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Centro Universitário Luterano do Brasil - ULBRA/Santarém.

Curso: Direito.
Disciplina: Introdução, Teoria do Direito e Hermenêutica.
Professor: Leandro Berwig.
Acadêmico: Francisco Carlos Maciel Pereira.

PARECER
O Parecer em questão, trata o seguinte caso que ocorreu durante uma ditadura. A
análise deste documento, versa sobre o que deverá ser feito acerca de algumas
pessoas que cometeram atos contra seus inimigos, usando do artifício de estarem
vivendo em um cenário abalado por conta do autoritarismo imposto pelo governo
dos “Camisas Púrpuras”. Afinal, o que nós enquanto judiciário devemos fazer com
um caso tão delicado e tão particular como este.
Devemos perdoá-los ou puni-los ? Haja vista que o regime ditatorial, não se faz mais
presente neste país. A justiça é muito mais do que aplicar penas, a justiça é um
mecanismo para atingir o bem estar coletivo, com a consciência que indivíduos que
violam a segurança e a harmonia da sociedade. Estes irão ser responsabilizados por
seus atos, mesmo que estejam sob a égide de um governo tirano. Pois a dignidade
humana de forma alguma pode ser ultrajada de tal maneira como ocorreu neste
período de tempo. Vamos agora às opiniões de alguns deputados acerca do
assunto.

Segundo Deputado - Possui uma linha de raciocínio que usa um argumento de que
os denunciantes invejosos devem ser perdoados. Pois ele afirma, que essas atitudes
cometidas pelos “denunciantes” foram erradas. Porém, eles não usaram nada
dentro da legalidade, já que aquele regime não era de um estado democrático, e sim
uma ditadura ou anarquia. Por isso, mesmo essas atitudes sendo reprováveis. Elas
foram mais táticas de sobrevivência do que propriamente um ato criminoso que ia de
encontro a algum tipo de legislação. Ou seja, foi o direito natural da lei do mais forte
(ou esperto), que entrou em ação. Desta maneira, o ato criminoso não ocorreu.
Quarto Deputado - Propõe a seguinte decisão, os demais colegas estão analisando
casos muito particulares (como as denúncias por motivos triviais). E que de certo
modo influenciam em suas sentenças. Porém, se continuarem a agir de tal maneira
os deputados estariam agindo assim como os “camisas púrpuras”, flexionando as
normas de acordo com a sua vontade. Destarte, devemos aplicar julgamentos
baseado na normas jurídicas, sim! Mas não nas nossas leis atuais, porque
estaríamos cometendo um equívoco. Deve-se criar uma lei especial para julgar os
casos dos “invejosos”. Estudando, os casos tratados em questão, e aplicando penas
apropriadas para as transgressões cometidas.

Quinto Deputado - O presente deputado, faz uma breve análise das propostas de
seus colegas. Mas, ele encontra algumas brechas em todas. E diz que essas
questões de que os deputados e os ministros estariam tomando, baseadas em
denúncias ou que estariam aplicando penas brandas. Não é vista com bons olhos,
ainda mais pelo o que povo em si sofreu nas mãos desses lacaios, todo o medo e a
violência. Não se resolve apenas com medidas aplicadas pelos deputados, toda a
dor que essas pessoas sofreram não sai da memória tão facilmente. E caso os
colegas insistam com essas soluções, um caos desenfreado viria à tona.
Desse modo, ele usa até uma citação de um autor de sua preferência. “ Há períodos
históricos nos quais devemos permitir que se manifeste o instinto humano de
vingança e que nesses períodos devemos permitir que esse instinto se exprime
diretamente sem mediação de formas jurídicas.”
De tal modo, então a população deveria tomar as decisões e tratar o assunto da
forma que considera adequada. Já que em alguns jornais, saem notícias que os
lacaios em alguns lugares estão sofrendo as consequências de seus atos, aplicada
pela própria população.
Seu veredito, é que o povo resolva essa questão da maneira que preferir, baseado
no direito natural.

Nesse sentido, com base nas opiniões aqui explicitadas. Enquanto Ministro de
Justiça, devo tomar minha decisão de forma ponderada, analisando toda a
particularidade do caso, que por si só. É bem delicado.
Pois bem, fundamentado em minha linha de pensamento Jusnaturalista, como foi
aplicada no caso passado. Decido seguir a linha do Segundo Deputado, pois os
“camisas púrpuras”, são sim culpados e que devem ser julgados pela lei. Porém,
nosso país vivia um direito natural. Onde cada um buscava a sua maneira de
escapar das penas abusivas, impostas por um governo autoritário. Um país onde
imperava uma ditadura e que sua população era constantemente pressionada,
precisava desenvolver mecanismos de sobrevivência e um desses foram as
denúncias. Muitas vezes usadas de maneira irresponsável. Justamente por esse
motivo, não são isentos de culpa. Destarte, precisam ser julgados de forma digna,
onde seus direitos e garantias sejam preservados de acordo com a lei. Afinal, o
regime dos “camisas púrpuras" já teve seu fim, e a democracia e a justiça se fazem
presentes nesta sociedade.

É o parecer.

Santarém, 02 de outubro de 2022.

Assinatura.

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