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Universidade Federal do Maranhão

Centro de Ciências Sociais

Prof. Humberto Oliveira/Civil IV

Gabriel Oliveira Ribeiro

Há duas importantes teorias sobre a posse, a teoria subjetiva de Savigny e a


teoria objetiva de Rudolf von Ihering, embasada no direito germânico, adotada,
inclusive pelo Código Civil de 2002, consagrado no art. 1.196. O corpus é o único
elemento da posse, segundo Ihering, não sendo necessário o contato físico. A posse
se revela pela conduta do dono em face da coisa, atendendo sua função social. O
animus – elemento psíquico – que representa a vontade de exercer do proprietário,
está incluído somente na vontade de agir do dono, não sendo obrigatório para a
instituição da posse.

A conduta de dono pode ser analisada de forma objetiva, não sendo


necessária uma profunda pesquisa, visto que a posse é algo visível, o dono a
ostenta, havendo exceção para alguns casos, como o próprio Ihering exemplifica, na
situação de um terreno comprado no inverno que ainda não foi cultivado, o dono
deve provar sua posse através de documento.

Continua Ihering, dizendo que a visibilidade da possa é fator decisivo de


influência na segurança da posse, sendo possível resumir a aludida teoria como a
exterioridade ou visibilidade do domínio. Entretanto, é importante ressaltar que não é
necessária a apreensão do objeto.

Faz-se necessário comentar sobre a destinação econômica da coisa na teoria


de Ihering. Segundo, ele o dono deve fazer o uso normal da coisa, com seu devido
fim econômico para que se possa caracterizar a posse. Exemplificando:
naturalmente, um individuo não guarda dinheiro no chão jardim, caso ele faça isso,
estará agindo de forma anormal, sendo uma descaracterização da posse.

Para Ihering, o que pode retira do comportamento esse caráter,


transformando-o em detenção, é ocorrência de algum óbice legal, sendo detenção,
no conceito do aludido jurista, uma posse degradada. Aqui distinguem-se as teorias
subjetiva e objetiva: para Savigny, é necessário o corpus junto à affectio tenendi,
como a sobrevinda do animus domini, havendo a conversão de detenção em posse;
ao passo que para Ihering, tão somente importa o corpus e a affectio tenendi para a
geração da posse, que pode se desfigurar em mera detenção no caso de
impedimento legal.

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