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A DIDÁTICA DA HISTÓRIA E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Percebe-se atualmente, com as mudanças trazidas pelo processo de


globalização além da expansão do conceito neoliberal, o surgimento de novas
exigências para o setor educacional sujeitando a Didática à visão econômica,
prevalecendo práticas, processos e aferições, recomendando um ensino voltado
para o aparelhamento, formando indivíduos que “sabem fazer” sem, entretanto,
dominar as bases desse “fazer” colaborando, dessa forma, para a não promoção do
grau de sofisticação analítica e intelectual do indivíduo, sem lhe proporcionar
maneiras de fazer uma estimativa profunda das realidades sociais ao seu redor.

Dessa maneira, Veiga (2010) percebe que a didática contribui de forma


importante na tarefa de explicar a função sócio-política da educação, da escola e do
ensino. De certo a tarefa de explicar tem relevância, porém, deve-se incluir a
premência de avaliar igualmente como, para que e para quem se volta à educação,
sujeitando-se a nivelar esses elementos das relações pedagógicas e afastar o
ensino de seus verdadeiros alvos e finalidades sociais.

Na busca do entendimento acerca da posição da Didática da História e seus


alvos e finalidades sociais, Rüsen (2001), classifica a Didática da História como uma
Teoria da Aprendizagem Histórica, cujo foco principal está em alargar a consciência
histórica como meio de direcionamento para a vida prática. Assim, nota-se que essa
área do conhecimento encontra-se em fase de aperfeiçoamento teórico e empírico,
cujo aporte não se registra apenas na esfera educacional e escolar, visto que deve
ter por alvo as necessidades diárias, para os questionamentos levantados e para as
obrigações de direção temporal, exercendo seu papel de desenvolvimento da
consciência histórica.

Deve-se salientar que a justificativa de uma Didática da História relacionada


na História não sugere na negação da existência de um campo epistemológico
específico da Didática Geral ou a não consideração da afinidade entre esta e as
Didáticas Específicas, conforme enfatiza Libâneo (2002). A hipótese aqui admitida é
de que a Didática Específica da História, em harmonia com a ciência histórica e com
a Didática Geral, prossiga marchando no sentido da construção de uma Teoria da
Aprendizagem Histórica. Além do mais, se imaginada como uma subdisciplina da
Ciência Histórica, a Didática da História, como aliás outras Didáticas Específicas,
pode contribuir ainda para a superação da “psicologização” inserida no ensino,
sobretudo nas séries primeiras, e quebrar o fracionamento e hierarquização entre
teoria e prática, entre indivíduos que geram conhecimento e sujeitos que usam a
didática na transmissão desse conhecimento, entre conhecimento científico e
conhecimento disciplinar.

Dessa maneira, considera-se que, após os argumentos descritos e o ponto de


vista analítico demonstrados no decorrer do texto, tenham determinado de forma
positiva uma resposta ao que se percebe por Didática da História no ensino
aprendizado.

Compreende-se que a preparação e a realização de uma Didática


referenciada na História não configura empreitada das mais fáceis. Existem
inúmeras limitações internas e externas que devem ser superadas, além de outros
fatores como o reconhecimento e a valorização da Didática da História entre os
profissionais especialistas e no método de constituição acadêmica; as relações com
a cultura histórica dentro e fora do aparelho escolar; a ampliação da consciência
histórica; o uso do conhecimento histórico na vida prática do dia a dia e a
preparação de uma teoria a propósito do aprendizado histórico, inicialmente
esquematizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2002.

RÜSEN, Jörn. Razão histórica: teoria da história: fundamentos da ciência


histórica. Trad. Estevão de Rezende Martins. Brasília: Editora da Universidade de
Brasília, 2001.

VEIGA, Ilma Passos A. Didática: uma retrospectiva histórica - Repensando a


didática. 5. ed. Campinas/SP: 2010.

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