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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS À

GESTÃO ESCOLAR
Rejane Isabel Ferreira
Ms. Gestão e Avaliação da Educação Pública – UFJF
Centro de Orientação e Pesquisa em Educação Especial - CEOPEE
rejane.isabel@educacao.mg.gov.br

Marianna Centeno
Ms. Educação Tecnológica - IFTM
SAI/SRE Uberaba
sre.uberaba.sai@educação.mg.gov.br
Bem vindo à Holanda!

Frequentemente sou solicitada a descrever a experiência de dar à luz


a uma criança com deficiência. Uma tentativa de ajudar pessoas que
não tem com quem compartilhar essa experiência única, a entendê-la
e imaginar como é vivenciá-la.
Seria como...
Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias para a
Itália! Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O
Coliseu... O Davi de Michelangelo! As gôndolas de Veneza! Você pode
até aprender algumas frases em italiano. É tudo muito excitante.
Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você
arruma suas malas e embarca. Algumas horas depois você aterrissa.
O comissário de bordo chega e diz:
-"Bem vindo à Holanda."
-"Holanda!?!" diz você.
--"O que quer dizer com Holanda ? Eu escolhi a Itália! Eu devia ter
conhecido a Itália. Toda minha vida eu sonhei conhecer a Itália.
Mas houve uma mudança no plano de voo. Eles aterrissaram na
Holanda e é lá que você deve ficar.
A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível,
desagradável, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um
lugar diferente.
Logo, você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma
nova linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas
que nunca encontrou antes.
É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a
Itália, mas após alguns minutos você pode respirar fundo e olhar ao
redor, começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e
até Rembrants e Van Goghs.
INCLUSÃO ESCOLAR

Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser
diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que
reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as
desigualdades.
Boa Ventura de Souza Santos
Rosana Glatt (2009) diz:

“A Educação Inclusiva significa


um novo modelo de escola que
é possível o acesso e a
permanência de todos os
alunos, e onde os mecanismos
de seleção e discriminação, até
então utilizados, são
substituídos por
procedimentos de
identificação e remoção das
barreiras para a
aprendizagem”.
ESCOLA DOS DIFERENTES OU ESCOLA
DAS DIFERENÇAS?

https://padlet.com/rejaneisabel/9bhcxezr11owz0wf
A escola das diferenças é a escola
A escola comum se torna inclusiva
na perspectiva inclusiva e sua
quando reconhece as diferenças
pedagogia tem como norte
dos alunos diante do processo
questionar, colocar em dúvida,
educativo e busca a participação e
contrapor-se, discutir e reconstruir
o progresso de todos, adotando
as práticas que, até então, têm
novas práticas pedagógicas.
mantido a exclusão.

Um ensino para todos os alunos há que se distinguir pela


sua qualidade. Um ensino de qualidade provém de
iniciativas que envolvem professores, gestores, especialistas,
pais e alunos e outros profissionais que compõem uma rede
educacional em torno de uma proposta que é comum a
todas as escolas e que, ao mesmo tempo, é construída por
cada uma delas, segundo as suas peculiaridades.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
NECESSÁRIAS PARA EFETIVAR O
PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR!

https://padlet.com/rejaneisabel/rpva1x4g61z7cm7r
- Constituição Federal 1988
- LDB nº 9394/96
- Decreto Federal nº 5296/2004
Educação Especial na - Resolução CNE/CEB nº 04/2009
perspectiva da - Decreto Federal nº 7611/2011
- Resolução CEE nº 460/2013
Educação Inclusiva
- Lei Federal nº 13.146/2015
- Resolução SEE nº 4256/2020
Inclusão x Educação Especial

Movimento, Acesso ao Modalidade Alunos com


pensamento, conhecimento
paradigma com as
de ensino deficiência,
mesmas criada pela TEA e altas
oportunidades LDB habilidades
e a mesma 9394/96
qualidade
Educação Deficiência
Especial

TEA

Altas
Habilidades
Modalidade
de ensino
Público Alvo
TRANSTORNO DE
APRENDIZAGEM

DEFICIÊNCIA
Transtornos de
Deficiência
Aprendizagem
Intervenção
Pedagógica,
Educação • Intelectual • TOD Atividades
Especial/ • Física • TDAH adaptadas e
AEE
• Surdez e deficiência • Dislexia flexibilização
auditiva curricular
• Transtornos
• Cegueira e baixa visão hipercinéticos
• Deficiência física • Esquizofrenia
• Deficiência múltipla • Outros
• TEA e Síndromes
Game
Derrubando preconceitos

https://view.genial.ly/623a07f98c861300111dd16f/interactive-content-true-or-false
Derrubando preconceitos....

Ter deficiência Ter dificuldade Deficiência não


não é ter não é ter define
dificuldade deficiência personalidade

Aspectos clínicos
Leitura de mundo
não sobrepõem
precede leitura
aspectos
da palavra
pedagógicos
Gestão da Educação Especial
A matrícula do estudante público da educação especial é compulsória.

Direito de participar de todos os projetos e programas que forem


realizados na instituição de ensino em que esteja matriculado.

É garantido ao estudante com deficiência a realização de todas as


adaptações razoáveis necessárias para garantir o seu pleno acesso ao
currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o
exercício de sua autonomia.
São responsabilidades dos professores regentes de turma e
de aula:

• Utilizar a BNCC e o CRMG no planejamento pedagógico e na avaliação dos


estudantes públicos da educação especial;
• Construir o PDI em conjunto com o especialista da educação básica e com o
professor de atendimento educacional especializado;
• Trabalhar em parceria com os professores do AEE, disponibilizando o plano
de aula antecipadamente para planejamento dos recursos de acessibilidade
dos estudantes;
• Zelar pela aprendizagem dos estudantes públicos da educação especial.
Equipe Gestora

Estudante Corpo docente

Projetos da
escola e da SEE
Equipe gestora
AEE
Estudante com
Corpo docente
deficiência

Projetos escola
e da SEE
Percurso escolar

É direito do estudante com deficiência


ter seu percurso escolar respeitado
como todo estudante, sem retrocessos
nos anos de escolaridade e níveis de
ensino garantindo a continuidade de
estudos e conclusão.
Plano de Desenvolvimento
Individual - PDI
Deve ser construído por
todos os atores Deve ser construído com
Documento obrigatório
envolvidos no processo base no histórico de
para o
de escolarização do vida do estudante,
acompanhamento do
estudante, sendo o avaliação diagnóstica
desenvolvimento e
Especialista da pedagógica,
aprendizagem do
Educação Básica o planejamento,
estudante público da
profissional responsável acompanhamento e
educação especial
por articular e garantir avaliação final
a sua construção
Construção do PDI

Professor Professor
PDI EEB regente AEE
O Modelo do Plano de
Desenvolvimento Individual - PDI é o
modelo padrão e de uso obrigatório
nas escolas da Secretaria de Estado de
Educação. (Anexo da Res.SEE nº
4256/2020)
Atendimento Educacional Especializado - AEE
Utilização de métodos, Sala
técnicas, recursos e recurso
procedimentos didáticos
desenvolvidos para Eliminar
complementar ou barreiras
suplementar a formação
dos estudantes da GI AEE TILS
educação especial para
garantir o acesso ao
currículo e qualidade no
processo de ensino
ACLTA
aprendizagem.
Funções do Professor AEE

Auxiliar no planejamento dos recursos de acessibilidade

Multiplicador do
Eliminar barreiras
conhecimento

Registrar as adaptações
realizadas
AEE - Sala Recurso

Desenvolvimento da Ajudas técnicas e


cognição e tecnologias
metacognição assistivas

Ensino de linguagens
Atividades de
e códigos específicos
enriquecimento
de comunicação e
curricular
sinalização
Funcionamento no
Turmas com 8 a 20
contra turno da
alunos
escolarização

Sala
recurso

Atendimento
Atendimentos de, no
individual ou em
mínimo, 50 minutos.
pequenos grupos
• Sala Recurso NÃO é aula de
reforço.
• Trabalho intencional de
desenvolvimento de
competências cognitivas e
metacognitivas.
Professor de Apoio à Comunicação, Linguagem e Tecnologia
Assistiva – ACLTA

Comunicação
alternativa

Disfunção
ACLT
TEA
Tecnologia
neuromotora
A
Assistiva
É autorizado 1 (um) professor É vedada a coexistência de
para até 3 (três) estudantes mais de um Professor de Apoio
matriculados no mesmo ano à Comunicação, Linguagem e
de escolaridade e frequentes Tecnologias Assistivas em uma
na mesma turma. mesma turma.
Sala Dificuldades
cognitivas e
recurso metacognitivas

Suporte na

ACLTA comunicação
alternativa e
tecnologia assistiva
TRADUTOR E INTÉPRETE DE LIBRAS - TILS

LIBRAS
Até 15 Adaptações
TILS LP
Língua alunos
Portuguesa
Guia Intérprete - GI

Função de mediador comunicativo do


estudante surdo cego.
Projeto Político Pedagógico - PPP

https://view.genial.ly/6239e63dc4a8fb0019756583/presentation-chalk-
and-blackboard-presentation
O QUE É CURRÍCULO?

(nuvem de palavras)
https://www.menti.com/k4ueznyqbo
De acordo com Coll, 2000:

Entende-se currículo como o projeto que preside as atividades educativas


escolares, define suas intenções e proporciona guias de ação adequadas e úteis
para os professores, que são diretamente responsáveis pela sua execução. O
currículo proporciona informações concretas sobre o que ensinar, quando
ensinar, como ensinar e o que, como e quando avaliar,. Um currículo é uma
tentativa de comunicar os propósitos educativos de tal forma que permaneça
aberto à discussão critica e possa ser efetivamente translado em prática.

Se não soubermos para onde desejamos ir, nem o vento mais favorável levará nosso
barco para porto algum.
Marcelo de Elias
CURRICULO E OS ALUNOS COM
DEFICIÊNCIA?
O currículo se torna um grande obstáculo para os alunos com deficiência na escola
regular, pois este impõe uma referência homogênea a ser alcançada por todos os
educandos, independentemente das condições particulares que possam
apresentar (CARVALHO, 1999).

Uma escola consegue organizar um currículo inclusivo quando reconhece a


complexidade das relações humanas (professor-aluno), a amplitude e os limites
de seus objetivos e ações; quando entende que o ambiente escolar como um
espaço relacional que estabelece laços que contribuem para a formação de uma
identidade individual e social (MINETTO, 2008).

O currículo não pode ser organizado dentro de uma visão linear, pois nasce de e
para uma relação dialética (professor-aluno; escola-comunidade;
ensino-aprendizagem)(MINETTO, 2008). .
Flexibilização curricular

A flexibilização curricular é a oportunidade de trabalhar com as dificuldades


dos alunos com deficiência, TEA e altas habilidades. Ela é utilizada quando
há a necessidade de tornar o currículo acessível a esses alunos.
Caracteriza-se como um currículo único para todos os alunos, porém ele é
flexível, passível de ampliação, dinâmico e alterável para atender as
necessidades de todos os estudantes.
flexível

dinâmico
Currículo ampliado
único

alterável
RESOLUÇÃO 4256/2020:
- Garante a flexibilização curricular dos alunos público alvo da
Educação Especial, em seus artigos 11 e 16:

Art. 11 - É garantido ao estudante com deficiência a realização de todas


as adaptações razoáveis necessárias para garantir o seu pleno acesso ao
currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o
exercício de sua autonomia.

Art. 16 - A avaliação do estudante da educação especial deverá levar em


consideração as especificidades e potencialidades de cada estudante,
utilizando-se o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI).
Avaliação
• A avaliação do estudante da educação especial deverá levar em
consideração as especificidades e potencialidades de cada estudante,
utilizando-se o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI).
• Na avaliação dever-se-ão utilizar recursos pedagógicos alternativos.

Extensão do Utilização de Materiais


tempo da recursos concretos
prova tecnológicos
Adaptações
no formato Prova oral
das provas
https://br.freepik.com/vetores-gratis/fundo-de-jogo-de-tabuleiro-de-corrida-espacial_5912909.htm

Game
Gestão Pedagógica da
Educação Especial

https://view.genial.ly/623b57bc4104b20011b7a762/interactive-content-vibrant-quiz
https://guiadoestudante.abril.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2019/04/quem-foi-paulo-freire-e-por-que-ele-c3a9-tc3a3o-amado-e-odiado.png
Formar professores...

LDB nº
Formação Formação
9394/96 e
inicial continuada
PNE

Formação Espaços
em serviço formativos
Por que formar professores...

Mudanças na
sociedade

Mudanças na
escola

Qualidade de
ensino
Formar professores para a Educação
Inclusiva

Escola Currículo

Ressignificar
conceitos Inclusão

Espaços e
tempos Ensinar/aprender
escolares
Como formar professores
Normas e
Trabalho
Acolhimento legislação
colaborativo
vigente
https://docs.google.com/document
/d/1tbflna7jNv26YbeKNg-0nxm8H
8yDCK5e/edit?usp=sharing&ouid
Momentos Registro das =109609190726176674839&rtpof
=true&sd=true
de estudos atividades https://docs.google.com/document/
d/1k7IhTZIzv2xRfd4omGTXhRl0X8
T9WQz4/edit?usp=sharing&ouid=1
09609190726176674839&rtpof=tru
e&sd=true
Projeto de Iniciação Científica
Inclusão e Educação. A dialética
Inclusão/Exclusão e povos
infames.

EE Nossa Senhora de Lourdes


Iturama/MG
Com a palavra, o
gestor!
https://drive.google.com/file/d/1dWinQvSeyfurGg11nJ0E61PHqgPj
vcqQ/view?usp=sharing

https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-de-personagem-de-pessoas-segurando-baloes-de-fala_3226136.htm#query=conversa&position=43&from_view=search

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