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A palavra “poder” parece provocar uma atração fora do comum para alguns, e uma

barreira natural para outros – como se fosse algo ruim. Poder entendido como algo ruim
se deve a diferença estabelecida com autoridade, e sua consequente aplicação na gestão.

Podemos entender poder como “o direito de deliberar, agir e mandar por conta da
posição na hierarquia, seja ela da empresa ou da sociedade”. No entanto, poder não é
necessariamente ruim, e se bem utilizado pode contribuir para a concretização de
objetivos organizacionais e/ou sociais. Por exemplo, uma pessoa que não sabe realizar
uma determinada tarefa precisa de orientações de alguém (líder) para executá-la.

Em nossas sociedades, a ideia de poder também está associada à de autoridade. Na


verdade, chamamos de “autoridades” aqueles que, por meio de
várias instituições sociais e políticas, concedemos (idealmente) o poder ou a liderança
de nossas sociedades, para que as decisões mais complexas sejam tomadas em nome de
todos.

Mas o poder também pode ser tomado por certos setores sociais ou colocado a serviço
de interesses egoístas. Talvez seja por isso que o filósofo e jurista alemão Max Weber
(1864-1920) definiu poder como a “probabilidade de impor a própria vontade na relação
social, mesmo contra todas as resistências e qualquer que seja a base dessa
probabilidade”.

Os cinco tipos de poder:

Poder de recompensa: Baseia-se na capacidade para alocar (dispor) resultados


recompensadores – seja o recebimento de coisas positivas ou a eliminação de coisas
negativas. Exemplos: Elogio, promoções, aumentos..

Os gerentes influenciam o comportamento por meio do uso de recompensas (uma


variedade delas), para estimular o funcionário. Quando o poder de recompensa não for
utilizado como forma de manipulação, ele é bem-vindo como forma de reconhecimento.

Poder Coercitivo: Baseia-se na distribuição de resultados indesejáveis – seja a recepção


de algo negativo ou a remoção de algo positivo. O poder coercitivo explora o medo.
Para influenciar o comportamento dos subordinados, os superiores recorrem a punições,
como: “repreensões públicas”, designação para tarefas indesejáveis, descontos no
pagamento, entre outros. OBS: Em algumas situações é necessário para corrigir
comportamentos indesejáveis.
Poder Legítimo: Baseia-se nas normas, valores e crenças no sentido de que certos
indivíduos possuem direito legítimo de governar ou influenciar os outros.

Na infância, as pessoas aprendem a aceitar ordens de figuras com poder – primeiro, os


pais, depois os professores, e por fim, os chefes (líderes). Envolve a compreensão de
hierarquia.
Poder de referência: É o poder de influenciar o outro pela força do seu carisma ou por
características pessoais que são admiradas e servem como referência. Tem como base a
identificação com o outro, desejo de ser semelhante ao outro.

Famosos líderes religiosos e personalidades políticas geralmente desenvolvem e usam  o


poder de referência – também chamado poder carismático-, para envolver e conquistar o
público.

Poder de Especialização: Baseiam-se na posse de experiência, conhecimento e talento.


Pessoas que são vistas como especialistas numa determinada área podem influenciar as
outras fornecendo-lhes conhecimento ou esperando conformidade com seus desejos.

Por exemplo: o médico dá conselho que o paciente provavelmente seguirá, entendendo


que ele sabe resolver o problema (e estudou para isso).

A compreensão desses cinco tipos de poder desperta a consciência sobre o momento


que vamos utilizá-los e com qual intensidade vamos empregá-los. Não é apenas a gestão
da empresa ou da sociedade que se beneficia, mas a convivência entre as pessoas a
partir da aproximação ou distanciamento de certos tipos de atitudes.

Disfunções da Burocracia
Quando você precisa de um serviço ou resolver um problema em algum órgão, mas
descobre que vai precisar dar entrada em várias papeladas e trazer vários documentos,
logo você pensa: “Nossa! Que burocracia!”.

Mas, na verdade, caso você não saiba, a burocracia de Weber não foi pensada para ser
deste jeito.

O objetivo da Burocracia é a eficiência. Em outras palavras, o sistema


burocrático deveria trazer velocidade aos processos, uma vez que traz uma série de
vantagens que as teorias anteriores não tinham.

Mas como a burocracia se tornou sinônimo de ineficiência e lentidão, se foi pensada


para ser o contrário? Por causa das disfunções da burocracia.

Disfunções da Burocracia

Disfunções da burocracia são pontos negativos, consequências inesperadas que acabam


tornando a burocracia algo lento, moroso. Abaixo você vai conhecê-las.

1 – Apego às regras
Na burocracia, as pessoas são muito apegadas a regulamentos, normas, regras pré-
estabelecidas. Este apego às regras acaba fazendo as execuções dos processos se
tornarem lento, pois a tentativa de seguir cada regra traz esta morosidade.
2 – Excessos de formalismo
Preencher formulários, entregar a papelada, criar processos para tramitar, escrever e
registrar tudo… A burocracia implica em um excesso de formalismo. Você não pode
fazer nada sem que tudo seja registrado.

3 – Resistência à mudanças
O apego a regras e ao formalismo faz com que os membros da organização burocrática
não aceitem bem mudanças. Em um mundo onde tudo evolui rápido e as tecnologias
estão cada vez mais avançadas, isso se torna um grande problema.

4 – Relacionamentos frios
No nosso curso de Teoria Burocrática, que você pode ter acesso através do ADM
ACADEMY, nós explicamos a burocracia por completo. Lá você entende que há uma
despersonalização dos relacionamentos. As pessoas acabam se tornando apenas
ocupantes de cargos, pelo fato de uma das características da Burocracia ser a
impessoalidade. Os membros começam a enxergar um ao outro não mais como pessoas,
mas como ocupantes de um cargo.

5 – Categorizações na base do processo de decisão


Outro grande ponto negativo da Burocracia é a categorização na base do processo de
decisão. As pessoas que ocupam cargos de grande poder e autoridade acabam tendo que
decidir sobre assuntos que eles não conhecem bem, porque o que vale para a tomada de
decisão é a alta categoria hierárquica que o cargo assume.

6 – Super conformidade com rotinas


Pelo fato de tudo ser regrado, tudo ter uma norma ou um regulamento, a padronização
dos processos é muito forte. Em alguns pontos isto é uma vantagem, mas o real
problema é quando as pessoas se apegam tanto às rotinas que não querem fazer de outro
jeito, elas ficam conformadas com aquilo. Fica difícil evoluir ou conseguir maneiras
mais eficientes de se alcançar os objetivos.

7 – Exibições de símbolos de autoridade


Como dentro da burocracia a hierarquia de autoridade é muito forte, então os que
ocupam cargos mais altos na hierarquia começam a pensar que são alguma coisa e
querem externar isso através de símbolos. Tais podem ser um uniforme diferente, um
crachá maior, alguma coisa que mostre que eles têm poder.

8 – Conflitos com o público

Os membros da organização burocrática são tão apegados à regras e procedimentos que


acabam tendo muito conflito na hora de atender o público externo. Isso acontece porque
a preocupação com as regras é maior do que a preocupação com as pessoas.

Vantagens e Desvantagens da Teoria da Burocracia


Weber, baseado em princípios protestantes, foi quem primeiro definiu a Burocracia não
como um sistema social, mas como um tipo de poder suficiente para a funcionalidade
eficaz das estruturas organizacionais, sejam estas pertencentes ao Governo ou de
domínio econômico privado.

A característica principal da Burocracia, segundo Weber, reside na racionalidade do


ponto de vista das atividades desempenhadas na organização. A Teoria Clássica já
abordava certa racionalidade, porém esta se manifestava apenas na mecanização dos
processos e não na mecanização das atividades dos indivíduos.

Na Burocracia a liderança se dá tipicamente calcada em regras impessoais e escritas e


através de uma estrutura hierárquica; o poder é legítimo e depende exclusivamente do
grau de especialidade e competência técnica de quem o detém.

Vantagens.

Previsibilidade do funcionamento; univocidade de interpretação; padronização de


rotinas e procedimentos; redução de conflitos; subordinação natural aos mais antigos;
confiabilidade nas regras do negócio; hierarquia formalizada; precisão na definição de
cargos e operações.

Desvantagens
Para Weber, a burocracia é uma organização cujas consequências desejadas se resumem
na previsibilidade do seu funcionamento no sentido de obter a maior eficiência da
organização.
1- Internacionalização das regras e exagero apego aos regulamentos;

2- Excesso de formalismo e de papelório;

3- Resistência a mudanças;

4- Despersonalização do relacionamento;

5- Categorização como base do processo decisorial;

6- Superconformidade às rotinas e procedimentos;

7- Exibição de sinais de autoridade;

8- Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público. O controle do


gerente sobre os supervisores tornou cerrado o controle sobre os operários. Estes
passaram a modificar substancialmente as suas atitudes para com a organização.

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