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FISIOLOGIA RENAL
RINS
Ao decorrer do néfron há os processos de filtração F (capilares glomerulares 180 L/ dia) reabsorção R (do líquido tubular ao sangue)
secreção S (do sangue ao líquido tubular) excreção E (1,5 L/dia). Dessa forma: E = F R + S.
CLEARANCE
C (ml/ min) = [U] x V/ [P], ou seja, clearance é concentração de uma dada substância na urina multiplicada pelo fluxo urinário e dividido por sua
concentração plasmática. Corresponde ao volume virtual de plasma depurado de uma determinada substância por minuto.
Como a insulina é apenas filtrada (não é reabsorvida e secretada), seu C define a taxa de filtração glomerular (TFG). Sendo assim: TFG = [U]
insulina x V/ [P] insulina. TGF não se altera com variações na [P] insulina, já que [U] é diretamente proporcional a [P]. Além disso TGF também
não se altera com variações em V, já que aumento em V dilui a [U], e vice-versa.
Carga filtrada = TGF x [P] (mg/ min). Carga excretada = V x [U] (mg/ min). Quando a substância não é reabsorvida ou secretada, a carga filtrada
é igual a carga excretada (insulina e creatinina, que é levemente secretada). Quando é mais reabsorvida que secretada (glicose totalmente
reabsorvida), a carga filtrada é maior que a carga excretada. Quando é mais secretada que reabsorvida (PAH substância totalmente secretada
utilizada para determinar o fluxo sanguíneo renal), a carga excretada é maior que a carga filtrada.
Obs: como a creatinina também é secretada, a TFG calculada a partir dessa substância é superestimada, mas próxima o suficiente da TFG real
para situações clínicas. Como a creatinina é um produto de degradação liberado pelo músculo (ou seja, é constantemente produzida pelo corpo)
e é filtrada no corpúsculo renal sem sofrer reabsorção, um aumento na concentração sanguínea de creatinina indica diminuição da TFG, que
constitui uma das características essenciais da doença renal.
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Resumo Fisiologia Prova 8 - Uechi
ULTRAFILTRAÇÃO
Fluxo Sanguíneo Renal FSR ΔP/ R sendo P a diferença entre a pressão na artéria renal e pressão na veia renal, e R a resistência,
principalmente determinada pelas arteríolas. Já o Fluxo Plasmático Renal (FPR) é determinado apenas pela porção de plasma do sangue,
calculado por 1 hematócrito (volume de células vermelhas). Portanto, FPR = porcentagem do plasma no sangue x FSR. Se FSR for
aproximadamente 1,1 L/ min, e considerando hematócrito de 0,45, FPR é aproximadamente 0,6 L/min ou 600 ml/min.
O ultrafiltrado glomerular normalmente não contém células e proteínas e a concentração da maioria dos íons inorgânicos (Na+, K+, Cl-) e solutos
orgânicos de baixo peso molecular (glicose, aminoácidos) é a mesma do plasma.
As barreiras de filtração consistem no endotélio capilar, sua membrana basal e os pedicelos de podócitos que formam fendas de filtração entre
eles. O endotélio é fenestrado e possui poros permeáveis à água, pequenos solutos e à maior parte das proteínas, sendo impermeável a células
e a proteínas aniônicas muito grandes (glicoproteínas carregadas negativamente). Já a membrana basal consiste em uma matriz porosa formada
por proteínas carregadas negativamente (colágeno tipo IV e laminina). As fendas de filtração são recobertas por diafragmas que contém poros.
Obs: a perda normal da estrutura dos podócitos resulta em proteinúria, uma das causas da síndrome nefrótica. Indivíduos afetados por essa
síndrome apresentam hipoalbuminemia e, consequentemente, edema generalizado.
Taxa de Filtração Glomerular (TFG): é o volume de ultrafiltrado formado por unidade de tempo. É aproximadamente 180 L/ dia (125 mL/ min).
Os rins filtram todo o plasma do corpo 60 vezes no dia, permitindo assim excretar uma grande quantidade de metabólitos e regular a composição
do meio interno com precisão.
Fração de Filtração (FF) = TFG/ FPR. Considerando que FPR é 600 ml/ min, e que TFG é 120 ml/ min, a FF é de 20%, ou seja, apenas 20% do
plasma que chega aos glomérulos é filtrado.
Kf = k x s, sendo k a permebilidade
efetiva do capilar e s a superfície total
disponível à filtração. A Kf dos
capilares glomerulares é maior que nos capilares sistêmicos. O estado contrátil das células mesangiais afeta o número de capilares glomerulares
abertos e, consequentemente, a área de filtração.
O diâmetro das arteríolas afeta diretamente na TFG e no FSR. No caso da AA: vasoconstrição leva a FSR ( PHSG) e consequentemente
TFG, enquanto a vasodilatação promove FSR PHSG e assim TFG Já para AE asoconstrição le a a FSR embora a dific ldade no
escoamento do sang e promo a PHSG e conseq entemente TFG enq anto a asodilatação promove FSR e TFG de ido PHSG
Condições que afetam TFG: 1). Redução do Kf (redução do número de glomérulos ou área, por medicamentos que dilatam ou contraem as
arteríolas); 2). Redução na Pcg (insuficiência renal aguda); 3). Red ção da cg doença hepática o doença renal com proteinúria); e 4). Aumento
da Pcap (obstrução do trato urinário).
O FSR e a TFG se mantêm constantes frente a mudanças na PAM, devido mudanças na resistência da AA. Por exemplo, quando há aumento do
FSR, o estiramento do músculo liso da arteríola estimula sua contração, prevenindo assim dados endoteliais que poderiam ser causados pelo
aumento do fluxo (mecanismo miogênico). Além deste mecanismo, células da mácula densa detectam o aumento do fluxo tubular distal
(indicando TFG) e liberam substâncias parácrinas que reduzem o diâmetro da arteríola aferente ( TFG: retroalimentação túbulo-glomerular).
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Apesar da autorregulação, a TFG e o FSR podem ser alterados por fatores neuroendócrinos, SNS e SRAA. Por exemplo, durante PAM, há
ativação de SNS e SRAA (Ang II), que induzem vasoconstrição da AA e da AE, levando a tanto da TFG quanto do FSR.
Obs: as prostaglandinas, produzidas pelas células endoteliais dos rins, causam vasodilatação das AA e AE, contrabalanceando as ações
vasoconstritoras da norepinefrina e angiotensina II, sendo importante para proteção renal contra vasoconstrição severa (isquemia).
FUNÇÃO TUBULAR
O epitélio tubular é formado por células polarizadas, já que possuem mecanismos distintos de transporte de solutos nas membranas luminal,
associada a luz tubular, e basolateral, associada aos capilares peritubulares.
Túbulo proximal: epitélio com alta capacidade de transporte; membrana luminal em borda em escova; e membrana basolateral com
invaginações e ricas em mitocôndrias.
O principal papel do túbulo proximal consiste em reabsorver a maior parte da água e solutos filtrados. Além disso com exceção do K+, o túbulo
proximal é o principal local de secreção de solutos [H+, ânions (sais biliares, AMPc, prostaglandinas, PAH), cátions (creatinina, dopamina)] e
fármacos (aspirina e penicilina). A reabsorção que ocorre nos túbulos proximais é isosmótica, ou seja, solutos e água são reabsorvidos na mesma
proporção.
O epitélio do túbulo proximal apresenta uma via paracelular bastante permeável (leaky) e com elevada capacidade de transporte: 67% do sódio
e da água filtrada são reabsorvidos pelos túbulos proximais. Embora, a composição do fluido luminal mude significativamente, a osmolaridade
se mantém ao longo de todo o túbulo, devido à elevada permeabilidade a água deste segmento. Nos túbulos proximais, o HCO3- é reabsorvido
proporcionalmente mais que a água; portanto, sua concentração luminal diminui. O Cl- é reabsorvido proporcionalmente menos que a água;
portanto, sua concentração luminal aumenta.
- Água: a reabsorção de Na+ acoplada a solutos aumenta a osmolaridade no interstício. Com isso, água flui da luz tubular para o interstício por
osmose (via transcelular e paracelular). Para cada soluto transportado, uma molécula de água é reabsorvida. No túbulo proximal, a reabsorção
de água ocorre principalmente por via transcelular através de aquaporinas.
Ao final do túbulo proximal, apenas 33% do volume filtrado está presente na luz tubular, e a solução luminal é quase uma solução isotônica de
NaCl.
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Condição inicial: a alça de Henle recebe fluido isosmótico (300 mOsM) originário do túbulo proximal. O interstício medular e a alça encontram-
se em equilíbrio osmótico.
Fase 1: a reabsorção de NaCl pelo ramo ascendente torna o fluido tubular hiposmótico e o interstício hiperosmótico. É gerado um gradiente
osmótico de 200 mOsM (efeito unitário). Devido ao arranjo em U da alça, os ramos ascendente e descendente encontram-se imersos no mesmo
interstício medular hiperosmótico. O ramo descendente é permeável à água e, portanto, instantaneamente se equilibra com o interstício
medular (osmolaridades iguais).
Fase fl ido no o indo do t b lo pro imal adentra a alça com deslocamento da col na de fluido em direção ao túbulo distal.
Instantaneamente, o ramo descendente e o interstício se equilibram.
Fase 3: um novo ciclo se inicia com o estabelecimento de um gradiente osmótico de 200 mOsM entre o ramo ascendente e o interstício e um
novo equilíbrio entre o ramo descendente e o interstício. Há o desenvolvimento de um gradiente entre o início e o final da medula (gradiente
cortico-papilar), ou seja, o efeito unitário foi multiplicado pelo fluxo em contra-corrente.
Fase 4: novo fluido adentrando a alça. Ciclo continua e osmolaridade intersiticial vai aumentando.
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ADH alto: aumenta permeabilidade à ureia no ducto coletor (aumenta a osmolaridade do interstício medular) e à água = urina mais concentrada.
ADH baixo: menor permeabilidade do ducto coletor à ureia (reduz a osmolaridade do interstício medular) e à água = urina diluída.
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O ser humano é capaz de produzir uma concentração urinária máxima de 1400 mOsmol/ L. A excreção diária típica da ureia, fosfato, sulfato e
íons é aproximadamente 600 mOsmol/ dia. Portanto, o volume mínimo de água em que essa massa de solutos pode ser dissolvida é 600 mOsmol/
dia/ 1400 mOsmol/ L, ou seja, 0,44 L/ dia (perda obrigatória de água).
Intoxicação por água: ingestas elevadas de água em pouco tempo, não permitem sua excreção adequada pelos rins. O acúmulo de água no
sangue dilui o Na+. A hiponatremia rápida e grave causa a entrada de água nos neurônios, levando ao inchaço que se manifesta em convulsões,
coma, falha respiratória, hérnia cerebral e morte.
Intoxicação por ectasy: tal substância comumente leva a hipertermia e ao aumento de secreção de ADH. Na tentativa de evitar hipertermia,
muitos usuários ingerem grande quantidade de líquidos para prevenir os efeitos da desidratação. Entretanto, a ingestão de grande quantidade
de líquidos associada aos níveis elevados do hormônio antidiurético (ADH), contribui para o aparecimento de hiponatremia. Os pacientes com
hiponatremia geralmente apresentam confusão, convulsão, delírios, que podem rapidamente progredir para coma e morte.
Alterações no volume efetivo circulante (balanço de NaCl) são detectadas por sensores de volume e pressão (barorreceptores). Esses sensores
sinalizam para o SNC (tronco encefálico e hipotálamo) levando a ativação simpática renal e a secreção de hormônios (renina angiotensina
aldosterona, ADH e peptídeo atrial natriurético), os quais atuam nas arteríolas, células mesangiais e túbulos.
Obs: fatores que elevam a secreção de renina pelas células granulares do aparelho justaglomerular. 1). Redução da PAS: a redução do volume
circulante efetivo detectada pelos barorreceptores aumenta a ativação simpática; 2). Redução de NaCl na mácula densa: redução da TFG
produz uma redução da carga filtrada de NaCl detectada pelas células da mácula densa. 3). Redução da perfusão renal (barorreceptor renal):
redução do volume efetivo circulante reduz o estiramento das células granulares (sensíveis à pressão dentro da AA), as quais respondem
secretando renina.
Ações da Angiotensina II: 1). Estimula a secreção de aldosterona pelo córtex da supra-renal, a qual por sua vez, estimula a reabsorção Na+ pelo
ducto coletor; 2). Induz a vasoconstricção renal com redução do FPR e aumento da FF; 3). Aumenta a retroalimentação túbulo-glomerular:
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Ativação simpática renal aumenta a reabsorção renal de Na+ por ações diretas, quando há vasoconstricção renal (AE) e aumento da reabsorção
de Na+ pelas células tubulares; e efeito indireto, ao estimular as células granulares a secretarem renina.
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Secreção renal de H+: H+ secretado no lúmen tubular pode se combinar com: 1). HCO3- filtrado, levando a reabsorção do HCO3- sem secreção
efetiva de H+; HPO4-2 filtrado, levando a excreção de H2PO4- e a geração e reabsorção de um novo HCO3-; e 3). NH3 (amônia), levando a
excreção do íon amônio (NH4+) e a geração e reabsorção de um novo HCO3-.
A geração de novo HCO3- nas células epiteliares renais depende de glutamina, que também produz NH4+.
As células intercaladas do ducto coletor, apesar de reabsorverem uma menor fração de HCO3- (10%) são capazes de gerar o menor pH luminal
(4.4 - gradiente máximo que as bombas de H+ conseguem gerar): é o ajuste fino do pH urinário.
- Compensação: 1). Respiratória (rápida): aumento da FR, eliminando o CO2. 2). Renal (lenta):
reabsorção e geração de HCO3- e, dessa forma, secreção de H+ (a urina torna-se ácida e há
aumento da concentração plasmática de HCO3-).
Alcalose metabólica: causada por perda de H+ ou excesso de HCO3-. H+ pode ser permido
através do vômito, hipocalemia, hiperaldosteronismo e hipovolemia estimula secreção de
ADH e Ang II, que ativam a H+/ ATPase na membrana luminal das células do epitélio tubular).
Acidose respiratória: ocorre quando há retenção de CO2 nos pulmões. Causada por
paralisia do diafragma, comprometimento do centro da respiração no tronco encefálico, uso
de medicamentos.
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- Compensação: renal (lenta): aumento da reabsorção e geração de HCO3- e da secreção de H+; maior metabolização da glutamina (urina ácida
e aumento da concentração plasmática de HCO3-).
Alcalose respiratória: devido hiperventilação (psíquica, voluntária, ansiedade); permanência em locais de grande altitude; intoxicação por
salicilatos, que estimulam os quimioceptores bulbares).
- Compensação: renal (lenta): redução da reabsorção e geração de HCO3- e da secreção de H+ (urina alcalina e redução da concentração
plasmática de HCO3-).
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