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Orientações da Reabilitação em Pós-operatório de Fratura do Calcâneo

Fase I: Semana 1-4

Objetivos:

Controle de dor e edema

Prevenir perda da estabilização cirúrgica.

Minimizar perda de função e condicionamento cardiovascular.

Intervenção:

Tala com o tornozelo em neutro e às vezes leve eversão.

Elevação

Flexão dos dedos do pé e da articulação do tornozelo ativamente (dorsiflexão e flexão plantar) - incentivar a
fazer desde o primeiro dia pós-operatório.

Após 2-4 dias, instruir a deambulação sem descarga de peso utilizando muletas ou treinamento de
caminhada com muletas

Instruir sobre o uso de cadeira de rodas com um horário apropriado para sentar para limitar o tempo que a
extremidade envolvida passa na posição de gravidade dependente

Instruir exercícios abrangentes e programa cardiovascular utilizando extremidades superiores e


extremidades inferiores não envolvidas

Fortalecimento da musculatura articular adjacente (quadril e joelho)

Fase II: Semana 5-8

Objetivos:

Manter o controle de edema e dor

Progredir a descarga de peso com cuidado para prevenir complicações da fratura

Prevenir contraturas e ganhar ADM´s

Minimizar a perda de função e manter o condicionamento cardiovascular

Intervenção:

Continuar elevação, gelo, compressão

Após 6-8 semanas, a marcha com parcial descarga de peso com muletas

Ganhos de adm´s da tibiotalar, subtalar, mediotarsal, e dedos em grandes amplitudes, progredir exercícios
isométricos e resistidos.

Progredir programa cardiovascular e exercícios para MMSS


Fase III: Semana 9-12

Objetivos:

Progredir a descarga de peso

Marcha normal em diferentes superficies

Restaurar completa adm

Restaurar completa força

Treinar retorno a função

Intervenção:

Após 9-12 semanas, instruir normal deambulação com descarga completa de peso (usar bengala se
necessário).

Progredir e monitorar a capacidade da articulação subtalar de se adaptar à deambulação em todas as


superfícies, incluindo superfícies graduadas e irregulares.

Mobilização articular para todas as articulações hipomóveis, incluindo: tibiotalar, subtalar, mediotarsal e
articulações dos dedos dos pés.

Mobilização de tecidos hipomóveis do complexo gastrocnêmio, fáscia plantar ou outros tecidos.

Fortalecimento progressivo resistido do complexo gastrocnêmio (exercícios com pesos, deambulação na


ponta dos pés, subir/descer escadas, pular ou outro exercício pliométrico, exercícios na piscina e outras
atividades de escalada).

Programa de atividades para permitir o retorno ao trabalho entre 13-52 semanas.

Remoção do implante:

A remoção do implante 1 ano após a fixação da placa só é preconizada em casos de material saliente ou artrofibrose
maciça com amplitude de movimento limitada, principalmente após a fixação da placa por meio de abordagens
extensíveis. A remoção do implante é combinada com artrólise intraarticular e desbridamento empregando
artroscopia subtalar.

Prognóstico e Cuidados:

- risco de evoluir com artrose subtalar (fratura intra-articular)

- risco de necessitar de artrodese subtalar futuramente

- evitar esportes de alta energia e impacto no pé

- trocar o tênis de corrida em intervalo de 480 a 800 km de uso ou a cada 6 meses.

- Iniciar corrida em outubro/22 - Proposta de retorno à atividade de corrida começando entre 30% e 50% da pré-
lesão e progresso usando a regra dos 10% (adaptação da reabilitação de fraturas por estresse da tíbia – cautela se
dor e déficits presentes). A regra de 10% aumenta a quilometragem em execução e a intensidade não mais de 10%
por semana. Se dor interromper ou regredir (avaliar na ocasião).

- Evitar corrida em terrenos irregulares.

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