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SÚMULAS PROCESSO CIVIL

1)  A extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento?


Sim, depende de requerimento do réu, conforme súmula 240 do STJ e art. 485, §6º, do CPC.
Art. 485 (...) § 6° Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa
pelo autor depende de requerimento do réu.”
2) A partir de qual momento incide a correção monetária em honorários advocatícios arbitrados
sobre o valor da causa? Incide a partir do respectivo ajuizamento da ação (súmula 14 do STJ).
3) São devidos honorários advocatícios pela fazenda pública nas execuções individuais de
sentença proferida em ações coletivas? Sim, ainda que não embargadas. (Súmula 345 do
STJ).
4) É necessário que haja impugnação para serem devidos honorários advocatícios no
cumprimento de sentença?
São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação,
depois descolado prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do
advogado da parte executada, conforme entendimento sumulado do STJ (517).
5) Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, são cabíveis honorários
advocatícios? Não (súmula 519 do STJ).
6) A liquidação por forma diversa da estabelecido na sentença ofende a coisa julgada? Não,
conforme entendimento sumulado do STJ (344).

7) Se não houver recurso da parte, o Ministério Público tem legitimidade para recorrer no
processo em que oficiou como fiscal da lei? Sim, conforme entendimento sumulado do STJ
(99).
8) Qual o recurso cabível da decisão que homologa a atualização do cálculo da liquidação? 
Agravo de instrumento, conforme entendimento sumulado do STJ (118).
9) Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior postulado na
inicial implica sucumbência recíproca? Não, conforme entendimento sumulado do STJ (326).
10) O ente público detém legitimidade interesse para intervir, incidentalmente, em ação
possessória entre particulares? Em caso afirmativo, quais matérias ele pode deduzir?
Conforme entendimento sumulado do STJ (637), o ente público detém legitimidade e
interesse para intervir, incidentalmente, na ação possessória entre particulares, podendo
deduzir qualquer matéria defensiva, inclusive, se for o caso, o domínio.
Demais súmulas:
Súmula 303 – Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os
honorários advocatícios.
Súmula 421 – Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua
contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença.
Súmula 488 – O §2º do art. 6º da Lei 9.469/1997, que obriga à repartição dos honorários
advocatícios, é inaplicável a acordos ou transações celebrados em data anterior à sua vigência.
Súmula 519 – Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis
honorários advocatícios.
Súmula 232 – A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito
prévio dos honorários do perito.
Súmula 228 – É inadmissível o interdito proibitório para a proteção de direito autoral.
Súmula 313 - Em ação de indenização, PROCEDENTE o pedido, É NECESSÁRIA a
CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL ou CAUÇÃO FIDEJUSSÓRIA para a garantia de pagamento da
pensão, INDEPENDENTEMENTE da situação financeira do demandado.
Súmula 344 - A LIQUIDAÇÃO por forma diversa da estabelecida na sentença NÃO OFENDE a
coisa julgada.
Súmula 506 - A ANATEL NÃO É PARTE LEGÍTIMA nas demandas entre a concessionária e o
usuário de telefonia decorrentes de relação contratual.
Súmula 644 - O núcleo de prática jurídica deve apresentar o instrumento de mandato quando
constituído pelo réu hipossuficiente, salvo nas hipóteses em que é nomeado pelo juízo.
Súmula 482 - A falta de ajuizamento da ação principal no prazo do art. 806 do CPC [atual art. 308
do NCPC] ACARRETA a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do processo cautelar.
Súmula 5 - A simples interpretação de cláusula contratual não enseja Recurso Especial.
Súmula 7 - A pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso Especial.
Súmula 13 - A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja Recurso
Especial.
Súmula 83 - Não se conhece do Recurso Especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal
se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.
Súmula 86 - Cabe recurso especial contra acórdão proferido no julgamento de agravo de
instrumento.
Súmula 98 - Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não
tem caráter protelatório.
Súmula 116 - A Fazenda Pública e o Ministério Público tem prazo em dobro para interpor agravo
regimental no Superior Tribunal de Justiça.
Súmula 118 - O agravo de instrumento é o recurso cabível da decisão que homologa a atualização
do cálculo da liquidação.
Súmula 123 - A decisão que admite, ou não, o recurso especial deve ser fundamentada, com o
exame dos seus pressupostos gerais e constitucionais.
Súmula 126 - É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos
constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte
vencida não manifesta recurso extraordinário.
Súmula 158 - Não se presta a justificar embargos de divergência o dissídio com acórdão de turma ou
seção que não mais tenha competência para a matéria neles versada.
Súmula 168 - Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou
no mesmo sentido do acordão embargado.
Súmula 182 - É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os
fundamentos da decisão agravada.
Súmula 1872 - É deserto o recurso interposto para o Superior Tribunal de Justiça, quando o
recorrente não recolhe, na origem, a importância das despesas de remessa e retorno dos autos.
Súmula 203 - Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos
Juizados Especiais.
Súmula 211 - Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de
embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo.
Súmula 223 - A certidão de intimação do acórdão recorrido constitui peça obrigatória do
instrumento de agravo.
Súmula 316 - Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em agravo regimental, decide
recurso especial.
Súmula 318 - Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em
arguir o vício da sentença ilíquida.
Súmula 331 - A apelação interposta contra sentença que julga embargos à arrematação tem efeito
meramente devolutivo.
Súmula 420 - Incabível, em embargos de divergência, discutir o valor de indenização por danos
morais.
Súmula 483 - O INSS não está obrigado a efetuar depósito prévio do preparo por gozar das
prerrogativas e privilégios da Fazenda Pública.
Súmula 484 - Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a
interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário.
Súmula 518 - Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial
fundado em alegada violação de enunciado de súmula.
Súmula 568 - O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar
provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema.
Súmula 579 - Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento
dos embargos de declaração quando inalterado o julgamento anterior.
Súmula 45 - No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta a Fazenda
Pública.
Súmula 253 - O art. 557 do CPC, que autoriza o relator a decidir o recurso, alcança o reexame
necessário.
Súmula 325 - A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação
suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado.
Súmula 490 - A dispensa de reexame necessário, quando o valor da condenação ou do direito
controvertido for inferior a sessenta salários mínimos, não se aplica a sentenças ilíquidas.
Súmula 326 - Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao
postulado na inicial não implica sucumbência recíproca.
Súmula 462 - Nas ações em que representa o FGTS, a CEF, quando sucumbente, não está isenta de
reembolsar as custas antecipadas pela parte vencedora.
Súmula 551 - Nas demandas por complementação de ações de empresas de telefonia, admite-se a
condenação ao pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio independentemente de pedido
expresso. No entanto, somente quando previstos no título executivo, poderão ser objeto de
cumprimento de sentença.
Súmula 481 - Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos
que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.

SÚMULAS PENAL

1) A confissão espontânea pode servir de fundamento para a redução da pena-base abaixo do


grau mínimo previsto em lei?
RESPOSTA: Não. A confissão é um atenuante (art. 65, III, “d”, do CP) e, segundo
entendimento sumulado do STJ, as atenuantes não podem reduzir a pena do réu abaixo do
mínimo legal.
Súmula 231: A incidência da circunstância atenuante NÃO PODE CONDUZIR à
REDUÇÃO DA PENA abaixo do mínimo legal,

2) Pode a reincidência penal ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente,


como circunstância judicial?
RESPOSTA: Não. Esse entendimento vai de encontro ao entendimento sumulado do STJ
(241). Essa proibição existe para evitar o bis in idem.

3) É possível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo?


RESPOSTA: Devido ao fato de para o furto o concurso de agentes ser uma qualificadora,
que dobra a pena (passa de 1 a 4 para 2 a 8 anos), e no roubo apenas uma causa de aumento
de pena, surgiu entendimento doutrinário defendendo a aplicação da causa de aumento do
roubo pelo concurso de agentes ao furto praticado nas mesmas circunstâncias, por ser mais
benéfico ao agente. A questão foi pacificada com a edição da súmula pelo STJ, que vedou a
aplicação.

4) É possível o reconhecimento do privilégio nos casos de crime de furto qualificado? Se sim,


quais os requisitos?
RESPOSTA: De acordo com o entendimento sumulado do STJ (511), é possível, desde que
estejam presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de
ordem objetiva. As qualificadoras objetivas são aquelas relacionadas com o fato criminoso,
com seu modo de execução, tempo e lugar do crime, etc.

5) O art. 244-B do ECA se trata de crime formal ou material? Ele depende de prova da efetiva
corrupção do menor?
RESPOSTA: O art. 244-B do ECA se trata de crime formal, ou seja, não exige a produção
do resultado para a consumação do crime, ainda que possível que ele ocorra. Segunda
entendimento sumulado do STJ (500), a configuração do crime independe da prova da efetiva
corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

6) Quais os requisitos para configuração do crime de estupro de vulnerável?


RESPOSTA: Deve ocorrer a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14
anos, sendo irrelevante (1) eventual CONSENTIMENTO da vítima, (2) experiência sexual
anterior ou (3) existência de relacionamento amoroso com o agente, segundo entendimento
sumulado do STJ (593).

7) É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena


igual ou inferior a 4 anos?
RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (269), é admissível, desde que as
circunstâncias judiciais sejam favoráveis.

8) Se a pena privativa de liberdade foi fixada no mínimo legal, é possível a fixação de regime
inicial mais severo do que o previsto pela quantidade de pena?
RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ, é VEDADO o estabelecimento de
regime prisional MAIS GRAVOSO do que o cabível em razão da sanção imposta, com base
apenas na gravidade abstrata do delito.

9) O indulto extingue qual(is) efeito(s) da condenação?


RESPOSTA: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória),
mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais, segundo entendimento
sumulado do STJ (631).

10) Admite-se, ainda, o exame criminológico?


RESPOSTA: Sim, segundo entendimento sumulado do STJ (439), admite-se pelas
peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. Trata-se de um exame feito no
condenado por um profissional com o objetivo de verificar se este apenado tem aptidão física
e psíquica para progredir de regime.

11) A falta grave interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional?


RESPOSTA: Não, segundo entendimento sumulado do STJ (441). Isso porque não há
legislação que estabeleça a interrupção.

12) O benefício da saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional suscetível de
delegação à autoridade administrativa?
RESPOSTA: Não, segundo entendimento sumulado do STJ (520).
13) A falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime e para comutação
de pena ou indulto?
RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (534 e 535), a falta grave interrompe
a contagem do prazo para a progressão de regime, mas não o faz para comutação de pena ou
indulto.

14) Quais os requisitos para a concessão de livramento condicional? Qual a consequência caso
não haja suspensão ou revogação do LIVRAMENTO CONDICIONAL antes do término do
período de prova?
RESPOSTA:
Requisitos objetivos - O condenado deve ter:
1) sido sentenciado a uma pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos;
2) reparado o dano causado com o crime, salvo se for impossível fazê-lo;
3) cumprido parte da pena, quantidade que irá variar conforme ele seja reincidente ou não:
• condenado não reincidente em crime doloso e com bons antecedentes: basta cumprir mais
de 1/3 (um terço) da pena. É chamado de livramento condicional SIMPLES;
• condenado reincidente em crime doloso: deve cumprir mais de 1/2 (metade) da pena para
ter direito ao benefício. É o livramento condicional QUALIFICADO;
• condenado por crime hediondo ou equiparado, se não for reincidente específico em crimes
dessa natureza: deve cumprir mais de 2/3 (dois terços) da pena. É o livramento condicional
ESPECÍFICO;
• condenado por crime hediondo ou equiparado, se for reincidente específico em crimes dessa
natureza: não terá direito a livramento condicional.
Requisito subjetivo –
O condenado deve ter:
1) bom comportamento carcerário, a ser comprovado pelo diretor da unidade prisional;
2) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;
3) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
4) para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que
façam presumir que o liberado não voltará a delinquir.
15) É possível executar provisoriamente a condenação enquanto se aguarda o julgamento do
recurso extraordinário? É possível que o réu condenado em 2ª instância seja obrigado a
iniciar o cumprimento da pena restritiva de direitos mesmo sem ter havido ainda o trânsito
em julgado? NÃO. Não é possível a execução da pena restritiva de direitos antes do trânsito
em julgado da condenação, segundo entendimento sumulado do STJ (643).

16) A suspensão condicional do processo e a transação penal se aplicam na hipótese de delitos


sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha?
RESPOSTA: Não, por força da súmula 536 do STJ, bem como do art. 41 da Lei 11.340/06
que proíbe a aplicação da Lei 9.099 aos crimes praticados com violência doméstica e familiar
contra a mulher.

17) Qualquer tipo de crime ou contravenção penal contra a mulher impossibilita a substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos?
RESPOSTA: Por força da súmula 588 do STJ, somente os crimes com violência ou grave
ameaça são impossibilitados de substituição.

18) Quais os requisitos para que se configure a violência domestica e familiar prevista da Lei
Maria da Penha? A coabitação é um dos requisitos?
RESPOSTA: a) sujeito passivo (vítima) deve ser pessoa do sexo feminino (não importa se
criança, adulta ou idosa, desde que seja do sexo feminino);
b) sujeito ativo pode ser pessoa do sexo masculino ou feminino;
c) ocorrência de violência baseada em relação íntima de afeto, motivação de gênero ou
situação de vulnerabilidade, nos termos do art. 5º da Lei.
Segundo entendimento sumulado do STJ (600), para configuração da violência doméstica e
familiar prevista no artigo 5º da Lei 11.340/2006, Lei Maria da Penha, NÃO SE EXIGE A
COABITAÇÃO entre autor e vítima.

19) Existe prazo máximo para medidas de segurança?


RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (527), O TEMPO DE DURAÇÃO da
medida de segurança NÃO DEVE ULTRAPASSAR o limite máximo da pena abstratamente
cominada ao delito praticado.
20) Caso o Tribunal venha a desclassificar o crime, a decisão de pronúncia será considerada
como causa interruptiva da prescrição?
RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (191), sim.

21) Por quanto tempo o prazo prescricional poderá ficar suspenso?


RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (415), pelo tempo de prescrição da
pena máxima em abstrato cominada ao crime. Em caso de inatividade processual
decorrente de citação por edital, ressalvados os crimes previstos na Constituição Federal
como imprescritíveis, é constitucional limitar o período de suspensão do prazo prescricional
ao tempo de prescrição da pena máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o
processo permanecer suspenso. STF. Plenário. RE 600851, Rel. Min. Edson Fachin, julgado
em 04/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 438).

22) É admissível a chamada PROGRESSÃO PER SALTUM de regime prisional?


RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (415), não. Progressão per saltum
significa a possibilidade do apenado que está cumprindo pena no regime fechado progredir
diretamente para o regime aberto, ou seja, sem passar antes pelo semiaberto. Não é admitida
pelo STF e STJ. Assim, se o apenado está cumprindo pena no regime fechado, ele não
poderá ir diretamente para o regime aberto, mesmo que tenha, em tese, preenchido os
requisitos para tanto.

23) Quando o falso de exaure no estelionato é por este absorvido?


RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (17), se não houver mais
potencialidade lesiva é absorvido. Essa súmula baseia-se no princípio da consunção e exige,
para ser aplicada, que o crime de falsidade (crime meio) fique completamente exaurido (sem
potencialidade lesiva), após ter sido empregado para a prática do estelionato (delito-fim).
Princípio da consunção:  norma definidora de um crime constitui meio necessário ou fase
normal de preparação ou execução de outro crime.

24) De quem é a competência para julgar crime de estelionato pela utilização de papel moeda
grosseiramente falsificado?
RESPOSTA: Justiça Estadual (súmula 51, STJ).

25) O crime de extorsão é crime formal ou material?


RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (96) e da doutrina, trata-se de crime
formal, uma vez que o crime de extorsão se consuma independentemente da obtenção da
vantagem indevida.

26) A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é TÍPICA?


RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (522) é típica, ainda que em situação
de alegada autodefesa.
  Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime
mais grave

27) Em que momento se consuma o crime de roubo?


RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (582), CONSUMA-SE o CRIME DE
ROUBO com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave
ameaça, AINDA QUE por breve tempo (1) e em seguida à perseguição imediata ao agente
(2) e recuperação da coisa roubada (3), SENDO PRESCINDÍVEL a posse mansa e pacífica
ou desvigiada. Trata-se da aplicação da teoria da amotio ou apprehensio.

28) O crime de fraude à licitação é formal ou material?


RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (645) e da doutrina, trata-se de crime
formal, logo sua consumação prescinde da comprovação do prejuízo ou obtenção de
vantagem.

29) Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação de sua


materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do produto apreendido?
RESPOSTA: Segundo entendimento sumulado do STJ (574), É SUFICIENTE a PERÍCIA
realizada por amostragem do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e É
DESNECESSÁRIA a identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles
que os representem.
30) Para que ocorra o crime previsto no art. 310 do CTB, qual seja a conduta de permitir, confiar
ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada ou que se
encontre em qualquer das situações previstas no referido artigo (a quem, por seu estado de
saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com
segurança) depende da ocorrência da lesão ou de perigo de dano concreto na condução do
veículo?
RESPOSTA: Não, segundo entendimento sumulado do STJ (575) não é exigível, para o
aperfeiçoamento do delito, a ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto, uma vez que
se trata de crime de perigo abstrato.
Crimes de perigo abstrato: não exigem a lesão de um bem jurídico ou colocação deste em
risco real e concreto.
31) É possível a substituição da prisão por multa quando a pena privativa de liberdade e
pecuniária estão cominadas cumulativamente em lei especial? O que é pena de multa?
RESPOSTA: Não, segundo entendimento sumulado do STJ (171). Se a lei penal previu
crime com pena privativa de liberdade e multa, não se admite a substituição por outra multa.
Se fosse o caso, o legislador teria usado a partícula “ou”, e não a conjunção aditiva “e”.
Exemplo: art. 306 do CTB (pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor). A pena
pode ser substituída por duas restritivas de direitos, mas não por uma restritiva e multa
vicariante. 
Multa é a pena autônoma cominada no preceito secundário do tipo incriminador (isolada,
alternativa ou cumulativa com a pena privativa de liberdade) ou substitutiva da prisão (art. 44
do CP) – na lição de Rogério Sanches Cunha
32) Se a pena privativa de liberdade foi fixada no mínimo legal, é possível a fixação de regime
inicial mais severo do que o previsto pela quantidade de pena? Ex.: Paulo, réu primário, foi
condenado a uma pena de seis anos de reclusão. As circunstâncias judiciais foram favoráveis.
Pode o juiz fixar o regime inicial fechado?
RESPOSTA: NÃO. A posição que prevalece é a de que, fixada a pena-base no mínimo legal
e sendo o acusado primário e sem antecedentes criminais, não se justifica a fixação do regime
prisional mais gravoso. Súmula 440-STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção
imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
33) A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória ou constitutiva? Qual a natureza
jurídica do perdão judicial?
RESPOSTA: Súmula 18-STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da
extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. O perdão judicial
consiste em uma causa de extinção de punibilidade (Art. 107, IX, do CP). O perdão judicial é
um instituto do direito penal, segundo o qual mesmo constatando que o fato praticado é
típico, antijurídico e culpável, o juiz, com base em hipóteses previstas na lei, deixa de punir o
agente por entender que, naquele caso concreto, a punição seria desnecessária ou ilegítima.
34) O sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, torna impossível a
configuração do crime de furto? Quais as teorias do crime impossível? Qual a teoria adotada
no Brasil? Qual a natureza jurídica do crime impossível?
RESPOSTA: NÃO torna impossível, conforme entendimento sumulado do STJ.
1) TEORIA SUBJETIVA. Os que defendem a teoria subjetiva afirmam que não importa se o
meio ou o objeto são absoluta ou relativamente ineficazes ou impróprios. Para que haja
crime, basta que a pessoa tenha agido com vontade de praticar a infração penal. Tendo o
agente agido com vontade, configura-se a tentativa de crime mesmo que o meio seja ineficaz
ou o objeto seja impróprio. É chamada de subjetiva porque, para essa teoria, o que importa é
o elemento subjetivo. Assim, o agente é punido pela sua intenção delituosa, mesmo que, no
caso concreto, não tenha colocado nenhum bem em situação de perigo.

2) TEORIAS OBJETIVAS. Os que defendem essa teoria afirmam que não se pode analisar
apenas o elemento subjetivo para saber se houve crime. É indispensável examinar se está
presente o elemento objetivo. Diz-se que há elemento objetivo quando a tentativa tinha
possibilidade de gerar perigo de lesão para o bem jurídico. Se a tentativa não gera perigo
de lesão, ela é inidônea. A inidoneidade pode ser:

a) absoluta (aquela conduta jamais conseguiria fazer com que o crime se consumasse); ou
b) relativa (a conduta poderia ter consumado o delito, o que somente não ocorreu em razão de
circunstâncias estranhas à vontade do agente).
A teoria objetiva se subdivide em:
2.1) OBJETIVA PURA: para esta corrente, não haverá crime se a tentativa for inidônea (não
importa se inidoneidade absoluta ou relativa). Enfim, em caso de inidoneidade, não
interessa saber se ela é absoluta ou relativa, não haverá crime.
2.2) OBJETIVA TEMPERADA: esta segunda corrente faz a seguinte distinção:
Se os meios ou objetos forem relativamente inidôneos, haverá crime tentado.
Se os meios ou objetos forem absolutamente inidôneos, haverá crime impossível.
Qual foi a teoria adotada pelo Brasil? A teoria OBJETIVA TEMPERADA. Veja o que diz o
art. 17 do CP:
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO. Ocorre quando o meio empregado jamais poderia
levar à consumação do crime. Trata-se de um meio absolutamente ineficaz para aquele crime.
Ex1: uma pessoa diz que vai fazer uma feitiçaria para que a outra morra. Não há crime de
ameaça por absoluta ineficácia do meio. É crime impossível. Ex.2: tentar fazer uso de
documento falso com uma falsificação muito grosseira.
IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO. A palavra objeto, aqui, significa a pessoa ou
coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Diz-se que há impropriedade absoluta do objeto
quando ele não existe antes do início da execução ou lhe falta alguma qualidade
imprescindível para configurar-se a infração. Ex.1: João quer matar Pedro, razão pela qual
invade seu quarto e, pensando que a vítima está dormindo, nela desfere três tiros. Ocorre que
Pedro não estava dormindo, mas sim morto, vítima de um ataque cardíaco. Dessa forma, João
atirou em um morto. Logo, trata-se de crime impossível, porque o objeto era absolutamente
inidôneo. Ex.2: a mulher, acreditando equivocadamente que está grávida, toma medicamento
abortivo.
INEFICÁCIA OU IMPROPRIEDADE RELATIVAS = CRIME TENTADO. Como no Brasil
adotamos a teoria objetiva temperada, se a ineficácia do meio ou a impropriedade do objeto
forem relativas, haverá crime tentado.
Qual é a natureza jurídica do crime impossível? Trata-se de excludente de tipicidade.
Demais súmulas:
Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão
clandestina de sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no
art. 183 da Lei n. 9.472/1997.
Súmula 164-STJ: O prefeito municipal, após a extinção do mandato, continua sujeito a
processo por crime previsto no art. 1º do Dec. Lei nº 201, de 27/02/67.
Súmula 51-STJ: A punição do intermediador, no jogo do bicho, independe da identificação
do "apostador" ou do "banqueiro".
Súmula 220-STJ: A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva.
Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/06, desde que o resultado da
incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da
aplicação da Lei 6.368/76, sendo vedada a combinação de leis
Súmula 438-STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão
punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do
processo penal.

PROCESSO PENAL

1) Qual juízo é competente para julgar o crime de estelionato cometido mediante falsificação
de cheque?
Segundo entendimento sumulado do STJ (48), compete ao juízo do local da obtenção da
vantagem ilícita.

2) Qual a competência para julgar o crime de falsa anotação na CTPS atribuído a empresa
privada? JUSTIÇA ESTADUAL (súmula 62, STJ).

3) Qual a competência para julgar o crime de falsificação e uso de documento falso relativo a
estabelecimento particular de ensino? JUSTIÇA ESTADUAL (súmula 104, STJ).

4) Qual a competência para julgar o crime em que o indígena figure como autor ou vítima?
JUSTIÇA ESTADUAL (súmula 140, STJ).
5) Qual a competência para processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e
incorporado ao patrimônio municipal? JUSTIÇA ESTADUAL (súmula 209, STJ).

6) Qual o critério para firma a competência para processar e julgar o crime de uso de
documento falso? É firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o
documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. (súmula 546, STJ).

7) Com a pronúncia, fica superada a alegação de constrangimento ilegal da prisão por excesso
de prazo na instrução? Sim, o teor da Súmula n.º 21 desta Corte, “Pronunciado o réu, fica
superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na
instrução.”

8) Caso a defesa tenha sido intimada da expedição da carta precatória, é necessária sua nova
intimação sobre a data de audiência no juízo deprecado? Segundo entendimento sumulado
do STJ (273), INTIMADA a defesa da expedição da carta precatória, TORNA-SE
DESNECESSÁRIA intimação da data da audiência NO JUÍZO DEPRECADO.

9) A participação de membro do Ministério Público NA FASE INVESTIGATÓRIA


CRIMINAL ACARRETA o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da
denúncia? Não, súmula 234 do STJ.

10)  Fere o contraditório e o devido processo legal a decisão que, sem ouvida prévia da defesa,
determine transferência ou permanência de custodiado em estabelecimento federal? Não,
súmula 639 do STJ.

11) A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da ação penal


por falta de justa causa feito em habeas corpus? Sim, súmula 648 do STJ.

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