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Metabólicas
- Degradação e catabolismo de hormônios peptídeos: insulina, glucagon, HPT,
calcitonina, hormônio do crescimento, adipocinas (leptina e adiponectina).
- Catabolismo de proteínas de baixo peso molecular: β-2 microglobulina, cadeia leve.
- Gluconeogênese.
Endócrinas
- Renina: regulação do volume do espaço extracelular e da PA.
Ps.: SRAA começa no aparelho justaglomerular, na arteríola aferente.
- Eritropoietina: regulação da eritropoiese.
- Calcitriol: regulação do metabolismo mineral.
• CONCEITO DE CLEARANCE
- O conceito de clearance (ou depuração) renal é baseado no princípio de Fick do
balanço ou conservação de massa: o que entra pela artéria renal (input) deve sair pela
veia renal, pelo ureter, ou ambos (output).
- Clearance é definido como a quantidade de PLASMA da qual uma substância é
extraída na unidade de tempo (ml/min).
Distribuição do FSR
- 90% cortical: 80% néfrons corticais e 10% néfrons justamedulares.
- 10% medular, sendo < 1% papilar (vasa reta).
Autorregulação da FSR
- FSR constante com amplas variações da pressão de perfusão renal (80-180 mmHg).
- Mecanismos de autorregulação:
1. Barorreceptores.
2. Resposta miogênica: transdução mecânica por “receptores de estiramento”,
presentes nos miócitos da arteríola aferente.
- Quando distendidos por uma pressão aumentada, a resposta imediata é a
contração muscular. Quando a tensão sobre o miócito é reduzida, a resposta é
o relaxamento muscular, promovendo vasodilatação.
3. Feedback túbulo-glomerular (aparelho justaglomerular): polo vascular do
glomérulo, mácula densa (ramo ascendente espesso da alça de Henle) e região
mesangial extraglomerular.
- A mácula densa translada a concentração de NaCl do fluido intratubular em
liberação gradativa de mediadores vasculares (constritores ou dilatadores) que
atingem seu alvo por difusão através do mesângio extracelular.
• ULTRAFILTRAÇÃO GLOMERULAR
- Ritmo de filtração por néfron (RFn): forças de Starling.
𝑅𝐹𝑛 = 𝑃𝐸𝑈𝐹 𝑥 𝐾𝑓
𝐾𝑓 = 𝑘 . 𝑠
Sendo que...
- PEUF = pressão efetiva de ultrafiltração.
- Kf = coeficiente de ultrafiltração.
- Ph = pressão hidrostática.
- Po = pressão oncótica.
- Pc = pressão capsular.
- k = coeficiente de permeabilidade; facilidade com que a água passa pela superfície
em um determinado tempo.
- s = área de superfície capilar (estimada em 5.000-15.000 cm2/100g).
Ex.: aumento do Kf por sepse, capilar pulmonar extravasa e faz edema.
Ultrafiltração glomerular
- Em humanos, embora 180L de plasma, contendo 10kg de proteínas, são
ultrafiltrados/dia, somente 1 g de proteína (0.01%) ultrapassa a barreira glomerular.
- Ultrafiltração de macromoléculas é determinada por dois fatores (barreia mista):
1. Configuração molecular (barreira mecânica).
2. Carga da molécula (barreira elétrica).
Creatinina
- Metabolismo de massa muscular.
- Geração (catabolismo muscular), nível plasmático (creatinina plasmática) e excreção
renal (creatininúria).
- Catabolismo da fosfocreatina do músculo esquelético e da carne ingerida.
- Quantidade gerada é relativamente estável e depende do sexo, idade e da massa
muscular: geração média normal de 20 mg/kg/dia.
• EXCREÇÃO RENAL
- Ocorre através de filtração glomerular e secreção tubular proximal (10-20%).
- Na disfunção renal avançada, a secreção tubular pode atingir até 50%.
- Drogas que utilizam o mesmo mecanismo de secreção tubular e podem aumentar
temporariamente a creatinina plasmática entre 0.4 e 0.5 mg/dL: trimetoprima,
cimetidina, dronedarona, amilorida, quinidina, cisplatina, cobicistat.
- A creatininúria em condições metabólicas estáveis é igual à quantidade gerada.
- Eliminação extrarenal pode ocorrer na disfunção renal avançada (<15 ml/min/1.73
m2) através do aumento da atividade da creatininase bacteriana intestinal.
• CLEARANCE DA CREATININA
- O uso do clearance da creatinina para estimar TFG é limitado por dois problemas:
coleção urinária incompleta e aumento da secreção tubular.
- O resultado é 10-20% maior do que o da inulina em virtude da secreção tubular.
- Tempo de coleção da urina para o cálculo do volume urinário é usualmente 24 horas
(1440 minutos).
- Creatinina na urina é marcador de coleta adequada.
Ex.: exame de urina de 24h. Um homem de 80kg, considerando a geração média de
creatinina 20mg/kg/dia, precisa excretar 1600mg/24h de creatinina na urina.
- O clearance da creatinina é dado em ml/min e deve ser corrigido de acordo com a
superfície corporal (peso x altura). Ps.: C corrigido 1,73m2 (padrão).
Ps2.: assim, é possível comparar meninas de 50kg e 1,60m e meninos 90kg e 1,80m.
Transporte ativo
- Energia pela bomba Na-K-ATPase.
- 80 a 90% do gasto energético renal é utilizado na reabsorção de sódio.
- Saída de 3Na+ e entrada de 2K+ = dentro da célula potencial negativo (- 50 a 70mV).
1. Ativo primário: bomba Na-K-ATPase.
- Todo processo depende dessa bomba, que gera o gradiente inicial.
2. Ativo secundário: usa a energia gerada pelo gradiente eletroquímico do íon
acoplado.
a) Cotransporte: mesma direção. Ex.: glicose, fosfato, HCO3, AA, Cl, etc.
b) Contratransporte: direção oposta. Ex.: hidrogênio iônico.
3. Endocitose: reabsorção ativa de proteínas filtradas erroneamente.
Transporte passivo
- Difusão simples: a favor do gradiente eletroquímico.
- Difusão facilitada (glicose, AA, íons): utiliza proteína transportadora ou canais.
1. Cinética de saturação: transporte tubular máximo, muito estudada na glicose.
- Os néfrons menores saturam primeiro, começa a aparecer glicosúria.
- Limiar de excreção normal da glicose é 200mg/100ml.
2. Competição inibitória: substância competem pelo mesmo sistema
transportador. Ex.: cimetidina e creatinina.
Ex2.: probenecid e penicilina; dose única para matar gonococo, atinge
concentração plasmática muito alta e muito mais rápido.
3. Especificidade: transportador reconhece sítio específico da proteína.
4. Osmose: fluxo a favor de gradiente osmótico.
5. Arraste pelo solvente: fluxo osmótico, principalmente paracelular, arrasta
consigo solutos dissolvidos na água.
• REABSORÇÃO TUBULAR
- Transporte pode ser transcelular ou paracelular, movido pelo gradiente
eletroquímico do sódio.
- Néfron proximal reabsorve em massa e o distal faz o ajuste fino.
- Capilar peritubular tem alta pressão oncótica.
Balanço glomérulo-tubular
- A reabsorção de Na no TP é diretamente dependente do RFG, um fenômeno
conhecido como balanço glomérulo-tubular (BGT).
- Adaptar reabsorção à filtração: minimizar a perda de Na e fluídos quando RFG
aumenta, e de prevenir a cessação de fluxo tubular quando RFG diminui.
- Mecanismo não muito conhecido, mas relação com o quanto mexe a borda em
escova e cílio central.
Glicose
- Transportador SGLT2 localizado na borda em escova dos segmentos S1 e S2: tem
afinidade moderada pela glicose e cotransporta um íon sódio, reabsorvendo 97% da
glicose filtrada; alvo de inibidores seletivos no tratamento da diabetes (glifozinas).
Ps.: faz glicosúria e protetoras cardiovascular e renal.
Água
- A favor de gradiente osmótico entre o fluido tubular (287 mOsm) e o espaço lateral
intercelular (293 mOsm), gerado pela reabsorção dos solutos.
1. Transcelular (2/3), em virtude da alta expressão de canais de aquaporina
(AQP1) nas membranas apical e basolateral.
2. Paracelular (1/3), através da zônula de oclusão permeável.
Proteínas
- O mecanismo da endocitose pode ser facilmente saturado e provocar um aumento
da filtração glomerular de proteínas, por alteração das barreiras mecânicas e/ou
elétricas, causa proteinúria, um marcador de doença glomerular.
Ps.: marcador de risco cardiovascular, pois lesão do endotélio renal = lesão em
endotélios do restante do corpo.
Eritropoietina
- Sensor de oxigênio.
- 90% produção renal e 10% hepática.
- Excesso de eritropoietina: TU de córtex (hipernefroma), provoca policitemia.
- Paciente renal crônico é anêmico.
- Ação: feto, protege retina e SNC, cicatrização dos ferimentos, etc.
- Interferem na sua produção: doenças crônicas, inflamatórias e neoplásicas (disfunção
renal, neoplasia, infecção, QT, cirurgia e gravidez).
Metabolismo da vitamina D
- Primeira hidroxilação no fígado.
- Segunda hidroxilação no rim: calcitriol ou 1,25 (OH)2 ou vitamina D ativa.
- Funções para manter calcemia: intestino, osteoblasto e túbulo distal.
Ps.: Ca controlado por três hormônios = PTH, calcitonina e vitamina D.
- Hormônio pleiotrófico: receptores no corpo todo.
Renina
- Protease armazenada em grânulos citosólicos nas células granulares do aparelho
justaglomerular (arteríola aferente).
- Liberação é controlada por 3 mediadores: barorreceptor, atividade simpática e
mácula densa.
Ps.: renina liberada por queda de PA ou redução de volume.
Angiotensina II
- Age em receptor AT1, camada externa da adrenal liberando aldosterona.
Liberação da aldosterona
- ↑ [K] plasmática, ↑ angiotensina II e ↑ ACTH.
- Zona glomerulosa (córtex adrenal) e secreta aldosterona.
- Aldosterona permite liberar potássio no ducto coletor.
- Aldosterona age no rim: vasoconstritora, aumenta reabsorção de Na.
Paradoxo da aldosterona
- Aldosterona + AII: se aldosterona é liberada em virtude de depleção de sódio,
somente reabsorção de sódio ocorre, sem secreção simultânea de potássio.
- Somente aldosterona: se aldosterona é liberada em virtude de hipercalemia,
somente secreção de potássio ocorre, sem reabsorção simultânea de sódio.