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PORTUGUÊS

APROFUNDAMENTO

AULA 01

ORAÇÕES SUBORDINADAS 2. Orações Subordinadas Adjetivas


• Função sintática de um adjetivo: adjunto adno-
(RESUMO DO CONTEÚDO) minal.
• São introduzidas por pronomes relativos – que,
ORAÇÕES SUBORDINADAS quem, quanto, onde, cujo (e flexões), o qual
(flexões).
• Toda oração que exerce uma função sintática em
relação à outra, denomina-se oração subordinada. 3. Orações Subordinadas Adverbiais
• Função sintática de um advérbio: adjunto adverbial
• A oração que tem um dos seus termos represen-
tado por outra, denomina-se principal. • São introduzidas pelas conjunções subordinativas
e exprimem circunstâncias de
• Quando a oração subordinada é apresentada
– tempo
por algum conectivo - oração desenvolvida.
– consequência
• Quando a subordinação se dá por meio das for-
– causa
mas nominais do verbo, dizemos que se trata de
oração reduzida. – comparação
– concessão
TIPOS DE ORAÇÃO
– proporção
1. Orações Subordinadas Substantivas – condição
• Exercem as funções próprias de um substantivo – conformidade
• Sujeito – finalidade.
• Objeto direto Exemplos:
• Objeto indireto (1) É necessário que os culpados sejam punidos
(2) Admiramos os alunos que estudam.
• Predicativo
(3) Ainda que estivesse doente, foi à aula.
• Complemento nominal
(4) É conveniente que você esteja presente.
• Aposto (5) A Sra. Dolores disse que ela própria iria comprar
• São geralmente apresentadas pelas conjunções flores.
integrantes que e se, as quais não desempe- (6) Como estava doente, não foi à aula.
nham função sintática.

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TESTES
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Não é difícil mostrar com fatos e argumentos ló-
gico-racionais que essas certezas não existem. Mas
O Brasil entre a norma culta e a norma curta o imaginário resiste aos fatos, aos argumentos lógi-
Boa parte de nossa elite letrada do século co-racionais. Fica, então, a pergunta que não quer
calar14: 15como enfrentar poderosos imaginários?
XIX desejava ardentemente viver numa sociedade
branca e europeia. Tinha, portanto, de virar as cos- FARACO, C. A. O Brasil entre a norma culta e a norma
tas para o país real, figurá-lo diferente do que era. curta. In: LAGARES, X. C.; BAGNO, M. (Org.).
1Não à toa essa elite defendeu o que se costumava Políticas da norma e conflitos linguísticos.
São Paulo: Parábola, 2011, p. 259-275. [Adaptado].
chamar 2“higienização da raça”, ou seja, 3a imple-
Obs.: A noção de “norma culta” equivale à noção
mentação de políticas que resultassem no 4“em-
de “variedade padrão”, termo utilizado no Edital 06/
branquecimento” do país.
Coperve/2017 e no Programa das Disciplinas.
Em matéria de língua, essa elite vivia comple-
xas contradições. Duas realidades eram evidentes 01. (UFSC) – Considere os trechos abaixo, retirados do
para todos5: 6o português de cá tinha diferenças texto.
em relação ao português europeu; 7e aqui dentro o
I. Quando se acirrou, no século XIX, a questão da
“nosso” português diferia do português do “vulgo”. norma culta, nossas diferenças foram logo inter-
Na construção do novo país, 8como resolver esse pretadas como deturpações da língua. (ref. 9)
duplo eixo de diferenças?
II. O que prevaleceu foi a imagem de que somos
9Quando se acirrou, no século XIX, a questão uma sociedade que fala e escreve mal a língua
da norma culta, nossas diferenças foram logo inter- portuguesa. (ref. 10)
pretadas como deturpações da língua. Não adian-
III. Como eram claras, inevitáveis e persistentes as
tou José de Alencar, no seu esforço para abrasi- diferenças da norma culta brasileira em relação
leirar a norma escrita, apelar para os clássicos, a a esse padrão artificialmente fixado, foi preciso
fim de mostrar a antiguidade de fatos da língua do construir uma norma “curta”, um discurso cate-
Brasil. 10O que prevaleceu foi a imagem de que so- górico, uma contínua desqualificação do falante
mos uma sociedade que fala e escreve mal a lín- brasileiro. (ref. 12)
gua portuguesa. E tudo o que – no português culto
brasileiro – não coincidia com certa norma lusitana Em relação aos trechos, é correto afirmar que:
passou a ser listado por 11gramatiqueiros pseudo- 01. em I, o vocábulo “quando” introduz uma infor-
puristas como erro. mação temporal que situa a época em que a
questão da norma se intensificou.
Nessa guerra, venceram os conservadores,
definindo certa norma lusitana do romantismo 02. em I, o vocábulo “logo” funciona como conector
como modelo para nossa escrita. 12Como eram que introduz uma oração conclusiva.
claras, inevitáveis e persistentes as diferenças da 04. em II, “O que [...] foi” é um recurso de ênfase
norma culta brasileira em relação a esse padrão que pode ser retirado da frase, sem ferir a nor-
artificialmente fixado, foi preciso construir uma nor- ma culta da língua escrita.
ma “curta”, um discurso categórico, uma contínua 08. em II, há uma relação semântica de causa e
13desqualificação do falante brasileiro. consequência: se fala mal, então escreve mal.
Nem o desenvolvimento dos estudos filológicos 16. em I e III, a palavra “como” funciona como conec-
e linguísticos, nem a rebelião literária de 1922, nem tor comparativo em cada uma das ocorrências.
a crítica da norma curta por nossos melhores filólo- 32. em I e III, os termos “a questão da norma cul-
gos, nada disso conseguiu romper a força do imagi- ta” e “as diferenças da norma culta brasileira”
nário construído no século XIX. Ainda se diz que os funcionam como sujeito e estão em relação de
brasileiros falam errado, não sabem falar português, concordância com as formas verbais “acirrou”
e “eram”, respectivamente.
tratam mal sua língua e assim por diante.
64. em III, “esse padrão” faz referência a “norma
culta brasileira”.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: on-line como o Playbuzz, a guinada do popular site
de histórias virais Buzzfeed, onde agora os conteú-
Geração Z mudará o mundo
dos são postados pelos usuários, que já somam 80
1Acabou o egoísmo, o narcisismo selfie, a obses-
milhões por mês, segundo o Google Analytics.
são pelo consumo e a passividade que isso acarre-
O tempo livre está cada vez mais direcionado
ta. Há uma 2geração que quer salvar o mundo, mas
para as vocações profissionais (blogs, desenho de
ainda não sabe como. Nasceu ou cresceu em plena
moda, fotografia...) e as comunidades se formam
recessão, em um mundo fustigado pelo terrorismo,
em torno disso. 10A escritora Luna Miguel destaca
índices de desemprego galopantes e uma sensação
esse modo de trabalhar em rede, apesar de alertar
apocalíptica provocada pelas mudanças climáticas.
3São mais realistas que seus irmãos mais velhos, para o fato de ser cedo para analisar uma geração
que ainda compartilha muitos códigos com a ante-
indicam todas as consultorias de marketing (sempre
rior. “São figuras importantes, mas ajudam os de-
preocupadas com seus futuros consumidores). São a
mais e criam comunidade. A solidariedade será um
geração Z, o grupo demográfico nascido entre 1994 e
valor importante. 11Não querem mais ser o artista
2010, que representa 25,9% da população mundial.
jovem e incomum. Até os ‘nativos da Internet’ soam
Os especialistas já analisam todos os traços de sua
como algo velho, é uma questão quase genética.
personalidade.
Um exemplo seria Tavi Gevinson, que desde os 13
Deixando de lado os riscos e a evidente fri- anos tem um dos blogs mais importantes do mun-
volidade de atribuir uma letra e um só rosto a um do”, afirma, referindo-se à multifacetada e influente
espectro de dois bilhões de pessoas, há alguns blogueira e editora norte-americana, nascida em
elementos que podem ser extraídos das múltiplas 1996, um dos ícones da geração Z.
pesquisas. Especialmente em contraposição a
A tendência também se estende à educação e
seus predecessores, os chamados millennials (ou
aos novos canais de acesso. Para Anne Boysen,
Geração Y), que as marcas ainda vivem obceca-
consultora em estratégia e especialista em ques-
das em decifrar. Fundamentalmente porque são
tões geracionais da empresa After the Millennials,
um grupo de 80 milhões de pessoas nos EUA e
grande parte da aprendizagem se dá fora da sala
pouco mais de oito milhões na Espanha, que em
de aula. “Essa geração usa o YouTube de forma
2025 representará – de acordo com prognóstico da
periódica para sua lição de casa, o que indica que
consultoria Deloitte – 75% da força de trabalho do
quer um maior grau de personalização na educa-
mundo. O potencial produtivo e de consumo dos
ção. 12Se não gostam do enfoque de seu professor,
millennials já é algo tangível (somente nos EUA
ou não o entendem, buscarão alguém online que o
têm uma capacidade de compra equivalente a 112
explique melhor”, afirma. O mundo, tal qual deixa-
bilhões de reais). 4Para as empresas, no entanto,
ram seus antecessores, não lhes parece um lugar
a aventura com seus irmãos mais novos consiste
habitável.
agora em decodificá-los no laboratório.
5A VERDÚ, Daniel. Disponível em: <http://brasil.elpais.com/bra-
teoria do consumo diz que o segmento po- sil/2015/05/02/sociedad/1430576024_684493.html>. [Adaptado].
pulacional dos 18 aos 24 anos é o mais influente.
As gerações anteriores e as posteriores sempre
02. (UFSC) – Considere os trechos abaixo, retirados do
querem se parecer com ele. É a referência estéti-
texto:
ca. Os Z – assim chamados por virem depois das
gerações X e Y – começam a posicionar-se no topo I. “Acabou o egoísmo, o narcisismo selfie, a obsessão
dessa pirâmide de influência, e em cinco anos a pelo consumo e a passividade que isso acarreta. Há
terão dominado. uma geração que quer salvar o mundo, mas ainda
não sabe como.” (referência 1)
Essa geração 6já não se conforma em ser sujei-
to passivo de marcas e publicações, deseja produzir II. “A teoria do consumo diz que o segmento popu-
seus conteúdos. E consegue através do YouTube, lacional dos 18 aos 24 anos é o mais influente.”
onde as novas celebridades surgidas nessa mídia (referência 5)
já 7são mais populares do que as da indústria do III. “Se não gostam do enfoque de seu professor, ou
entretenimento tradicional (63% contra 37%, se- não o entendem, buscarão alguém online que o
gundo o Cassandra Report, um dos relatórios mais explique melhor.” (referência12)
utilizados pelas grandes empresas para sondar os
gostos da juventude). Ou 8por meio de aplicativos IV. “Para as empresas, no entanto, a aventura com
como o Vine (para vídeos em loop) e 9plataformas seus irmãos mais novos consiste agora em de-
codificá-los no laboratório.” (referência 4)

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De acordo com a variedade padrão escrita da lín- vela. A lâmpada incandescente, que contava ini-
gua portuguesa, é correto afirmar que: cialmente com um filamento de carbono, 9foi de-
senvolvida como produto comercial por Thomas
01. no trecho I, a forma verbal “Acabou” poderia
Edison, em 1879, e é 10usada até hoje. 11Mas, de-
ser substituída por “Acabaram”, em concordân-
vido à sua baixa eficiência em converter energia
cia com o sujeito posposto que está no plural.
em luz, essa invenção tem seus dias contados. A
02. nos trechos I, II e III, o vocábulo “que” exerce a alternativa mais comum disponível atualmente é a
mesma função nas três ocorrências sublinha- lâmpada fluorescente, que, ao contrário da anterior,
das: introduz oração subordinada que retoma é muito eficiente. Esse tipo de lâmpada possui um
um antecedente. tubo de vidro no qual uma mistura gasosa, como
04. no trecho III, os pronomes “seu”, “o” e “o” reme- argônio e vapor de mercúrio, emite luz ultravioleta
tem ao mesmo referente. quando uma descarga elétrica passa através dela.
12Mas a grande revolução na produção de dis-
08. nos trechos I e IV, os termos “o mundo” e “no
laboratório”, respectivamente, desempenham positivos emissores de luz teve início em meados
a mesma função sintática, remetendo à ideia da década de 1960, com a produção dos primeiros
de lugar. diodos emissores de luz – do inglês, Light Emission
Diode (LED). Trata-se de dispositivos semicondu-
16. no trecho IV, a expressão “no entanto” introduz
tores que, submetidos a determinada voltagem,
uma ideia de contraste, podendo ser substituída
emitem luz por um processo conhecido por eletro-
por “entretanto”, sem prejuízo de sentido à frase.
luminescência. Os primeiros dispositivos obtidos
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: emitiam luz nas cores vermelha, verde e amarela.
13Só em 1990 foi possível construir um LED que

Uma nova luz em nossas vidas emitia na faixa do azul, que, combinado com o ver-
Adilson de Oliveira de e o vermelho, pode produzir luz branca.
A luz é um dos fenômenos físicos mais interes- Foi um grande desafio criar um LED que emi-
santes da natureza. 1Aliás, só podemos observar te luz na cor azul, feito que valeu o prêmio Nobel
a natureza a partir da luz. 2Conforme o tipo usa- de Física de 2014 para os físicos Isamu Akasaki,
do, vemos diferentes aspectos do mundo. Uma da Universidade de Meijo e de Nagoia (Japão), Hi-
sala, por exemplo, se transforma perante nossos roshi Amano, também da Universidade de Nagoia,
olhos quando a iluminamos com cores diferentes. e Shuji Nakamura, da Universidade da Califórnia
Vivemos banhados pela luz. A luz viaja a cerca de (Estados Unidos). O trabalho desenvolvido por es-
300.000 km s no vácuo, que é o limite de veloci- ses cientistas teve o grande mérito de conseguir
dade para tudo no universo. 3Ela pode se compor- encontrar rotas específicas para fabricar o material.
14Os LED que emitem luz branca estão cada vez
tar como onda, ao se espalhar pelo ar, ou como
partícula, quando é absorvida ou emitida por áto- mais presentes no nosso dia a dia. Muitos deles
mos. Sem dúvida, um objeto fascinante e intrigante. já são utilizados em luminárias e em automóveis,
Qualquer um de nós, sobretudo na infância, já per- com eficiência e durabilidade muito maiores que as
guntou o que é a luz. Podemos prendê-la, guardá- dos demais tipos de lâmpada. O prêmio Nobel de
-la? Como podemos fazer luz? O que veríamos se Física de 2014 contemplou uma descoberta que já
andássemos junto com um raio de luz? se transformou em tecnologia e que permitirá uma
4A revolução nos processos de geração de luz.
luz pode ser produzida de diversas for-
mas. Por exemplo, todo corpo, quando aquecido, Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisi-
ca-sem-misterio/uma-nova-luz-em-nossas-vidas>. [Adaptado].
emite luz. 5Nosso corpo, que normalmente fica Publicado em: 24 out. 2014. Acesso em: 25 jun. 2015.
na temperatura de 36 °C, emite luz na faixa do
infravermelho, que é invisível aos nossos olhos, 03. (UFSC) – Considerando o texto 1, é CORRETO
mas que podemos sentir pelo tato e por meio de afirmar que:
sensores especiais. 6À medida que aumentamos
01. em “À medida que aumentamos a temperatu-
a temperatura de um objeto, ele começa a brilhar,
ra” (referência 6), a locução sublinhada poderia
primeiramente de forma avermelhada, depois
ser substituída por “À proporção em que” ou
amarelada, até chegar à cor azul, que representa
“Ao passo em que”, de acordo com a variedade
alta temperatura, acima de milhares de graus. O
padrão da língua escrita.
aquecimento dos corpos foi durante milênios o
único modo de produzir luz, principalmente a partir 02. em “Conforme o tipo usado” (referência 2) e em
da combustão (fogo). 7Até meados do século XIX, “Só em 1990 foi possível construir um LED que
quando a lâmpada incandescente 8foi inventada, emitia na faixa do azul” (referência 13), ocorre
usava-se fogo para iluminar, na forma de tocha ou elipse dos termos “de luz” e “luz”, respectiva-
mente.

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04. a palavra “Aliás” (referência 1) introduz uma JUIZ – Ainda fala? Suspendo-lhe as garantias...
retificação da informação precedente, equiva-
MANUEL ANDRÉ – É desaforo...
lendo a “Isto é” e “Ou seja”.
08. o conector “Mas” (referências 11 e 12) expres- JUIZ, levantando-se – Brejeiro!... (Manuel André
sa mudança na direção argumentativa: na re- corre; o Juiz vai atrás.) Pega... Pega... Lá se foi...
ferência 11, em relação à informação contida Que o leve o diabo. (Assenta-se.) Vamos às outras
no período precedente; na referência 12, em partes.
relação a um conjunto de informações contidas PENA, Martins. Trecho da Cena XI. O Juiz de Paz na roça.
no parágrafo precedente. Disponível em: <http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documen-
tos/?action=download&id=28988> Acesso em: 27 jul. 2014.
16. em “Nosso corpo, que normalmente fica na
temperatura de emite luz na faixa do infraver- Com base na variedade padrão escrita da língua
melho [...]” (referência 5) e em “Os LED que portuguesa, na leitura do texto, na peça O Juiz de
emitem luz branca estão cada vez mais pre-
Paz na roça, de Martins Pena, encenada pela pri-
sentes no nosso dia a dia” (referência 14), a
meira vez em 1838, e no contexto de produção des-
palavra sublinhada é um pronome relativo que,
ta obra, é CORRETO afirmar que:
no primeiro caso, introduz uma oração explica-
tiva e, no segundo caso, uma oração que res- 01. embora o diálogo reproduzido no excerto ocor-
tringe o significado do termo anterior. ra entre um homem simples da comunidade
32. as orações que contêm as formas verbais “foi (Manuel André) e um magistrado, nota-se que
inventada” (referência 8), “foi desenvolvida” o homem conhece os pronomes de tratamento
(referência 9) e “é usada” (referência 10) estão adequados para um juiz. É o que comprovam
na voz passiva, tendo como agente das ações os trechos onde Manuel André emprega “Ilmo.
“a lâmpada incandescente”. Sr.” (ref. 1), “V. Sa.” (ref. 2) e “mercê” (ref. 3).
04. (UFSC) – 02. o trecho reproduzido entre aspas (ref. 4)
inscreve-se no gênero abaixo-assinado, um
ESCRIVÃO, lendo – 4“O abaixo-assinado vem dar documento coletivo que visa expressar os
os parabéns a V. Sa. por ter entrado com saúde no interesses de um grupo ou comunidade que o
novo ano financeiro. Eu, 1Ilmo. Sr. Juiz de Paz, sou subscreve. Neste caso, trata-se de parabenizar
senhor de um sítio que está na beira do rio, 5aonde o magistrado, agraciá-lo com frutas e pedir sua
dá muito boas bananas e laranjas, e 6como vem de intervenção na contenda que se passa entre
encaixe, peço a 2V. Sa. o favor de aceitar um ces- dois vizinhos.
tinho das 7mesmas que eu mandarei hoje à tarde.
04. a peça O Juiz de Paz na roça expõe a situação
Mas, como ia dizendo, o dito sítio foi comprado com
dos escravos no Brasil da primeira metade do
o dinheiro que minha mulher ganhou nas costuras
século XIX: faz menção ao mercado da Rua
e outras coisas mais; e, vai senão quando, um meu
do Valongo, ao contrabando e à falta de mão
vizinho, homem da raça do Judas, diz que metade
de obra no campo após a proibição do tráfico.
do sítio é dele. E então, que lhe parece, Sr. Juiz,
Também menciona a relação servil, a jornada
não é desaforo? Mas, como ia dizendo, peço a V.
extenuante e a má alimentação que recebiam.
Sa. para vir assistir à marcação do sítio. Manuel
André. Espera receber 3mercê.” 08. em O Juiz de Paz na roça, Manuel André luta
para reaver na justiça parte do sítio de sua es-
JUIZ – Não posso deferir por estar muito posa, invadido por um membro da família Ju-
atravancado com um roçado; portanto, requeira ao das. Manuel André se mostra indignado com
suplente, que é o meu compadre Pantaleão. a situação, pois sua esposa comprou o imóvel
MANUEL ANDRÉ – Mas, Sr. Juiz, ele também está com o que recebia pelo seu trabalho como cos-
ocupado com uma plantação. tureira.
JUIZ – Você replica? Olhe que o mando para a ca- 16. os termos “aonde” (ref. 5), “como vem de en-
deia. caixe” (ref. 6) e “mesmas” (ref. 7) podem ser
substituídos, sem que lhes seja modificado o
MANUEL ANDRÉ – 8Vossa Senhoria não pode sentido, por “onde”, “aproveitando a oportuni-
prender-me à toa: a Constituição não manda. dade” e “frutas”, respectivamente.
JUIZ – A Constituição!... Está bem!... Eu, o Juiz de 32. em “Vossa Senhoria não pode prender-me
Paz, hei por bem derrogar a Constituição! Sr. Escri- à toa: a Constituição não manda.” (ref. 8), há
vão, tome termo que a Constituição está derroga- uma relação de adversidade entre as orações
da, e mande-me prender este homem. que estão separadas pelos dois-pontos, que
MANUEL ANDRÉ – Isto é uma injustiça! poderiam ser substituídos por “todavia”.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 8Quando o 4regime se instalou, as 5lendárias


receitas de bolo ou poemas de Camões publicados
para indicar ao público que o veículo estava sob
censura revelam mais uma postura de conivência
do que de resistência, avalia Kushnir. 7Diferen-
temente de outras ditaduras, como na Espanha,
não houve uma só capa dizendo claramente que o
jornal estava sob censura ou mesmo espaços em
branco que indicassem isso. “Suporte e fôlego para
carimbar que o veículo estava sob censura nin-
guém teve. Que ideia, então, de resistência é essa?
Resistir para manter o jornal aberto, para fazer o
jogo do mercado? Ou resistência para comunicar à
nação brasileira o que estava acontecendo?”.
2No eixo Rio-São Paulo, a grande imprensa na
época da ditadura civil-militar estava concentrada
em cinco grupos – O Globo, Jornal do Brasil, Folha,
Estadão e Abril –, cada um na mão de uma família.
A proximidade de cada clã com os militares é difícil
de mensurar, mas o papel jornal, lembra a histo-
riadora, era fornecido sob concessão do governo,
o grande financiador de propaganda mantenedora
Ilustração da Revista Pif Paf, 1964. dos veículos de comunicação.
Diante desse cenário, o único protesto de fato
estava na imprensa alternativa, protagonizada por
“Imprensa aceitou a censura”, diz historiadora
nomes como Pif Paf, Movimento e O Pasquim,
Em livro, pesquisadora mostra que, em vez de cuja 300ª edição ficou marcada pelo editorial Sem
resistência, houve colaboracionismo por parte dos Censura, assinado por Millôr Fernandes. A morte
grandes veículos durante a ditadura do militante Carlos Marighella, da ALN (Aliança Li-
Muito longe de fazer frente ao regime militar, a bertadora Nacional), por exemplo, foi um indicativo
grande imprensa brasileira acabou por se acomo- do contraste vivido pelos meios de comunicação na
dar à censura imposta pela ditadura que vigorou de época. Enquanto o jornal Venceremos, que circulou
1964 a 1985. 6A resistência, quando houve, deu-se de setembro a novembro de 1971, trazia na capa
na imprensa 3alternativa, enquanto os grandes veí- “Este jornal não é censurado pela ditadura. Viva
culos se adaptaram para conseguir coexistir com os Marighella”, a primeira página da Folha da Tarde
censores exigidos pelos militares. A tese é defendi- estampava a manchete: 1“Metralhado Marighella,
da pela historiadora Beatriz Kushnir, que mergulhou Chefe Geral do Terror”. [...]
em documentos do Arquivo Nacional para destrin- Nos anos da repressão chegou-se a um total
char a ação dos censores nas redações dos prin- de 220 censores. Um número pequeno para dar
cipais jornais do país. Kushnir, que era esperada conta de todo o País, avalia a historiadora. Para se
para falar sobre a tese de doutorado que originou adaptar às exigências, lembra, começa então um
o livro Cães de Guarda – Jornalistas e Censores, processo de autocensura, no qual a própria reda-
do AI-5 à Constituição de 1988 (Editora Boitempo) ção se adequava às imposições da ditadura.
na Comissão da Verdade do Estado de São Paulo 10Algumas redações chegaram a ter policiais
“Rubens Paiva” no ano passado, deve depor em
integrando sua equipe. No livro de Kushnir, o capí-
audiência pública nos próximos meses. [...]
tulo O jornal de maior tiragem: a trajetória da Folha
11No livro, que é nada palatável para a impren- da Tarde. Dos jornalistas aos policiais é dedicado
sa brasileira e foi pouco divulgado, a doutora em exclusivamente ao tema. Ela analisa como os
história lembra que, antes mesmo de os militares policiais dentro da redação ajudavam a moldar o
tomarem o poder, a própria imprensa pedia o golpe conteúdo do jornal, que ficou conhecido como o
em colunas e editoriais, como o Fora!, no qual o “Diário Oficial da Oban”. Além de ser uma espécie
Correio da Manhã pediu a saída de João Goulart de porta-voz dos órgãos de repressão, dirigentes
em 1º de abril de 1964, data em que o golpe foi da redação eram oriundos de órgãos militares e da
consolidado. polícia paulista.

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“Uma coisa é resistir ou não, outra coisa é não 16. o trecho II poderia ser assim reescrito, sem que
colaborar. Não colaborar é não entregar um jornal houvesse mudança de sentido e desrespeito à
na mão de uma equipe de policiais para esconder variedade padrão escrita da língua portuguesa:
as mortes decorrentes de tortura”, contesta Kushnir “Não houve uma só capa que dissesse clara-
sobre as versões publicadas dos assassinatos dos mente que o jornal estava censurado, assim
militantes. Uma dinâmica, ela ressalta, que de cer- como não houveram espaços em branco que
ta forma ainda ressoa nos grandes veículos. “Isso indicassem esse fato.”.
ficou muito claro durante os protestos de junho. As
pessoas que queriam saber o que estava aconte- TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
cendo liam muito mais os jornais online e blogs por- A vida invisível
que 9a grande imprensa tecia outras cores”, afirma.
15Há séculos, o ser humano começou a pergun-
GOMBATA, Marsílea. “Imprensa aceitou a censura”, diz tar-se 2por qual razão as sociedades diferenciavam
historiadora. Carta Capital. Especial – 50 anos do golpe.
Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/
a tal ponto os dois sexos em matéria de hierarquia
sociedade/201cimprensa-aceitou-e-se-adaptou-a- e funções. 16Uma ou outra mulher especialmente
censura201d-diz-historiadora-6924.html> [Adaptado] 6intrépida já se havia feito essas perguntas, como,
Publicado em: 17 jan. 2014. Acesso em: 15 ago. 2014. por exemplo, a francesa Christine de Pisan, que
em 1405 escreveu A cidade das mulheres; mas foi
05. (UFSC) – preciso que viessem o positivismo e a morte defini-
tiva dos deuses para que os habitantes do mundo
I. “A resistência, quando houve, deu-se na impren- ocidental desdenhassem a imutabilidade da ordem
sa alternativa, enquanto os grandes veículos se natural e começassem a perguntar massivamente
adaptaram para conseguir coexistir com os cen- sobre o porquê das coisas, curiosidade intelectual
sores exigidos pelos militares.” (ref. 6) que forçosamente teve de incluir, 12apesar da re-
II. “Diferentemente de outras ditaduras, como na sistência apresentada por muitos e muitas, os nu-
Espanha, não houve uma só capa dizendo clara- merosos 3motivos relativos à condição da mulher:
mente que o jornal estava sob censura ou mes- diferente, distante, 7subjugada.
mo espaços em branco que indicassem isso.” Na realidade, ainda não há uma resposta cla-
(ref. 7) ra a essas perguntas: como se estabeleceram as
hierarquias, quando isso aconteceu, se sempre foi
III. “Quando o regime se instalou, as lendárias re-
assim. Cunharam-se teorias, nenhuma suficiente-
ceitas de bolo ou poemas de Camões publicados
mente demonstrada, que falam de uma primeira
para indicar ao público que o veículo estava sob etapa de matriarcado na humanidade, de grandes
censura revelam mais uma postura de conivên- deusas onipotentes, como a Deusa Branca mediter-
cia do que de resistência, avalia Kushnir.” (ref. 8) rânea descrita por Robert Graves. Talvez não tenha
sido uma etapa de matriarcado, mas simplesmente
Com base na leitura dos excertos acima retirados
de igualdade social entre os sexos, com domínios
do texto e na variedade padrão escrita da língua
específicos para umas e outros. A mulher paria, e
portuguesa, é CORRETO afirmar que:
essa assombrosa capacidade deve tê-Ia tornado
01. em III, os trechos destacados denotam tempo, muito poderosa. As vênus da fertilidade que nos
finalidade e comparação, respectivamente. chegaram da pré-história (como a de Willendorf
02. em II, o uso dos vocábulos “que”, em destaque, gorda, bojuda, deliciosa) falam desse poder, assim
é um recurso de coesão textual utilizado para como as múltiplas figuras femininas posteriores,
retomar os termos que os antecedem: capa e fortes deusas de pedra do neolítico.
espaços, respectivamente. 14Engels sustentava que a sujeição da mulher
04. o vocábulo “isso”, em II, retoma espaços em se originou ao mesmo tempo que a propriedade
branco e poderia ser substituído, sem que hou- privada e a família, quando os humanos deixaram
vesse prejuízo de sentido, pelo pronome oblí- de ser nômades e se assentaram em povoados
quo “os”: “[...] ou mesmo espaços em branco de agricultores; 17o homem, diz Engels, precisava
que os indicassem.”. assegurar-se filhos próprios, aos quais pudesse
transferir suas posses, e por isso controlava a mu-
08. os vocábulos “resistência”, “veículos”, “lendá- lher. Ocorre-me que talvez o dom procriador das
rias” e “público” recebem acento gráfico com fêmeas assustasse demais os varões, sobretudo
base na mesma regra de acentuação: todas quando os grupos se tornaram camponeses. Antes,
são palavras paroxítonas. na vida errante e caçadora, o valor de ambos os se-
xos estava claramente estabelecido: elas pariam,
amamentavam, criavam; eles caçavam, defendiam.

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APROFUNDAMENTO PORTUGUÊS

Funções intercambiáveis em seu valor, fundamen- 08. No trecho “Há séculos, o ser humano começou
tais. Mas depois, na vida agrícola, o que os homens a perguntar-se [...]” (ref. 15), caso o verbo ha-
faziam de específico? As mulheres podiam cuidar ver fosse substituído por fazer, seria necessá-
da terra tanto quanto eles, ou talvez, sob um ponto rio flexionar esse verbo na terceira pessoa do
de vista mágico, até melhor, 4pois a fertilidade era plural – “Fazem séculos [...]” – para estabele-
seu reino, seu 10domínio. Sim, é razoável pensar cer a concordância com o sujeito.
que eles deviam achá-Ias demasiadamente pode- 16. No trecho “Uma ou outra mulher especialmente
rosas. Talvez a ânsia de controle dos homens tenha intrépida já se havia feito essas perguntas [...]”
nascido desse medo (e da vantagem de serem eles (ref. 16), se respeitadas as regras de pontua-
mais fortes fisicamente). ção, deveria haver uma vírgula após a palavra
Nota-se esse receio ante o poder feminino já intrépida.
nos primeiros mitos de nossa cultura, nas narra- 32. No trecho “o homem [...] precisava assegurar-
tivas sobre a criação do mundo [...]. Eva arruína -se filhos próprios, aos quais pudesse transferir
Adão e toda a humanidade por deixar-se tentar suas posses” (ref. 17), se substituíssemos o
pela serpente, e o mesmo faz Pandora, a primei- substantivo “filhos” por “descendência”, tería-
ra mulher segundo a mitologia grega, criada por mos: “o homem [...] precisava assegurar-se
Zeus para castigar os homens: o deus dá a Pan- descendência própria, à qual pudesse transfe-
dora uma ânfora cheia de desgraças, jarra que ela rir suas posses”.
destampa, movida por sua irrefreável curiosidade
07. (UFSC) – Leia.
feminina, liberando assim todos os males. Esses
dois contos primordiais apresentam a mulher como Este último passo acabou de desorientar comple-
1um ser 8débil, 9estouvado e carente de 11juízo. tamente o Leonardo: ainda bem não tinham expirado
Mas, por outro lado, a curiosidade é um ingrediente as últimas notas do canto, e já, passando-lhe rápido
básico da inteligência, e nesses mitos é a mulher pela mente um turbilhão de ideias, admirava-se ele
quem tem o atrevimento de perguntar-se sobre o de como é que havia podido inclinar-se por um só
que existe além, o anseio de descobrir o que está instante a Luisinha, menina sensaborona e esquisita,
oculto. Além disso, os males que Eva e Pandora quando haviam no mundo mulheres como Vidinha.
trazem ao mundo são 5a mortalidade, a enfermida- Decididamente estava apaixonado por esta
de, o tempo, condições que formam a substância última.
mesma do humano, de modo que, na realidade, a
lenda 13lhes atribui um papel agridoce mas imenso, O leitor não se deve admirar disto, pois não te-
mos cessado de repetir-lhe que o Leonardo herdara
como fazedoras da humanidade. [...]
de seu pai aquela grande cópia de fluido amoroso
MONTERO, Rosa. A vida invisível. In: . Histórias de mulheres. que era a sua principal característica. Com esta he-
Tradução de Joana Angélica d’Ávila Melo. rança parece porém que tinha ele tido também uma
Rio de Janeiro: Agir, 2008. p. 9-13. [Adaptado]
outra, e era 1a de lhe sobrevir sempre uma contra-
06. (UFSC) – Com base na leitura do texto e na norma riedade em casos semelhantes. 2José Manuel fora
a primeira; vejamos agora qual era, ou antes quem
padrão da língua portuguesa, assinale a(s) proposi-
era a segunda.
ção(ões) CORRETA(S).
Se o leitor pensou no que há pouco dissemos,
01. Engels explica que a sujeição da mulher, a isto é, que naquela família haviam três primos e
propriedade privada e a família se originaram três primas, e se agora acrescentarmos que mo-
simultaneamente nos primeiros povoados de ravam todos juntos, deve ter cismado alguma coi-
agricultores, a fim de que os homens tivessem sa a respeito. Três primos e três primas, morando
garantia da paternidade dos filhos, para poder na mesma casa, todos moços... não há nada mais
legar-lhes a posse dos bens. natural; um primo para cada prima, e está tudo ar-
02. É de Engels a ideia de que o desejo de domínio ranjado. Cumpre porém ainda observar que o ami-
do homem sobre a mulher é, em parte, devido go do Leonardo tomara conta de uma das primas,
ao medo fundamental do homem diante da e que deste modo vinha a haver três primos para
fertilidade feminina. duas primas, isto é, o excesso de um primo. À vista
disto o negócio já se torna mais complicado. Pois
04. No período “Engels sustentava que a sujeição para encurtar razão, saiba-se que haviam dois pri-
da mulher se originou ao mesmo tempo que a mos pretendentes a uma só prima, e essa era Vi-
propriedade privada e a família, quando os hu- dinha, a mais bonita de todas; saiba-se mais que
manos deixaram de ser nômades e se assen- um era atendido e outro desprezado: logo, o amigo
taram em povoados de agricultores” (ref. 14), o Leonardo terá desta vez de lutar com duas contra-
pronome relativo quando pode ser substituído riedades em vez de uma.
por onde, sem que isso implique desvio em re- ALMEIDA, M. A. Memórias de um sargento de milícias. 24. ed.
lação à norma padrão. São Paulo: Ática, 1995. p. 101-102.

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PORTUGUÊS APROFUNDAMENTO

Com base no texto, na leitura do romance Me- 08. Tanto o item A quanto o item C funcionam como
mórias de um sargento de milícias e no contexto elogios à discrição.
do Romantismo brasileiro, marque a(s) proposi- 16. A frase de Machado de Assis contém um pleo-
ção(ões) CORRETA(S). nasmo, porque é um exagero dizer que se
01. Da mesma forma que em outros romances ro- pode falar calado.
mânticos, temos em Memórias de um sargento 32. No provérbio (B) temos a figura de linguagem
de milícias a figura do herói idealizado, apre- paradoxo, porque é absurdo que os sábios te-
sentado como um homem puro, corajoso e de nham que se calar para que os tolos falem.
princípios morais elevados.
02. Uma importante característica romântica, o fi- 09. “Desta maneira ir-lhes-ei ensinando as orações e
nal feliz, não se verifica em Memórias de um doutrinando-os na Fé até serem hábeis para o ba-
sargento de milícias, uma vez que Luisinha tismo. Todos estes que tratam conosco, dizem que
casa com José Manuel, e Leonardo acaba so- querem ser como nós, senão que não têm com que
zinho. Por outro lado, a história cumpre à risca se cubram como nós, e este só inconveniente tem.
o projeto romântico no que diz respeito à crítica Se ouvem tanger a missa, já acodem e quando nos
que faz à falsa moral da burguesia.
vêm fazer, tudo fazem, assentam-se de giolos, ba-
04. O texto sugere a inconstância dos amores de tem nos peitos, levantam as mãos ao céu [...].”
Leonardo apresentada ao longo do romance:
o rapaz, que antes sofria por amor a Luisinha, NÓBREGA, Manuel da. Em defesa das almas indígenas.
apaixona-se por Vidinha logo após conhecê-la. In: OLIVIERI, Antonio Carlos; VILLA, Marco Antonio (Orgs.).
Pouco depois, tem um relacionamento com a Cronistas do Descobrimento. Série Bom Livro.
amante do Toma-largura. Por fim, casa-se com São Paulo: Editora Ática, 2000. p. 48. Excertos.
Luisinha.
No texto, lemos: “Se ouvem tanger a missa, já aco-
08. Caso a oração reduzida de infinitivo “a de lhe dem [...]”. A palavra “se” pode variar em sua classi-
sobrevir sempre uma contrariedade em casos ficação e função, dependendo do contexto em que
semelhantes” (ref. 1) fosse reescrita como uma é inserida. Na oração destacada temos a palavra
oração desenvolvida, teríamos “a de que lhe “se” como
sobrevinha sempre uma contrariedade em ca-
sos semelhantes”. a) Conjunção subordinativa, apresentando Oração
16. No trecho “José Manuel fora a primeira” (ref. 2), Subordinada Adverbial Causa.
temos um desvio na concordância nominal, por- b) Conjunção Coordenativa, apresentando Oração
que o adjetivo primeira deveria estar no mascu- Coordenada Sindética Adversativa.
lino, de forma a concordar com José Manuel.
c) Conjunção Integrante, apresentando Oração
08. (UFSC) – Leia os provérbios (itens A e B) e a citação Subordinada Adverbial comparativa.
(item C) abaixo. d) Conjunção Coordenativa, apresentando Oração
A. “A palavra é prata, o silêncio é ouro”. Coordenada Sindética Conclusiva.

B. “Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não e) Conjunção subordinativa, apresentando Oração
sabem o que dizem”. Subordinada Adverbial tempo.

C. “Há coisas que melhor se dizem calando”.


(Machado de Assis)
Com base na leitura acima, assinale a(s) proposi-
ção(ões) CORRETA(S).
01. Em cada um dos provérbios observa-se um pa-
ralelismo sintático, que ajuda a conferir ritmo
ao provérbio e favorece sua memorização.
02. No provérbio (A) ocorrem duas metáforas.
04. No provérbio (B) as orações “o que sabem” e
“o que dizem” funcionam como adjetivos que
caracterizam, respectivamente, os sábios e os
tolos.

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APROFUNDAMENTO PORTUGUÊS

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


“Ressaltou-se, na Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a
Cultura, em sua 33ª reunião, celebrada em Paris no ano de 2005, que a diversidade cultural, ao florescer em
um ambiente de democracia, tolerância, justiça social e mútuo respeito entre povos e culturas, é indispensável
para a paz e a segurança no plano local, nacional e internacional, o que celebra a importância da mesma para
a plena realização dos direitos humanos e das liberdades fundamentais proclamados na Declaração Universal
dos Direitos do Homem e em outros instrumentos universalmente reconhecidos.”
Fonte: GOMES, Eduardo Biacchi; BOTH, Laura Jane Ribeiro Garbini. O direito das minorias em perspectiva antropológica. 2010.
In: Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI, Fortaleza-CE, 2010, [p. 2]. Com adaptações.
Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/fortaleza/3082.pdf. Acesso em: 17 out.2021

10. Esta questão avalia conhecimentos sobre análise linguística (relações sintáticas). Assinale a alternativa que
analisa corretamente a oração subordinada substantiva “que a diversidade cultural é indispensável para a paz e
a segurança no plano local, nacional e internacional”.
a) Subjetiva.
b) Predicativa.
c) Objetiva direta.
d) Objetiva indireta.
e) Completiva nominal.

GABARITO
01. 37 (01 + 04 + 32) 06. 33 (01 + 32)
02. 17 (01 + 16) 07. 12 (04 + 08)
03. 26 (02 + 08 + 16) 08. 11 (01 + 02 + 08)
04. 20 (04 + 16) 09. e
05. 01 10. a

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