soei is nar a JJO Vava-as d b'dos por herança,
de s e seus pequenos pedaços de terra rece 1 1 "]das e corporações, e os
ordem E
In icaçao de est b 1
d'
. nesse Ia Mussol· . d .
ª e ecer a sociedade sem classes e d e se tor eus 111ercados, dos preços mínimos esta belect'dos pe 'as gw
InI eixou de ser marxista.
V
LIVRO III
41 O O melhor de Perer Drucker -~ SOCIEDADE
parte 1
= . .d d e inteligência. Eles aceitaram essa lib d
er ade
--=== 411
d hab111 a e5 'al A •
ªPenas . ,, é verdadeiro símbolo das sociedades do cap1t. a1·Ismo bu , d
e. ia depender e suas d uma igualdade soc1 e economica básica · mico O 1· ,
1az romessa e . , . . ta que vêem no 1vre exerc1cio da atividad , . rgues e o socialismo
orque encerrava a P romessa era ilusona. O progresso econô.rn· marx1s ' seus o b'Jetivos. . As saus . f:ações econôm·e econom1ca do h
P os que essa p d " .d d Ico nãO izar . omem os meios
Todos sa bem . aldade formal a oportum a e igual". E.tn Vez d"traz ara re al . . . As . icas por s1 só p .
esmo a rgu P Can tes e s1gm61cat1vas. posições os pri·v1·1,eg1os . os d' ·arecem socialmente
igualdade, nem m d . aldades de classes e classes extremament e rí .d tsso, ·mpor
1 l pelos quais o homem trabalha. Por eles hom ' e
novas es1gu d gi as. f - O
ueitos econômicos são
ele pro duz as .d pelo menos na Europa - ascen er à pequena burgu tao• aque e5 -r d em trava guerras e por e1es está
- d . ado para morrer. 10 os os outros parecem m h' .. ,
. .1 O roletana o era ipocnsia, esnobismo ou ab-
difíci para P b rguesia chegar à classe os empresános. Se as classeses1a d prepar ' .
, a a pequena u . , . l . do romanuco.
quanto e par d . d triai não são hered1tanas por ei, na prática O são p a sur Esse concerto ' dh A •c
ieda e rn us . , . rovav 1 o ornem econom1co roi primeira mente expresso em J'c
d
mo erna soe . e., . h r ao topo na sociedade dos seculos XVII e XVIII e·
escola. Ele mo t , _1 eratura
ra mais rac11c ega . e . , urna v homo ceconomicus d e Ad am Smith e sua . s rava seu carater imaginá
mente, e . . ara ascender da camada mrenor da massa amorfa d ez no , . l . -
d d l , o que é . repleto de astucia e comp ecamente mescrupuloso que -
dado o pnmerro passo p no Ih . , nao apenas quis sempre
.dd éia do século XX ascen er a casse em que nasceu para urna ir de acordo com seus me ores mteresses econômicos mas t b,
para a soc1e a e europ ag dA l ' am em sempre soube
classe mais alta. m estabelecer a igualdade . · d l"b d A como acen e- os.
e.
O rracasso e
por. meio . a 1 er ade. economica, apesar A emergência .
do conceito do. homem econômico ., .
como base da soc1e · dade ocor-
das recompensaS mate
riais , minou a fé no capitalismo , . . na·o ape-
como. sistema social
re u com O surgimento da economia . como c1enc1a. Assim que esse co · .
nceno ero1. aceito
entre as classes medias que mais se beneficiaram econ'o- como representando a verdadeua natureza do homem, 0 desenvolvimento da ciência
nas entre o proletarl.ado , mas
mica e socialmente. da economia não só se tornou possível mas imperativo e essencial.
A primeira vista pode parecer que a ciência econômica nunca foi mais importante
do que agora e que, conseqüentemente, o mesmo estaria acontecendo com a crença na
sociedade do homem econômico. Uma nação após outra vem confiando a administra-
Ofim do Homem Econômico ção de seus negócios ao economista habilitado. Ele é procurado para ocupar posições de
O capitalismo provou ser um falso deus por conduzir inevitavelmente a uma executivo e de líder político, como conferencista e comentarista de rádio. Mas essa
luta de classes, classes essas rigidamente definidas. O socialismo provou ser ilusório aparência superficial é enganosa. Supervalorizamos o economista num último esforço
pois tornou evidente que não pode abolir essas classes. A sociedade de classes da desesperado para salvar a sociedade do homem econômico, como no século XVIII foi
realidade capitalista é incompatível com a ideologia capitalista a qual, conseqüente- supervalorizado o filósofo- o racionalista, "iluminado", o sábio historicamente treinado
mente, deixa de fazer sentido. A luta de classes marxista, por outro lado, embora - e os colocamos em tronos instáveis. E falharam igualmente, o filósofo-rei no século
reconheça e explique a verdadeira realidade, deixa de ter qualquer significado porque0 XVIII e o economista primeiro-ministro do século XX.
não leva a nenhum lugar. Ambas as doutrinas e ordens sociais fracassaram porq~~ O colapso da sociedade do homem econômico foi inevitável assim que o marxis-
conceito de que o exercício da liberdade econômica pelo indivíduo gera consequen- mo se mostrou incapaz de concretizar uma sociedade livre e igualitária. Além do
marxismo, não há possibilidade de conciliar a supremacia da esfera econômica com ª
cias automáticas era ilusório.
e.
Esse rracasso
e , ica e coroa :re_nça em liberdade e em igualdade como verdadeiros objetivos da sociedade: E ª
exerce repercussões muito diretas sobre a esrera econom
unica juSrificativa, a única base para o homem econômico ou para qualquer socieda-
se~ sentido ou, pelo menos, duvidosas, todas as instituições da vida política._Mdasd~ . ,.
fi . fu d . d c1e a es de nele baseada, é a promessa de se produzir liberdade e igualdade.
e eit? mais pro n o atmge o conceito fundamental sobre o qual to ª ª s~ d seu · · ·
Co m O cnsttamsmo, • · ald d se dois conceitos bas1-
baseia: o conce1·t0 que o hornem tem de sua propna , . natureza, d e sua fimçao e edui a liberdade e a igu a e tornaram-
cos na Europa; eles são a própria Europa. Durante dois · mi·t ano s rodas as. ordensde
lugar na sociedªde. A prova de que a liberdade econômica do m · dºivt'duo não hcon eJll
doutrin as europeias . .
,. ongmaram-s • ~ · h liberdade e a 1gualda
. . ,
e
automática ou dial · , . . d eza do oJll e da ordem cnsta e nn am ª 6
eucamente a igualdade destruiu o conceito a natur ' JllÍCº·
· a1· H Econ° corno .tneta e a promessa de ao final alcançar a liberdade e a igualdade ~ara JUdsn t~a-
no qual tanto O capit ismo quanto o socialismo se baseavam: o ornem ede !as Ah'1st0, . , , d . s na realidade a ex1s-
Toda sociedade organiza · d ,b do hornelllnacu· tê · . na européia é a história da projeção esses conceito
_ a e aseada no conceito da natureza da ncia social.
sua fu nçao e seu lugar n .d d d . 1.rnagern Ab . rimeiramente na esfera
reza h ~ socie a e. Qualquer que seja a verda eua . d arur~ esp· . usca da realização da liberdade e igualdade o~orr~u P1. ara decidir seu
umana, esse conce1t0 d derra a n e
da socied d sempre proporciona uma imagem ver a . dogfllas lfltual A d . h - iguais e 1vres P conseqüen-
1 · bohza os de . · outnna de que rodos os omens sao ue
ª e que se reconh l • que c0
11·
st1no n ~ sarnentos neste, q ,
crenças fu d
.
. ece ne e e se identifica com ele. E e sim
n a.mentais da so · d de mostrando a esfera de at1v1 . 'd d hurnallª 011ô·
a e " . ai ec
tel11 °
enre s .
outro mundo por meio de suas açoes e pen
~
d . .d
verda erra v1 a,
pode ter sido ape-
sidera social d . . cie a
mente ec1s1va antfll ' ena meramente urna preparaçao para ª
e suprema. O conceito do homem corno
V
LIVRO III _ A. so
d Peter Drucker ~ l\Dp SOCIEDADE
412 O melhor e ~ pa~ ~~~~~~~=~~==============~ 413
~
~
= sas como mostram o século XVIII
trolar as mas ' e os rn . vitória eleitoral dos trabalhadores alem- d
tentativa de con , l XI ou XIII a promessa era real. O fato d ªrxis. ran de d d aes e sua d
nas uma do secu o b" e tod ra g poio de meta e a população, sofreram se errata em 1932 quando
Mas para as pessoas d igreJ·as mostrarem papas, ispos e reis cond as as !11 o a 1. 1 m protestar ul ,
tas. . al a porta as . d enad , co legalmente e eito pe o governo pré-Hitler d ª exp são física de seu
~
A •

do Juízo Fm n penas fantasias romanttcas e algum e I 0s a g


overno b . d , .
que nao rece eu apoio o exercno da pol' .
e von Papen I
' comp etarnenre im-
cenas ~ epresentava a l , d seu tor orente, d . 1 ' ic1a ou de qual
danação eterna nao r ~ al e verdadeira claque e peno o de nossa hist, . re. P de doze meses ep01s e es aceitaram com r . _ quer outro grupo. E
da expressao re . . l El . ona q J11enos d esignaçao a d t . -
belde. Tratava-se . ald d na esfera espmma. a via e concebia h lie • tas realizadas em écadas de duras lutas. eS ru1çao de todas as
"b d de e igu a e d . d d o ºtne conqt11s d d . .
Planejava h er aEspmru . . al eu lugar no mun o e na socie a e como um l
, es «·A • ,, ugareth
llt
C om O colapso a outrma marxista qualque r soc1e .d
como o Hornem a teologia uma ciencia exata . .., A • ' ade base d b
. •rual E tornava omia da esfera economtca torna-se inválida e • . ai ª a na so erania
uma ordem esplfl d. . a liberdade e a igualdade passaram a ser p . e auto n mac1on por r1b d
do essa or em rum, E h . . roJetadas . aldade não podem ser conseguidas nela e por meio d l M, que ª er ade e
Quan . al A doutrina luterana, que rez o ornem decidir seu d . a igu . al" .al. e a. as enquanrO .
fira mtelectu • ~ d E . estin istemas caplt 1sta e soc1 1sta se desintegravam s h os anti-
numa es e . . alitário na interpretaçao as scnturas, é a metarn r 0 gos s . _ . em c ances de recup -
d O intelecto 1!Vfe e igu 'l . d d d orrose ro desenvolvimento, nao surgm nenhum sistema no C . eraçao e
usan o , nica tampouco a u nma - a or em o Homem I l fu tu , . vo. orno vimos ant ·
ema - embora nao a u '
_
d nte ec- re é um aspecto caractensttco de nossos tempos qu nh enor-
supr l l"berdade e a igualda e passaram a ser numa esfera so •a1 men ' h "d 1 e ne um novo conceito da
t al Após seu co apso, a I l' . d . H c1 : o rureza do homem ten a s1 o e aborado para tomar O lug d H , .
u . .meiro o Homem Po mco e epo1s o ornem Econôrnic A na d . "d d h ar o ornem Econom1-
homem tornou-se pn . . ald d . . o. co. Nenhuma esfera a at1v1 . a e umana propõe . a liberdade e a igu · ald ade. Embora
. d . ald d tornaram-se a liberdade e a igu a e soctais e econômicas A a Europa se torne, portanto, mcapaz de explicar e J. ustificar suas ant·1 d ..
hberda e e a igu ª e ,. 1 d · · · Ih · . gas or ens soc1a1s
ornou-se O exercJCio de seu ugar na or em social e econôm' Com e a partir de seus ve os conceitos, ela amda não adquiri·u d l
natureza do hornem t . ~ ~ 1ca . . . ou esenvo veu um
a existência encontrou exphcaçao e razao. novo conceito que possa ongmar . ~ novos valores sociais válidos , uma nova razao _ para
na qu al Su . b" . fi al d
.ª s~ciedade no uma nova ordem e uma exp1icaçao para o lugar do homem.
A

Como o capitalismo burguês, o marx:1smo ~~o,º Je~ivo m


estabelecimento da verdadeira liberdade. A oposiçao a sociedade capitalista origina- Com o colapso do homem econômico, o indivíduo é privado de sua ordem so-
se dessa ênfase na liberdade. Mas a fim de provar que o homem será livre no estado cial, e seu mundo, da existência racional. Ele não pode mais explicar ou compreender
socialista, Marx teve de negar não só que ele é realmente livre no capitalismo, mas até s~a existência como racionalmente correlaciona~a e coordenada ao mundo em que
que possui a faculdade de ser livre. A promessa do socialismo reside no "automatismo" v1v~; t~pouco pod~ coordenar o mundo e a realidade social à sua existência. O papel
das leis econômicas que privam o indivíduo de seu livre-arbítrio e o sujeitam a sua do md1v1duo na soctedade se tornou totalmente irracional e sem sentido. O homem
situação de classe, isto é, à falta de liberdade. Trata-se de uma teologia tão audaciosa está isolado dentro de uma tremenda máquina, cujo objetivo e significado ele não
e corajosa quanto a antinomínia entre a verdadeira liberdade e a predestinação absoluta aceita e não pode traduzir em termos de sua experiência. A sociedade deixa de ser uma
do calvinismo, com o qual o marxismo tem uma extraordinária semelhança intelec- comunidade de indivíduos unidos por um objetivo comum e se torna um tumulto
tual e ideológica, e em sua função histórica. caótico de mónadas isoladas e sem objetivo.
O marxismo deve sua tremenda força religiosa à subordinação à liberdade. fusa
força conferiu à doutrina sua inevitabilidade, sua certeza do sucesso final e sua fascinan-
te finalidade intelectual. Sem ela, a necessidade de acreditar que a sociedade sem classes A volta dos demônios
chegaria, porque a sociedade sempre fora uma sociedade de luta de classes, ou queª
maior desigualdade traria a verdadeira igualdade, teria parecido absurda - e não ~pe- O colapso da crença nas doutrinas capitalista e socialista foi traduzido em ter-
nas numa era "racional". Mas o marxismo deve a ela também sua natureza dogmánca e rno~ de experiência individual pela Guerra Mundial e a grande crise econômica. Essas
inflexível. Sua força intelectual é tão rigorosa que todo o edifício ameaça ruir se uma c_ata_strofes invadiram a rotina diária que faz os homens aceitarem as formas, ins-
~edra for tocada. Nada pode ser mudado no marxismo sem que se abandone a meta dde tituições e dogmas existentes como leis naturais inalteráveis. Elas expuseram repenti-
liberdade ou a promessa de sua obtençao. ~ Isso explica . a extrema vul nerabilidade ª namente O vácuo existente por trás da fachada social. As massas européias percebe-
crença no marxism0 "d . ou-se se a ram. pela p nmeira
· · vez que a existenc1a
. nessa soc1e dade e' domma
A • •· dª não por forças
. . . eª rapt ez com que ele se desintegrou, tão logo quesnon
sociedade soC1ahsta livr · al" , · . racionais e equ1·1·6 . d
1 radas mas sim cegas irracionais e emomacas. '
e e igu 1tar1a sena uma meta atingível. • ~- Em termos d e expenênc1a
' . . humana' a guerra mostrou repen u·namente o indivíduo
Em 1848, na Europa • al. . d de e a 1gu
dd . ' 0 capn ismo como meio de se obter a 1i6er ª . ·va
ª e mostrou-se 1lusóri .
ainda acredi l o, ~o encanto, até ontem uma minoria bastante si d crina
·gn1ficat1 corno .um a'torno 1so
conceito d ·d
· lado, mdefeso
. . '
e impotente
.
°
num mun d de monscros irracionais.. O
· al a qual seu desuno
tava ne e O social· · ~ o de otl d e sacie ade em que o homem é um membro 1tvre e igu e n
representativa até O final do , ismo, por outro lado, não alcançou a posiça a primei- epende pri ncip
· al mente dos própnos
. méntos
. e esrorços
e
provot1 ser wna ilusão.
seculo XIX. Menos de vinte e cinco anos separam
LIVRO Ili
k ~ socnin
' ~4L ~O~m~elh~or~d~e~P~e~te;,1;r!D~r~u~c~e~r==== ===== ====c :~~A
4
'.! ~ parte;!1= s~o~C =A
~IE=D =D ~
~E=~==~ ==:== ==== =======~415
~
. , ·ca mostrou que forças irracionais e imensur, .
'b' d ave1s ta .
dência de subordinar todos os fatos a essa nova e importam'
A rande cnse econom1 A ren 'd .
g . d d d tempos de paz: a su tta ameaça e desempreg
o perrn
111-
osição quanto a cons1 erarmos O progress , . 1ss1ma meta reverteu
bé gem a sacie a e os nossa P ., 1
o econom1co desepve.
m re d do no momento de ingressar no mercado de trabalh oa-
nente de ser escarra a trabalhar. Contra essas rorças, e . d' o
' d o m 1víduo se v' . u
mesmo antes e começar , . d e Indefe
. • d como se lutasse contra maqumas e guerra. Ele _ ·
so isolado e pu1venza o
' d
1 d
d mprego surgirá e porquê; e e não po e combatê-lo ' em lhes.
nao pod
n e O valor decrescente da democracia
prever quan o O ese
A partir dessa rejeição ,
ao progresso econômico em areas .
mo fugir dele. . . . . _ restrnas úl •
os uma fórmula, uma palavnnha secreta, um simples me can1smo . Nem . ' nos nmos
Nós procur am s avançamos para a reJetçao total do progresso. mesmo os d1scurs l
esforço gerou uma fé na ex· , . ano l ~ os ouvam
te transforme O caos em .ordem. Esse . Istenc1a deus do progresso. Em seu ugar, a segurança _ segu rança em re1açao às cren as
que, de repen , o
de atalhos, que são simplesmente mágicos, para a Utopia, _e q~~ faz com que a credu- econômicas, ao desempreg o, ao progresso -
- tornou-se a met . al
a umvers suprema Se
ç
. d
lidade tola e ingênua nos milagres do passado, pareça rac10cm10 perspicaz e crít'Ico. o progresso impe e a· segurança, entao o progresso deve serre di d E
pu ª o. , no caso de
.
h ,
ocorrer uma nova cnse, nen um pais europeu hesitará em 1·ntroduz1r • med'dI as que,
Estamos convencidos hoje de que rodos os alquimistas que alegaram ter encontrado .
.
embora impeçam o progresso e representem retrocesso econômi e empo brecimen-
·co
a pedra filosofal eram charlatães, e de que todos os príncipes, filósofos e eruditos engana- •
to duradouro, possam talvez expulsar os demônios ou ' pelo menos , mi'ti' gar sua mves-
dos eram somente campônios iletrados. Da mesma forma, um tempo futuro provavel-
tida violenta.
mente julgará que as pessoas deviam ser tolas ou tratantes por acreditar firmemente
Em relação à democraci a, tem-se instalado a mesma subordinação às anti as
hoje que rodos os nossos males poderiam se curar, bastando encontrar a cada dia a
crenças e instituiçõe s. Os antigos objetivos e conquistas da democracia: proteção âas
fórmula para o preço cerro do ouro ou aumentar a velocidade da circulação de dinhei-
minorias dissidentes , esclarecim ento de questões por meio da livre discussão, solução
ro. Semelhante espera por um milagre inspira as teorias de que se pode criar ou aumen-
conciliatória entre iguais não ajudam na nova tarefa de expulsar os demônios. Conse-
tar a riqueza destruindo-se bens ou reduzindo a produção, ou distribuindo a riqueza
qüentemente, as instituiçõe s projetadas para concretizar esses objetivos tornaram-se
existente de outra maneira. No entanto, todas essas sugestões e crenças são sérias e
inexpressivas e irreais. Elas já não são boas, elas não são más; elas apenas são total-
sinceras, e se originam de uma tentativa pateticamente racional de encontrar a alavanca
mente insignifica ntes e ininteligíve is para o homem comum. Este é incapaz de com-
pela qual a máquina tornada irracional e caótica pode ser novamente obrigada a servir
preender que a cidadania e o direito ao voto para as mulheres foram questões políti-
aos propósitos para as quais foi projetada.
cas de primeira ordem há apenas vinte anos. Os otimistas podem enganar a si mes-
O homem de finanças acredita em liberdade e independê ncia. Conseqüente- mos acreditando que essa apatia deve-se a simples "erros técnicos". A representação
~enre, ele tenra expulsar os demônios que destroem a sociedade livre e racional com pr?porcional é anunciada como uma panacéia na Inglaterra, assim como sua extinção
r~tos de magia. A predominância de tais panacéias nos EUA é uma indicação signific:- foi pregada na Alemanha pré-Hitler. Mas a essência da democracia enfraquecida não
t'.va de queª crença e a confiança na liberdade e na independê ncia são maiores e mais pode ser salva por uma fórmula mecânica. A democracia ainda pode exercer uma
si~ce:as do que em qualquer outro lugar. O fato de que nada resta além do milagre forte ~tração sentimenta l enquanto estiver profundamente enraizada e presente na
nao e uma reflexão s0 bre o excentnco smcero ou sobre as massas que o seg uem em
A • • consciencia histórica e na tradição do povo como algo pelo qual ele lutou e sofreu.
Mas essa atraçao . que ela e, confirontadª co m uma realidade que
- cai. por terra assim .
sua busca por u_ma saída para o impasse. ..
· · d O a canse- eX!Ja com 0 d • • O b dono da democracia.
A contradição ine rente a, tentativa
.. . . . .

de manter a sociedade supnmm , preço a ser pago pela expulsão dos emomos ª an . d F01·
O econo- Fi al d e · b · do e desvalonza. o.
quenc1a mev1tável tal d n mente, o próprio conceito de liberda e 101 re aixa
. ' como ocorre com a depressão que se segue ao progress . ento a provad . , . ald d A ·r para obter maior van-
mico, vem se tornando .d
"fi ,, evi ente em toda a Europa. Com a queda do expenm o que a liberdade econômica não leva a 1gu ª e. gterdeu o vai or socia ·1
que
. s massas tagem e A •
' •

f: da ver-
rente popular na Fr A • -
e- Ih conom1ca - a essência da liberdade economica - P
estão . . ança, essa ev1denc1a generalizou -se. Desde entao, a e era .b 'd f: d ssado a azer parte
lher entre r . • · lugar as
consc1enre ou mconsci , .s d d . atn UI o. Independe ntemente do. aro e ter Pª em pnmetr0 '
nunciar à s • d d . . entemente inteiradas de que precisam esco d mon10 . a eira ôm1cos
oc1e a e trad1c1 al . , natureza do homem colocar seus mteresses econ ·a1mente bené-
A opi •- d on ou renunciar a tentativa de expulsar os. e e se lll assas d . ômico como soei
mao e que os de mo qu eixaram de considerar o comportam ento econ • gir ou abandonar
A •
fie
tenha de desistir d d momos econômico s devem ser banidos, mes A, Jllassas o em s· . . ald d p0 rtanto restnn
e tu o o mai · e ·a IV a lib d I, visto que é incapaz de gerar 1gu a e. b ' . da se dessa forma, a
não podem resist' s, tem tnunrado no campo da economt · d Euro· er ade • smo em-vm ' 'f' .
ir a um mundo d E to a a ª"' A
econom1ca

e
,
uma antude

aceita ou me . riscos de sacn tetos
pa, as crenças e dog d . governa o por forças demoníaca s. m •dera.O' .,,eaça d d . nôm1ca ou os
mas a soc1edad d O h ornem econômico foram JU • 1 d s consJ ec 0 , • e esemprego , o perigo de uma cnse eco
d0
-se apenas se am . . e ga ª Jsá-loS· nom1co d . .
eaçam mc1tar Os d emon1os ou prometem afasta-1os 0 u ex:pu
A • , s pu erem ser menos 1mmentes.
LIVRO III _ A s
Ih de Perer Drucker ÜCJED;"
~
SOCIEDADE
416 Ome or pa~
~ .!,,~~~~==-=~=~== ============= =~12 41 7
_ arn-se para abandonar a liberdade diante d uanto mais intolerável se torna a realid d d .
As massas,
enrao preparar d E
. 'a1·d d do mundo. Se a liberda e 1or incompatível com . essa
a prorn donada. Q . 1 a e o sistema i d 'ali
.mais necessáno e e se torna a fim de conse n ustn zado para as
b lecer a rac10n I a e , l a tgua]d massas, d' - 'd rvar suas formas
de resta e . . _ d J'b d de. Se ela for incompanve com a segurança e! a- res1 e a verdadeira causa do f: . externas.
I des1sarao e i er a - d, . . ' as ºPtar· Nesta contra 1çao asc1smo. Ele de . da ., .
ão tornou-se uma quescao secun ana, visto qu l'b ao
A
.

de, e as . da época em que vivemos: a ausencia de um nva expenenc1a
última. Ser 1ivre ou n d A • •e a t erd básica . d d • ª nova doutrina d
por esta . da não ajuda a expulsar os emomos. Visto que a . a- social. A annga or em eIXou de ter validade e re al'd d e e uma nova
de que pode ser conquista . . l sociedade ordem I a e e con ..
,, , ameaçada pelos demônios, parece mais que p ausível respons bT undo tornou-se irreal e demoníaco. Mas não s . h' sequenremenre,
"li:'re é adque se ve . ar-se do desespero abandonando a liberdade. ª t izar seu m urgiu nen um nova ord
desse fundamentar uma nova crença, e a partir da qual d, em que
a hberda e e esperar 1ivr . , . . pu . . . - pu essemos desenvol
. áli'se em roda a h1stona da Europa a liberdade sempre 101
,.
e .
um formas e novas msmwçoes para organizar a realidad ·a1 d . . ver
Em úl uma an , A • novas - e soc1 e modo a at1ng1r
. do m
.!feito . d'1v1'd uo. A liberdade polmca e econom1ca, de escolher . . entre b
O em e objetivo supremo. Nao podemos conservar a realidade de nossa annga . um
ordem
d 0 nov 0 d ..
nsciência, de culto religioso - nenhuma tem s1gmficado exceto co . to que ela pro uz um caos espmtual que as massas não p d . '
m, ai de Co , .. , 'dd . mo vis d . o em suportar. Porem
liberdade do indivíduo em oposição a maiona e a socie a e orgamzada. tamp ouco podemos . aban, .onar as antigas . formas e instituições , poi·s 1 so causaria o caos'
·s .
A nova liberdade pregada na ~uropa é, entre:anto, o direito da maioria em social e econômico, que e igualmente mtolerável. Encontrar uma saída que nos orereça e

oposição ao indivíduo e foi inter~a~1?nalmente aceita no ac~r~o de Munique que uma nova realidade, que carre~e uma nova racionalidade e que possibilite ao mesmo
entregou à Alemanha rodos os cerntonos com uma escassa maiona alemã. A minoria tempo a manutenção das antigas formas externas é uma necessidade das massas de-
checa nesses distritos, mesmo tendo somado 49,9% da população, foi privada de snorteadas. E é essa a tarefa que o fascismo se dispõe a realizar.
rodos os direitos e de toda a liberdade. Mas o direito ilimitado da maioria não é A própria natureza dessa tarefa explica a ênfase atribuída à "legalidade" e à "conti-
liberdade: é licenciosidade. nuidade legal" que vem desconcertando tantos observadores e que foi responsável pela
dificuldade em se reconhecer o caráter revolucionário do movimento. Como mostra
a história, uma revolução triunfa ao derrubar antigas fachadas e produzir novas for-
mas, novas instituições e novos lemas. Mas - como observadores sagazes notaram
Fascismo enquanto a revolução ainda estava em andamento - a realidade social muda apenas
Podemos encontrar a mesma peculiaridade na forma pela qual a Europa esvazia lentamente e, muitas vezes, simplesmente não muda. No fascismo, a realidade da
a substância de outros objetos de reverência dos sistemas capitalista e socialista. A antiga ordem social foi impiedosamente destruída, mas a antiga forma, mais superfi-
economia de livre empresa, o reconhecimento da motivação de lucro como uma cial, foi cuidadosamente preservada.
força socialmente construtiva e a autonomia do progresso devem ser deixados de lado Nenhuma revolução anterior teria mantido Hindenburg como presidente da
q~ando as massas ficam convencidas de que elas evocam as formas demoníacas da República Alemã enquanto abolia a república da qual ele era presidente. Essa perver-
cnse. No ~~tanto, a fachada da administração, das finanças, dos preços, dos cálculos, são de todas as normas históricas é inevitável no fascismo, que tem de manter as
formas, mas destrói o conteúdo. .
da co~tabiltdade, da produção e da distribuição da indústria manufarureira deve ser
Que O fascismo se oponha e elimine toda a liberdade é igualmente uma necessi-
mant1 da, Isso é chamado de "verdadeiro capitalismo" ou "verdadeiro socialismo". No
dade que faz parte de suas atribuições. Visto que resulta da a_usência de uma ~ova
~po político, ª liberdade política individual os direitos dos grupos socialmente
mais fracos - isto é d · • ' " , , , 'rale" na esfera da atividade humana na qual a liberdade pudesse ser proJetada, a no:ª realida-
. ' as mmonas - a crença na sabedoria da voionte gene ' de qu 1 • ser uma realidade sem
soberania do povo e · , . d sua va- . e e e tenta oferecer à sociedade deve, necessariamente, 'd d
J'd d _ nos pnncipios da representação popular - per eram . e _ 11berd d 'd d 1'6 d de Por igual necess1 a e,
i a e e escao sendo ab d d N d ac1a ror ª e em uma sociedade também desprovi a e 1 er ª · . dd ·
ai fi _ an ona os. o entanto, a forma aparente da emocr d toda a J'b d b d meta sem hber a e, cuia
m - a icçao do mandar 0 l . - . ·- l da vonta e i er ade deve ser hostilizada para a usca ª nova r • por sua
opular t , d . popu ar, mamfestaçao da opmiao popu ar e ú'der obtenção d d . - . Assim sendo, o iasc1smo
P a raves o voto a ald d e . dos ril epen e de compulsão e subm1ssao totais. , · da Europa
e Mu 1· • l
sso llll proc am
' tgu ª e rormal de todo eleitor- foram mantt ·
. " VIS
. ro natureza d . obJ'etos de reverencia ,
a única "verdadeira democracia; ..,ar o eve negar todos os dogmas, conceitos e . d d S própria doutrina
que seus gov am que concretizaram P rque tod l · da hber a e. ua
ernos expressam d . ans1orw d os e es foram baseados no conceito · difícil salvar as
o voto contra eles . os eseJos de 99% do povo. No entanto, ao tr,, de que eve se to , d'1d que se corna mais
em cnme amb d · • ·- 1 al açao fo rnar cada vez mais negativa a me ª d d Europa.
qualquer pesso , . ' os es1stiram abertamente da faisa eg ego· r111as os 1 d f: h d azia do passa do am a . .
a e 11vre para D l ain qu ' emas e os ornamentos a ac a a v
. . oeserener
a Mussolini e a
vernam não p d votar. e qualquer maneira, ambos proc am A.s . d
or man ato po ul 1-Ii l massas aderiram ao fascismo e ao nazism - e reJ·eiravam tu O 0
Essa é a caracte , . ~ . ar, mas sim divino. l e chada t er pr . .
porque esses regimes concr
ariavarn
, 'd
a razao
o cal porque era
balh
a
d 1 nsuca mais tm .
portante e médica de nossa época. sim
A · P es ra
abaP- que Perr ecisamenre
. e . . iro e ti o com
e emas e formas , 'd encia ao passado, sem exceção. O ieince
e manu a com 0 d ve ser
uma concha vazia e toda a estrutura e
V
Ih de Perer Drucker LIVRO III - A soe
~
~1~0,; ;Cl~E~D=
418 Orne or
A=D~E~==~~=~~ ======== ====!!2
419
d forma sobrenatural que desconhece toda a trad' _ nôrnicas por outras não-econômicas c b =
com o sobrenaturald e um ª. da lógica. E é de um feiticeiro capaz de op tçao raci 0. "eseco . d d . d omo asep ,
função e . _
, ia a to as as 1eis . erar mil ço . d' íduo na socie a e m ustrial. ara n1vel,
pos1çao
na1 e contrar ecisam e exigem para exorcizar seu mundo agres do in 1v . d 'al _
nao-econômica c . .
que as massas na Eur~p~ pr assombrado A sociedade m ustn . .b d onst1tu1 0 mil .
novamente pelos demon10s. na possível e eqm1i ra a a manutenção d . agre social do fascism
p d _ . o,
que corto, necessanamente. . o sistema de
economtcamenre desigual ro uçao industrial e,
porta n . . , . ar·
Se O roralitansmo e captt 1sta ou socialista é
. _
- , ,-, d . uma questao mu·c db .
·d de nao e um nem outro. 1en o considerad0 b . . 1 0 e anda. Na
As formas de democracia real1 ª '
uma sociedade além do capitalismo e do social'
am os insat1sf ' ·
_ aronos, o rascismo
e

busca , . . ismo, nao basead 'd


à questão sobre o que teria causado o colapso da de mocracia , s econômicas. Seu umco mteresse econômico é m , . ª em cons1 e-
Para respon der . , . raçoe d fu . , anter a maquina da r d -
. Alemanha precisamos descobnr caractensucas sociais e poli't'tcas co. boas condições e nc10namento. A custa e para o b f' . de quem p o uçao
na It ál 1a e na . em d, . . .. , . ene 1c10 é um
muns a esses dois países que não são parnlhadas pelo resto da Europa. Existe ape uesrão secun ana, pois as consequenc1as econômicas são total . 'd . ª
ela pode ser descrita de várias maneiras. Pode-se dizer que nesses d01s.- q . . 1
ação à pnncipa tareia
.e
soei .
·ar
A .
contradição evidente da •
mente IOCJ enta1s em
u1 , h ..
nas u ma, e . . . re l . . sim tanea ostil1dade
países a ordem burguesa foi estabelecida de c1m~ para baixo e não por meio de uma ara com a supremacia do lucro pnvado do capitalismo assi m como para com 0
P
revolução das camadas inferiores. Ou pode-se dizer que, embora a Itália e a Alema- socialismo é, em~ora confusa,_ uma ~xpressão constante das genuínas intenções do
nha dispusessem de instituições democráticas e uma burguesia e um proletariado fascismo . O fascismo e o nazismo sao revoluções sociais ) mas n-ao sa-o SOCl·al·JStas;
numericamente fortes, essas classes nunca obtiveram o controle ativo do governo; mantêm o sistema industrial, mas não são capitalistas.
0 "professor político" na Alemanha e o "advogado político" na Itália
tiveram um Mussolini e ~ider, como tantos líderes revolucionários antes deles, provavel-
desempenho social insignificante, mesmo quando admitidos a cargos governamen- mente não entendiam a natureza de suas revoluções, tampouco tencionavam ir além
tais. Ou, finalmente, pode-se dizer que a Itália, a Alemanha e as regiões ocidentais da denúncia dos "abusos" de ambas as partes. Mas, como já explicamos, a necessida-
da antiga monarquia austro-húngara limitaram o ocidente à democracia européia de social os obrigou a inventar novas satisfações e distinções não-econômicas e, final-
- um tipo de fronteira militar em que o domínio da democracia nunca esteve mente, iniciar uma política social com o objetivo de construir uma sociedade não-
completamente seguro. Todas essas formulações têm um único significado: o gran- econômica abrangente lado a lado e dentro de um sistema industrial de produção.
de acontecimento importante do século XIX na Itália e na Alemanha que teve forte O primeiro passo nessa direção foi oferecer às classes mais baixas e desprivilegiadas
apelo junto às massas, emocional e sentimentalmente, não foi a vitória da ordem parte da parafernália não-econômica do privilégio econômico. Essas tentativas estão
burguesa, mas a unificação nacional. Os movimentos revolucionários eram antes amplamente desenvolvidas nas organizações fascistas das horas de lazer dos trabalha-
de mais nada nacionais e, em segundo lugar, democráticos. Travaram-se guerras_e dores: "Dopo lavoro" (''Após o trabalho") na Itália, "Krafr durch Freude" , ('.'For?a
corria sangue em nome da unidade nacional. A ordem burguesa foi aceita primei- através da alegria"), na Alemanha. É claro que essas organizações compulsonas sao
· d as principalmente como um meio de contra1arpo 1·mcarnen
ProJeta · te uma classe._ po-
rament~ como um meio de alcançar a unificação nacional. Os dogmas e lemas da
tencialmente perigosa e hostil. Elas são infiltradas por propagandiSras e espwes da
burguesia não dispunham de atrativo sentimental· sua força residia em sua promes- ol' · · d · ·- de trabalhadores, a me-
P Icta CUJO ever é evitar a realização de quaisquer reumoes .
sa e em seu conteúdo sociais. Não tinham port~nto uma existência emocional e nos d "" , Oferecidas por essas orgarnza-
sentimental próp na ·
· para conqmstar • percebeu
.. que a equadamente supervisionadas. ru, atraçoes , •
a adesão das massas. Assim que se ções fu . balh d M s e essa é sua caracrensnca
O
que conteúdo havia se tornado inválido, os dogmas burgueses deixaram de exi;nr . ncionam como subornos para os tra a ores. ª - .
s financeiras como su orno,
b
im
de todo Por O t 1 d 0 d s pa1ses portante - elas não procuram oferecer recompensa reoime
. · u ro ª , na Inglaterra, na França, na Holan a e no 1 emb . ficienre
1 dos romanos ao o
d' -
escandtnavos a vivên · e a tra 1çao que estão arraigadas no povo sao ª - luta pe ª or~ essa seJa a forma tradicional que provou ser~ ' ente fossem mais
. '
d emocrac1a A unidad
eia
ortanco,
a
cornun1st R b dinheiro provave1m d
. lh . a na ússia. Embora su ornos em alh d oferecem, além a
, . d · . e naciona avia sido alcançada muito antes e, P b~ ~ª~ f,
propna outnna democ , . d .. s, as organizações fascistas de lazer para os , . , ·ca prazeres em or-
ratica ª qumu um valor emocional. Ptopag d d d , 0 polmca e reem , .
an a e do habitual programa e e ucaça Al países esrrangeiros,
illa de d . s para os pes e
entra as de teatro ópera e concertos, viagen · para Cabo Norte no
cruze· ' . 0 cruzeiros ,, d
" . mver~ ' "desperdício notável e u~a
A sociedadefasczsta ,. ,
· nao-economzca Ve _ Iros pelo Mediterrâneo e pela África no
dp1co, , nenhum va1 or econôm1-
c! rao ' ete. E rn outras palavras, elas orerecem O
e
.
11 asse ric . . . . 'd d zerosas nao cem , . de indicar
, . A característica mais i , . alicaris!Jl 0 ª co . a e privilegiada. Essas at1v1 a es pra . ,, ·a1 Têm O propos1to
Itália e na AI h , mportante, embora a menos norona, do rot idera· em s1 1 d e Pos1çao soei .
eman a e a tem . d . . e cons ' tnas são poderosos símbo os
ativa e substttuu satisfações, recompensas
-~ soc,1:[) 1 soc1EDADE
O melhor de Pece::: ~r~u~c~ke;'.r==== =="'-- ='=== = LIVR~
_r~D -== ~ \Dt parte 1~ - -- =-==,-= ==== ==== =-
'.l"ü= =~---- · __
4"_
= - -- -== ~ 42 l
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·a1 compensaria a contínua desigualdade econôrni E onômico pelo controle compulsório d afra S .
. aJdade soc1, que ande parte da classe tra bali 1a d ora, especi,tlin ,ca, 1as são . cus ec . d as d
st,1 e supostam ente rn ependente do stat us econômic . ua posição social
cerra igu ral por uma gr, . ~nrc 11 . A orn ou-s - . ,. ·a1 al E , , conru o,
, ª le. . o. e, secrundo at .
aceitas como arxistas mais inveterados consideravam os pra. ze1.es cu! . r . a pos1çao soc1 que re mente derermi na a posicão O eona
1anha onde mesmo os m . . f.iscista, ,
11 '_ d . tantes e valiosos do que muitas recompe nsas e , lt1 -
' sociedad e. , e o papel do camponês
rais mais eleva os, impor I conon1i
~ -r ntativas semelhantes foram feitas para desrazer
<:as. 11 .
· . _ I d s para O Jazer desempene1am, portanto , uma funçã 0 definid 1e
e
a liga -
As orga111zaçoes vo ta ª _ - •
basear sua po . _ 5ªº entre o'dstatus social e
. ., .· te na implementaçao do rasc1smo. Elas fazem com que a desj.a , mico das outras classes e para . • s1çao social em
e altamente imporran . -. , econo , . A' • , fora
, • a exi·stente pareça muito meno~ 111tolera vel. do que ante• s. fera econom1ca. 1mporranc1a,. mdispensabilida e e icrualdadcons1.erações d .
.
ual dade econom1c ,
. da es adora é con fien.d a expressa- o simbólica na co _ ºd e soctais da classe
do, eIas na-0 J. ustificam nem comam razoavel a desigual dade · Pod em alivi- nversao o l '' d Iivl . soc1al1 . .
g C
onru . rra balh e em sua elevar:io ao mais . . e aio sca
s náo solucionam .ou o fazem desaparecer,. pois as diference s m festival do Trabalho imponant ~ . d d
e1asses em u r--
ar o pro bl ema, ma _ . .
ade. Esta é a r" Se camponês é a espinha. dorsal biológica da naca- b e ena O o nazis-
. da ocupam pape'is e posições s0C1a1s desiguais na comumd 7 :;
~o para mo. O , o, o tra alhador é . . al
a.in . . humano que fascismo ª esp1mu .
d e corporifi ca o novo conceito
o ressuro-imenro da teoria orgàrnca da soC1edade, que proclam a a harmonia social as
O
El '. d' . - procura desenvolver
::, • , A •

Homem Heroico, com sua 1spos1çao para o auto-sacrifício d. . . - o


classes economicamenre des1gua1s e antagomcas. ,.. ". ald d . . " . ' sua auto 1sc1plma, sua
uco-abnegaçao, e sua igu balh a e mtenor - tudo isso ind epen ence de seu status d
A comparação do corpo político a um corpo humano sempre serviu para enfatizar a . . , . .
e imporran' eia. econômico. Assim como o era o agncola compulsório é O s'imbOIO da supenond
a io-ualdade
::,
enrre as várias classes em. termos de. função econôm . ica ] - ,
,.
a-
O serviç
A

O de social do campon es em re açao a população urbana


econômica a fim de justificar uma existente desigualdade social não-econômica. . d . - ' o operano
a - b• d
que todos
fascismo , por outro lado, usa a teoria orgânica para criar uma igualdad e de importân- os adolescen
. .tes, mdepen . .entemen .
te de sua pos1eao , ., econômic , 5ao o nga os a rea-
cia, status, e papel social não-econômicos a fim de equilibr ar a desigualdade econô- lizar, simboliza a supenon dade soC1al do operaria em relacão , às cl"'Ses ·
"" nca.s.
Já a classe média é distinguida por ouua caracterís tica não-econô mica ue lhe
mica das classes. "padrão da culrura \acio-
Tudo isso é ainda mais surpreendente conside rando-se que o fascismo original- garante uma posição social igualitária. Ela é declarada o
nal". O "Fuehrer Prinzip", o princípio heróico de liderança pessoal, confirma a classe
mente pretendia assumir, sem alterações, a antiga teoria como prova da verdadeira
de empreendedores da indústria em sua posição social. Esse principio é supostamente
existência de harmonia econômica. Os "estados" econôm icos em que a teoria totalitá-
desvinculado de questões econômicas. O líder não deve seu papel e posição social a
ria divide a sociedade foram concebidos como unidade s econôm icas que deveriam
seu papel e riqueza econômicos. A tese de que um líder precisa se qualificar no campo
complementar-se umas às outras na forma tradicio nal. Na realidade social e políti-
que espiritual e se despojar de sua posição econômica se falhar naquele aspecto, é levada
ca dos estados cotalitários, conrudo, os "estados" tornaram -se unidade s sociais
nte totalmente a sério por seus criadores - e por muitos outros.
reivindicam diferença social, papel social e igualdad e social próprias , inteirame
in- As formações semi.militares, a Milícia Fascista, as Tropas de Assalto, a.s Guardas
independentes de suas funçóes e contribu içóes econôm icas e de ser ou não ões femininas servem aos mesmos fins
de Elite, a Juventu de Hirleris ta ) e as or!!allizac t) ,
dispensáveis.
não-econômicos. O valor militar dessas formações e organizações é exuemamente
Ao "estado camponês" alemão é concedida uma posição única de "espinha dor~
duvidoso. Na Aleman ha há muito abandonou-se a idéia de usá-las como corpos

~iológica raça" que lhe dá o direito a igualdade social complet a e mesmo a sup~n~- a~Iiares do exército. M~s, ao mesmo tempo em que o valor militar dessas _organiza-
:idade social definitiva, embora unilateral e intangível. O campon ês ocupa sua posiçao çoes dec rescia, · aumenta va sua importan . , c1a • soc1·al . 5eu ob.JetlV · 0 e·' verdadeiramente,
mdependenremenre do valor de sua contribuição à econom ia nacional; admire-seco~ proporci· onar as , elasses d espnvile . . oia . d as uma esrera e
vai onza · da em que possam exercer r
franqueza
. que e]e e' um passivo · econômico. Mas, exatame nte porque a un·1·d i ade econo- algum e0 d
O
• · ,i[eaiadas obedecem. Nas
d · , ·st ' ia eco- .,.. man o enquant o as classes economJCamenre . roma-se imenso cu1 ado pn, 0 . •d
mica . . do peq ueno iazen eira e extremamente duvidosa e porque sua exi enc . Fascistª'
e
de tropas de As sai to nazistas assim como na Mi'['1C1a .
nomica está amear<1d J · · l _ . . . l d 0 ponto d d d diferença de classes, As· uni-
. . r-- ª pe a immente revo uçao mdusrna l na agncu cura, para to ' entes ª , da-
V1Sta nacional é ainda mais ·
· importan e . . .al A iedade 0 rnar as promoç óes totalmen te indepen " h e,, O próprio chefe e proposita
te rortificar sua posição soci . propr dades sã 0 •a1 a1·e: ção que percen-
só é p ·d l • . . d discursos, soei mente mistas. O filho do cbalh eie ou
camponês não roregi a por eis especiais e continu amente exalta a em . pel as
""'
. . .. ,enre col d d es sem qu UICa
ce h, . oca o sob as ordens de um dos tra ª or . • ações de crianças
ciVIc~s e comemoraçóes simbólicas, mas é enfatizada de forma impressiva al-
COrteJO 5 ' . , 10 . aplica a organ1z
a ma, 5 se nh filho de pai rico será
l
regu amentaco es que exi gem que to d o garoto ou garota criados na ci•dade passern e ad I tempo ao partido. O mesmo pnncip
'
f . ad ?_escentes. Corre o boaro na Alemanh a de que ne ~ i á treinada a futura
gum tempo rrabalhand O . as nas quais ser
numa azenda sob o comand o de um fazendelfo. de rna-0 - tn1t1do "O
rdensburgen", as academias naz1st
.
d do com o preparo e a
A vantagem econô · e · elit na mente e acor
de-obra . . mica que o 1azendeiro extrai desse fornecim ento , d pre· e, emb 1'. •
sep
• e .
rena so
graru1ta, assim co d , . . ,. o e es c0 fi ora oucialm enre a seleção
zível; mas " , d mo e vanos Outros subsídio s econôm icos,. na çao ,.. de 5eti n iabiiidade.
nao e, e modo al gum, uma paga suficien te pela detenor a
,~~~~~~~~B!~k~===========
!;22 O melhor de Peter Druc er L=IVR:
= O=:;
III; ,-~A ~
~ so~c1E pa~ ~ ~C;;,;IE;;;;D;,A=D=E=====================2;~
=-- 423
--r-: duzido em termos econômicos, isso sign'fi
Militarização totalitdria 1ra 1
. d enhum contro e ou 1 er ade. Ele rambé d
l'b d 1 ica que o em d
prega o não dispõe
ais e n . m eve obede d
h das hipóteses, essas tentativas são um sub . rn rno quando seus mteresses pessoais e econo' . _ cer or ens sem retru-
No entanto, na me l or
.
d .
almente importa. Elas compensam a es1gualdade econ, .
St1tuto
car, rnes. esses de todo o exército . .
social. O industrial'
micos sao de
_
• d
srespeua os em favor
. t'sfatóno
1 para o que re e "al El om,- d0s inter . ista nao será c I d
msa . . um fator de di1erença soC1 . as são eficazes da , dens sem qualquer explicação adicional. Elas . _ _ onsu ta o, - rece-
as não a e1immam com 0 d "d d mes- bera or A • vuao nao de um 'd
ca, m de um seguro po e ser cons1 era o uma compen _ ente ao processo econom1co, mas de uma aut 'd d . a aucon ade
ma forma que o pagamento .d saçao ertenc on a e tndepend •
h que perdeu uma perna num ac1 ente de automóvel• P or exemplo, do estado-maior ou de um em d . . ente e acima
adequada por um ornem . ' d lh , no de1e - P , . . " e 'd ,, e, . prega o c1v1I. Além di
do seguro nunca ira ar- e uma nova perna. Portanto m ador esta suJelto a ser transren o nsJCa e economic E sso, o
entanto, o pagamento . ,.. . fi . --r . , es- ernpreg . . 1 ' d b . ,.. amente. m termos econô-
• • d sas tentanvas nao sena su 1C1ente. 1eoncamente, elas pod . isso sign1fica que e e tera e a m mao de sua prop · d d
mo O completo eXlto es . . em rn1cos, . d 'd' , . . ne a e sempre que O go-
. igualdade em fundamentos soC1a1s a todas as classes, suficient determmar e o governo ec1 ua arbmanamenre se sua c,b . , d ,.
proporc10nar uma . . , . ald d A • ,.. e vern° , ,. ra nca e esnecessana e
, l pela rígida e mev1tavel des1gu a e econom1ca, mas nao podem deve ser fechada ou se sera necessano dobrar sua capacidade.
para compensa- as . . ,.. ·a1 .
01erecer um pr1·nci'pio claro e construtivo de orgamzaçao soc1 que proporcione ao Na verdade, o homem de negócios tem tão pouca liberdade quant
e
. ,.. A • • d d' . o seus emprega-
indivíduo posição e papel numa soe1edade nao-econom1ca subordmada a uma or- dos. Não pode contratar ou , :spe 1f sem a permissão, não deve tirar O empregado do
dem de valores não-econômicos. concorrente, e o valor do ,salano dos :mp~egados é decidido pelo governo. O preço de
A Wehrwirtschaft totalitária - a organização de toda a vida social e econômica venda de seus produtos e fixado arbmanamenre. Em muitas das maiores indústrias
nas linhas militares - atende, portanto, ao objetivo vital de fornecer uma base não- _ por exemplo, material de construção, calçados e fertilizantes - 0 preço fixado
econômica à sociedade enquanto deixa inalterada a fachada da sociedade industrial. para atender pedidos é consideravelmente abaixo do preço de custo.
Ao mesmo tempo, ela atende ao objetivo não menos importante de criar pleno emprego Apesar da total perda do controle e liberdade de decisão por parte do capitalista,
e, dessa forma, expulsar o demônio do desemprego. algumas pessoas ainda chamam o sistema de "capitalismo" porque ele conserva o
A essência da Wehrwirtschaft é tentar fazer com que todos os relacionamentos princípio dos lucros privados. Em minha opinião, a conservação desse princípio não
sociais correspondam ao modelo de relacionamento entre oficiais superiores e subordi- prova absolutamente nada. Sob condições econômicas modernas os lucros deixaram
nados, e entre oficiais e homens. Ela procura substituir a autoridade concedida pelo de ser um elemento formativo da sociedade. Eles nada são além de um lubrificante
privilégio econômico pela do comando, as recompensas econômicas pela distinção que faz a máquina funcionar com mais facilidade. Além disso, em uma economia
com recompensas militares, a motivação de ganhos privados pelo código de honra, 0 fechada como a do Estado fascista, que proíbe exportações de capital e impõe o
papel do trabalhador na linha de montagem pelo do soldado individual. A submissão investimento compulsório, os lucros são apenas registros em livros contábeis. Em vez
sujeita à dependência econômica, a desigualdade das recompensas econômicas e ª ~e começar eliminando os lucros, o governo deixa-os circular mai~ uma vez pel_o
disciplina da indústria de produção em massa são ratificadas como servindo não ª 5'. st ema econômico para retomá-los sob a forma de impostos e emprés~imos
com_pulso-
fins econômicos, mas sim militares. A Wehrwirtschaft trata todo o país como um nos. Além disso, na Alemanha e na Itália os lucros estão de tal maneira subo rd mados
' . El a nao
exercito. ,.. pode to lerar qu al quer "c1v1 · ·t" - nem mesmo a cr iança de colo. , às exigências de um interesse nacional militarmente concebido e ao pleno emprego,
precisa· umrorm1zar
·e • . al'
os Jorn mas porque não pode reconhecer um umca , · profissao que a co nservaçao ,.. d o pnncíp10
. . do lucro e, puramente teonca. , · Os lucros. perderam sua
, ._ . •
sem lugar e justificativa na organização militar. Precisa sujeitar o empregado ao codi auton · ,. d' a da anv1dade econo-
. omia como meta independente, para nao izer suprem ' . .
go de honra nu·1·Itar e torná-lo responsável diante da lei marcial, pois · ª un' ica base" mica N
- · ª maiona . .
dos casos eles tornaram-se su sncucos e
b . d uma taxa de admm1srra-
. ,.
dessa autoridade sobre os trabalhadores deve residir em seu "preparo para ª baralha Çao _ ' f: . ente-propnetano arca com
com a restrição porém de que no asc1smo O ger . . •·
espiritual e técnico. todo o . H' ' '. AI nha para ehmmar a pamc1-
À · · · w;;h irtscha1•
,ft - nsco. a uma tendência clara na Italia e na ema . _
paçao do l . . . d . .
o geren-
pnmeira vista pode parecer que, como afirmam os marxistas, ª we rW . d0 sóc10s nao-gerentes.
te d ucro e dueuos de propnedade e ac10nisras_ e , . as um executivo
d · 'd
na ª m~s e O q~e ~ disfarce para a total escravização do trabalhador sob O d~rn ínio .caros, e um n , . .
ag fi . egoc10, mdependentemente e ser pro ~
d pnecano ou apen
. nistas externos, mes-
expropnador capital1stª· Ela destrói todas as suas liberdades e reprime seus siucli e P a, ica 1
tno sento d e toda a responsab1•t·d d
1 a e em relaçao .aos ac!O
. d dminiscração. Se eIe
Não é permitido ao trabalh d
,. ª or entrar em greve. Deve cumpnr a Jorna
. . d d trabalh0 qt1 ern rela - . . . . ,. ão parnc1pa a a . .
a e dar não . çao a um ac1omsta maJontano que n . e preferir mvesur em
lhee1mposta N,.. 0 d d · · · ,.. deJll11 quiser . . l permitam, . . ·
'd · ª po e emmr-se ou mudar de emprego. Não tem permissao ,. ara- em , . pagar d1v1dendos embora os ucros O . , , m bônus s1gn16tcanvo.
de c1 ade sem autoriza ,.. d . , al . dos sao rr Ptestun d . d · r a si propno u •
d d . çao, tampouco e detxar o pais. Empregados ass arta lírica os o governo, este lhe permite esrma ,.. . al' sra. Traca-se de um s1ste-
os e maneua semelham d d ·
d . ° ,..
e an a 1mpressao de que sua proletanzaçao so
. ,.. cial e Pº O que nte nao é capit 1 li · d
aten e ao proJeto que a t . Ilia ind . quer que seja esse sistema, certame . e . bstancialmente e mma ª·
. Ustnal d • mica rol su
eona marxista propõe para o capitalismo. e produção em que a base econo
V
soCIEDADE
,~~=2~~~~~E~:!k~===========L =IV
=Ro= u~r=-~A~s~ocrE
~
!24 O melhor de Pecer ruc er
~ 425
ma economia de "consumo gerenciado" re 'd hoje, o período transitório entre O colap d .
. · al pro 61 ema de U ,. s1 e n· corn° A • so a antiga ord A

O pnncip. . campo social e polmco. Enquanto as massas e . ao representou o caos, o pamco, a caça às b em e a emerg_en-
conom1co, mas no . st1verelll . da nova fi ruxas e o "torai' . ,,
no campo e . d ção no consumo e aceitarem como socialmen . eia a crença de que o im do ocidente havia h d ttansmo . Tam-
aceitar uma re u d te rna1 , houve c ega o e de -
dispostas a d idos no lugar dos antigos bens e consumo não-ess . . s bei11 nova evolução. Mas de repente_ aparem ~ue nao poderia
d . 'veis os bens pro uz . ,, - , al enc1a1s h ver urna d 1 d emente a part1r do d
eseJa fu . ''Armas em vez de manteiga nao e uma ternativa ec , .' a d m surgiu e o pesa e o se esvaneceu como se n . . ?ª ª - a
o sistema pode noonar. . , . , . ·- al d - onorn1- nova or e . d b ' . unca tivesse ex1st1do
al e soC1al, Contrana a opmiao ger , a re uçao de con ova socieda e que aca ara surgmdo do colapso d .d d .
ca é uma esco lha mor . ' . d . . sumo An . a soc1e a e do Homem
' e da sociedade cotalitana, mas uma e suas principais font d • •co irá novamente tentar gerar 11berdade e igualdad E b .
não é uma rraqueza • . .. es e Economi . ' 'al . e. m ora amda não sai-
, . 1 qual a sociedade não-econom1ca se equilibra. O fato de ue esfera ira se tornar soc1 mente consrnuciva na ord dO fu
poder. E o me10 pe o , . que o ba111os q • . d . em turo, sabemos
_ d e vi'da e de consumo de cada classe e reduzido numa escala proporci'o nai. - será a esfera economICa, que erxou de ser válida Isso · •ri
padrao . que na 0 . ald d • . . · sigm 1ca que a nova
mente menor do que O da classe imediatamente
. superior,
_ confere
• . substância econo'm·tca ordem Será capaz de gerar igu . . a e. econom1Ca. Pois ' se cada ordem europeia ,. dev1'do
à substituição de recompensas econô~icas pelas na~-ec~nom1~as. Essa compensação a sua ori·gem cristã busca
. atmgir a liberdade
. . e a
. igualdade ' também bu . ,
sca concreuza-
econômica negativa é a maior e mais potente sansfaçao social na sociedade não- la na sua esfera soCialmente consmunva. A. liberdade e a igualdade não podem ser
econômica do totalitarismo. E ela continuará a satisfazer as massas até que e a menos concretizadas, elas podem apenas ser promendas naquela esfera. Concretizá-las numa
que elas deixem de acreditar totalmente na ideologia da sociedade não-econômica. O esfera só se torna possível após uma nova esfera ter se tornado socialmente cons-
colapso, se houver, será moral e não econômico. titutiva. Assim sendo, a liberdade e a igualdade religiosas poderiam apenas se concre-
tizar após o abandono da esfera espiritual como base da sociedade. A igualdade polí-
tica da democracia formal tornou-se possível apenas após a economia tornar-se a base
A continuidade da história da distinção e satisfação social. A igualdade econômica se tornará igualmente possível
depois de deixar de ser socialmente fundamental e quando a liberdade e a igualdade
A confiança na emergência final de uma nova ordem ganha apoio se nossa épo- em uma nova esfera forem a promessa de uma nova ordem.
ca for encarada numa perspectiva histórica, ou seja, do ponto de vista da continuida- A luta em busca da liberdade e da igualdade inatingíveis tem sido a força motriz
de da história ocidental. da história ocidental. Se, nesse processo, avançamos de uma esfera inferior a outra
A nossa não é a primeira época na qual essa continuidade foi rompida. Duas superior, ou se decaímos continuamente, a dinâmica e o caráter messiânico de nossa
vezes antes, nos séculos XIII e XVI, a ordem européia veio abaixo. Na época, não base nos têm conferido um desenvolvimento contínuo, enquanto todas as outras
eram visíveis ou evidentes nem uma continuação, nem uma nova ordem. Em ambos civilizações têm se mantido estacionárias. Ela também nos deu um poder ideológico
os cas?s, 0 colapso foi, como hoje, provocado pela desintegração da crença em um interior para dominar o mundo. Embora hoje esse domínio pareça ser atacado com
conceito sobre o homem: no século XIII, no do Homem Espiritual, no século XVI, armas que nos , mesmos fornecemos, esse ataque d o extenor · ira· ' ru ir 'assim que encon-
no do Homem Intelectual. Ambos os conceitos se desintegraram porque foi provado trarmos uma nova ordem válida.
que ª soc_iedade baseada neles não poderia alcançar a liberdade e a igualdade na esfera , Mas o carater, d'mamico d e nossa h'istona,
A • , . repres enta toda nossa força e, cam-E
qu,e considerava como a única socialmente constitutiva. As sociedades neles baseadas bem n e . , d d sição como o presente.
'. ossa iraqueza, pois torna inevitáveis peno os e tran . d
rmram , . ' como hoJ· e' q uan d o aparentemente haviam. . .
atmgido a per fieiçao
• - - 0 Santo se hoje . d
as massas européias preferem a magia negra O tot
aliransmo a um mun o sem
. d E
Impeno Romano do in'icio · d a Id ad e M ed1a
, . e os reformadores protestantes. ordem que a energia a uropa
, . e uma sociedade sem sentido, isso demonstra apenas
Pode-se estender as comparaçoes: - O 'marxismo
. foi. para a socre · d ade do Ho- e ainda vibrante.
mem Econômico O mesm 0 al . . l al· exage·
.• . que o c v101smo foi para o Homem Inte ectu · 0 d
ro fim al e mess1amco de d . 'b'l'd de e se
· · l'b sua outnna. Em ambos a crença na poss1 11 ª . d
at1ng1r a 1 erdade e a igu ld d ' 1 rifício a
verdadeira l'b d d A d ª .ª e somente poderia ser mantida pe o sacai . ·srnº
I er a e. outnna d d . d . - o c vini
é comparável , d d . e etermmação pela pre esnnaçao n liraJll
a liberdade real
ª a etermmação pel 1 d l
. d d
· . A bos a60
a uta e c asses no marxismo. m 'd de e na
. na socie a e exist fi d ali a
iminência de libe d d . ente a 1m e conservar a crença na re uando
e . r a e na soc1edad · d , rdens q
101 provado que , . . e vm oura. E ambos ruiram como O • d de seJll
liberdade. ª unrca sociedade que poderiam criar seria uma socre ª

"
V

POLÍTICA

O destino do liberalismo*
9 (De Rousseau a Hitler)

É tido quase como um axioma na literatura política e histórica nossa liberdade


cer raízes no Iluminismo e na Revolução Francesa. Essa crença é de cal modo generali-
zada, sua aceitação tão completa, que os descendentes do racionalismo do século
XVIII apropriaram-se da palavra Liberdade, denominando-se liberais.
Não se pode negar que o Iluminismo e a Revolução Francesa contribuíram para
a liberdade no século XIX, mas essa contribuição foi totalmente negativa, dinami-
tando e varrendo para longe o entulho da antiga estrutura. Em nada contribuíram
para os fundamentos da nova estrutura de liberdade sobre os quais foi construída a
ordem social no século XIX. Ao contrário: o Iluminismo, a Revolução Francesa e os
movimentos que se sucederam, até o liberalismo racional de nossos dias, são in~ompa-
tíveis com a liberdade. Fundamenta lmente o liberalismo racional é tocalicáno. .
. . , . ' • , · é 1 da história oc1-
E to dos os movimentos totahtanos dos dois ulumos s cu os
. .
dental nasceram d o 11berahsmo ,
dessa epoca.
Ha, uma 1·mhª re ta que liga Roússeau
. da
Hitle . . M S a1· Todos surgiram a
r - uma linha que abrange Robespierre, arx e t m. • · d
falênc·1 d0 1. T, d ervaram a essenc1a e
ª .16 eralismo racional de suas épocas. 0 os cons rrer 0
seus res anismo para conve
t . pectivos credos liberais, e usaram o mesmo mec . 'dente e eficaz
ota1Itarism 1 • • 1· totalitansmo evt
o atente e meficaz do raciona 1mo, no J'b d de O Iluminismo
dºesp·
d . ,. aí da1era, .
otismo revoluc10na no. Longe de serem as r zes . alicário que hoie
ea Revol - d despoosmo cot
a uçao Francesa representam as sementes 0
tneaça o mundo.

~
te capít 1 . l' do ern 1942.
u O foi e:xcraído de The fature ofindustrial man, pub ica
pOLÍTICA
3
480 OrneIhor d
e Pecer Druc er = = = = = = = = = = =L=IV=R:=0~ 11;;,I=- ~A~S~ Clf.DA.D ,
~ = ~~~~~~B!~~~
~ ~ --=~ = 481
i dos go
vernos locais; e nenhum país do continenc
d 1·6 d d e europeu co .
desse sopro e I er a e. Eles atacaram b nsegu1u se recup
J1lente , . ' . . os a usos, os .. , . erar total-
A descoberta dirninuiram a 1mportanc1a das igrejas da E pnv1leg1os e a op _ d
_ h ana é absoluta foi a grande descoberta do Ilun-. .. clero, c. uropa, submete d . ressao o
. •va do governo e uzeram o possível para . . n °-as a autoridade c1m·
eonstatac que- a razao um •uln1sill
, d utrinas liberais subseqüentes, mas também todas d o. n1srrat1 privar a vida r . a l-
am-se nao so as O _ e • as ou ·a1 e autoridade moral. E toda a intensidade do d . re ig1osa de sua autonom·
Nela baseac . ama Rousseau. Nao roi por acaso que Robespi·e . - socl . d . . esprezo ilumini r . di . . ia
. ar , .as que se seguir . rre cn ·bunais mdepen entes e contra o d1re1to consu tudi , . sta io1 ng1da contra
trmas tot itaci . b !ismo era mais imperfeito do que o dos revoluc· , ?u os rn e nano Ai stst · , .
D sa da Razão; seu sim o .e ,,--, ionanos o XVIII em elaborar um código de lei "r . al · n enc1a do racionalista
a eu . alidade, não muito direrente. 1ampouco foi casual O f do sécUl . ac1on mente" erfi . . .
que se seguiram mas, na re . d h ato de lados pelo Estado leva diretamente a um estad al . P eno e cnar tribunais
_ F escolhido uma pessoa viva para esempen ar o papel d D contra . o toe onipotente N- f,01.
a Revoluçao rancesa ter . d f: d . . a eu- liberalismo anglo-amencano "livre" do século XIX b · ao por acaso
- -r d que o . . _ . se aseou em gr d
sa da Razao. 10 a a fil1osofia racionalista é basea a no ato e que ela atnbui a percre1ça ._
0 .,..,esmas inst1tu1çoes repudiadas pelos iluministas· . an e parte nes-
_ b l homens vivos. Os símbolos e lemas mudaram. A posição d sas ,.. · autonomia local · • 1.
da razao a so uta a e ser , nomas O direito consuetudinário e um J·udiciário . d d 'igreJas 1vres e
do pelo "filósofo cientistà' em 1750, cem anos depois foi ocupada p 1 auto ' m epen ence.
supremo ocupa . " ál ul d ,, . . eo
. '!ogo e seu utilitarismo econômico e o. .c c o prazer-
soc10 , or . HoJe,
, foi substitu'd1o O racionalista não apenas se opõe às instituições existem d ,.
pelo "psicobiólogo cienúfico" e seu determmismo qu~to a raça _e ,ª _propaganda. Hoje, · , · d 1 - , es e as estro1 sem
, lutamos basicamente contra o mesmo. absolutismo
porem, . totalitario que foi formul a- adata rum pnnc1p10 e. se. eçao, como e completamente
. incapaz de desenvo lver novas
.msn•tuições para substttulf
. as que destrum.
, . Ele sequer acha necessano
, • que eXJsta
. uma
do pelos iluministas e enciclopedistas -os racionalistas de 1750 - e que primeiramente
nos conduziram à tirania revolucionária do Terror de 1793. atividade construnva. Para ele, a ausencia do mal já é considerada um bem. Ele ima-
Deve-se compreender que nem tudo que é chamado de liberalismo é, necessaria- gina que su~ ~~efa está completa ao conse?uir af~star por meio de críticas as institui-
mente, uma doutrina absolutista. É verdade que todos os movimentos liberais contêm ções prejud1c1a1s ou opressoras. Mas na vida social e política nada é eficaz a menos
as sementes da filosofia totalitária - assim como todos os movimentos conservadores que tenha uma concepção institucional. A sociedade precisa ser organizada numa
tendem a se tomar reacionários. No continente europeu nunca houve movimentos ou base de relações de poder funcionais. A subversão somente é legítima na política se
partidos liberais que não fossem totalitários em suas crenças fundamentais. Nos EUA, conduzir à construção de algo melhor. Mas apenas destruir algo - por pior que seja
o elemento totalitário teve forte representação desde o início - baseado tanto na influên- - não é a solução. E, a menos que se substitua a instituição destruída por outra
cia européia quanto na tradição puritana. E, desde a última guerra, o liberalismo se atuante, a ruína da vida social daí resultante poderá gerar males ainda piores do que
tomou absolutista em todos os lugares. Hoje é fato, embora com reservas, que o liberal, o que foi aniquilado.
no que se refere a suas convicções objetivas, é um absolutista. O racionalista liberal fracassou em todos os lugares em que chegou ao poder. O
O fato de a doutrina racionalista ser objetivamente incompatível com a liberda- destino do governo liberal de Kerenski, na Rússia, que foi derrubado pelo bolchevismo
de não é uma negação da benevolência ou de boa fé racionalista ou liberal do indiví- após meio ano de estagnação política, é somente o caso mais evidente. Os social-
duo. Sem dúvida, o liberal racionalista acredita sinceramente que ele, e apenas ele, democratas alemães foram igualmente incapazes de agir politicamente quando chega-
defende a liberdade e se opõe à tirania. Também não há dúvidas de que ele abomina ram ao poder em 1918. Eles haviam representado uma oposição extremamente útil
~ubje~iva~ent~ -ª tirania do totalitarismo e tudo que ele representa. E, por sua vez, ele durante O governo do Kaiser. Não há dúvidas de que seus líderes eram sinceros e
e a pnme1ra vmma dos déspotas. honrados, que eram administradores capazes, pessoalmente corajosos e populares.
Mas tais sentimentos antitotalitários do indivíduo racionalista são inteiramente No entanto, o fato surpreendente não é o de terem fracassado, mas O de terem dura-
ineficazes
. . n ª P0l'ltlca. · O rac10n · al.ismo é totalmente incapaz de uma ação Pº I'it'.c ·a
do tanto tempo, pois em 1922 ou 1923 eles já estavam totalmente arruinados. O
posuiva, at~ando apenas como oposição. Nunca consegue passar da crítica negativa mesmos
,.
1· . . . . • 1·
e ap ica aos rad1Cais franceses, aos h 6 erais ita ianos ou
aos democratas espa-
_ . ,
p_ara a políuca construtiva. Sempre se opõe radicalmente às instituições livres da so- ~ho1s. E também nos EUA o "reformador" geralmente acabou e'.:1 d~cepç~o_- A dh1sto-
ciedade bem como às · na de tod . eficiencta polmca esses
. que opnmem e cerceiam a liberdade. b . os os governos municipais nos EUA mostra ª 10
O liberal
. racionalista consi·d era sua fu nçao
- se opor às mJusnças,
. . • supers ti·ções e eill-intencion d . al.
preconceitos de sua époc M . d h 0stlT1dade -. a os racion istas. . • te de fracassos
ai ª · as essa oposição à injustiça é apenas parte a E un , l . . _ d. ' no e consisren
ger para com todas as i t" · - d . . co passive explicar um registro tao extraor ma . A d deira razão é
ns ltuiçoes a sociedade, inclusive as livres e Justas. rno tend O ·d . , • acidentes. ver ª
que 1.b si o causado pelas cucunstanc1as ou por , . or sua própria na-
o i eral · · d ' st T dade po1mca P ·
Os iluministas por ex 1 d .dão e a ture E _ismo racional está condena o a e en i ,b d m dois princíp10s
inc 1 , . . .' emp o, errubaram os privilégios aristocratas, a servi l za. le v . mo e e asea o e
o eranc1a religiosa Eles t b, d , . conrro e que ive em constante conflito consigo mes _ de agir.
· am em estru1ram a autonomia de províncias e 0 ~~ ~~~.
uem mutuamente. Ele só pode conte5tar,
ker LIVRO III podr1cA
482 O melhor de Pecer Druc A soc1EDAD
~ ~ ==--.,_-=- -
cionalista acredita na razão absoluta. Ontem, 0 pro ducacional para com os mal-informad ~~
Por um lado, o ra b . . gresso o zelo e , . os. Ele se
. . al entre interesse pessoal e o em comum eram mevnáveis 1o . u a e o . born - o que e sempre simples e fá .1 M lllpre sabe
• d 1 1· d · 1.oJe h, sáflO e d e c1 . as e! - o que é
harmoma nacion neces ·s não po e razer concessões ao pod e nao pode col ceno,
•b'd a frustração e as g1an u as exp icam to os os confl' a
, •ca pol . b'l' er e tamp l ocar nad
l
a crença de que a I I o, a1· . al' itos pes
so- pratl ' liticarnente imo I IZado: extremamen d ~uco Utar por l E a em
. d p r outro lado o liber ismo racion ista acredita que re Pº . - . d fc te au ac1os O e e. le escá
a.IS ou o grupo. o ' - . al - seus pri
. bsolutos são resultado de uma deduçao racion ' sao prováveis e racional n- se(llP e na oposiçao e m e eso no poder, certo na teoria e t' 'd
. d l'b al' • al' rnen 'o, rorte no papel mas 1· im1 o na
. a
cÍpios , • Faz parte da essência o .i er ismo racion ista proclama r que seus- aça ncapaz na pO1ltlca,
,.
te mcontestave1s.
. , . absolutos são racionalmente evidentes. .
pnnc1p1os _
Entretanto, a razão absoluta nunca pode ser rac10nal, e nao pode ser provadaou
, , .
refutada pela lógica. A razão absoluta esta, por sua propna natureza, acima e alé d
De Rousseau a Hitler
argumento racional. A dedução lógica pode e deve ser baseada na razão absolut rn o ato de haver apenas. um caminho .- 0 torai'nansmo .
. . . , . b a, rnas O f: . _ . .
nunca pode prová-la. Consc1enc10samente, um pnncip10 a soluto é mais que racio- . . lírica é a desgraça do liberal racionalista. Sua cre . para at1ngn eficiên-
, e cia Pº b' · nça su6Jenvam ·
nal _ um princípio metafísico genumo que comere_ uma base válida à lógi·ca racio- . . d de só pode, o Jet1vamente, conduzir à tirania p . h, ente sincera na
h6er a .. d l' . d 1· . ois a somenc .
nal. Se formulada e proclamada pe!º. homem, ª. razao _abs~luta deve ser irracional e ar da esrenltda e po mca o 1beral racionalista·. de1xar
b .
.
o
. e um meio de
rac1onalis
escap . , .
estar em conflito insolúvel com a logica e os me10s rac10na1s. se abertamente total1tano, a solut1sta e revolucionário. mo e tornar-
Todos os dogmas ?ási~os ~o racional~smo durante_ os ~-It~os cento e cinqüenta Em pleno Iluminismo, Rousseau deu o passo fatal do · 1.
. al. . b . raciona ismo e da pretensa
anos não foram apenas mac1ona1s, mas basicamente ant1-rac10nais. Isso foi verdade no racionalidade rumo ao tot itansmo, a erramente trracion a1e ant1-rac1onal. . .
" d al" , . Não há
racionalismo filosófico dos iluministas que proclamava a racionalidade inerente do ho- que a vonta e ger e racionalmente determina' l . ·
0 pretexto de e d . ve ou racionalmente
mem e no racionalismo utilitarista da geração de 1848 que viu na ganância do indivíduo realizável. Trata-see conressa amente de um macionalismo que desana _f'. á]' .
· al , a an 1se racio-
o mecanismo pelo qual a "mão invisível" da natureza promovia o bem comum. E é nal e que• se .situe, 10ra e em da compreensão racional · Ele existe - mas como, onde
particularmente verdade no racionalismo do século XX que considera o homem determi- .
eporque, nmguem sabe. Ele precisa . prevalecer - naturalmente , vi sto que e, perre1to r·
nado psicológica e biologicamente. Cada um desses princípios nega não só o livre-arbí- quer _que esteja de posse da razão, quem quer que compreenda a
e absoluto. Quem
trio, como também a razão humana. E cada um desses princípios pode ser transformado igualmen-
vo~cad~ s~pr~ma _da s?c1edad~, t~m o direito e, é claro, o dever de impô-la
em ação política apenas pela força e por um governante absolutista.
t~ a ma10na, a mmona e aos md1víduos. A liberdade reside somente na perfeita rea-
Porém, o racionalista não admite esse fato. Ele precisa sustentar que seus princí-
l~zação da vofonté générafe. Rousseau não usa falsas alegações na busca da razão ou da
pios são racionais e que podem tornar-se eficientes por meios racionais. Ele sustenta liberdade individual.
como um dogma que seus princípios são racionalmente evidentes. Por isso, o liberal
racionalista não pode tentar transformá-los em ação política, exceto por meio da
É verdade que Rousseau insistiu na pequena unidade da cidade-estado, com sua
conversão racional - tentativa que pode falhar. Por um lado, ele não pode respeitar
democracia direta e não-representativa, como a única forma perfeita de governo. E ele
qualquer oposição, pois só pode se opor à verdade absoluta; por outro, ele não pode
eSrabeleceu o direito inalienável de o indivíduo discordar, abandonando a sociedade, 0
combatê-la, pois o erro - e toda oposição à sua verdade absoluta é um erro para um
que foi considerado uma indicação de um desejo de liberdade individual. Porém, em
racionalista - só pode ser atribuído à falta de informação. Nada ilustra melhor esse
um mundo, como o de meados do século XVIII, em que essas condições eram cão
fato que a frase que se ouvia com freqüência nas décadas de 1920 e 1930 na Europa
e•nos. EUA·· um ª pessoa mte · t·igente deve ser de esquerda. E hoje a crença na ompo- · pouco prováveis de se realizar, elas dificilmente poderiam ter sido consideradas como
tencia da_ propaganda exprime aberta e claramente a base absolutista e a incoerê cia n algo além de prelúdios românticos, em um mundo que, de fato, era obstinadamente
. d " r " fi ita por Hitler aos
da doutrma racionalista. .realise ª e desprov1do de romantismo. Por outro la o, a orerta e ,,
"liberdade •
P~r ~m lado, 0 liberal racionalista não pode ceder. Trata-se de uma doutrina
.
Judeus para eIes emigrarem também podena ser conSI erada
• 'd
· concessoes.- Quem quer que se recuse ver a Iuz e' um
. . _ que não permite
perfecc1omsta
O rn lh . al os conceitos básicos do
perfceito vilao com O q 1 , · , manter relações políticas. Por outro 1ªdo, o llu"'. . ergu o de Rousseau no absoluto irrac1on cornou d • repúdio
. al' _ ua e impossivel .,,tn1srno 0 l' . rtO quan OVlll no
rac10n ista nao pode combater ou e1immar · . . . . . d . . sua
ao r . P incamente eficientes. Rousseau escava ce _ d filósofos. Seu
· • . mimigos pois não pode a miur
existencia. Apenas podem . . ' ssa- . ac1onalis d' , . . relaçao ao os 'J" .
riamente - - exisur pessoas mal-informadas ou enganadas que, nece e 1rraci a1· mo a 1ferença bas1ca de seu sistema ~m _ denaram os enc1-
' verao a razao quando . , l . al lhes ror on 1sm0 'd d lhoes que con
apresentada o r b l . . ª mcomestave evidência da verdade rac10n doped· ev1 ente permitiu-lhe livrar-se os gn balhoso processo
istas ' . fi . d' no lento e era 1
. i era racionalista está preso entre a santa ira contra os conspiradores tacj l a llle 1c1ência política. Onde eles acre iraram. l interior da reve a-
011 · 'fi1ca, eIe acreditou na uz
. - cientl
a de edu caçao •
- e mvesngaçao
3 podT'0 ---=
i4~
84~ ~0~ m~e~lh~o~r~d~e~P~e~re~r~D
~r~u~ck IV=R=O=c:l!~I=-~A~s~o~c~1E~
~e~r========== ==L=
~
r 4k'")
, vida; Marx não deixou nenhum. Em ._ _
fi • homem de acordo com as leis da física, mas Rous
ção. Eles tentaram de nir 0 . ul _
.
seau v1u 0 ode d u . bil ºd d d umavisaov d 1.
JlleJlC u a inev1ta 1 a e a revoluç.ão que p d . er ac e1rarnent .. ,
olítico que age sob unp soe emoçao. Onde eles vir,,,..,.. _.,,refO'O fu . tece ena 0 I e apocalipt
homem como um ser P ºl ' . d . = H a gra de D~· ~.-vista de que o turo meviravelmeme p , rn, ên10. R:icio11 aJ ica,
. Ih . acionalista ele acreditou no m1 e010 que po ena ser e seria criad - r.1 rn.u~ , fi . enencera à · mente 1
danva me ona r , d , ºd l h . . o pela creJlr odo o passado e eno de sociedades de 1 . , sociedade perfe1t ,,
. . . ai d e ças· a revolução. Sem uv1 a e e con ec1a mais política e . orque t 1· . f' . c asses e tun a sern clas-
mais 1rrac1on as 1or · .~ h . soc1eda- ses P. místico. Po mcamente, OI a fulta de racio _,. 1 contra-senso irnpl , 1
d iluministas J. untos. Sua visao sobre o ornem na sociedade era r a1· ório e _ , . ' n.u1c ade d acave ,
de que to os o S . dº , l . e Ista nor . força- Ele nao so proporcionou uma crenç esse ttern de fé que Ih
enquanto os i•1 umm · iscas racionalistas foram irreme iave e pateticamente rom,ant1cos
. '
co
nferIU d . c.1 , e
do mentor, o urano-n osoro revolucionário
a, mas tamb . .
ern poss1b1iitou o su -
e
e t o, Rousseau pode ser contestado apenas se atacarem sua base: a cre nça na·
D e 1a irPento al b d . que, versado nl d ai , r
g I dería alegar tot sa e ona em todos os mo , t etICa do me-
razão absoluta feita pelo homem, no fato de que ele mesmo a possuía e que qu viráve , po ,. I e menros.
quer que possua a razão absoluta tem o direito ~ o dever de i~p_ô-la. ern Po licicamente e 1rre evanre o rato de Marx ter ale d
, . . ºfi ga o seguir pnn f . " .
,, assim como e 1ns1g01 1cance o fato de M . e pios cientí-
Por ter desprezado o racionalismo _defendido pelo. Ilummismo, Rousseau tor- ficos - aqu1ave1 re1 sido b
. Católica Roman a e ter gozado de boas relações rn em ro da
nou-se uma grande força política até hoJe. Por _ter m~nndo a crença dos iluministas lgrep ' . . ' I
. co m e e. M.irx a111d·1
no aperfeiçoamento do ser humano, ele repud1?u a liber~ad: e _tornou-se O grande apelo pol1t1co se nunca tivesse escrito um·i únic ["
1 e1e Das · ' • teria o
mesmo . b ·11 . . a una Ka'Ptt I EI
totalitário e revolucionário que acendeu o estop1m de um mcend10 universal somen- e . e.ciente não por se r o mais n 1ance historiador do de . ª· e
101 e!I , . . . sc nvo 1v11ne11to doca na-
te equiparável ao de nossa geração. . ramp ouco po r se r o teo n co mais aborrecido ped . . P
11srno, . . . ' ante e tncons1srenre da
nomi a ca p1talista, mas por ter cativado um mundo e um·i 50 • 1 d . , .'
eco . e , ' c1ec a e p co nvenci-
doS de um a rcse abso lun sra re1erem e a natureza do homem ,
.. . , e por 11aver tornado
sua rese po l1t1 camcn rc efi cientes.
O papel de Marx Roussea u rorno u-sc uma tremenda força política po rque ocorreu uma revolu-
O método de Rousseau foi seguido sempre que um liberalismo politicamenre ção. Marx - embora mu ito in~erior ~ Roussea u como político, psicólogo e filósofo
estéril, porque racionalista, foi convertido em totalitarismo não-racional poli ricamente -tornou-se.: um.1 fun,..1 de igual 1nrens1dade mes mo que a revolução não tenha ocorri-
eficiente. O primeiro a seguir seus passos foi Karl Marx. Assim como Rousseau sur- do. O faw de.: ([U é a revo lu ção de M arx foss e inevidvel, ao co ntrá rio da de Rousscu,
giu quando os iluministas do princípio do século XVIII mosrraram sua ineficiência foi suficien cc:.
polírica, Marx revelou-se quando os racionalistas utilitários d o séc ulo XlX fracassa- Porém, embor,1 o m:i.rx ismo tenha fracassado como doutrin a revolucionária nos
ram politicamente. Em 1848, o liberalismo racional estava descruído. Ele teve a ofensiva países indusrri aliz.1d o~, ele exerce u um impacto duradouro nas crenças políticas no
do poder nas mãos durante a queda da monarquia reac io nária na França, Áustria, conrinence europ eu. l: lc.: pre paro u as gra nd es massas para o totali tarismo, deixou-as
Alemanha e Espanha e, sem exceção, mostrou-se totalm ente in capaz de fazer algo proncas para acéirar .1 lógica das idéias abso lu tistas e apocalípticas criadas pelo ho-
com o poder, exceto perdê-lo outra vez. mem. Só esse faro é sufi ciente para qu e Marx mereça ser chamado de pai do hi-
Marx converteu o liberalismo racional impotente de sua época em uma força densmo. Ele r::i.mbém lego u para o total irarismo de nosso tempo o molde e_ª e5c~um-
politicamente poderosa abandonando seu racionalismo e adora ndo um absolutismo ra das idéias e do pc: n~a rncnto políti co. O que Marx fez co m o fracassado_ l_ibe~altsmo
abertamente irracional. Ele conservou o absoluto dos liberais co ntemporâ neos, a rese ra~ional de sua époc 1 - o libera li smo dos econo mi stas cl ássicos e dos unltta~is~as-
da definição econômica que vê o homem como O Homem Econômico racional. Mas Hnler b . co m o rac io nal i~mo abalado de nossa época - o dos cienrisras e ps1cologos
eliminou O racionalismo que esperava a realização da sociedade econô mi ca perfeita ª naturalistas.
partir da ação econômica livre e racional do indivíduo. Em seu lugar, divulgou um
pri~cípio irracional: o da determinação da ação humana pela condição de classe_ do
m~ivíduo. O princípio nega a capacidade do homem para agir, pensar e an~is:r
racionalmente. As tarefas e os pensamentos de todos são resultado de uma condiçao
A conversão de Hitler
de cla~se_ que está além do controle e compreensão do indivíduo. Marx conservou o As . . 61.0l0'gico que se iniciou
matenalismo histór1ºco dos utiºlºt · · , 1 h ar monia pela com D raíz . es do nazism · o enco ntram-se no derern11n1smo . . . dem ser co111preen-
. i anstas; mas su b sntum
· · a mevitave
· . _ did arw1 11 • E o significado
· e a es rrurura po I'JtIC,L
· , do hnlensmo
. Pº d e novo - t', ac.:·
igualmente
. inevitável luta d e casses. e manteve a crença rac10na 1·1sta na perfe1çao
I E[ . os apen , 1 . fil ófi o e polír1co ess
agora , . as a uz d o d ese nvolvimento 1 os te . d lo homem.
essencial do homem m
, as con fimou a per fie1ção
. , ,.
a classe prolerana. ' u-1t1rn 0 - co nJunro
• . · b lutos ena os pe . hc'io
Marx deu um passoª ma.is· que Rousseau. Para este, a revolução era necessana,
, · coml 0 d e pnndp10s a so . •ress:un nessa 1c:' T' '
Nao é • _ . es que nos iiHe · • .. . 0 ularcs
deve realmente ser par t d a1· . d . urn e e- fllas · ª teo ri a d a evoluçao o u a das neui os •f . . em tr:i~e~ P P
a O O toe Itansta, mas não inevitável. Rousseau eixou sim a fil [' . d I ue se manl est.1
oso na desenvo lvida a parn r e as q ·
poL.íTIC~A~ = == = = = == = = -
~
parte ~ ~~ - =-----..;,, 487
.,!~D0:
~ C:'IE
~ SO ~. · ' h , .
r~d~e~P~et:;;;e~r~D~r~u~ck~e:;;,r== === === == ==L=I=
-.4~8~6= ::0~ m~elh~o~
O=I=II=-=A
V=R= ~ de Bider , porem , um amem e exale d
L 'd R a oac1m ad
= 1rne . d d al d,espo e todos se us sernelh
r-Jo re ga d e to da a soCie a e: o i er. ealmente , t
"O home m é produ to de . - ta era inevitáve1nas teantes
como "O home m é produ to de suas glândulas" ou eac1fll e Marx, comol mostr a claram ente a evol uçao d .
suas
lment e verdadeiras , t anto usseau , as revoluções onas
frustrações infantis" · Sem dúvida ' as duas frases são litera
. de Ro ment e a revo ução nazist a tornou - o poss1ve l O . russa e fran-
Mas so l 'd fi .
_dos mteresses e:onô micos , educa- eito num bem polít'ico de pri· s. nazistas to rnaram a
quant o as declarações de que o h~~e m é produ t~ cesa, ·dad e de ter um i er per d
força fisica e confo rmaça o. Cada uma d _ si ção e Mar h rne1ra grandeza · Ern bora
ção, digestão, condição social, religião ou neces enha apena s pregal o a revolu
. . , . x a ten a pr •
to, cada uma, por si só, é insignificante Ms sseau t . .. 1iza-la. Pohticam evisto, o princíp' d
sas afirmativas é incontestável; no entan Roll ossib ihtou a 8 lt .er rea d ente, seu t r . io e
nos sessenta anos transcorridos entre A orig_em ~as
esJ:écies _e a Gr~nd e Guer~a ; ·d rança p
cável.
É
o tipo e totalit arism o em ota itansrno é o rn .
li e_ impla
6 l . so b re a perfeição e que as con 1 - ais
ser b1ops1 cológ1 co fo~ grada nvam ente adota- r.c1ente e . c usoes filosóficas
1914- 18, a explicação do home m como e11 . do conce ito a so ut1sta
e.
0 aperre1çoarn h e
al europ eu. Os eugen tstas, por um lado ' e os l/t1cas . ento urnanos são
da como base para o liberalismo racion . Pº 'd mais comp leta e ngoro samen te.
os extrem istas - desenvolveram dos totalitarism
behavioristas, de outro - para menci onar apenas ª e:xrrat asbase do h"d .
i ertsm o - assim como
. .
.
ica ou psicol ogica mente . O , o foi usado osante nores-fi01· fi
teoria de que o home m é aperfeiçoável, seja biológ A . • ·
ta pelos ltbera ts rac10n istas. . .
alº
metod d
antes
ornec1da
ava a se tornar popula er . uas vezes
Em 1900, a crença no determinismo psicológico começ ápron
e Hitler lhe acres cento u um cmism o moral imprat"!cave , 1 , com grande
esferas sociais e políticas, a mu- J nas epocas d M
substituía o desgastado determinismo econômico. Nas sucesso
se mostr ou passiv
,
e
l
e até popul ar no mom e_ arx e
a época - o medo do "Perigo eau. Mas emo em que a ps1colo .
dança se torno u perceptível aproximadamente na mesm Rouss - ,d d d ti d gia
emitis mo na Franç a, Áustr ia e Rússia, o avanço da ava que O home m nao e ota. o fi e uma essência moral . H'1 er eve agradecer aos
Amarelo", o agravamento do anti-s preg . ,l l
orça do nazismo ' presente no rue v h p . .
s de propa ganda dirigida. cas e psico ogos a exp osiva rer rznzip
publicidade, dos home ns de relações públicas e jornai psl·canalis . .
começ ou a desmo ronar R b..
ristas procu ravam estabelecer Resumindo, quan do o Ilumm ismo su stt-
Enqua nto os iluministas tentavam educar, e os utilita •- · al • , " , ousseau
vontade geral" irracional e ate, m1st1ca , . .
racionalistas tentav am organizar- rac10n ment e atmgi vel pela
um livre comércio e uma bolsa de valores, os novos ruiu a perfeiç . ao . . , , .
istas e econom istas ortodo-
através da propa ganda e outros dos utilitar
se sobre uma base racial ou "folclórica" e admin istrar Quando o lrberalismo rac10 nal pos-n apole omco
cessores racionalistas, eles acredi- su~stituiu seus princípios absolu-
métod os da mode rna psicologia. Como seus prede xos rui~ nas_fracassadas rev?l~ ç~es d~ 1848, Marx
m. Eles o viam como uma criatu- nado e pela inevitabilidade da
tavam num conce ito absoluto da nature za do home tos racionalistas pela perfe1 çao irrac10nal do proleta
da e mold ada por experiências lista psicobiológico da ciên-
ra feita de genes, cromo ssomo s e glândulas, forma sociedade sem classes. E quan do o determ inism o raciona
m acred itavam na perfeição do fracassou sob o impacto da Guer-
psicológicas mensuráveis. Conse qüent emen te, també cia moderna, de Darw in, Freud e dos behavioristas
Eles procla mava m a razão ab- princípios defendidos por biólo-
ser huma no, ou pelo meno s em seu aperfe içoam ento. ra Mundial e da depre ssão, Hitle r se aprop riou dos
o huma na e sua análise psicológica. gos e psicólogos no irraci onali smo da raça e da propag
anda.
soluta dos que comp reend em e domin am a criaçã
talvez, e certam ente mais anti- os tos principais. Rousseau mante-
Todos os princí pios irracionais - mais irracionais Nenhu m dos totali tarist as modif icou elemen
dente s, criado s pelo home m desde do homem e da sociedade. Marx
racionais do que qualq uer um dos absolutos prece ve as crenças do Ilumi nism o refere ntes à natureza
prova dos, realizáveis por meios que o homem é basicamente um
o Humi nismo - foram considerados "cientificamente" ex~raiu dos econo mista s ortod oxos a afirmativa de O
biólogos e psicólogos que ho-
racionais e, porta nto, "verdade objetiva". antmal econô mico. Hitle r afirm a juntam ente com
alism o mesm o antes de sões nervosas. Nenhum dos
A Prime ira Guerr a Mund ial derru bou esse novo racion mem é basica mente , glând ulas hered itaried ade e impres
ca totalm ente desenvolvida. A fu d racionalismo de
ele ter tempo de transf ormar -se em uma força políti ' · '
revolucio nanas teve de acres centa r nada às crenças n
d amenta is· 0
nalida de" do psicobiólogo ou, . d d a razão absolutas de
guerra não podia ser comp reend ida por meio da "racio suas época s. """ d .
1 u o que tivera m de fazer foi transpor
a ver a e e
guerr a era real, real demais, assim
na verdade, por qualq uer racion alism o liberal. A 0 uin pri ncípio racion alista para outro irracionalista
e pseudoreligioso. .
racion alism o, o nazismo deu prec1sa men:
como foi a décad a que a seguiu. Nessa crise do novo Rousseau decla rou que a "vont ade geral" acabar ia se estabel ecendo
o fururo perren
leto e politi came nte eficien te que . M teu que
passo decisivo na direçã o de um totalit arism o comp te porque - d . arx prome d crava uma Jura
u o determ inism o biológ ico e a explicação ceria , ~ao po ena ser racion almen te avaliada. t do o passa o mos
poder ia explicar as realidades. Ele tomo l
a soc1edad e sem c asses exata mente porque O . . amence porque o
pios absol utos irracionais. ~o de d
psicológica do home m e os apres entou como princí asses Hitl nórdic
. . '
a prec1s
ias pessoas desen-
enten diam a "raça" e a "propaganda e Passad e. er propõ e o milên io para a raça pura,
mesm o tempo , declar ou perfei to aqueles que o rora d . d l " . " O toral1tbansmo l
arra
irracion ais, que cam-
ole absol uto e incontestável. cantad omm a o pe as raças mesuças .. , ios a so ucos ' d da
lhes confe riu direit o à lidera nça políti ca e ao contr as com O . s a esses pnnci p - absolut a e ro
Hitle r do libera lismo racional 6élll Ih pro racio nalism o graça 0
Uma das grand es diferenças entre a conve rsão de e · . , · f: cismo, ba negaça perfeição tain em.
b'
ao totalit arism o e o trabal ho de seus predecessores,
Rouss eau e Marx , encontra-se n~ a libe d d porc1 onam força revoluc10nana ed' ana dor que usca
r a ee . .
exaltação públic a de um mestr e em relação à socied
ade organ izada . Natur almen te, e ª tnevn ável emerg ência de um tra
se desin dividu aliza a ponto de
ve rd ade que no nazism o a grand e massa de indiv íduos
totali tarism o de Rouss eau e Ivfarx.
perd er ª identi dade, mas isso també m ocorr e no
poLITtCA 489
.,r1e3~
V . sociedade pre-merc
, ·1· irremedia
ant11sta ·
.1 a anuga velmente fal'd
1 a. Ate, isso
. ,
caJJtl,
d e
ner a Revoluçã o Permane nte e Robespie rre ou a G p
1 visto que . . . . b uerra ermanen-
1 vidoso, - prop1c1a ram multo mais ase para uma sociedade at d
utl leão nao d d uante o que
iedeN~Pº de Hitler. Mas a Guerra a ln e~endênc ia dos EUA obteve êxito em
a doucnna,, , ma sociedad e atuante, mas livre também.
' ' ºªºsou
conscrutr de ois de derrotad os pelas forças conservadoras da contra-revolu ão
P
.Mesrno rindpios da Revo luçao
- Francesa -
ncana, os P as 1'de1as
,. de 1789-
continuarçam
ame · fi d
. . Eles proporc1 0naram as ormas e pensame nto e a mentalidade para
ir à nran1a. , . .. l'b d
aserv r.t ofias totalitana s subseque ntes. A 1 er ade no mundo ocidental durante
dasasrios ·

10
Uma abor dage m conservadora* 0 seculo ~ d
'd
to , vrv e até hoJe tem s1 o b asead a nas 1'd'' · ' · s e · ·
e1as, pnnc1p1o msmuições da
1 ·
ção conserva ora amencan a e d 1776 .
concra-revo u
(Princ ípios do conservadorismo)

Os EUA, a Inglaterra e o continente europeu


Não é novidade afirmar que a base de toda a liberdade no século XIX reside no
movimento conservador que dominou a Revolução Francesa. Tampouco é nova ades-
ooberta de que, no que se refere à Europa, esse movimen to estabeleceu-se na Inglaterra.
Antes de 1850, era lugar-com um no pensame nto político da Europa a Inglaterra ter
Tão popular e tão enganos a quanto a crença de que o Iluminismo teria dado
encontrado "a saídà' - assim como mais tarde tornou-se lugar-comum buscar as ori-
origem à liberdad e no século XIX é a crença de que a Guerra da Independência dos
gens de liberdade do século XIX na Revolução Francesa. Mas como a Inglaterra supe-
EUA se baseou nos mesmos princípio s da Revoluçã o Francesa, e que esta foi sua
rou aRevolução Francesa? O que lhe permitiu opor-se a ela e, ao mesmo tempo desen-
predeces sora. Todos os livros de história nos EUA ou na Europa afirmam O m~smo, volver' sem uma guerra c1v1 · ·1 ou cnse· soe1·al, uma soe1e· dad e 1·1vre e mercann·1 como
e não são poucos os principa is protagon istas de ambas as revoluções que parnlham
~ternativaao despotismo da Revolução Francesa e de Napoleão? Uma resposta simplista
dessa crença. No entanto, é uma complet a distorção dos fatos. ,.
. , . al ente conrrar10s aos ª~as per~nras atribuiria o feito inglês ao gênio da raça inglesa, ao canal da Mancha
A Indepen dência dos EUA se baseou em pnncipio s tot m e. fun- ou a Constitui - . l
. . E çao mg esa. Mas nenhuma das três respostas é plausível.
defendid os pelo Ilumm1s mo e pela Revoluça- o F rancesa. . E intenção e eretto, o 17
<lamento político para a Revoluça- o Francesa 101 e ·
m
cionado por um em
b -sucedido

mo E mi ?º•
sc arec1do E
tudo na Inglaterr a caminha va rapidame nte em direção ao Despotis-
. . . . ·
propor
al. t
. . Embora ela u- haviasid0 d · m 1780 , as forças antitotali tárias encontravam-se no po der. O rei.
contramo vimento ding1do ao despotis mo racion is ª do Iluminismo.
61
. d pela indepen- ,
narios d0 errotado
. para nunca mais · recupera · · revo l ·
r o poder absoluto. E os nvais ucio-
101 po l'mca
.
e 1 oso ficament
. e . 1 e antecipa a
vesse ocorrido tempos depois, uperaram o esp í- .
Ptta tira · re,, os total'
1 t · · · ·
anstas seguidore s de Rousseau, que quenam mst alar sua pro- '
1787 combater am e s nta, seu abs O l ·
dência american a. Os conservad ores d e 1776 e
. · ano realmente ce- governo uusmo, seu governo centralizado no lugar da mama re e 0 · · ai d
d d d envolvim ento amenc central do · ,
nto da Revoluçã o Francesa e mo o que O es
, . .
E GénéraUX, 0 Tierror e lanipouco O d rei, tambem fracassaram . Não sobrevive · ·
u o absolutismo O rei,·
d
d h. , . do que os
. . d e dalisrno, a Indepen·
presenta um estagio mais avança o na 1s tats A, as massas.
tcna
Napoleão . Longe de ser uma revolta contra a annga . nran1a o reu d d conc.ra der n Pos ª bern-sucedi'd · , •
- ervadora em nom
e da liber a e as lllã d . a res1stenc1 a das colomas, o antltot al'1tansmo
A • • ·
vo ltou ao po-
dência dos EUA foi uma contra-re vo1uçao cons . de l'b1 os e Pnt B k · ' · b ' stcO
a nova tirania do liberal .ismo rac1on
· al d O D sponsmo se
E larecido. . d Revo·
. , 1o a 'terdade. e ur e e sob essa nova forma se apoiou sobre O pnncipw ª·
e e al' . 0 revoluc10 nar h. 0'reses, d odasa . .
. • tot 1tansm d 1p efac , - · 1·
O totalitari smo liberal do I 1umm1sm oeO. , . Na melhor as ótica e s o, as or·,s institui Çoes ivres do sistema político inglês do secu , lO XIX
remon tam'
lução Francesa podiam apenas d estrmr . ancien regime. s desp eop gens dO
curto domínio dos "old whigs" que chegaram ao POd er porq~e
O
. d de atuante, rna ta Useran-i à
· · por ma soCie a
poderiam ter sido capazes de sub sntu1r Ili tesp0 guerra corn
u nsabil'd d as treze colomas, que consntum am os EUA · Eles introduz1-
A •
tr08 r. • • •

. .
tela ' 1· UIJ.dar¾l l a e fil.1n 1·sterial no Parlamen to e o sistema de Conselho de .Mm1s-
1

0
' ºn~...
~ Este capítulo foi extraído de The fature of industrial man, pu61'icado em 1942. ~,ient0 rn.oderno sistema . · pu, bl'ico e defin1ram o
de partidos e o serviço
entre a e
oroa e o Parlamen to. A Inglaterra de l790 não era uma
V
~0~m~e!!;lh~o!:,,r~de~ Pe;;;;re::,:r~D ke=r= == === === ===;L;;:I~VR:
~r;;;u;;;c;, ~ O~I;!!II,,:-~A
,1 ~ ~ SOCJEDA.Dc parte 3 POLÍTICA
i?O ~ 491
muito saudáve l e muito menos ideal, mas encont rou a
. d d . . estrutura 6, . legais e constitucio .
soc1e a e . 1· E
essa estrutu ra consis tia nos pri ncipios , . as1ca unca reorara m fazer por. meios
- . . nais o que somente se pod'1
nova soctedade 1vre. 'd dos " n . d . . Eles nunca t e b. . . . ª
para uma . "d d f: er por me10 . e mst1tu1çoes soc1a1s. entaram ia ncar msmuições
. " ue praticamente haviam s1 o estrmd os antes da Guerra d a Independ. .
old .
az , 'd d '
wh1gs q d enc1a recusar am-se a impor uma camisa de força institucional
EUA e que não foram apenas restaur a os, mas coloca dos
no . d' l a posten a e. Mas ao
po er devid , ia, e es desenvolveram os pnnc1p10s e uma. , . d '
dos ' . • . 1 oa solucio nar os pro bl emas d o. d ia-a- _ ,.
vitoriosa res1stencia dos co onos. d govern o 11vres tao solidos que foi possível as , _ .
de 1776 se eviden cia Ih sociedade e e um fi d - geraçoes postenores
o impacto decisivo das idéias e princíp ios . enta.1 Na Inglate rra d me or nurn a .
constru ir sobre suas un açoes.
comparação entre a lng 1aterra e a E uropa contm , urante o sé -
. ro lugar, o sistema bipartidário basead o nao
. . d
lo XIX, liberais e conserva ores asearam -se nos mesmo s pnncíp
b ios par c_u- EUA há, em
. Nos , . fi primei
. . ._ em progra-
. b 1 ' 1· · liberda de -
ª urna soc1e · mas 1deolog1cos e per ecc10m stas, mas em . trad1çoe s e organiza ções lo ·
cais e mecarns
• mos
dade livre. O con fl no esta e eceu-se quanto as imitaç" ões da ' nao quanto à
, .
Europa , um partido
. d . fl' autorit arismo " e "i d' 'd . per~an entes .. Ao co~tr,a no de to~a orgamzação partidária na
liberdade em si. Tratava-se o antigo con tto entre n 1v1 ual1s· mo central e centraliz ado cuja preocupação princi-
' . o .
s1gm 'fi
ICa d o d a 1·bi erdade . polmco amenc ano nao e um organis
mo", mas não so b re a essenc1a ou ao redor das elei-
inava "libera l" era racionalista e a6so1uusta . pal é conqui star o govern o central. Apesar do tremendo alvoroço
O partido do contine nte que se denom s dos partidos está
. al . chamad os c d ções preside nciais e do congresso, o principal interesse dos político
e se opunha radicalmente a qu quer liberda. de real. Os assim- onserva o- condado e do pró-
. . .
e absolu tistas, embor a de um raciona lism • concen trado nos aconte ciment os da própria cidade, do próprio
res eram igualm ente rac10na listas , o reac10- , uma holding que visa objetivos mui-
,. . . prio estado. Um partido nacion al é, na verdade
produt o da Revolução
nano. O liberal do contme nte europe u ~o seculo XI~ foi um to limitad os. O chefe político da cidade, do condado e do estado está interessado nos
dos dias do Despotismo
Francesa; os conservadores eram, na realida de, sobrev iventes aconte ciment os nacion ais e nas eleições naciona is somente na medida em que afetam
totalitá rios raciona listas do passad o.
Esclarecido. Eles eram os mas o centro de seu poder e interesse continua
era resultado da incapa- seu próprio campo de atividades,
. A liberdade na ~uropa con~in ental durant e o século XIX sendo local .
uma ditadu ra à outra. A liberda-
cidade de cada doutnn a absolut ista oposta de impor Conse qüente mente, as disputas nacionais a cada dois ou quatro
anos represen-
acident al de uma trégua
de não e_ra_ u~ ~rn~am ento reconh ecido , pois era o produt o tam distúrb ios para os organizadores de poder locais e não - como na Europa -
rra e nos EUA, a liberda-
entre dois m1~mgos igualm ente fortes e totalitá rios. Na Inglate sua princip al raison d 'être.
ente, a liberdade era
de er~ essencial e era a base dos conflit os partidá rios. No contin Centra do nas questõe s locais e sendo a "linha partidária" u~a
conciJ_iação
te porque ambos os
negauva ~ a ausência da tirania partidá ria. Ela existia somen entre vários pontos de vista locais e regionais conflitan tes, um pamdo amencano
ou nada". Isento de uma
lados apreciavam a oposição ainda menos do que a liberda de. nunca se compr omete u com um programa
dO np · 0 "tudo .
· ele pode abranger qualquer conv1cç
1'd eo 1og1a,
· ao- Política' por mais .extremada . ,que.
t s extremistas fora dasd fileiras pamda nas
seJ· A · .
a. ss1m, o crescim ento e mov1men
d •
° J' d
O conservadorismo americano tornou -se desnec essário e quase impossível. No
. . . r _
encanto, estan oe i_vre e co:pro -
e é O que cem re1to - qu quer
. . apoio do povo. Assim
os de 1776 e missos 1deológ 1cos, o parudo pode mcorpor ~d fi .
É comum , especialmente nos EUA, consid erar os aconteciment e · , . h reuni O su 1c1ente
1787 tuição americana,_ª xigenc1a popula r, uma vez que ten ªua _ mudanças radicais e súbitas na políri-
em_termos exclusivamente legais. E a formul ação d a Consti s mais . . rogramas que se tornem rele-
restauraçao e a atual·izaçao- d C . . . sen d o, e1e evita - ou pelo menos aten e quaisqu
, . a onst1tu1ção Inglesa são, de fato , monum ento
os
'm d er p
tang1vei s da contra 1 - b
e
cna- ca, mas oferece um veículo para to os
-revo uçao conser vadora . Mas esses aconte ciment os. ram. nais para , 'do uma insciruição extrema-
ram a 6ase para o cre scimen
. d . . . vantes.
to e mstttm ções extrale gais e extraco nsrnuc w regional e não-dogmácica,
. 1 b earam, os Conclu indo O partido , nos EUA, não .so te~t::ia
0
s cern anos futuros El .
princíp ios nos quais e esse as ·aJ eal ' . a1· - ano-auconr que, o governo se torne abso Iu-
rumos · es propor cionar am os mente conser vadora - anucen.tr fiizaçao, .
l' · soei r ' . ces para evita
que tomara m e O b" · pe1o qual lutava m. Na vida po mca e . rcan·
essas institu· _ ' Jettvo? • . . , · -o unp 0 mas també m um dos meios mais e 1c1en - , o estado.
EUA embora . totalmente
içoes extralegais e extraconst1tuc foram, no mm1m o, ta . d do mas nao e , .
tes quanto as , . 1ona1s
da
t º· O pamdo faz parte o esta ' liberdade nos
deres
.'
soc10econom1co e polía-
As ~ropna s constit uições. O al d . ortante para a
1 legal, e na utra s vaguar a imp - das posições e dos po . ha sido a principal razão
constituições são dimenco
rnais. Elas esrab 1 . u!11a estrutu ra; elas forma m um esque eco de proce * extralegal, tem sido a separa~a ode políticos profis~i onaislt:a É mais provável que a
e ecem os hrnue d ,. . c,,thei1 O
oas distintas da arena
para seu exercí . _ s para os po eres polmc os e as norma s co. É possível que a corrupç ao f: stassem da vida Pºd •
cio, mas nao 0 d O e ndtng , ,. " • , eis" se a a . da e pess
resultante falta de res-
:-= ---- _ P em organi zar a socied ade. s rou Para que pessoas respeira

v _
nao a c
ausa, da reura
• mo 1or, '
e a
corrup ção seja um e1e1ro, e bldade ", Sep co
787 (N• " . , . de conta 1 i
* Founding Father. ( . 'J délfia, ern 1 ,.
J Pais peregrinos) d1 P0 l It1ca para o escnto n°
do T)
·· - e egados da Convenção da Constitµição na Ft ª
492 O melhor de Peter Drucker
~ / oL1r1cA 493
LIVRO III A
SOCIEDADE ~erte
P
. rrias ing

. " • ..
lês e americano tem sido criticados como sendo "n- d
, .
,
peito e reputação da profissão política levou à cisão l -----= ao- emocra-
. dº d
governantes, impe m o que qualquer uma delas se t entre as casses l
polí .
ttca e social
?
Os ~1ste ue eles impedem d~mi!'110 a_bsolut~ da maioria, mas essa não só é
.
A cima d d ornasse a casse do . q ta mbém sua maior JUst1ficat1va. Evitando O domínio absoluto , e1es
·cos,, · 01zerrI rrio
e tu o, entretanto, a liberdade, nos EUA at· minante.
. ri função e~ d de. Igualmente, estamos elogiando e não criticando O sistema
autogoverno americano. Uma parte considerável das fu , - icerçou-se sobre 0 Inv1síve]
. . sllª a }Jber a 1 .
, . l . nçoes governamentais regern do
pro , • quan dizemos que e e devita que pequenos l_ grupos se tornem influentes
e exercida ocal e regionalmente por associações livres aut " nos EUA ·
, onomas e voluntárias. .
b!p arridàfJO
d é rriais s . alutar que o. fato e a compu sao para novas idéias e novos líderes
. .
Na a a abrir cammho em grandes pamdos existentes e atuantes. Isso
Não se pode dizer que se trata de algo novo, pois suas raízes d lutar par , · fi ·
.
do colonial, se não na Inglaterra medieval. Mas na forma es
encontram-se 110
" d passa- renha e ovo a provar que e melhor e mais e tcaz do que o antigo antes que lhe seJ·a
ponranea e esorganizad 0brig~ .º n su lantá-lo. Facilitar a atua?ã~ ~e peq~~~os partidos e facções destrói o
pela qual se tornou eficaz nos EUA do século XIX O autogover · · , l . . ª
. , . de 1776.
nos pnnc1p10s , no 111v1s1ve ongmou-se perrn1t1<lo arl~entar e condu~ a _uma muttl subd!Vl~ao_d~ unidade~ pol~ticas, o que
governo P . ossível a existencia de um governo d1sc1plmado. Alem disso, confere
quase imp - . , al , d .
rorna . equenos que nao representam nmguem em e s1 mesmos, uma
~ igre~as e as ~aras de comérci_o, os rotarianos, as associações de pais e mestres, agrupo
s muito p
..
'
uma capacidade de barganha, um poder e uma liberdade de acesso
.
etc., nao estao conscientes de que realizam funções quase governamentais; tampouco • - decisiva,
posiçao úblicos totalmente fora de proporção com sua real representatividade
um membro individual está ciente de fazer parte de um governo comunitário espontâ- 05 bolsos p bº ºd , · - , , d e · · d
neo. No entanto, essas associações, existentes somente nos EUA, realmente governam.
ª a, popu1ação. O sistema
junto . .iparti ano nao so e uma eresa contra a tirania a
. . as também da mmona.
Elas estabelecem funções e criam padrões comunitários, moldam a opinião pública e matona,m . . d . bº ºd'. e.
estimulam ou previnem ações comunitárias. Alguém que queira se estabelecer como
·
Resrnng1·r O domínio da maiona por meio e um sistema ipartt ar10 roi ape-
. . . . . . . .
advogado, médico ou empresário numa pequena cidade inglesa procura conseguir au- nas um dos fatores no mecanismo msntucional q~e _d1v1diu e hm~tou o ?overno da
xílio e apoio moral do "fidalgo rural" e da "pequena nobreza''; sem isso estará perdido. IngIaterra. Um Segundo fator foi o Conselho de Mimstros, ou, mais. precisamente, . o
Na Alemanha, antes de Hitler, ele teria de obter o apoio das autoridades do governo surgimento do primeiro-ministro. Na verdade, embora sem ser de di~eito, o cargo de
local: o juiz, o chefe de polícia, o governador da província, e assim _Pº:
diante._ Nos primeiro-ministro que surgiu na época do antigo Pict, e se m_ant~ve m~~erad~ des_de
EUA, um recém-chegado tenta ter acesso ao Rotary, à câmara de com~r~10, a determ_mada Peel, extrai seu poder não do Parlamento, mas do povo. O pnmeiro-mm1stro e ele1:o
congregação religiosa, etc. Essas associações espontâneas e voluntanas talvez sejam ª pelo povo; o fato de o eleitor votar no seu representante local para o Parlamento e nao
influência antitotalitária mais sólida existente no mundo atual. em Disraeli, Gladstone ou Asquith tem significado pouco mais do que.º eleitor ame-
ricano legalmente votar em um membro do Colégio Eleitoral, e não diretamente no
candidato presidencial. Embora eleito indiretamente, o primeiro-miniStro é, de fato,
diretamente autorizado a assumir o poder executivo, mas limitado pelo re~uisico da
O conservadorismo inglês confiança parlamentar. Ele está sujeito à confirmação de mandato ª cada cmco anos,
, l XIX dois lemas fre- nd
No que diz respeito à liberdade inglesa durante o secu od '. . ,, Na verda- qua o não ames, mas seu poder é, na verdade, original e não derivad~.
. 1
qüentemente ouvidos são "soberama paramentar e g_ . al
" " overno a ma1ona . Esse fato, do qual todo primeiro-ministro está ciente, embora nao conste de
m limitações da
, . . l" d , 1 XIX consistiu pnnc1p mente e nenhum t exto d e 1ei• constitucional inglesa, representou uma dºivisao · - efetiva de pode- . .
de, o sistema polmco mg es o secu o . . I l realmente teve o
soberania do parlamento e d o governo d a m awna . ·. A ng aterra res e
tou • . funçõe . .
s - um sistema eficiente de contro e mutuo · m " l , " E primeiro lugar, limi-
. .
g overno da minoria limitado pela anuência da ma.1_ona. bº t ºvos foram atingidos ro-~'.gi_darnente O alcance e o poder do Parlamento. Opor-se à política de um_pn~ei-
1
fácil quanto na França ou na AI eman ha ' onde os pnme1ros-
• atraves , d
As instituições políticas reais as q ua.1s esses o . Je nte do governo, o lllin•tnistro nao -
era tao _
_
. ºd, . oposição parte mtegra tstros e .
eram: um sistema biparti ano que tornou a . , blico independente. llluir 0 . ram instrumentos do Parlamento. Tratava-se tam b em , de uma questao
surgimento do Conselho de Ministros e do serviço ~~ a Constituição inglesa _d~ra; ¾ieric lll..a1s d·if:'ici·1 e perigosa do que a oposição 1e1ta e .
ao presi· dente ' pelo Congresso
. A
Pode-se dizer - embora não sem exagero - q - o sem a opos1çao. 0
Posiçãano e q ue nao - lhe impõe
. a responsabih . ºd ad e d e enco ntrar uma alcernanva. . "
te o século XIX podena · ter fu ncwna
· dO
sem o governo,. mas e ·
na a
verdade, um fator oa u . . . f◄ • 1 ito pelo povo 1mpos a
alternativo ro1, n fi al ou resPonsab·t·dm primeiro-ministro que, efetivamente, o1 e_e , . e1·cável
possibilidade sempre presente d e um governo . . ca poderia ser 111 d Para o p I i ad e ao Parlamento de encontrar uma al terna nva no mm1mo ac
, . .
decisivo na vida polmca mg esa. 1 A t
von ª de da ma10na nun
. -0 era tanto a von tade o o ovo. D . 1 nto pode sempre convocar
. d minoria na oposiça ~Poio do 1 .m Primeiro-ministro derrotado no Par ame . _ b . ,-lo a conse-
d d
absoluta, pois a vonta e ivergente ª . • no poder. &tl1'o end e e1torad 0 , ou pode voltar-se para o l'd 1 er d ª 0 Posiçao e o nga
povo britânico e do governo, quanto a von cade da ma.1ona osso dº
ireto do povo.
=
494 O melhor de Peter Drucker
======== ~~~~ ~======== ===~
~ poLfr1c~A~==== ========~
Ll~V~R~O~l!!II,;J.~
AsocrE:DAD1: ~ . _ 495
O serviço público, contudo, é totalm . d ~ . d de outra pos1çao, lutando contra realid d =
. dº . l
el ara em iscunve mente criou uma lim·t -ente m ependente d o Pariam. artJil o . . a es compl
P rn ambientes sociais e emocionais diferent etarnente divers
.
O serviço , blº i açao externa ao pode I ento. Ele nd o e . d d ·1· es, arnbos o , as,
pu ico, como se desenvolveu grad t" r par arn.entar. rabaIh a l er urna soe1e a e mercantt tsta livre. No s pa1ses consegui-
. .
os é cul o XJX'era um co-admimstrador ª ivamentenaG
que dº h d
·- B· ra- retanhad
t d envo v
raJ11 es
d
1 s cornaram como ponto e partida o fato d
entanto por .
' rna1s que fossem
d o e eqm·1·b d
i ran o o Parlamento ao mesmo t
ispun a e poder •
autonorn.o, fiscal·
urante ces, e e
díferen h ens é peneiro ou possm a Verdade e a Raz- e que
i: · · nenhu h
d , empoem que era fiscal· b m omern ou
tzan- de orn dº . d ao a so Iutas E f, .
o por ele sem, porem, ser dependente, controlado ou criad izado e equilibra- g ruPº . anos e os ra 1ca1s conserva ores na Inglater d" · os oundzng
0 arneric ra acre ttararn
exceto em ficção legal. No geral pode-se diºze
. . por este último fathers onsentimento dos governados por um. lado e n d' . num gover-
' r que o serviço ' bl· . - . to· no e , os ireuos de r . d
exercido uma função muito semelhante a dos t ºb . pu ico britânico tern norn~s a1' or outro, como a limitação do governo; na separa ão d p opne ade
. - h n unais nos Estados U .d • div1du P •a1 O governo entre
rantm que nao ouvesse quebra repentina na continuid d d _ni os. Ele ga- ç a
in lítica e a soei .
. · b' ·
nou a d iretnz astca que fu ndamenrou todas as dº a
• e. a evoluçao , proporc10- . esfera Pº
transgressões d o Parlamento ou do executivo sobre P . , .
ivergencias temporária 1
b . s, e anu ou
. nncipios esta elecidos
Supunha-se que todo servidor público graduado prep · ul ·
,• ai . .
po1mcas ternanvas para os diferentes partidos O que
arasse, sim taneame
0
método do conservadorismo
. . nte,
. , asseguraria automaticamente
que d uas propostas alternativas para uma mesma situação não fos dºfi
_ . • . sem i erentes basica- . Os conservadores americanos e ingleses de 1776 e 1787 compartilharam não só
mente. A d uraçao de mandatos, a mdependencia em relação ao poder do p 1 os princípios; eles tamb_ém tinham em c~mum o método que usaram para desenvol-
d · · ,· · • . d ar amemo e
o mmisteno e a existencia e um subsecretário permanente como O verdadeiro chefe ver uma sociedade func10nal baseada na liberdade. Ambos o usaram da mesma forma
de cada departamento, tornou o serviço público um elemento de controle efetivo do e lhe deram a mesma consideração e importância.
Parlamento e do Conselho de Ministros. O poder orçamentário do Parlamento e O método da contra-revolução conservadora é tão importante para nós hoje
0
poder do Conselho de Ministros para estabelecer a estrutura política geral de trabalho quanto seus princípios - talvez até mais. Muitos escritores e pensadores políticos
de cada departamento fiscalizava e limitava, por sua vez, o serviço público. acreditam que os princípios são tudo e que o método é algo irrelevante. Esse é um
Enquanto o serviço público não cumpria nada além dessa função original, as equívoco básico sobre a natureza política e ação política que a geração de 1776 jamais
freqüentes críticas ouvidas sobre sua falta de iniciativa e imaginação eram injustificadas. teria cometido. Essa geração sabia que princípios sem realização institucional são tão
Na medida em que o serviço público tinha funções políticas, ele agia como um árbitro ineficazes politicamente - e tão daninhos para a ordem social- quanto instituições
com poderes semijudiciais. Não é função de um juiz supor e ter iniciativa, mas sim sem princípios. Conseqüentemente, o método era tão importante para ela quanto os
restringir e conciliar. A iniciativa e a suposição, a liderança política e a visão tin~am de princípios, e seu sucesso deve-se a ambos.
vir do Parlamento ou do Conselho de Ministros. O serviço público tinha de venficar se Ern. última análise, seu método consistia em três partes:
. . . . . . _ , .
tais m1eiat1vas e supos1çoes eram prancas e estavam d e acord o com os prm · cípios básicos
. . E~ primeiro lugar, enquanto conservadores, eles não reno:aram e r~po~co
para a continuidade do governo. Ele dispunha do que, de fato, equivalia ao direito edao pretendiam renovar. Eles nunca idealizaram o passado e não al1menra:arn ilusoes
· ·
d ever de um recurso judicial pelo processo a d mm1strat1vo. · p ministro conserva or
ara O . eu sobre o presente em que viviam. Eles sabiam que a realidade social hav1~ mudado.
e o liberal o simples fato de um subsecretário permanente ter sido negligente emds. Eles n .
' unca tenam concebido seu trabalho como al go al em , d inregraçao de urna
ª . al
· · ºfi d O ue ele não Pº ena novas · d d . ·
dever - caso falhasse em preparar a legislação - tena s1gm 1ca q _ocie a e baseada em velhos princípios; eles ,amais ten·am apoiado qu quer
ter tomado a iniciativa em abandonar sua real tarefa. tentatIVa d d f:
. e es azer o que havia sido feito. r: mdirw Fathers
Fo1 sua . . . fi z com que os ,01 º
, fun ão do serviço públi- a recusa mcond1c10nal em renovar que e ador de seu
Isso, naturalmente, se aplica somente ao penado em que ª ç les Não P recessern dº .almente conserv
trabaJh ra leais, e que obscureceu o caráter essenct mo Eles nunca
co era um setor do governo, que contralava os outros e era controlado por eb muitos · o A 'lº d f:
. , bl. se cornou, so aceit · ana ise social que realizaram era, e ato, radical ao exrre .
hos de renovação
corresponde mais à verdade hoje, quando o serviço pu ico . duziu O po· ararn a p O l'd . . erançosos son
, · d b rocrac1a, que re base d 1 ez das convenções soc1a1s ou os esp ando embora, na
aspectos, o governo. Essa evolução do po d er po l1t1co a u corno de a os na hº , . d d ·nda escava acu •
. . s começou em . Verdad . , . ipotese de que a antiga soc1e a e at 787 consideravam a ess~n-
der e a função de ambos, Parlamento e Conselho d e M 101str0 ' . Constitui-
, . • 1
1900. É a tendência mais perigosa na vida po lmca mg esa, quase. destruJU ª cia d e, Ja tivesse desaparecido. E as gerações de 17 e_ 76 1
~ de resraurar. Pois ª
al de despotisJTl 0 e seu co - . ham mtençao
- d o pa.ts
, e cnou
. - pe1a pnmeira
. . vez em 175 anos - um pengo re resrau _ nservadorismo o fato de que nao nn _
çao
absoluto centralizado na Grã-Bretanha. oraçao,, é eao violenta

e absolutista quanto ª re
voluçao, 1 a eram,
dores na Ing arerr d
s rou d' dº . conserva d passa o.
Portanc n zng Fathers nos EUA e os ra 1ca1s - nservadores o
o, con e. e nao co
servadores do presente e do rutura,
4~9=6=~0~ m~e;;;;1~h:,o~
:;; r~d~e~P~e:!t~er~D~r~u~c~k~er~ ========= =~::1v 497
LIVRO III odr1c.A
: 3 p
Eles sabiam que sua realidad 'al - A SOCIEDADE parte , enas a expressao - d a crença na 1mper1e1ção · r · humana O d
. . . _ e soei era a d . . não e ap , u a cons-
mstrturçoes sociais eram P , . . e um sistema merc ·1· - eceJtO d sociedade e resultado de um longo desenvolvimento h'1stonco
, .
f d re-mercanrrlrstas S anu rsta en pr e ro a a ,.
~to e esenvolver uma sociedade mer ... eu método consistia ~ quai~to suas · de qu d ' tas de meros polmcos.
•ênc1a esta is .
çao par: o futuro, não para o passad:anri livre e atuante. Eles quer~ partir desse ' 1 distÍJ1gue_ e podiam usar apenas do que dispunham; sabiam também
revoluçao. ' ª rm de superar a próxi ª~ urna solu- ue b1arn qu , . . que o
ma e nao a úl . q f:)es sa çou no passado e que e tarefa do estadista decidir que parte d
A segunda característica bás1· d ,
~~rne fi e
. ca e seu metod , f tuna futuro sefllP. erfeito uansformar em um uturo melhor, em vez de tentar encon-
projetos ou panacéias. Eles acreditavam o e o ato de não acred· (11 passado JII1dP rnudança política perpétua - ou da perpétua imobilidade política.
- d .. em uma ampl ttarern em u o segredo. a to de um sistema .
na qu al nao .m d ustn'al que nao - poAd e ser orgamzado .
, a mmam concessões . Eles sa b 1am ' po , a estrutura de princ1'pios . ger · irar socialmente
somente e aceitável se funcionar isto e'
El b, ,
1 , . rem, que uma solução instit . ais Osurgirnen
. d . . d
ercannlista o secu o , 1 XIX d .
estrum - ou pelo menos debilitou
' se so ucronar u d d . uc1onal
es tam em sabiam que praticamente qualq . m ver a erro problema social ela s0 c1edaI e rnte_ muitos d os aspectos mais . importantes
. das conquistas de 1776
ser criado de modo a atender a P . uer Instrumento institucional real d. P ·d rave rnen
. , . rancamente todos os b. . . po e ,onsI e
d outnnanos em seus dogmas mas ext e1787 · de parte da verdadeira sociedade que a geração de 1776 construiu foi des-
. , remamente prag o, ·Jetrvos ideais. Eles eram
dra. Eles não tentaram erio-ir um ideal mancos na política do dia-a- , Gran h ·e precisamos d esenvo1ver uma nova socie . d ad em . d ustrial. Mas tantos os
. 0 ou uma estrutura com J
d rspostos a contradizer-se em detalhes d 1 - . peta, e estavam até rru1da e OJ , d d
. , . quanto os meto os a contra-revo uçao conservad ora ainda 1 - .
e so uçoes reais Tudo que . são válidos
contrar a solução para a tarefa que tinham - . quenam era pnnc1p10s . . d . , ·
. em maos - contanto que esta d en- Se quisermos uma _socieda~e lr:Te'. ~o em~s. con~msta-la somente adotando os mes-
encaixar-se na ampla estrutura de princípios. pu esse mos princípios básicos. As mst1tuiçoes sociais reais do futuro serão tão diferentes das
criadas em 1776 e 1787 quanto estas, por sua vez, diferiam das instituições dos sé-
Quanto aos EUA, no en~anto, pode-se argumentar que os Founding Fathers real-
culos XVII e XIX. Se, porém, quisermos que elas sejam instituições de uma sociedade
~ente engendraram um proJeto: a Constituição. Mas o mérito da Constituição reside
n~o no alcance das normas que estabelece, mas nas limitações. Ela contém alguns princí- livre eacuante, devemos desenvolvê-las usando o mesmo método da geração de 1776:
p10s fundamentais, cria algumas instituições básicas e estabelece algumas normas de aconsciência de que não podemos restaurar e de que temos de aceitar a nova realidade
procedimento simples. Os membros da Convenção de Filadélfia opuseram-se à inclu- i~dust~i~ em ve~ de tentar voltar ao antigo sistema mercantilista pré-industrial: ter a
são da Carta de Direitos na Constituição não tanto por serem contrários às suas disposi- disposiçao de pnvar-se de projetos e panacéias e satisfazer-se com a tarefa humilde e
ções, mas por não quererem comprometer o futuro. No entanto, as disposições da menos brilhante de encont rar • so l uçoes - v1aveis · , · - grad anvas · · r ·
e 1mpene1tas - para
Carta de Direitos têm caráter amplamente negativo e estabelecem não o que deve, mas problemas . imediatos· h · d d
, e con ecimento e que po emas usar somente o que temos, e
que
mosprecisamos
. . come çar d O ponto em que
apenas o que não deve ser feito. nos encontramos, não do ponto que quere-
anng1r.
O objetivo final no método da contra-revolução conservadora é o que Burke Nossa tarefa ho· 0 d . . . . , .
chamava de "preceito" e que nada tem a ver com a "sacralização da tradição".? -embo Je P e parecer maior e mais dific1l do que a da geração de 1776
conhecemo ra provavelment . . 1·
próprio Burke rejeitou tradições e precedentes de modo implacável quand~ es~e~ nao e esteJamos me macios a subestimar suas dificuldades, já que
s as respostas . ., ~
acontecer. p , , que nao sabemos o que vai.
1

funcionavam. No campo do método político, preceito é a expressão do pnnopIO da , e a superesumar as nossas, Jª


ltl orem,
os nos princ' . e cerro , d
imperfeição humana e diz simplesmente que o homem não pode prever O futuro e que so po emos esperar completar nossa tarefa se nos basear-
ip1os e dep end ermos d os metodos ,
que não sabe para onde vai. A única coisa que ele possivelmente pode saber e compre- que a geração de 1776 nos legou.
en d er e' a socie
· d ade real que
se desenvo1veu h'istoncamente.
· p or tan to , deve tomar ª
realidade social e política existente, e não a sociedade ideal, como base pa_ra s_uas
. . d . . menros JllSt1tu·
anvidades políticas e sociais. O homem nunca po e mventar InS t ru . d ue
·
c10nars· e
peneitos. Portanto, é me lhor contar com os mstrumen
· tos an ngos O 9
. . Jll
. . al S b
tentar mventar novos para realizar uma tarefa ide . a emos com o funcwna u
demos
· mstrumento,
· o que po d e ou não razer, ' 1
anngo e
como usa- o e ate' que ponto Pº l s se-
- , ·
confiiar ne le. E nao so nada sabemos sobre novos mstrumentos,• mesmo que e efun-
. apregoados
Jam
. como perfeitos, como podemos estar bastante certos ~~~ a 0 u
. . ém esperav
c10namento será menos satisfatório do que o dos antigos, que nmgu
alegava serem perfeitos.

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