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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Biociências
Departamento de Bioquímica
Disciplina de Bioquímica clínica

Subturma:____________ Data:__________
Grupo:___________________________________________________
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Caso clínico proteínas séricas - SEGUNDA-FEIRA

Paciente de 37 anos, de origem branca, que compareceu à consulta ginecológica por


sangramento uterino anormal de 11 meses de evolução, sangramento pós-coito e dor hipogástrica
leve. Ela não tinha histórico significativo da condição atual e não estava recebendo tratamento
medicamentoso. do que um ciclo menstrual quando teve relação sexual. Ao exame físico, a
especuloscopia, entre os antecedentes ginecológicos e obstétricos, referiu: gestação com parto normal
e ciclos menstruais regulares até um ano atrás. Não fez uso de métodos anticoncepcionais e o exame
de Papanicolaou dentro da normalidade há dois anos. Durante o interrogatório, ela afirmou que um
ano antes havia começado com dor leve no hipogástrio, não relacionada à menstruação, e
sangramento intermenstrual escasso,a apresentava colo uterino hipertrófico, com extensa eritroplasia
ocupando os quatro quadrantes e sangrando ao contato. Com os achados da exploração e a suspeita de
patologia cervical, foi obtida amostra para citologia e realizado o exame colposcópico, que relatou:
colposcopia adequada, com zona de transformação tipo I. Uma biópsia foi obtida às 11, 3 e 6 horas e
enviada para estudo histológico. Citologia relatada: ASCUS (Células Escamosas Atípicas de
Significado Indeterminado). O estudo imuno-histoquímico foi positivo para CD-138, com restrição
citoplasmática da imunoglobulina de cadeia leve lambda e ausência de cadeias kappa. Com base no
laudo, a paciente foi encaminhada ao serviço de Hematologia para conclusão do estudo, onde foram
realizados exames clínicos gerais com imunoeletroforese de soro e urina, esfregaço de sangue
periférico, citometria de fluxo, biópsia de medula óssea, mapeamento ósseo e tomografia
computadorizada, quem relatou:
• Análises gerais: hemograma completo, colesterol, função tireoidiana, tempos de coagulação,
metabolismo do ferro, taxa de sedimentação global (VHS) e concentração de eritropoietina dentro dos
limites da normalidade. Autoimunidade negativa, sorologia de exposição normal, proteinúria sem
alterações, imuno eletroforese sérica e urinária negativas. Imunoglobulinas kappa e lambda livres no
soro de 1,1 e 1,6 mg/dL, respectivamente. Razão kappa:lambda livre 0,66.
• Esfregaço de sangue periférico: sem anormalidades.
• Aspiração e biópsia aleatórias de medula óssea: sem anormalidades, com 1% de células
plasmáticas.
• Citometria de fluxo: 0,5% de plasmócitos de fenotipo normal: CD38 + CD138 + CD45 +
CD19 + / (32%) / - CD81 + CD27 + CD28- CD117- CD56-, 62% ckappa + e 38% clambda +.
• Mapa ósseo: sem lesões líticas ou alterações adicionais.
• Tomografía computadorizada cervico-toracoabdomino-pélvica: pequeno mioma intrauterino
calcificado e espessamento cervical, não avaliável por esta técnica. Sem alterações ósseas ou
adenopatias. O restante dos órgãos sem alterações. O caso foi avaliado por uma equipa
multidisciplinar para decisão do algoritmo terapêutico a seguir. Como a paciente havia realizado seu
desejo reprodutivo, optou-se por realizar uma histerectomia.
A avaliação molecular do rearranjo do gene da cadeia pesada de imunoglobulina (IGH)
revelou amplificação monoclonal. Com confirmação histológica optou-se por não indicar tratamento
adjuvante. Hoje, 54 meses após a intervenção, a paciente continua em acompanhamento no serviço de
Oncologia, Ginecologia e Hematologia, sem sinais ou recidiva da doença.

1. Qual é a hipótese diagnóstica da paciente? Explique com base nos achados clínicos e
laboratoriais.

2. Como se dá a técnica de eletroforese? Existe diferença entre dosar eletroforese de


soro e urina?

3. Que outras técnicas imunológicas ajudariam a solucionar o caso? Descreva-as.

4. Os achados laboratoriais encontrados na prática condizem com o da paciente em


questão?

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