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PROCEDIMENTO

SWAB RETAL PARA


PESQUISA DE VRE
E KPC
POP.UAD.052
V.1

CAJAZEIRAS-2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO BANDEIRA DE MELLO

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1. OBJETIVOS
Estabelecer medidas de vigilância e controle para evitar a disseminação dos
microorganismos multirresistentes, Enterococos resistente à vancomicina – VRE e Enterobacteriaes
produtoras da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenamase - KPC, resistentes aos
carbapenêmicos, no âmbito hospitalar.

2. MATERIAL
 Luvas de procedimento;
 Jaleco de mangas longas;
 Sapato fechado;
 Máscara;
 Lixo para material infectante;
 Geladeira;
 Estufa;
 Autoclave;
 Alças bacteriológicas para semeio;
 Bico de Bunsen;
 Discos de Antibiograma
 Swab retal com meio de transporte Stuart, Amies e Cary-Blair.
 Meios de cultura seletivo:
 Ágar base VRE
 Ágar kpc cromogênico
 Meios de cultura para Diferenciação/Identificação:
 Ágar bile-esculina
 Catalase
 NaCl a 6,5%

3. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS


3.1. Coleta
• O método para a investigação de VRE e KPC será o de coleta de amostra na
mucosa retal por meio de swabs;
• Os passos para a coleta de amostra retal para cultura por meio de swab deverão
seguir o procedimento operacional padrão da instituição;
• As amostras coletadas por 2 swabs com meio transporte Stuart, Amies ou Cary-
Blair deverão ser identificadas (nome completo do paciente, registro geral, setor, data e horário da
coleta, identificação do coletor e a especificação em um dos swabs de “Pesquisa de VRE” e no outro
“Pesquisa de KPC”) e encaminhadas ao laboratório do HUJB/UFCG. O encaminhamento da amostra
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deverá ser mais o rápido possível, apesar de enterobactérias apresentarem estabilidade mínima de
4 h em temperatura ambiente nesses meios de transporte. Caso seja impossível realizar a coleta em
swab com meio de transporte encaminhá-lo imediatamente a cada coleta;
• As coletas de vigilância nas demais unidades de internação poderão ser indicadas
nos clientes do grupo de risco para VRE e KPC ou nos clientes pertencentes a uma enfermaria onde
foi identificado um caso confirmado por colonização ou infecção por essas bactérias. Nesse último,
a confirmação do VRE ou KPC poderá, casualmente, ser encontrada em resultados de coletas de
amostra para cultura de rotina (urina, ferida, fezes, ponta de cateter, líquido ascítico, líquor e
sangue) ou de mucosa retal;
• Os clientes pertencentes ao grupo de risco são: transplantados (que orientado pelo
enfermeiro a adotar medidas de precaução por contato e realizar identificação visível no leito específico;
• O uso dos EPI deverá ser obrigatório a todos os profissionais de saúde, à equipe de
suporte e aos familiares que entrarem em contato com o cliente colonizado ou infectado por VRE ou KPC;
• Os EPI a serem utilizados serão: avental (descartável, de manga longa, punhos elásticos,
abertura posterior e não esterilizado), máscara cirúrgica, óculos protetor e luvas (procedimento ou
esterilizadas).

3.2. Enterococcus spp (VRE)


O Gênero Enterococcus é representado por nove espécies, sendo que as duas
espécies que causam a maioria das infecções em serem humanos são: E. faecalis (90% no Brasil) e
E. faecium com 5% a 10% de prevalência no Brasil. Microscopicamente falando, são microrganismos
que geralmente se agrupam em cadeias. São anaeróbios facultativos e catalase negativa. Também
se caracterizam pela capacidade de fazerem hidrólise da esculina na presença de 40% de sais de
bile. Além destas características, 10 diferenciam-se dos demais gêneros pela hidrólise da
pirrolidonil-ß-naftilamida através do teste de PYR (ANVISA 2007). A decisão sobre quem e quando
pesquisar o VRE é uma decisão do SCIH. As recomendações do CDC podem auxiliar na determinação
de uma estratégia de triagem apropriada para instituições de saúde (CDC 2010).

3.3 Isolamento:
 O ágar base VRE é um meio de cultura diferencial e seletivo para isolamento de
Enterococcus spp resistente à vancomicina;
 Quando se pretende identificar portadores de Enterococcus spp. resistentes à
vancomicina (VRE), as amostras indicadas são aquelas obtidas através de coleta
de swab anal, swab peri-anal (método de triagem recomendado pelo Centers for Disease Control
and Prevention (CDC) ou fezes. A sensibilidade, do método, está relacionada com a densidade de
microrganismos encontrados nas fezes.

3.4 Identificação/Diferenciação
 Prova de Bile-Esculina é baseada na capacidade de algumas bactérias
hidrolisarem esculina em presença de bílis. A esculina é um derivado glicosídico da cumarina. As
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bactérias Bile-Esculina POSITIVAS, são capazes de crescer em presença de sais biliares. A hidrólise
da esculina no meio resulta na formação de glicose e esculetina. A esculetina reage com íons férricos
(fornecidos pelo composto inorgânico do meio - o citrato férrico), formando um complexo negro.
Separação dos Streptococcus Bile-Esculina positiva dos Bile-Esculina negativa. Identificação dos
Enterococcus spp., que são Bile-Esculina positiva. Identificação de bacilos Gram negativos não
fermentadores e enterobactérias, usar o meio sem bílis (vide prova de esculina).
 Prova de Catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio
(H2O2) em água e oxigênio. Usada para Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus, Listeria,
Corynebacterium, Micrococcus, Bacillus, Moraxella catarrhalis.
 Prova de tolerância ao NaCl 6,5% a tolerância ao NaCl a 6,5% é uma prova
utilizada para verificar a capacidade de alguns microrganismos crescerem em presença do sal. O
Meio base utilizada é o BHI caldo, que é um meio nutritivo de uso geral, empregado para o cultivo
de muitas bactérias. Este meio normalmente contém 0,5 % de NaCl e aumenta-se a concentração
para 6,5 %, tornando um meio semi-seletivo para o desenvolvimento de alguns microrganismos. Ele
separa Enterococcus spp., que são NaCl 6,5 % positivo dos demais Streptococcus spp., que são NaCl
6,5% negativos. Na identificação de bacilos Gram negativos não fermentadores.

3.5 Enterobacterias produtoras de carbapenemase (KPC)


O termo “KPC” foi associado à espécie bacteriana K. pneumoniae, onde a enzima foi
encontrada pela primeira vez, em 1996, na Carolina do Norte.
Algumas bactérias merecem destaque, possuindo a maior frequência de
aparecimentos, como a K. pneumoniae. A resistência aos carbapenêmicos também tem sido
observada em diversas outras enterobacterias, incluindo Enterobacter spp, Escherichia coli,
Salmonella spp e Citrobacter spp.
No laboratório de microbiologia clínica, faz-se necessário, além do antibiograma, os
testes de triagem para suspeitas de cepas produtoras de carbapenemase, como por exemplo, o
teste de Hodge modificado (ANVISA, 2013). Alguns países já aboliram este teste de triagem, porém
de acordo com o congresso da CLSI de 2018 realizado em São Paulo, este teste continuará a ser
realizado nos laboratórios brasileiros. Este teste é somente de triagem, havendo a necessidade de
se realizar a pesquisa do gene blaKPC por testes moleculares (ANVISA, 2013).
3.5.1 Isolamento:
 Ágar kpc cromogênico
a- Retirar o pacote da refrigeração e, em ambiente asséptico, separar as placas a
serem usadas, devolvendo o restante ao refrigerador;
b- Colocar as placas em estufa bacteriológica entre 35-37°C pelo tempo necessário
para adquirirem esta temperatura;
c- Usando procedimentos adequados, proceder a inoculação do material
diretamente na superfície do meio;
d- Incubar o material em estufa bacteriológica entre 35-37°C/18-24h.
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e- Após a incubação analisar o desenvolvimento de colônias e analisar as cores


conforme descrito a seguir;

CORES DE COLONIA MICROORGANISMO


Escherichia coli
Rósea, magenta, avermelhado
Presume-se grupo KESC (Klebsiella
Verde escura a azul metálico
spp., Enterobacter spp., Serratia
spp. ou Citrobacter spp.)
Pseudomonas spp.
Cinza a creme
Proteus ssp., Morganella ssp.,
Amarelo a marrom ou verde
Providencia ssp
com halo marrom
Fungos e leveduras
Frequentemente inibido
Cocos Gram-positivos
Inibição
Cepas sensíveis aos
Inibição
carbapenêmcos

f- A interpretação das colônias deve sempre levar em consideração as


características morfológicas e, quando necessário, as microscópicas;
g- Pode ser necessário a incubação por mais 24h, para melhor desenvolvimento das
cores das colônias e diferenciação das espécies;
h- Caso haja crescimento de qualquer colônia que não corresponda as
características descritas, ou para casos em que não ocorra a formação completa da coloração
sugerida, proceder com testes identificação e confirmatórios para Bacilos Gram-negativos conforme
metodologia seguida pelo laboratório, para descartar a presença de outras cepas com resistência
aos carbapenêmicos ou a presença de outras variantes de genes.

4. REFERÊNCIAS
SIEGEL JD, Rhinehart E, Jackson M, et al. the Healthcare Infection Control Practices Advisory
Committee (HICPAC). Guideline for Isolation Precautions: preventing transmission of infectious
agents in healthcare settings, 2007. Regulamento Interno CCIH, NUVE e SESMT/SEST.
ANVISA. MANUAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA SOBRE O TRANSPORTE DE MATERIAL BIOLÓGICO
HUMANO PARA FINS DE DIAGNÓSTICO CLÍNICO – ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), 2015.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica nº 01/2013: Medidas de Prevenção
e Controle de Infecções por Enterobactérias Multiresistentes. Abril de 2013.
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ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nota Técnica n° 1/2010: Medidas para
Identificação, Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à saúde por
Microrganismos Multirresistentes. Outubro de 2010
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Investigação e controle de bactérias
multirresistentes. Maio de 2007.

5. HISTÓRICO DE REVISÃO

VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO


1 11/05/2022 Novo

Elaboração
Flávia Viana Pereira Mariz/ Técnica em Análises Clínicas
Jeane Cleide Oliveira de Aquino Sarmento/ Chefe da UAD
Américo Alexandre de Assis Filho/ Farmacêutico
Edne Wanessa Nóbrega Crispim Lima/ Farmacêutica
Adson Thiago Tavares Barbosa/ Biomédico
Maria Estela Rodrigues Coura/ Farmacêutica
Leonardo Andrade da Silva/ Farmacêutico
Francisco Alexandre Saraiva Júnior/ Técnico em Análises Clínicas Data: 11/05/2022
Antônio Luiulo Alves Mendes/ Técnico em Análises Clínicas
Glériston de Moura Gomes / Técnico em Análises Clínicas
Diego Vinicius Amorim Cavalcanti/ Técnico em Análises Clínicas
Flávia Viana Pereira Mariz/ Técnica em Análises Clínicas
Mateus da Silva Vieira/ Técnico em Análises Clínicas
Analice Marques Moreira/ Técnica em Análises Clínicas
Wedja Crhrystyann Medeiros de Sousa/Técnica em Análises
Clínicas
Validação
Glaucia de Souza Abreu – Técnica em Enfermagem – Setor de Data: 11/05/2022
Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente Conforme Processo SEI nº: 23771.000050/2022-85
Aprovação
Diego Vinícius Amorim Cavalcanti – Chefe da Unidade de Apoio Data: 20/07/2022
Diagnóstico Conforme Processo SEI nº: 23771.000050/2022-85

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