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Respostas dos exercícios propostos

volume
3

Estudos de linguagem

Variação linguística e preconceito linguístico

1. Os “sem-língua” são “uma quantidade gigantesca de brasileiros [que] permanece à mar-


gem do domínio de uma norma culta”, são, “[os] que não têm acesso a essa língua”.

2. Sim, pois os sem-língua fazem parte dos “milhões de brasileiros sem-terra, sem-escola,
sem-teto, sem-trabalho, sem-saúde” e “têm sérias dificuldades em compreender as mensa-
gens enviadas para eles pelo poder público [...]”.

3. Trata-se de uma “variedade de português não padrão”.

4. O mito da língua única é a crença de que a língua é apenas a representada pela “norma
literária, culta, empregada pelos escritores e pelos jornalistas, pelas instituições oficiais,
pelos órgãos do poder”, que coincide com a norma-padrão.

5. d Ao utilizar a expressão “gramática particular ”, o autor refere-se a um conjunto de regras


linguísticas coerentes, porém, que não exige a formalidade presente na norma culta de
nossa língua.

6. Segundo Marcos Bagno, a escola e as instituições responsáveis pela cultura e educação


devem abandonar o mito da língua única e “reconhecer a verdadeira diversidade lin-
guística de nosso país para melhor planejarem suas políticas de ação junto à população
amplamente marginalizada dos falantes das variedades não padrão”.

7. Segundo o autor, a variedade do português não padrão “é desprestigiada, ridicularizada,


alvo de chacota e de escárnio por parte dos falantes do português padrão [...]”.

8. A citação é um recurso argumentativo conhecido como juízo de autoridade. O autor uti-


liza a opinião de uma pessoa reconhecida no campo da linguística (ou da sociolinguística)
para dar suporte à sua própria opinião.

9. “todos os brasileiros [...] deveriam ter acesso mais amplo e democrático a essa espécie de
língua oficial [...]”.

10. As duas obras referidas mostram duas concepções distintas do uso da língua. A primeira
defende a língua portuguesa tal qual falada pelos brasileiros, o que se distancia, mui-
tas vezes, da prescrição gramatical ainda alicerçada no português lusitano. A segunda
valoriza a normatividade, o certo e o errado estabelecidos pelas gramáticas prescritivas
tradicionais.

Língua Portuguesa 1
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11. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno responda:
Sim, se a tira contribuir para que os leitores estigmatizem o “modo errado” de falar dos
personagens do universo rural mostrado por ela. Além disso, pode sugerir que o indivíduo
rural tem menos competência intelectual por confundir seres tão díspares quanto um in-
seto e um profissional.
Não, se a tira, ao utilizar a fala caipira, contribuir para mostrar que no Brasil nem todos
falam da mesma maneira, espelhando assim a diversidade linguística. Quanto à confusão
feita por Chico Bento, pode-se argumentar que o autor apenas utilizou a polissemia da pa-
lavra “barbeiro” para produzir o humor da tira, sem pretender ridicularizar o personagem.
12. A criação da tese deve ser absolutamente pessoal.
Estudo do período composto (II)

1. a) 2    b) 2    c) 3    d) 3    e) 2    f ) 2


g) 3    h) 2     i) 2    j) 2     k) 2
2. Resposta pessoal; há outras possibilidades.
a) É indiscutível a superação dos obstáculos .
14444444244444443
sujeito
É indiscutível que os obstáculos serão superados .
144444444424444444443
sujeito oracional

b) Parmênides exige a minha presença na reunião.


14444244443
objeto direto
Parmênides exige que eu vá à reunião .
1444442444443
objeto direto oracional

c) Doutor, eu preciso urgentemente do seu diagnóstico .


14444 424444 43
objeto indireto
Doutor, eu preciso urgentemente que me dê o seu diagnóstico .
14444444244444443
objeto indireto oracional

d) Por que você tem necessidade do meu diagnóstico ?


1444442444443
complemento nominal
Por que você tem necessidade de que eu dê o meu diagnóstico ?
1444444442444444443
complemento nominal oracional

\
e) A verdade era visível para todos.
predicativo
do sujeito
A verdade era que todos viam a realidade .
14444444244444443
predicativo do sujeito oracional

f ) Você só precisa disso: mais dedicação ao estudo .


1444444 42444444 43
aposto
Você só precisa disso: que tenha mais dedicação ao estudo .
1444444444 42444444444 43
aposto oracional

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3. A primeira oração destacada – “a que se dirige” – tem valor adjetivo, restringindo o sentido
da palavra a que se refere (“público”): não se trata do público em geral, apenas do público
leitor ao qual o jornal se dirige. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restritiva,
iniciada pelo pronome relativo que.
As duas orações seguintes têm sentido apositivo, explicando, no primeiro caso, os termos
antecedentes a “Outro detalhe importante” e, no segundo, à oração “Falando claramente”.
Trata-se de orações subordinadas substantivas apositivas.

4. a) OS adjetiva restritiva.
b) OS substantiva predicativa.
c) OC sindética aditiva.
d) OS adjetiva restritiva.
e) OC sindética explicativa.
f ) OC sindética explicativa.

5.
O lado bom é
oração principal que não houve mais guerras
OSS predicativa em relação a 1; desde que ele ganhou
oração principal em relação a 3 o trono reclinável.
oração subordinada
adverbial temporal

6. A oração possui o sentido de condição (a democracia, para ser atingida, precisa satisfazer
essa condição). Sintaticamente, trata-se de uma oração subordinada adverbial condicional.

7. a) O jornalismo moderno reclama rigor, curiosidade, ética e paixão mais do que qualquer
outra atividade humana (reclama rigor, curiosidade, ética e paixão).
b) A análise não está correta. Trata-se de um período simples (Isso faz a diferença/Isso é
que faz a diferença) em que a expressão “É [...] que” apenas realça e dá ênfase ao que o au-
tor disse. Trata-se de uma expressão expletiva. Ela poderia ser substituída por expressões
igualmente enfáticas: mesmo, decisivamente, muita, etc.

8. a) 3  b) 9   c) 9  d) 5   


e) 7   f ) 9  g) 2  h) 4   i) 3  j) 1
k) 5   l) 9  m) 3   
n) 7  o) 5  p) 8  q) 8   r) 7  s) 5  t) 6

9. a) F “Pena que a luta diária pela sobrevivência não deixe” (subjetiva).


„ “não deixe que você aprecie esses momentos sublimes da vida.” (objetiva direta).

b) Pena a luta diária pela sobrevivência não deixar / você apreciar esses momentos subli-
mes da vida.

10. a) “Bem, é melhor não falar sobre isso” (substantiva subjetiva).


“vai poder aproveitar dias como este” (objetiva direta).
b) Bem, é melhor que não falemos sobre isso.
A oração “aproveitar dias como este” não permite o desenvolvimento. As orações reduzi-
das que não admitem a conjugação do verbo e o uso da conjunção adequada são chama-
das de reduzidas fixas.

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c) Na oração adverbial condicional “Se você continuar com saúde”, o verbo indica uma hi-
pótese, possibilidade, estando conjugado no futuro do subjuntivo. Deve-se atentar para
o fato de que a conjunção “Se” já indica que não se trata de oração reduzida. O mesmo
ocorre com a oração adverbial temporal “quando se aposentar”.
Na oração principal “vai poder”, não há oração reduzida, apenas uma locução verbal de
futuro do indicativo: você poderá.

11. a) F Oração objetiva direta reduzida de infinitivo.


„ Suplico-te que sonhes menos alto.

b) F Oração objetiva indireta reduzida de infinitivo.


„ Arrependo-me de que tenha revelado meus segredos.

c)  F Oração restritiva reduzida de infinitivo.


„ Está marcada a cerimônia que será realizada na próxima semana.

d) F Oração apositiva reduzida de infinitivo.


„ Vejo nele um só sentimento: que trabalha para o próximo.

e) F Oração final reduzida de infinitivo.


„ Estuda muito para que passe no vestibular.

f ) F Oração causal reduzida de infinitivo.


„ Foi reprovado porque persistiu no erro.

g) F Oração concessiva reduzida de infinitivo.


„ Apesar de que não era rico, ostentava um luxo hipócrita.

h) F Oração temporal/causal reduzida de gerúndio.


„ Quando ficou só, Carlota cuidou das tarefas da casa.

i) F Oração concessiva reduzida de gerúndio.


„ Mesmo que lutasse contra o tempo, envelhecia frustrada.

j) F Oração temporal/condicional reduzida de gerúndio.


„ Quando vierem a este lugar, penetrem a sua atmosfera mística.

Domínio da norma culta (I)

1. a) Objeto indireto.
b) Adjunto adnominal.
c) Complemento nominal.
d) Sujeito.
e) Adjunto adverbial.
f ) Objeto direto.
g) Agente da passiva.

2. a) de que/das quais
b) que
c) a que/aos quais
d) a que/aos quais
e) que
f ) com que
g) sobre cujas

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3. Redação pessoal. Algumas possibilidades:
a) O pronome relativo que substitui, na oração adjetiva, o termo “discurso” da oração ante-
rior, funcionando como objeto indireto do VTI “arrepender-se”, que exige a preposição de:
arrepender-se do discurso.
b) O verbo “aspirar” com o sentido de “desejar” é VTI, com a preposição a: “algo a que as-
pirar” = “aspirar” a algo. Assim, o pronome relativo que tem a função de objeto indireto
antecedido da preposição a, exigida pelo verbo.
c) O pronome relativo que tem a função de adjunto adverbial de lugar, antecedido da
preposição a, exigida pelo verbo intransitivo “ir”: nunca fomos a mundos = “mundos a que
nunca fomos”.
4. O texto apresenta uma oração completiva nominal, que deveria estar antecedida de pre-
posição: “[...] tenho absoluta confiança de que ele não vai ser eleito”. Na linguagem co-
loquial, é comum a omissão da preposição nas orações objetivas indiretas e completivas
nominais.
5. a) Ninguém duvidava (de) que ele tinha boas intenções.
Observação: nas OSSOI, é comum a elipse da preposição. Na escrita formal, contudo, é
conveniente expressá-la.
b) O temor de que Jorge viesse a descobrir tudo aterrorizava Luísa.
c) Meus pais insistem em que eu faça Direito, como eles.
d) O velho sentia orgulho de que seus filhos fossem pessoas de bem.
6. a) onde  b) aonde  c) aonde  d) onde
7. a) Ele foi muito criticado por todos: choveram gatos e macacos sobre ele.
b) Haverá torcedores que ainda acreditam na lisura do campeonato?
c) E escutava com atenção todas as reclamações, pois havia muitas que eram totalmente
justas.
d) Sem correção.
e) Ana recordava o passado... fazia já muitos anos que sua avó morrera.
f ) Houve dias e horas em que ela se entristeceu sem motivo algum.
g) Daqui a dois dias começará o horário de verão.
h) Ele voltou há pouco ao consultório.
Literatura

Modernismo no Brasil – Características gerais, correntes e manifestos

1. Valorização da linguagem coloquial.


2. Linguagem sintética, poema cheio de elipses mentais; poema-pílula.
3. O cotidiano – como o dia a dia da nova “pauliceia desvairada” – era a matéria-prima da
temática modernista, aqui explorado por meio do verso tipicamente modernista, o verso
livre.
4. Paródia, ironia, poema-piada.
5. a) Crítica às elites, à burguesia.
b) Identificação com as classes mais baixas da sociedade.

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6. A pátria foi tema fundamental da literatura modernista, que se dividiu em duas correntes
nacionalistas: uma mais ou menos ufanista (texto do item a) e outra com uma perspectiva
bem mais crítica (texto do item b).
7. Aproveitamento da paisagem nacional (texto do item a), de fatos da história do Brasil,
normalmente vistos sob um ângulo crítico e desmistificador (texto do item b), e da cultura
popular, principalmente do folclore (texto do item c).
8. a) Predominam as frases justapostas, que lembram o estilo telegráfico; linguagem concisa.
b) Nossos poetas deviam fazer a redescoberta cultural do Brasil, e Oswald defende uma poe-
sia genuinamente brasileira, inspirada na paisagem e na cultura do país.
9. a) Ironia.
b) Elitismo/erudição/“beletrismo” (a língua de doutores, o falar difícil, cujo símbolo, naque-
le momento, era Rui Barbosa).
10. Opondo-se à língua erudita – prática sistemática da literatura brasileira, e, particularmente
naquele momento de sucesso, de autores como Rui Barbosa, Coelho Neto e Olavo Bilac –,
Oswald defende uma “língua natural”, “como falamos”, ou seja, a linguagem coloquial.
11. a) Uma arte em sintonia com seu tempo, com novas formas de expressão (no caso, repre-
sentadas pelas vanguardas artísticas europeias do início do sécuIo XX: Futurismo, Cubis-
mo, Dadaísmo, etc.), em oposição às fórmulas velhas, ultrapassadas (Realismo-Naturalis-
mo, Parnasianismo).
b) Por um lado, libertar-se dos modelos legados pela educação/tradição, daí uma arte com
liberdade de expressão e criação; por outro lado, ver com olhos puros, livres de preconcei-
to, abrindo-se ao novo.
c) Contra o academismo, Oswald opõe o estado de inocência e o contrapeso da origina-
lidade nativa, valorizando assim a expressão artística dos povos colocados como“primiti-
vos” (como se pode notar, por exemplo, em Picasso).
d) A “floresta” simboliza o Brasil Pré-Colonial, “primitivo”, enquanto a “escola” representa a
colonização e a transposição da cultura portuguesa (jesuítica, repressora, etc.). O manifes-
to propõe o resgate desse Brasil “primitivo”, mas em sintonia com o presente (a moderni-
dade tecnológica e artística).
12. a) Devorava-se o inimigo com o intuito de assimilar suas qualidades, seu poder; por exem-
plo, a força, a coragem, etc. Um exemplo desse procedimento encontra-se no poema “I-Juca
Pirama”, de Gonçalves Dias.
b) Oswald propunha a “devoração”/“deglutição” da cultura estrangeira, recriada conforme
nossas tradições e costumes, resultando daí uma coisa nova, original.
13. Trata-se de um quadro presenteado a Oswald, por Tarsila – na ocasião, sua esposa –, em
janeiro de 1928. Trata-se de uma figura mítica, “surrealista”, desproporcional, com seus pés
enormes presos ao chão, em contraste com a cabeça pequenina, imersa numa paisagem
tropical. Esse quadro foi o ponto de partida do Movimento Antropofágico, pois teria leva-
do Oswald às ideias depois expostas no Manifesto Antropófago.
Modernismo no Brasil (1922-1930) – Primeira fase: os “anos heroicos” (I)

1. A cidade, além de ser o tema da obra, é também a “musa” do poeta.

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2. Mário de Andrade focaliza a cidade de São Paulo do começo da década de 1920, momen-
to em que passava por profundas transformações sociais, econômicas, urbanísticas, etc.
Fábricas, crescimento de bairros fabris e da massa operária, imigrantes, asfalto, bondes,
automóveis (ou seja, o progresso) – tudo contribuía para a diversidade e para a incon-
gruência da cidade, acentuando aquele momento “febril” de modernidade que alucinava
São Paulo.

3. Trata-se de uma cidade multifacetada, feita de contrastes: “Arlequinal!... Trajes de losan-


gos... Cinza e ouro... / Luz e bruma... Forno e inverno morno...”.

4. Mário de Andrade faz referência ao fato de que São Paulo era uma cidade afrancesada,
com sua elite altamente ligada à cultura francesa (o que era sinônimo de elegância e de
sofisticação), sem deixar de ser “tupiniquim”.

5. Embora hoje não seja vista como obra-prima, Pauliceia desvairada é a primeira obra poé-
tica do Modernismo brasileiro, colaborando para destruir o tradicionalismo vigente e ins-
taurando uma nova linguagem poética.

6. Como o texto deixa evidente, trata-se de uma história popular – uma “lenda”, um “causo”,
“história que o povo conta” – que procura explicar o nome de uma localidade mineira. Po-
de-se falar que o poema desenvolve matéria folclórica.

7. a) Uso de uma linguagem concisa, daí o poema ser curto, reduzido, sintético.
b) Aproveitamento de variantes linguísticas populares, sem se importar com as noções de
certo e errado.
c) Aproveitamento de cenas cotidianas.

8. Há uma captação simultânea de duas imagens, daí a sua fusão.

9. A modernidade – representada por um transporte coletivo, o bonde – aproxima o que


antes era rigorosamente separado (famílias e prostitutas), tornando as fronteiras sociais
mais tênues, o que contribuirá para quebrar velhos tabus sociais, numa clara mudança de
atitudes e valores.

10. a) 1 e 2
b) de 3 a 5

11. O poema é uma justaposição de duas imagens (flashes ou cenas): 1) o “cow-boy” e a menina
sentados no banco; 2) o homem no viaduto de ferro.

12. Trata-se de um recurso próprio de câmera, ou seja, um close-up.

13. Há uma relação antitética entre as partes; a conjunção adversativa “Mas”, no início do verso 3,
caracteriza essa oposição.

14. a) “Viaduto de ferro”


b) “sujeito de meias brancas”
c) “Passa depressa”

15. Uma cidade em processo de transição: ainda havia vestígios do passado, mas já apresenta-
va uma face moderna.

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16. No plano da linguagem, o autor parodia o estilo das narrativas lendárias e dos contos de
fadas: “No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente”; no plano an-
tropológico, Macunaíma é “índio” e “preto” ao mesmo tempo, o que o distancia de qual-
quer ente real.
17. Macunaíma fazia “coisas de sarapantar”, isto é, de causar espanto: era preguiçoso (“Ai! que
preguiça!”), cruel (“O divertimento dele era decepar cabeça de saúva”), interesseiro (“si pu-
nha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém”), libidinoso (punha a
mão nas “graças” das cunhatãs), desrespeitoso (“Nos machos guspia na cara”, “mijava quen-
te na velha”, “adormecia sonhando palavras-feias, imoralidades estrambólicas”).
18. Apesar de tantas atitudes “negativas”, Macunaíma “respeitava os velhos, e frequentava com
aplicação a murua a poracê o torê o bacorocô a cucuicogue, todas essas danças religiosas
da tribo”.
19. Por um lado, acentua-se o seu lado lúdico e libidinoso: “brinca” diversas vezes com
Sofará (“brincar” = manter relações sexuais); considerando que Sofará é a mulher do seu
irmão Jiguê, fica evidente que o protagonista não tem o seu comportamento ditado por
regras morais, não faz ideia do “certo” e “errado”, sendo, mais precisamente, amoral (em
nenhum momento, as muitas “festinhas” e “brincadeiras” assumem qualquer aspecto de
transgressão moral – de “provar do fruto proibido” – ou são acompanhadas de algum tipo
de sentimento de culpa). Por outro lado, acentua-se o aspecto de ser o personagem uma
permanente metamorfose: índio preto retinto “virou num príncipe fogoso”.
20. No plano da narrativa, evidencia-se a base mítica, como se pode ver, por exemplo, na trans-
formação de tudo – de pessoas e de elementos da natureza (Macunaíma “virou num prínci-
pe”, “muitos pássaros caíram de susto no chão e se transformaram em pedra”). No plano da
linguagem, há uma completa subversão dos padrões cultos, valorizando-se formas popu-
lares/coloquiais, ou seja, a oralidade: “No outro dia pediu pra Sofará que levasse ele [...]”.
21. A ausência de caráter, entre outras coisas, indica falta de consciência, como se observa
logo no primeiro parágrafo: “[...] deu uma chegada até a Foz do Rio Negro pra deixar a
consciência na Ilha de Marapatá”.
22. O episódio procura mostrar como Macunaíma representa a síntese do brasileiro, pois sintetiza
as três raças formadoras da população brasileira: era “índio”, “preto” e agora vira branco.
23. Nas narrativas fantásticas são comuns o encantamento (“a água era encantada”) e as me-
tamorfoses (“Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos,
água lavara o pretume dele”).
24. A explicação da origem das manchas escuras na face da Lua (resultantes de “uma porção
de munhecaços na cara da Lua”, desferidos por Macunaíma) e do surgimento da Ursa Maior
(uma “constelação nova”, “A Ursa Maior é Macunaíma”).
25. O narrador é Mário de Andrade (narrador e autor, nesse caso, se confundem); o leitor só
vem a identificar o narrador no epílogo do livro.
26. A história foi transmitida ao narrador por um papagaio, fundindo-se – como é comum
nesse tipo de narrativa – os níveis do humano e do animal.

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27. O epílogo confirma que o herói vivia contínuas metamorfoses (sendo a última a sua trans-
formação na Ursa Maior), não tendo, por conseguinte, um caráter próprio, isto é, não tinha
uma natureza definida.
28. Pode-se afirmar que Mário de Andrade, a exemplo dos antigos rapsodos, “recita”/reconta
histórias que fazem parte da tradição oral (mitos, lendas, etc. – narrativas folclóricas), com-
binando-as de uma forma livre e heterogênea, como na música.
Redação

Uso individual da língua – Enunciação e modalização

1. a) (3) Espera-se por um PIB positivo em 2018.


b) (2) Crédito prático e certo para você administrar o fluxo de caixa da sua empresa.
c) (2) Saiba mais sobre as soluções e benefícios para sua empresa.
d) (1) Não comento o truísmo contido na carta do ministro, por quem tenho amizade e
apreço.
e) (1) Estamos quase em estado de guerra, somos nós contra o mundo.
f ) (3) O brasileiro passa em média 45 horas por mês conectado à internet.
g) (3) Alimentos mais macios engordam mais.
h) (3) Pouco se sabe sobre a origem da tapeçaria.
i) (3) Por benfeitorias entenda-se esquartejar apartamentos, espatifar os banheiros, despe-
daçar as áreas de serviço e mudar o destino das portas.
j) (3) Os clientes podem utilizar os terminais de autoatendimento para realizar saques.
k) (1) Acreditamos que o privilégio deva ser combatido e destruído onde quer que se aninhe.
l) (2) Procure mais informações sobre prevenção e tratamento na rede do SUS da sua cidade.
m) (1) Para minha família, eu fiz uma horta em casa.
Marcas linguísticas:
a) Ausência de marcas.
b) “você”, “sua” – marcas do interlocutor.
c) “Saiba”, “sua” – marcas do interlocutor.
d) “comento”, “tenho” – marcas do locutor.
e) “Estamos”, “somos” – marcas do locutor.
f ) Ausência de marcas.
g) Ausência de marcas.
h) Ausência de marcas.
i) Ausência de marcas.
j) Ausência de marcas.
k) “Acreditamos” – marcas do locutor.
l) “Procure”, “sua” – marcas do interlocutor.
m) “minha”, “eu fiz” – marcas do locutor.
2. “COMPRAS. Planejar seu guarda-roupa é importante para obter o máximo das suas roupas
e acessórios. Planejar também significa saber quando comprar determinados itens. Apro-
veite as vendas de estação, o que representa uma oportunidade para adquirir itens de
qualidade a preços reduzidos.
1. Faça um inventário do seu guarda-roupa atual para determinar do que você precisa.
2. Estabeleça o limite do seu orçamento antes de sair para comprar.

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3. Identifique as maiores prioridades em seu guarda-roupa.
4. Reserve tempo para as compras.
5. Examine a qualidade dos itens que você está considerando.
6. Compre itens com valor e funcionalidade.
7. Estabeleça primeiro seu guarda-roupa básico, depois expanda.
Dica: é preciso tempo e planejamento para montar apropriadamente um guarda-roupa
profissional, então, certifique-se de que está dedicando atenção e tempo para esse as-
pecto do seu desenvolvimento profissional.”
3. Prioridade ao dito (ausência de marcas de pessoa) – verbos no infinitivo.
COMPRAS. Planejar o guarda-roupa é importante para obter o máximo das roupas e aces-
sórios. Planejar também significa saber quando comprar determinados itens. Aproveitar
as vendas de estação, o que representa uma oportunidade para adquirir itens de qualida-
de a preços reduzidos.
1. Fazer um inventário do guarda-roupa atual para determinar o que é preciso.
2. Estabelecer o limite do orçamento antes de sair para comprar.
3. Identificar as maiores prioridades no guarda-roupa.
4. Reservar tempo para as compras.
5. Examinar a qualidade dos itens considerados.
6. Comprar itens com valor e funcionalidade.
7. Estabelecer primeiro o guarda-roupa básico, depois expandir.
Dica: é preciso tempo e planejamento para montar apropriadamente um guarda-roupa
profissional, então, certificar-se de que se está dedicando atenção e tempo para esse as-
pecto do desenvolvimento profissional.
4. Resposta pessoal.
5. Resposta pessoal.
6. Resposta pessoal.

Dissertação – Tema, tese e título

1. a) Prometeu, os homens e outros mitos


Resposta pessoal. O título com linguagem denotativa limita-se a apresentar o assunto da
obra, a mitologia grega, por meio de algumas histórias famosas.
b) O outono da Idade Média
Resposta pessoal. O título revela o assunto da obra – a Idade Média – utilizando a lingua-
gem conotativa e indica a delimitação do assunto: não trata da história de todo esse pe-
ríodo, mas apenas do seu final – o seu “outono”. Para um perfeito entendimento do título é
necessário saber que o fim da Idade Média corresponde aos séculos XIV e XV.
c) História do Brasil para ocupados
Resposta pessoal. O título também indica o assunto da obra – a história do Brasil –, mas com o
sintagma “para ocupados” ele revela a natureza do livro e seu público-alvo: obra sintética para
pessoas que não têm tempo para extensas leituras e se contentam com informação básica.
d) Veneno remédio – O futebol e o Brasil
Resposta pessoal. O título indica o assunto do livro por meio de um paradoxo que indica a tese
defendida pelo autor: a dualidade e o papel contraditório do futebol na sociedade brasileira.

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e) Divisões perigosas – Políticas raciais no Brasil contemporâneo
Resposta pessoal. O título indica o assunto e, ao mesmo tempo, revela a posição dos au-
tores a respeito do tema que a obra discute: sugere-se que as políticas raciais brasileiras
contemporâneas levam a uma perigosa divisão da sociedade (entre brancos e negros).
2. Todos os títulos são comerciais, ou seja, criados com a finalidade de despertar no leitor
o desejo de comprar o livro. Alguns são claramente títulos de livros que prometem aju-
dar o leitor a atingir certos objetivos e orientá-lo na vida cotidiana (Superdicas para se
tornar um verdadeiro líder, Invista na Bolsa e fique rico, Mentes perigosas: o psicopata mora
ao lado), outros apelam para o desejo de saber ou adquirir conhecimento (100 inven-
ções que mudaram a história do mundo, A história secreta do nazismo, Álgebra para leigos)
e outros para a curiosidade sobre a vida íntima das pessoas (A vida sexual dos ídolos de
Holywood).
3. a) O título entre aspas mostra que se trata de uma citação da fala da especialista entrevis-
tada, refletindo a sua crítica à proposta do governo de reformulação do currículo escolar.
b) O título explora a polissemia da palavra “remédio”: de um lado, em sentido denotativo,
remete às toneladas de medicamentos incinerados; de outro, em sentido figurado, colo-
ca em discussão se a saúde pública no Rio tem solução.
c) O título usa o recurso da ironia, pois o combate ao vírus estava em segundo plano na
agenda do ministro, enquanto votar a favor do governo no Congresso era prioritário.
d) Trata-se de um título argumentativo, instigando o leitor a conhecer os argumentos ofe-
recidos para a questão discutida na matéria.
4. O título utiliza o recurso da intertextualidade, dialogando com a composição “Yes, nós
temos banana” (1937), de João de Barro (Braguinha) e Alberto Ribeiro.
5. a) “Todos os homens são intelectuais – pode-se dizer, mas nem todos os homens têm na
sociedade a função de intelectuais.”
b) Resposta pessoal. Deve conter a justificativa dada na sequência do texto.
c) Resposta pessoal.
6. a) “Essas imagens exercem um importante papel na alma humana e vão muito além da
conotação recreativa, elas formam a esperança e, em alguns casos, podem determinar a
sobrevivência do indivíduo.”
b) Resposta pessoal.
7. Resposta pessoal.
Gêneros textuais (III) – Cartas argumentativas
1, 2 e 3. Os exercícios redacionais propostos são pessoais.
Oficina de redação
Proposta 1
O exercício redacional proposto é pessoal.
Proposta 2
O exercício redacional proposto é pessoal.
Proposta 3
O exercício redacional proposto é pessoal.

2ª Série – Volume 3 – Resolução Língua Portuguesa 11


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