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Saúde do solo: saiba o que é e garanta um solo saudável

18 maio, 2023

Zootecnista José Vitor Pizol

Tempo de Leitura: 7 minutos

mão com solo fértil e uma pequena planta, fazendo referência à saúde do solo

A importância da saúde do solo é hoje fundamental para a produção agrícola, pois as plantas necessitam
de um solo fértil e saudável para se desenvolverem adequadamente. Além disso, um solo saudável é
importante para a conservação do meio ambiente, pois assim ele será capaz de armazenar água e
sequestrar carbono.

Quando se pensa na saúde do solo, é necessário adotar práticas como a rotação de culturas, o plantio
direto, além do uso de insumos, como fertilizantes que possuem tecnologia para melhorar a saúde do
solo, entre outras práticas. Com esses manejos, é possível ter um solo mais saudável e contribuir
também para a produção de alimentos mais saudáveis e sustentáveis.

Para saber mais sobre o assunto, continue a leitura!

O que é saúde do solo?

A saúde do solo é um conceito que se refere à capacidade do solo em sustentar a vida e a produção
agrícola de forma equilibrada e sustentável, sem comprometer a qualidade e a fertilidade do solo a
longo prazo. Um solo saudável é aquele que apresenta uma série de características físicas, químicas e
biológicas, que permitem que as plantas se desenvolvam de forma saudável e que a biodiversidade do
ecossistema seja preservada.
Dentre as características de um solo saudável, podemos citar a presença de uma boa estrutura, com
porosidade adequada para permitir a infiltração de água e aeração das raízes das plantas; um pH
equilibrado, que permita que os nutrientes sejam disponibilizados às plantas; a presença de matéria
orgânica, que fornece nutrientes e melhora a capacidade de retenção de água; e a presença de uma
microbiota diversa e ativa, que desempenha funções importantes na ciclagem de nutrientes e na saúde
das plantas.

A saúde do solo é fundamental para a manutenção da produção agrícola e para a preservação do meio
ambiente. Solos degradados ou contaminados podem levar à diminuição da produtividade agrícola, à
perda de biodiversidade e à contaminação dos recursos hídricos. Por isso, a manutenção da saúde do
solo é essencial para garantir a sustentabilidade da produção agrícola e para a preservação dos
ecossistemas naturais.

Por que a saúde do solo é importante?

A saúde do solo é importante por diversas razões, desde a produção de alimentos saudáveis e
abundantes, até a conservação do meio ambiente e a mitigação das mudanças climáticas.

Primeiramente, um solo saudável é fundamental para a produção agrícola, pois é o ambiente em que as
plantas crescem e se desenvolvem. Um solo saudável é rico em nutrientes, possui boa estrutura física e
biológica. Isso resulta em uma produção agrícola mais saudável e sustentável, com maior produtividade
e qualidade dos alimentos.

Além disso, o solo é um dos principais reservatórios de água doce do planeta, sendo responsável por
armazenar e filtrar a água que abastece rios, lagos e aquíferos. Um solo saudável é capaz de reter a água
da chuva por mais tempo, reduzindo a erosão e contribuindo para a manutenção da qualidade dos
recursos hídricos.

Outra importante função do solo saudável é a de sequestrar carbono da atmosfera. A matéria orgânica
presente no solo é uma importante fonte de carbono, e um solo saudável é capaz de armazenar grandes
quantidades desse elemento. Isso contribui para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, reduzindo a
quantidade de carbono na atmosfera e contribuindo no combate do aquecimento global.
Por fim, um solo saudável é importante para a manutenção da biodiversidade. O solo é o habitat de uma
grande diversidade de organismos, que desempenham papéis fundamentais nos ciclos biogeoquímicos e
na saúde do ecossistema como um todo. Um solo saudável é capaz de sustentar essa diversidade de
organismos, garantindo a manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos associados a ela.

Em resumo, a saúde do solo é fundamental para a produção agrícola, a conservação do meio ambiente,
o sequestro de carbono e a manutenção da biodiversidade. É essencial que as práticas agrícolas
adotadas levem em conta a importância da saúde do solo, a fim de garantir a sustentabilidade do
sistema produtivo e a proteção dos recursos naturais.

Quais são os pilares relacionados a um solo saudável?

O solo é um sistema complexo e dinâmico, formado por uma mistura de partículas minerais, matéria
orgânica e organismos vivos. Para entender a saúde do solo e sua importância, é necessário
compreender os três pilares que o sustentam: químico, físico e biológico.

Esses três pilares são interdependentes e afetam a saúde e a produtividade do solo. Um solo saudável
requer um equilíbrio adequado entre esses pilares, com nutrientes disponíveis para as plantas, uma
estrutura física adequada para o crescimento das raízes e a circulação de água e ar, e uma comunidade
biológica diversificada e ativa para garantir a fertilidade do solo e manter a saúde do ecossistema. Veja a
seguir cada um desses pilares:

Pilar físico

As propriedades físicas do solo incluem sua textura, estrutura, densidade e permeabilidade. A textura do
solo é definida pela proporção de partículas minerais que o compõem, sendo que os principais
componentes são areia, argila e silte. A estrutura do solo, por sua vez, é a organização das partículas
minerais em agregados, ou seja, como as partículas se mantêm unidas. A densidade do solo refere-se ao
seu peso por unidade de volume, enquanto a permeabilidade está relacionada à sua capacidade de
permitir a circulação de ar e água.

A textura do solo é importante porque afeta a capacidade de retenção de água e nutrientes. Solos com
alta porcentagem de argila retêm mais água e nutrientes, enquanto solos com alta porcentagem de
areia têm menor capacidade de retenção de água e nutrientes. A estrutura do solo afeta a circulação de
água e ar, bem como a profundidade das raízes das plantas, e pode ser influenciada pelo tipo de
vegetação, pelo clima e pelo manejo do solo.
A densidade do solo pode afetar negativamente o crescimento das raízes, bem como a capacidade de
infiltração de água. Solos compactados têm menos poros e, portanto, menos capacidade de retenção de
água e ar, bem como menor capacidade de absorção de nutrientes pelas raízes das plantas. Por fim, a
permeabilidade do solo está relacionada à sua capacidade de permitir a circulação de água e ar. Solos
com boa permeabilidade são mais resistentes à erosão, mais produtivos e menos suscetíveis a
problemas de encharcamento ou compactação.

Pilar químico

As propriedades químicas do solo incluem seu pH, nutrientes disponíveis, capacidade de troca catiônica
(CTC) e matéria orgânica. O pH do solo é uma medida da acidez, neutralidade ou alcalinidade do solo e
afeta a disponibilidade de nutrientes para as plantas. Em solos ácidos (pH abaixo de 7), alguns nutrientes
como cálcio, magnésio e fósforo, são menos disponíveis para as plantas, enquanto que em solos
alcalinos (pH acima de 7) os micronutrientes ferro, manganês e zinco podem ficar indisponíveis.

A disponibilidade de nutrientes é influenciada pelas condições químicas do solo. A matéria orgânica é


importante porque fornece nutrientes para as plantas, melhora a estrutura do solo e aumenta sua
capacidade de reter água e nutrientes.

O pilar químico do solo é importante porque afeta diretamente a capacidade do solo de fornecer
nutrientes para as plantas. Se as propriedades químicas do solo não estiverem em equilíbrio, as plantas
podem sofrer de problemas nutricionais, o que pode afetar seu crescimento e produção. Por exemplo, a
deficiência de nitrogênio pode resultar em crescimento reduzido das plantas, enquanto a deficiência de
fósforo pode afetar o desenvolvimento das raízes.

Pilar biológico

O solo é um ambiente complexo que abriga uma grande variedade de organismos vivos, incluindo
bactérias, fungos, protozoários, entre outros. Esses organismos interagem entre si e com as plantas,
realizando diversas funções essenciais para a saúde do solo e a produtividade agrícola. A esse grupo de
microrganismos se dá o nome de “microbiota do solo”.
A diversidade e a quantidade da microbiota do solo podem variar dependendo das condições do solo,
como o pH, a umidade, a temperatura e a disponibilidade de nutrientes. Além disso, a atividade agrícola
também pode afetar a microbiota do solo.

Entre os principais grupos de microrganismos presentes na microbiota do solo, destacam-se as bactérias


e os fungos. As bactérias são os microrganismos mais abundantes no solo e realizam diversas funções
biológicas, como a decomposição da matéria orgânica, a fixação de nitrogênio, a mineralização de
nutrientes e a proteção contra patógenos.

Os fungos, por sua vez, são importantes para a formação de agregados do solo, que melhoram sua
estrutura e sua capacidade de retenção de água e nutrientes. Além disso, os fungos micorrízicos
estabelecem simbiose com as raízes das plantas, fornecendo nutrientes e proteção contra patógenos.

A importância da microbiota do solo para a saúde e a produtividade do solo tem sido amplamente
reconhecida, e o manejo agrícola deve levar em conta a importância desses microrganismos. O uso
adequado de fertilizantes e outras práticas agrícolas podem promover a diversidade e a atividade da
microbiota do solo, contribuindo para a sustentabilidade do ecossistema e para a manutenção da
produtividade da lavoura a longo prazo.

Indicadores de qualidade biológica do solo

Os indicadores de qualidade biológica do solo são ferramentas utilizadas para avaliar a saúde e a
biodiversidade dos ecossistemas do solo, incluindo a atividade microbiológica e a presença de
organismos vivos. Esses indicadores podem ser usados para monitorar a saúde do solo, avaliar a eficácia
das práticas agrícolas e monitorar os impactos ambientais. Alguns desses indicadores são:

Biomassa microbiana do solo;

Nitrogênio mineralizável;

Respiração microbiana do solo;

Atividade enzimática;

Quociente metabólico.
Com o objetivo de ajudar no entendimento biológico do solo, a Embrapa Cerrado desenvolveu a BioAs,
uma análise que identifica a presença de duas enzimas (beta-glicosidase e arilsulfatase) que participam
do ciclo do carbono e do enxofre e que estão relacionadas a atividade biológica do solo.

Práticas agronômicas que contribuem para um solo saudável

Muitas práticas de manejo podem ser utilizadas para garantir um solo mais saudável, como também
para melhores índices de produtividade. Essas práticas contribuem para o equilíbrio dos pilares químico,
físico e biológico, que permitem que as plantas se desenvolvam em um ambiente mais favorável. Confira
abaixo algumas dessas principais práticas agronômicas:

Rotação de culturas

A rotação de culturas é uma prática agrícola que consiste em alternar diferentes culturas em um mesma
área, durante um determinado período de tempo. Ela tem como objetivo melhorar a saúde do solo,
reduzir a incidência de doenças e pragas, aumentar a produtividade e promover a sustentabilidade do
sistema agrícola. Isso ocorre porque diferentes culturas têm diferentes necessidades nutricionais e
impactos no solo, e a rotação permite que o solo se recupere e se beneficie dessas variações.

Cobertura vegetal no solo

Consiste no plantio de culturas ou plantas de cobertura para proteger o solo e manter a umidade,
evitando a erosão e melhorando a sua estrutura e fertilidadeo. A cobertura vegetal pode ser composta
de gramíneas, leguminosas ou outras plantas, e pode ser utilizada em conjunto com a rotação de
culturas para promover ainda mais a saúde do solo e a sustentabilidade do sistema agrícola.

Plantio direto

É uma técnica de plantio que consiste na semeadura sem a necessidade de aração e preparo prévio do
solo. Isso permite que o solo mantenha sua estrutura e os resíduos da cultura anterior sejam mantidos
na superfície, proporcionando uma cobertura vegetal natural e o protegendo contra a erosão. O plantio
direto pode ajudar a preservar a microbiota do solo e a manter a sua fertilidade a longo prazo.

Sistema de integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta

Os sistemas de integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta são práticas que consistem em


integrar diferentes atividades agrícolas-pecuárias em uma mesma área, visando promover a
sustentabilidade do sistema agrícola e melhorar a saúde do solo. No sistema de integração lavoura-
pecuária, culturas agrícolas são alternadas com pastagens para gado. No sistema de integração lavoura-
pecuária-floresta, são adicionadas áreas de floresta, que promovem a cobertura vegetal e a proteção do
solo, além de servirem como fonte de madeira, proteção da biodiversidade e áreas de sombra para os
animais (bem-estar animal).

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