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Sumário
1.1. POSSE...........................................................................................................2
1.2. CONCEITO....................................................................................................2
1.5. CLASSIFICAÇÃO..........................................................................................4
I. Originária:.....................................................................................................11
II. Derivada:.....................................................................................................11
1.8.5. A usucapião...............................................................................18
1.1. POSSE
1.2. CONCEITO
Rudolf Von Ihering determinando que para a posse, basta que a pessoa disponha
fisicamente da coisa, ou que tenha a mera possibilidade de exercer esse contato.
Identifica a posse com apenas um elemento, qual seja, o corpus (elemento material
e único fator visível e suscetível de comprovação), dispensando a intenção de ser
dono. O possuidor, portanto, nessa teoria, age em relação a coisa com a intenção de
explorá-la.
1.5. CLASSIFICAÇÃO
Posse Direta: aquela exercida mediante o poder material ou contato direto com a
coisa. (Ex. Locatário - quem aluga e usa o bem.)
Posse indireta: aquela exercida por via oblíqua, pela qual alguém frui ou goza da
coisa sem que esteja direta e pessoalmente exercendo o poder físico ou material
sobre ela, ou seja, aquele de quem foi havida a posse direta da coisa (Locador –
dono da coisa e que a alugou ao possuidor direto).
Posse Justa: é a que nasceu livre de vícios, tais como a violência, clandestinidade
ou precariedade.
Os vícios são verificados no momento da aquisição da coisa (art. 1.208 do CC).
Posse Violenta: quando se adquire por ato de força ou ameaça;
Posse Clandestina: quando se adquire de forma ardil, via processo de ocultamento em
relação àquele contra quem é praticado o apossamento. Na clandestinidade, o possuidor
não percebe a violação do seu direito e, por isso não pode reagir. É obtida às
escondidas, à surdina, de forma oculta;
Posse Precária: quando o possuidor recebe a coisa com a obrigação de restituí-la e,
abusando da confiança, deixa de devolvê-la ao proprietário ou ao possuidor legítimo. Ex.
Aquele que se recusa a devolver o carro alugado.
Posse Injusta: é a que nasceu com vício, mas não apresenta mais esse defeito.
Isso porque se a violência, a clandestinidade ou a precariedade se mantém, a
hipótese é de detenção e não de posse. Os atos de violência, só podem ser
alegados pelo possuidor. Nos termos do art. 1.203 do CC/02 a posse transmite-se
com todos os seus atributos positivos e negativos. Ex.: Se a pessoa invade e a
pessoa vende, quem comprou, vai transmitir com as características, ainda que a
pessoa não saiba.
A conversão da posse injusta em justa: a posse injusta não se pode converter
em justa quer pela vontade ou pela ação do possuidor, quer pelo decurso do tempo.
Ainda que viciada a posse injusta não deixa de ser posse. A violência e clandestinidade
podem cessar, onde chama-se convalescimento dos vícios, porém, enquanto não findam,
existe apenas a detenção. Cessados os vícios, surge a posse, em relação a quem
perdeu. Ex.: uma posse inicialmente injusta se torna justa, mediante a interferência de
uma causa diversa, como seria o caso de quem tomou pela violência comprar do
esbulhado, ou de quem possui clandestinamente herdar do desapossado.
Posse sem título – natural: é a que se constitui pelo exercício de poderes de fato
sobre a coisa. Posse fruto da ocupação de um bem sem que haja relação jurídica
que a fundamenta. Exemplo: “Pessoa A” viu um lote vago, decide ocupar o lote e ali
concede ao bem uma função social. Gera ius possessionis, direito de posse, ou seja,
o poder sobre a coisa e, a possibilidade de sua defesa por intermédio dos interditos
(interdito proibitório, de manutenção da posse ou de reintegração de posse).
Posse com título – civil: é a que se adquire por força da lei, sem necessidade de
atos físicos ou da apreensão material da coisa. O sujeito ocupa o bem, e ali está em
decorrência de um direito obrigacional ou direito real. Tem por objeto a posse em si
mesma e detém um título que a fundamenta, gerando ius possidendis, direito de
propriedade. Ex.: A posse do locatário, do comodatário, do arrendatário, do
usufrutuário etc.
obteve de alguma das outras por modo vicioso”. Como o dispositivo não distingue
entre a posse velha e a posse nova, caberá ao juiz, em cada caso, avaliar a melhor
posse, assim considerando a que não contiver nenhum vício.
Posse ad interdicta: posse que autoriza a utilização dos interditos proibitórios. Para
ela existir basta que o possuidor demonstre os elementos essenciais da posse,
corpus e animus, e a moléstia, mas não conduz a usucapião, como no caso do
locatário. O possuidor, como o locatário, por exemplo, vítima de ameaça ou de
efetiva *turbação ou *esbulho, tem a faculdade de defendê-la ou de recuperá-la pela
ação possessória adequada até mesmo contra o proprietário. Para ser protegida
pelos interditos basta que a posse seja justa, isto é, que não contenha os vícios da
violência, da clandestinidade ou da precariedade. Trata-se ainda de posse comum,
de boa-fé, onde não existe a presunção de futuro usucapião.
Embora seja suficiente a ausência de vícios (posse justa) para que a posse se denomine
ad interdicta, a ausência de vício torna-se necessária, para que dê origem à usucapião
(ad usucapionem), que, além dos elementos essenciais à posse, há outros elementos
necessários como o decurso do tempo exigido na lei, o exercício de maneira mansa e
pacífica, o animus domini e, em determinados casos, a boa-fé e o justo título.
Ao fim de um período de dez anos, aliado a outros requisitos, como o ânimo de dono, o
exercício contínuo e de forma mansa e pacífica, além do justo título e boa-fé, dá origem à
usucapião ordinária (CC, art. 1.242). Quando a posse, com essas características,
prolonga-se por quinze anos, a lei defere a aquisição do domínio pela usucapião
extraordinária, independentemente de título e boa-fé (CC, art. 1.238)188.
cada uma dessas partes será exclusiva: uma posse será exclusiva direta e a outra,
posse exclusiva indireta e indireta
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Não se adquire a posse por atos de mera permissão ou tolerância, e não autorizam
a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou
a clandestinidade. Ex.: o ladrão não adquire a posse enquanto foge ou o colega não
guarda a coisa do companheiro que se ausenta rapidamente, isso é detenção. (art. 1.208,
CC)
Sendo a posse o exercício de fato de um dos poderes inerentes à propriedade,
é importante saber o momento e as formas de aquisição da posse pois, assim como
vimos no estudo sobre a classificação da posse, os vícios (violência, clandestinidade
e precariedade) são verificados no momento da aquisição da coisa e é a partir dele
que são apurados o lapso de ano e dia capaz de distinguir a posse nova da posse
velha, e ainda o início do prazo no caso de usucapião.
A regra constante do art. 1.208 do Código Civil Muito tem caráter genérico
sendo a aquisição da posse concretizada por qualquer dos modos de aquisição em
geral, dos quais são classificados em originários e derivados, como descreve a
seguir:
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Com relação aos bens imóveis a apreensão se revela pela ocupação, pelo uso da
coisa.
Perde-se a posse quando cessa o poder sobre o bem, ou seja, aquele que
tinha a possibilidade de exercer um dos atributos da propriedade (gozar, reaver usar,
dispor - GRUD) não o exerce mais, sendo a perda materializada no momento em
que não pode mais continuar usando, fruindo ou dispondo da coisa, por fato jurídico
ou determinação legal. Para tanto, o art. 1.224 do CC, prevê que “só se considera
perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele,
se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido”.
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Por tradição: Forma de aquisição da posse, mas também de perda da posse, por
aquele que entrega a coisa a um novo possuidor.
Por inalienabilidade: quando a coisa é posta fora do comércio por motivo de ordem
pública, moralidade, de higiene ou de segurança coletiva, ou seja, se tornado
inalienável (não pode ser vendido ou cedido por ordem pública);
Pela posse de outrem: quando a posse é tomada com vício (turbado ou esbulhado)
e o possuidor primitivo permaneceu sem contestar a posse da coisa no prazo de ano
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e dia acarreta perda da sua posse, dando lugar a uma nova posse em favor de
outrem.
Pela usocapião: A perda da posse por usucapião vem da perda de domínio através
da posse mansa e pacífica, ou seja, sem oposição, exercida com “animus domini”
(intenção de dono)por outrem, por certo tempo fixado em lei. Para essa perda por
usucapião é irrelevante que a coisa tenha proprietário registrado. O Código Civil
trata da usucapião dos art. Art. 1.238 a 1.244.
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sua culpa, desde o momento em que restou caracterizada a má-fé (art. 1.216 do
CC). Outro ponto fundamental é que para a aquisição dos frutos é a existência de
um justo título, mesmo que viciado, não tendo direito aos frutos o possuidor que
tem somente a posse, sem título que a valorize.
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A simples propriedade não configura posse, mas retrata um direito que lhe é
inerente. As ações possessórias, como o próprio nome indica, tem como
característica a discussão exclusivamente sobre a posse, sem análise da
propriedade
A proteção possessória abrange a autodefesa e a invocação dos interditos
possessórios.
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1.8.5. A usucapião
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