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AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM


INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS (compras indevidas com o cartão
de crédito)

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível do Foro de Mogi das
Cruzes, São Paulo.

M. G., brasileiro, divorciado, motorista, sem endereço eletrônico, portador


do RG 00.000.000-SSP/SP e do CPF 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua Afonso
Taunau, nº 00, Vila Caputera, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, por seu Advogado
que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua Adelino Torquato, nº 00, sala 00,
Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br),
vem à presença de Vossa Excelência propor ação declaratória de inexistência de débito
cumulada com indenização por danos morais, observando-se o procedimento comum, com
pedido liminar, em face de Banco G. S.A., inscrito no CNPJ nº 00.000.000/0000-00, com
endereço eletrônico desconhecido, com filial na Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco,
nº 00, Centro, cidade de Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, pelos motivos de fato e de direito
que a seguir expõe:

1. No último dia 00 de maio, por volta das 21h00, o autor, que trabalha como
motorista de aplicativo, foi abordado por dois indivíduos que, após adentrar em seu carro sob a
desculpa de uma chamada, lhe apontaram uma arma e anunciaram um “assalto e sequestro”;
diante da ameaça de morte, os indivíduos tomaram a carteira do autor, exigindo que este lhes
declarasse a senha do cartão. Ato contínuo, o autor foi posto no porta-malas do carro, onde ficou
por aproximadamente duas horas, após o que foi deixado pelos indivíduos numa rua deserta no
Distrito de Jundiapeba.

2. O autor buscou ajuda de familiares, dirigindo-se em seguida para a


Delegacia de Polícia, onde lavrou boletim de ocorrência (cópia anexa); em seguida, o autor ligou
para o serviço de atendimento da ré, requerendo o bloqueio do cartão e comunicando o ocorrido.

3. No dia seguinte, o autor compareceu na agência onde mantém conta


(centro), tendo descoberto que o seu cartão havia sido usado, no período do sequestro, para fazer
várias compras, num total de R$ 7.590,00 (sete mil, quinhentos e noventa reais). Seguindo
orientação da pessoa que o atendeu, o autor “contestou” as referidas compras, juntado cópia do
boletim de ocorrência.

4. Registre-se que as referidas compras foram muito além do limite do cartão


do autor, que é de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), além de serem flagrantemente fora do seu
“perfil de consumo”; ou seja, o autor nunca havia usado o seu cartão de crédito para fazer
compras seguidas em valor tão elevado.

5. Algum tempo depois do ocorrido, o autor recebeu a sua fatura do cartão de


crédito, percebendo, para sua surpresa, que todas as compras feitas pelos assaltantes foram
lançadas a seu débito. Voltou à agência, mas só conseguiu notícia no sentido de que seu caso
estava sendo estudado (não havia resposta formal).

6. Algumas semanas depois, recebeu correspondência do SERASA,


informando que o seu nome estava sendo negativado, como de fato foi, conforme provam
documentos anexos.

7. Além de faltar com suas obrigações (deveria ter bloqueado o cartão usado
fora do perfil de consumo), o banco réu teve a desfaçatez de negativar o nome do autor, não lhe
deixando outra saída senão a de buscar a tutela jurisdicional.

Ante o exposto, considerando que a pretensão do autor encontra arrimo nos


arts. 4º, 6º, I e VI, e 14 da Lei 8.078/90, requer:

a) os benefícios da justiça gratuita, vez que se declara pobre no sentido


jurídico do termo, conforme declaração anexa;

b) seja concedida liminar, em tutela provisória de urgência (art. 300 do


CPC), no sentido de determinar ao banco réu que IMEDIATAMENTE suspenda os registros
negativos do autor junto às instituições SERASA, SPC e Banco Central, sob pena de multa diária
no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais);

c) a citação do réu, na pessoa de um de seus representantes legais, para que,


querendo, apresente resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia;

d) seja declarada a inexigibilidade de todas as transações efetuadas por meio


de cartão de crédito nº 0000 0000 0000 0000 durante o período do sequestro relâmpago do autor,
ocorrido em 00.00.0000, num total de R$ 7.590,00 (sete mil, quinhentos e noventa reais), assim
como todos os juros, multas e correções cobradas a partir de então junto ao referido cartão,
determinando-se ao banco réu, o total e completo cancelamento das operações e dos atos de
negativação do seu CPF, confirmando-se a liminar;

e) considerando o poderio econômico do banco réu, assim como os valores


envolvidos e os problemas causados à boa honra do autor, que em momento tão difícil teve o seu
nome negativado juntos aos órgãos de proteção ao crédito, seja o banco réu condenado a pagar
indenização por danos morais ao autor no valor total de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Ressalvando-se que a responsabilidade do banco réu, na qualidade de


fornecedor de serviços, é objetiva (art. 14 da Lei 8.078/90-CDC), indica que provará o que for
necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de
documentos (anexos) e oitiva de testemunhas (rol anexo).

Em atenção ao que determina o art. 319, VII, do CPC, o autor registra que
NÃO TEM interesse na designação de audiência de conciliação neste momento, fato que apenas
atrasaria o trâmite do feito.

Dá-se ao feito o valor de R$ 32.590,00 (trinta e dois mil, quinhentos e


noventa reais).
Termos em que,
P. Deferimento.

Mogi das Cruzes, 00 de agosto de 0000.

Gediel Claudino de Araujo Júnior


OAB/SP 000.000

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