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DESCRIÇÃO

Estudo da elaboração do plano orçamentário, as suas projeções e o controle orçamentário.

PROPÓSITO
Compreender a importância do plano orçamentário como ferramenta fundamental para uma boa gestão empresarial.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Descrever os objetivos do plano orçamentário e os diversos tipos de orçamento

MÓDULO 2

Descrever os princípios e as etapas para a elaboração de um plano orçamentário

MÓDULO 3

Reconhecer os elementos que compõem as projeções orçamentárias

INTRODUÇÃO
Todo o processo de gestão de uma empresa se inicia com o seu planejamento estratégico que, como o nome indica, objetiva traçar a
estratégia da empresa a partir de uma visão de longo prazo. Esse planejamento envolve a definição de políticas, diretrizes e objetivos
estratégicos, a partir de uma análise dos pontos fortes e fracos da empresa e das oportunidades e ameaças que se apresentam.

Um desdobramento do planejamento estratégico é o planejamento operacional de curto prazo, normalmente para um exercício, cujo produto
final é o orçamento operacional. O plano orçamentário é, portanto, uma ferramenta fundamental no processo de gestão, que permite não
somente o alinhamento das atividades desempenhadas por todos os setores da empresa ao seu planejamento estratégico, como também o
controle e o acompanhamento de sua execução.

Ao longo deste conteúdo, iremos explorar os diversos aspectos dos planos orçamentários, seus objetivos, os diversos tipos, vantagens e
desvantagens, os cuidados que o gestor deve ter ao utilizar a ferramenta, como elaborar orçamentos e características dos principais
orçamentos empresariais existentes. Também iremos discutir as projeções e o controle orçamentário.

MÓDULO 1

 Descrever os objetivos do plano orçamentário e os diversos tipos de orçamento

O QUE É ORÇAMENTO?
Sabemos que planejar é definir antecipadamente as atividades que serão executadas, quem as executará, quando e com que recursos, em
cada cenário futuro possível de forma a se atingir um resultado almejado.

E o orçamento?

Certamente você já usou o termo orçamento muitas vezes no seu dia a dia. Quando você vai contratar um serviço, por exemplo, a pintura da
sua casa, antes da contratação, você seleciona algumas empresas e solicita um orçamento. Normalmente, o que você deseja quando solicita
o orçamento é saber antecipadamente quanto irá custar e quanto tempo levará para a realização do serviço.

O mesmo processo acontece com o planejamento de uma empresa.

O orçamento irá refletir, de forma quantitativa e detalhada, os custos e os prazos necessários à execução do planejamento operacional da
empresa.

Dessa forma, planejamento operacional e plano orçamentário são instrumentos de gestão que andam juntos.

O planejamento operacional define metas e objetivos a serem atingidos


O plano orçamentário detalha quantitativamente o que será necessário para atingi-los, servindo como instrumento de direcionamento,
acompanhamento e controle.
Note que o orçamento é elaborado antecipadamente, ou seja, para sua confecção, é necessária a realização de projeções de cenários
futuros, assunto que também iremos tratar neste conteúdo.

Dadas as suas características, os planos orçamentários são estabelecidos para um exercício, normalmente anual, mas que pode ser
trimestral, semestral ou mesmo plurianual.

A imagem a seguir tenta resumir os principais insumos necessários para a elaboração de um plano orçamentário e, para entendê-la, vamos
analisar um exemplo bem simples.

Imagem: Elaborada por Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior


 Plano orçamentário

Imagine que você está determinado a reduzir sua fatura de energia elétrica e, para isso, resolve fazer um orçamento.

O primeiro dado que você precisará ter é sobre a situação atual, ou seja, quanto você gasta hoje de energia. E essa informação deve ser a
mais detalhada possível: quanto você gasta com geladeira, iluminação, chuveiro elétrico, micro-ondas etc., qual o preço cobrado pelo seu
distribuidor de energia elétrica e outras informações relevantes. Essa é a base para o início do seu orçamento.

Foto: Shutterstock.com

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Foto: Shutterstock.com

A partir daí, você deve traçar cenários futuros: inflação, ocorrência de bandeiras vermelhas ou amarelas na conta de luz, efeitos de aumento
ou redução de impostos, novas tecnologias, alternativas ao consumo de energia elétrica etc.

Por fim, você deve incorporar ao seu orçamento as suas metas e seus objetivos de redução do valor da fatura, que pode vir da redução de
consumo de energia ou utilização de outras tecnologias e equipamentos mais eficientes, como energia solar ou uma geladeira nova, por
exemplo.

Foto: Shutterstock.com

Seu orçamento, então, terá todos os detalhes quantitativos do seu planejamento. Quanto irá custar e quanto você espera economizar com
cada ação estabelecida no seu planejamento: desligar equipamentos que ficam em modo de espera, não utilizar máquina de lavar roupa com
pouca carga, substituir lâmpadas por outras com consumo menor, substituir chuveiro elétrico por aquecedor solar, trocar a geladeira por uma
de menor consumo, entre outros.

Uma vez montado o orçamento, você poderá utilizá-lo para acompanhar e controlar seu uso de energia elétrica de forma a garantir que seu
objetivo de reduzir o valor da fatura será atingido dentro dos parâmetros de prazo e custos estabelecidos.

Agora que já conhecemos o que é o orçamento, vamos entender a que ele se destina, ou seja, quais são seus principais objetivos.
OBJETIVOS DO ORÇAMENTO
Além de servir como instrumento de previsão e controle, Padoveze (2010) cita seis outros objetivos do plano orçamentário. Vamos conhecer e
discorrer sobre cada um deles.

MEIO PARA PROJEÇÕES E PLANEJAMENTO

As peças orçamentárias são planos ou leis que orientam o processo orçamentário de uma empresa ou de um governo. Elas podem ser
utilizadas para projeções e planejamentos operacionais futuros. Cada orçamento começa a ser criado a partir do orçamento anterior. Ao longo
do tempo, essas peças passam a refletir, cada vez melhor, os resultados esperados.

SISTEMA DE AUTORIZAÇÃO

O orçamento pode servir como instrumento de delegação de poderes para as áreas, por meio de um processo de aprovação que libera
recursos para os diversos setores da empresa, tornando mais eficiente o processo de controle.

CANAL DE COMUNICAÇÃO E COORDENAÇÃO

A aprovação de um orçamento também pode ser vista como um processo de comunicação e coordenação para os gestores setoriais, uma vez
que reflete as expectativas da administração com relação aos objetivos corporativos e setoriais.
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INSTRUMENTO DE MOTIVAÇÃO

A delegação de poderes oriunda do processo de aprovação orçamentária, bem como as diretrizes que os orçamentos trazem embutidas em
si, conforme discutido nos dois itens anteriores, têm o condão de motivar os gestores operacionais da empresa, uma vez que lhes concede
certa liberdade de atuação.

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO E CONTROLE

Como o orçamento condensa o que se espera obter, contendo metas, objetivos e responsabilidades, eles são bastante adequados como
instrumentos de controle dos objetivos setoriais e corporativos, quando confrontado com o que foi efetivamente realizado.

FONTE DE INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÃO

Da mesma forma que no item anterior, por ter condensado o que se espera obter, o orçamento também serve para o acompanhamento das
ações, tornando possível manter a alta administração informada de desvios relativos ao planejado, merecedores de ações corretivas ou não, e
retroalimentando o processo de tomada de decisão nos diversos níveis gerenciais.

Vimos então os principais objetivos do orçamento, ou seja, o que ele se propõe a entregar. Estudaremos neste conteúdo outros benefícios da
utilização dos orçamentos de forma sistemática nas empresas. A seguir vamos discorrer sobre as limitações dessa ferramenta.

OS OBJETIVOS DO ORÇAMENTO
Neste vídeo, o especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior falará sobre os objetivos do orçamento, com base no texto realçado,
exemplificando e explicando cada um deles detalhadamente.
BENEFÍCIOS E LIMITAÇÕES DO ORÇAMENTO
O orçamento, como qualquer outra ferramenta, apresenta benefícios e limitações. Iremos descrever esses principais benefícios e limitações
do plano orçamentário, que muitas vezes se confundem com os objetivos que estudamos anteriormente.

Hoji (2018) cita nove benefícios proporcionados pelo uso do orçamento, sobre os quais discorremos a seguir.

FIXAÇÃO DE OBJETIVOS E POLÍTICAS PARA UNIDADES DE RESPONSABILIDADE

Esse benefício se materializa na criação, nos gestores, do hábito de buscar alinhamento constante das suas decisões com os objetivos,
diretrizes e políticas sob sua responsabilidade.

DECISÕES MAIS ACERTADAS

Com um orçamento bem elaborado, calcado em premissas e projeções adequadas, reduzem-se os vieses comportamentais e aumenta-se o
grau de acerto nas decisões tomadas pelos gestores.
MAIOR PARTICIPAÇÃO DOS GESTORES

Os gestores passam a ter um papel mais relevante no processo de fixação de objetivos e metas, uma vez que o orçamento tem o papel de
instrumento de comunicação vertical e horizontal.

CRIA PADRÕES DE DESEMPENHO

Os padrões de desempenho, também conhecidos pelo termo em inglês benchmarks, facilitam o acompanhamento de objetivos e metas. Ao
longo do tempo, a prática orçamentária favorece a criação desses padrões de desempenho.

AUTORIDADES E RESPONSABILIDADES

O orçamento permite a delegação de poderes e a atribuição de responsabilidades, mantendo o alinhamento com as diretrizes e políticas da
empresa, pois contém metas e objetivos bem definidos.

MELHORIA DO DESEMPENHO

Como possibilita um acompanhamento minucioso e detalhado das atividades, o orçamento permite a identificação de pontos de ineficiência
nos processos de trabalho, que podem ser aprimorados, levando a um melhor desempenho operacional.

RECURSOS BEM GERIDOS

A priorização do uso dos recursos provocada por objetivos e metas orçamentários traz maior eficiência na sua utilização.
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CONTROLES OBJETIVOS

A abordagem quantitativa do orçamento induz a um controle mais objetivo do desempenho.

MOTIVAÇÃO

O estabelecimento de metas e objetivos é elemento de motivação para todos os setores da empresa, podendo, inclusive, servir como base
para uma política de remuneração variável.

As limitações dos orçamentos também precisam ser bem compreendidas para evitar que a ferramenta seja utilizada de forma inadequada.
Discorremos a seguir sobre algumas das principais limitações.

Foto: Shutterstock.com

VARIAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

O gestor deve ter sempre em mente que o orçamento é construído de forma prospectiva, baseando-se em projeções e estimativas. Dessa
forma, há certo grau de imprecisão na sua elaboração e é importante que o gestor tenha ciência da existência e da magnitude dessas
imprecisões. Também é muito importante que os dados e as premissas utilizados na elaboração dessas estimativas sejam cuidadosamente
selecionados e processados.
INFLEXIBILIDADE

É necessário que o sistema orçamentário preveja revisões e alterações periódicas dos orçamentos, para ajustar as estimativas, corrigir erros e
adequar aos novos cenários. A ausência dessas revisões pode “engessar” a gestão de setores ou a gestão da empresa como um todo, tirando
a flexibilidade dos gestores atuarem para atingirem os objetivos traçados.

AJUSTES DEMORADOS

Conforme vimos no item anterior, é necessário que o sistema orçamentário preveja revisões a alterações periódicas dos orçamentos. Além
disso, esses ajustes precisam ser tempestivos, ou seja, devem ser implantados sem atrasos para que possam ser efetivos.

MONITORAMENTO CONSTANTE

Nos dois últimos itens, vimos que os ajustes precisam ser implantados para evitar o “engessamento” das atividades, e eles devem ser
implantados tempestivamente, para que sejam efetivos. Assim, torna-se fundamental um monitoramento contínuo de todo o processo perante
o orçamento, para que as necessidades de ajustes sejam prontamente identificadas. Sem esse monitoramento, aumenta-se o risco de o
orçamento não atingir seus objetivos.

CUSTO DE IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO

Como toda ferramenta de gestão e controle, o orçamento precisa ser avaliado de uma perspectiva de custo/benefício. Assim, o sistema
orçamentário deve ser adequado ao processo que se pretende executar/controlar, uma vez que um aumento na complexidade de um sistema
orçamentário também está associado com o aumento do seu custo.

REDUÇÃO DO TEMPO PARA ATIVIDADES DO COTIDIANO

Semelhante à lógica de custo do item anterior, o tempo dispendido pelos profissionais da empresa com atividades orçamentárias e de controle
deve também ser entendido como custo, uma vez que limita o tempo disponível para as atividades produtivas. Novamente, é importante
atentar para o equilíbrio entre custo e benefício das atividades de planejamento e controle, como o plano orçamentário. Ele deve ser
adequado aos objetivos que se perseguem.

Vale ressaltar que o plano orçamentário não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta para facilitar o alcance do objetivo final das
empresas. O plano deve servir ao gestor e não se servir deste.

Para evitar cair nessa armadilha, o gestor deve estar continuamente comparando os resultados esperados aos resultados obtidos e ajustando
rumos sempre que notar desvios dos objetivos traçados.

Os custos do sistema orçamentário também devem ser monitorados a todo o momento e avaliados contra os benefícios que agrega.

Por fim, é preciso reconhecer as limitações da ferramenta e não esperar dela mais do que ela se propõe a entregar. Para que o sistema traga
os resultados esperados, é preciso que se crie na empresa a cultura orçamentária. A seguir, iremos estudar os diversos tipos existentes de
orçamento.
TIPOS DE ORÇAMENTOS
Há diversos tipos de classificação possíveis para os orçamentos. Em uma primeira análise, podemos classificar quanto à forma de sua
elaboração. Com isso, os orçamentos podem ser classificados como impositivos (top-down) ou participativos (bottom-up). Os termos em
inglês revelam o porquê dos nomes em português.

A expressão top-down significa “de cima para baixo”, o que remete a uma imposição hierárquica do orçamento. Já a expressão bottom-up
significa “de baixo para cima”, ou seja, das hierarquias inferiores até as superiores, denotando um ambiente mais democrático e participativo.

Assim...

Nos orçamentos impositivos, não há participação dos gestores intermediários no processo de elaboração orçamentária, o que torna
o processo ineficiente, uma vez que não considera relevantes informações que podem ser trazidas pelos níveis mais operacionais
de gestão.


Por outro lado, os orçamentos com alto grau de participação podem trazer distorções e descoordenações grandes por falta de
alinhamento dos diversos setores e prejudicar o processo de tomada de decisão.

Dessa maneira, qualquer sistema orçamentário deverá ser um misto entre impositivo e participativo, de forma a se adequar melhor à realidade
e à cultura de cada empresa.

Há outros modos de classificá-los, como veremos a seguir. Cada um dos tipos que serão apresentados deve ser utilizado conforme a
realidade e o campo de atuação de cada empresa. São eles:

ORÇAMENTO ESTÁTICO

Esse é o tipo de orçamento mais comum e se baseia em um volume fixo e predeterminado para as vendas. Nesse tipo de orçamento, as
peças orçamentárias são todas construídas a partir desse volume esperado de vendas.

Ele é chamado de estático, pois o sistema não permite a atualização desse volume de vendas. Caso esse volume não se concretize, no
entanto, o orçamento deixa de ser capaz de atingir seus objetivos como instrumento de acompanhamento e controle.

Apesar dessa característica, grandes empresas internacionais usam o orçamento estático para facilitar a consolidação das peças
orçamentárias de todas as suas unidades. Essa consolidação é fundamental para que a alta administração da companhia acompanhe seu
desempenho global.

Além disso...

Quanto mais unidades existirem para serem consolidadas



Menor é o impacto de uma única unidade que apresente variações no volume projetado de vendas


O que acaba não prejudicando a análise consolidada global

ORÇAMENTO FLEXÍVEL

Com o objetivo de tentar contornar a fragilidade do orçamento estático, apresentada no item anterior, desenvolveu-se o orçamento flexível,
que permite uma faixa de valores para o volume de vendas, de produção ou de nível de atividades.

Para isso, o orçamento flexível segrega as informações relativas a custos fixos e custos variáveis, de forma a permitir a elaboração de
orçamentos para diversos níveis de produção.

Como esse tipo de orçamento acaba se afastando do objetivo de prever o que irá acontecer, ele dificulta a elaboração de muitas peças
orçamentárias.

O exemplo abaixo ilustra o funcionamento do orçamento flexível.

Nível de produção (Quantidade de bolos) 1 (Dado unitário) 1000 2000 3000

Vendas R$ 20,00 R$ 20.000,00 R$ 40.000,00 R$ 60.000,00

Farinha R$ 3,15 R$ 3.150,00 R$ 6.300,00 R$ 9.450,00

Manteiga R$ 0,25 R$ 250,00 R$ 500,00 R$ 750,00

Leite R$ 4,20 R$ 4.200,00 R$ 8.400,00 R$ 12.600,00

Ovos R$ 1,60 R$ 1.600,00 R$ 3.200,00 R$ 4.800,00

Outros R$ 2,10 R$ 2.100,00 R$ 4.200,00 R$ 6.300,00

Mão de obra direta R$ 3,00 R$ 3.000,00 R$ 6.000,00 R$ 9.000,00

Margem R$ 5,70 R$ 5.700,00 R$ 11.400,00 R$ 17.100,00

Custos fixos R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00

Resultado operacional R$ 3.700,00 R$ 9.400,00 R$ 15.100,00

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Tabela: Orçamento flexível.


Elaborada por Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior

No exemplo, os custos variáveis, como os insumos e a mão de obra direta, são segregados dos custos fixos e, com isso, pode-se traçar
diversas estimativas de volume de vendas para a elaboração o orçamento.

ORÇAMENTO CONTÍNUO OU ROLLING BUDGET

No orçamento contínuo, a cada mês encerrado, um novo período é acrescentado.

Ele é ideal para empresas com um ciclo de vida muito curto, às quais os orçamentos tradicionais, que costumam ser de um ano, se tornam
inadequados.

ORÇAMENTO AJUSTADO

O orçamento ajustado é uma flexibilização do conceito de orçamento fixo, agregando características do orçamento flexível. Nesse tipo de
orçamento:

Sempre que houver um ajuste no volume de vendas ou de produção


O orçamento fixo é recalculado para os novos níveis de produção


Substituindo o orçamento original

ORÇAMENTO DE TENDÊNCIAS

O orçamento de tendências é caracterizado por tentar utilizar dados históricos do passado para prever os dados do futuro, utilizando-se de
ferramentas estatísticas.

 ATENÇÃO

O Orçamento de tendências deve ser utilizado com cuidado, pois os modelos estatísticos precisam estar fundamentados em premissas
realistas.

Muitas vezes, eventos do passado não se repetirão e eventos futuros podem não ter dados históricos passados.

ORÇAMENTO BASE ZERO (OBZ)

Os diversos tipos de orçamento que vimos até aqui tinham como premissa a utilização de dados passados na elaboração dos novos
orçamentos. Em todos os casos, parte-se do orçamento do ano anterior para a confecção do novo orçamento.
O orçamento de base zero (em inglês, zero-base budgeting) foi uma inovação introduzida pela Texas Instruments na década de 60 e que
ganhou grande popularidade quando o ex-presidente americano Jimmy Carter contratou seus desenvolvedores para o implantarem no estado
da Geórgia, quando era governador.

Foto: Katherine Welles / Shutterstock.com

Também atraiu o interesse dos empresários o fato de esse tipo de orçamento não utilizar o orçamento do exercício anterior como ponto de
partida para a confecção dos novos orçamentos.

No orçamento de base zero, a empresa gera as peças orçamentárias como se estivessem sendo elaboradas pela primeira vez, o que obriga a
uma análise crítica sistemática da necessidade de cada despesa lançada. Por isso, ele tem como referência o processo de melhoria contínua.

Apesar das suas vantagens, o orçamento base zero é mais complexo de ser elaborado, exigindo o envolvimento de toda a organização
empresarial, sendo assim mais custoso.

ORÇAMENTO BASEADO EM ATIVIDADES

No orçamento baseado em atividades, a estrutura do orçamento é baseada nas atividades a serem executadas. O orçamento é construído a
partir dos produtos ou serviços que serão oferecidos e nas atividades necessárias para sua produção.

BEYOND BUDGETING

Essa modalidade tem por característica a não utilização de um orçamento anual de resultados.

Nela, as metas não são fixas e são definidas a partir de benchmarks, ou padrões de mercado, externos à organização.

Também tem uma abordagem contínua, como o rolling budget. No rolling budget, além de não existirem metas fixas, elas são revistas de
tempos em tempos.

Neste módulo, estudamos os principais conceitos relativos ao orçamento e ao plano orçamentário, vimos seus objetivos, suas vantagens e
desvantagens, e conhecemos alguns dos tipos de orçamento mais utilizados. No módulo seguinte, estudaremos os princípios e as etapas de
elaboração orçamentária.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. HÁ DIVERSOS TIPOS DE ORÇAMENTO QUE DEVEM SER IMPLANTADOS DE ACORDO COM AS
CARACTERÍSTICAS E AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS EMPRESAS. COM BASE NO QUE FOI ESTUDADO
SOBRE OS DIVERSOS TIPOS DE ORÇAMENTO, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A CORRETA
RELAÇÃO ENTRE O TIPO DE ORÇAMENTO E SUA DESCRIÇÃO.

A) Orçamento ajustado: baseia-se na utilização de ferramentas estatísticas para a previsão dos dados futuros.

B) Orçamento flexível: baseia-se nas atividades que serão realizadas durante a produção.

C) Orçamento estático: baseia-se em valores predeterminados para o volume de vendas.

D) Orçamento base zero: nesse tipo de orçamento, o volume de vendas, de produção ou o nível de atividades são flexíveis e podem variar
dentro de uma faixa de valores.

E) Orçamento de tendências: meio termo entre orçamento fixo e orçamento flexível, é ajustado sempre que há variações no volume de vendas
ou de produção.

2. OS ORÇAMENTOS, COMO QUALQUER OUTRA FERRAMENTA DE GESTÃO, APRESENTAM BENEFÍCIOS E


LIMITAÇÕES, QUE DEVEM SER BEM COMPREENDIDOS PELO GESTOR PARA SEU USO ADEQUADO.
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UMA LIMITAÇÃO DOS ORÇAMENTOS.

A) Há certo grau de imprecisão na elaboração dos orçamentos, que são baseados em estimativas, e é importante que o gestor tenha ciência
da existência e da magnitude dessas imprecisões.

B) A utilização de sistemas orçamentários cria nos gestores o hábito de buscar alinhamento constante das suas decisões com os objetivos,
diretrizes e políticas sob sua responsabilidade.

C) As metas e os objetivos contidos no orçamento tornam possível a delegação de poderes e atribuição de responsabilidades, sem prejudicar
a estratégia da empresa.

D) Por meio de um orçamento bem elaborado, é possível para o gestor identificar oportunidades de melhoria no desempenho operacional.

E) Os orçamentos funcionam como instrumentos de comunicação vertical e horizontal nas empresas, trazendo um maior protagonismo para
os gestores.

GABARITO

1. Há diversos tipos de orçamento que devem ser implantados de acordo com as características e as áreas de atuação das
empresas. Com base no que foi estudado sobre os diversos tipos de orçamento, assinale a alternativa que apresenta a correta
relação entre o tipo de orçamento e sua descrição.

A alternativa "C " está correta.

O orçamento estático tem justamente essa característica de ser fixo. A alternativa A descreve o orçamento de tendências; a alternativa B
descreve o orçamento baseado em atividades; a alternativa D descreve o orçamento flexível e a alternativa E descreve o orçamento ajustado.

2. Os orçamentos, como qualquer outra ferramenta de gestão, apresentam benefícios e limitações, que devem ser bem
compreendidos pelo gestor para seu uso adequado. Assinale a alternativa que apresenta uma limitação dos orçamentos.

A alternativa "A " está correta.

A única alternativa que apresenta uma limitação dos orçamentos é a alternativa A, que trata da imprecisão inerente ao processo de elaboração
dos orçamentos, que é baseada em estimativas futuras.
MÓDULO 2

 Descrever os princípios e as etapas para a elaboração de um plano orçamentário

PRIMEIRAS PALAVRAS
No módulo anterior, definimos o que é orçamento, quais são seus objetivos, benefícios e suas limitações e descrevemos os principais tipos de
orçamento existentes.

Neste módulo, iremos estudar o planejamento orçamentário e o processo de elaboração orçamentária, além dos principais orçamentos
elaborados pelas empresas, como o orçamento de operações, o orçamento de investimentos e o orçamento de financiamentos.

PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO
A elaboração do plano orçamentário deve envolver toda a organização, como forma de engajar a todos e solidificá-la na cultura da empresa.

Para que um plano orçamentário seja bem elaborado, é necessário que o processo de elaboração siga princípios fundamentais, que farão
com que o plano seja um instrumento eficaz para a empresa atingir seus objetivos operacionais e estratégicos.

A seguir, iremos analisar o processo de elaboração orçamentária, começando por enumerar e explicar esses princípios.

PRINCÍPIOS GERAIS PARA A ESTRUTURAÇÃO DO PLANO


ORÇAMENTÁRIO
Como dizíamos, para que um plano orçamentário permita à empresa alcançar seus objetivos estratégicos e operacionais com eficácia, sendo
efetivamente uma ferramenta de gestão que agregue valor, é preciso que ele atenda a certas características.
Essas características podem ser enunciadas sob a forma de princípios, conforme iremos enumerar e comentar a seguir. Tais princípios devem
ser utilizados sempre em conjunto com as características e a área de atuação da empresa, de forma a tornar o plano orçamentário o mais
adequado possível à realidade da companhia. Vejamos esses princípios:

ENVOLVIMENTO DOS GESTORES

Quando estudamos, no módulo anterior, os tipos de orçamento, discorremos sobre os orçamentos impositivos e os orçamentos participativos.
Neste último caso, os gestores de todos os níveis, que administram algum tipo de orçamento, participam ativamente do processo de
elaboração e controle orçamentário. Isso faz com que esses gestores tenham um grau maior de engajamento do que no caso do orçamento
impositivo.

A participação dos gestores torna o processo de elaboração orçamentária ainda mais eficiente, servindo como canal de comunicação vertical
e horizontal. Outro benefício do envolvimento dos gestores é a redução das resistências internas. Dessa forma, é desejável que a elaboração
do plano orçamentário seja realizada com a participação ativa de todos os níveis hierárquicos de gestão.

ADAPTAÇÃO ORGANIZACIONAL

Como vimos no item anterior, é importante buscar o engajamento dos gestores no processo de elaboração orçamentária, mas, para além do
engajamento, é necessário que haja um alinhamento entre todos estes gestores. Para isso, a estrutura organizacional e o processo de tomada
de decisões devem ser compatíveis e harmônicos. Essa compatibilidade e harmonia são fundamentais para evitar uma descoordenação no
processo participativo de elaboração do orçamento.

CONTABILIDADE POR ÁREAS DE RESPONSABILIDADE

O orçamento deve ser elaborado de tal modo que as informações gerenciais, com os valores orçados e realizados, estejam disponíveis para
cada gestor, de acordo com suas responsabilidades. Isso permite que o gestor acompanhe os resultados de sua área, colaborando com o
processo de controle da empresa como um todo.

ORIENTAÇÃO PARA OBJETIVOS

O orçamento deve estar focado no atingimento dos objetivos setoriais e globais da empresa, para que possam ser eficientes e eficazes.
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COMUNICAÇÃO INTEGRAL

Para que possa haver total integração entre o sistema de informações da empresa, seu processo de tomada de decisões e sua estrutura
organizacional, é fundamental que a linguagem do plano orçamentário seja objetiva e de fácil entendimento. Isso permite que todos os atores
tenham entendimentos alinhados com relação às políticas, às diretrizes, e aos objetivos do plano, além de facilitar a responsabilização de
cada nível hierárquico.

EXPECTATIVAS REALÍSTICAS

O estabelecimento de metas consiste em uma dicotomia entre metas desafiadoras e metas realizáveis. Para que o plano seja motivador e
gere os melhores resultados possíveis, as metas precisam ser desafiadoras. Elas precisam impulsionar um aumento de produtividade e
melhorias constantes nos processos de trabalho. Por outro lado, metas impossíveis de serem realizadas têm o efeito oposto, fazendo com que
a ferramenta perca seu poder transformador e seja abandonada pelos gestores. As metas devem ser, portanto, compatíveis com a realidade
da empresa.

TEMPESTIVIDADE

A elaboração dos diversos estágios do orçamento deve ser finalizada no prazo correto, antes do início das atividades e logo após seu término,
para que possam ser eficazes como instrumentos de gestão. Um planejamento que é finalizado após o início das atividades perde eficácia, da
mesma forma que um relatório de avaliação de desempenho que só está disponível muito tempo após o término das atividades perde poder
de subsidiar os processos de tomada de decisão e a implantação de melhorias no processo.

APLICAÇÃO FLEXÍVEL

Como havíamos visto anteriormente, o sistema existe para servir ao gestor, não o contrário. Para ser eficaz, o orçamento deve permitir ajustes
e correções, dando flexibilidade aos gestores para adequá-lo à realidade.
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RECONHECIMENTO DOS ESFORÇOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

A chave de muitas atividades é a motivação da equipe. Parte dessa motivação advém de reconhecimentos e recompensas, que precisam
fazer parte do sistema orçamentário, com esses mecanismos definidos de forma clara e transparente. Assim, a empresa deve dispor de
planos e políticas de incentivos adequados, que podem estar pautados em bônus ou promoções.

ACOMPANHAMENTO

Todas as atividades necessitam ser medidas, avaliadas e controladas. Essa mensuração, avaliação e controle permitem implantar ações
corretivas sempre que indicarem um desempenho abaixo do esperado, expandir as experiências bem-sucedidas para as demais áreas
quando o desempenho for acima do esperado, e aperfeiçoar continuamente todo o processo.

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Esses são, então, os princípios que devem ser observados no processo de elaboração dos orçamentos.

No entanto, o sucesso na elaboração orçamentária depende também de uma adequada avaliação de fatores comportamentais que podem
atrapalhar o atingimento dos objetivos perseguidos. A seguir, iremos estudar alguns desses fatores.

OS PRINCÍPIOS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO


ORÇAMENTÁRIO
Neste vídeo, o especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior falará sobre os princípios que devem nortear a elaboração do plano
orçamentário, explicando cada um detalhadamente e apresentando exemplos.
FATORES COMPORTAMENTAIS
Alguns fatores comportamentais precisam ser vencidos na elaboração orçamentária. Vejamos alguns desses fatores, que afetam todas as
atividades da empresa:

REAÇÃO A PRESSÕES
Os gestores normalmente se empenham em acompanhar e atingir as metas estabelecidas nos seus orçamentos mesmo com metas
desafiadoras. No entanto, quando há uma pressão orçamentária excessiva e as metas traçadas são de difícil cumprimento, pode haver uma
reação aos controles orçamentários, gerando desconfiança, hostilidade e mesmo queda de desempenho.

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Foto: Shutterstock.com

MIOPIA ORÇAMENTÁRIA
Quando o orçamento tem um foco exagerado no curto prazo, dizemos que o processo orçamentário é míope, pois só enxerga bem de perto.
Quando isso acontece, há o risco de comprometer os objetivos de longo prazo da empresa em detrimento do curto prazo.

As metas devem ser traçadas de forma a se maximizar o valor da empresa ao longo de toda a sua existência, evitando que as atividades se
voltem prioritariamente ao curto prazo.

Por exemplo, uma busca por redução de custos no curto prazo pode levar a cortes em pesquisa e desenvolvimento com potencial de gerar
fluxos de caixa robustos no futuro. Projetos de mais longo prazo que geram valor para a empresa poderiam ser preteridos por projetos de
curto prazo que geram menor valor.

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Foto: Shutterstock.com

MÁ QUALIDADE DAS DECISÕES DO EXECUTIVO PRINCIPAL


Conforme ressaltamos algumas vezes, os sistemas existem para servir ao gestor e não o inverso. Um executivo que baseia suas decisões
somente nas peças orçamentárias pode pôr em risco o futuro da empresa.

É preciso conhecer o negócio, ter uma visão estratégica e utilizar as ferramentas como apoio, a partir de um conhecimento sólido sobre o
contexto em que a empresa está inserida. Se fiar somente nos números, sem entender toda a dinâmica que os cerca, não é suficiente.

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Foto: Shutterstock.com

MÁ QUALIDADE DA COMUNICAÇÃO
Em ambientes em que o sistema de comunicação é falho, como acontece em empresas com uma gestão autoritária, podem ocorrer desvios
de conduta, também conhecidos como risco moral.
Com uma comunicação falha, é mais difícil para a alta administração mensurar e acompanhar corretamente o orçamento. Tal ambiente
permite que desvios de conduta levem a uma estimativa menor das receitas e maior dos custos. Isso gera uma maior probabilidade de
ocorrerem premiações indevidas.

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Foto: Shutterstock.com

OCORRÊNCIA DE SILOS
Os silos organizacionais são situações nas quais setores da empresa trabalham de forma isolada e desconectada dentro da empresa. É
preciso evitar esse tipo de situação, que pode ocorrer quando se elabora um orçamento por áreas de responsabilidade.

Essa situação ocorre quando os objetivos estão todos colocados erroneamente sob responsabilidade de um setor, que termina por ignorar as
questões intersetoriais. Isso mina a cooperação entre as diversas áreas.

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Imagem: Shutterstock.com

LIMITAÇÃO À INICIATIVA
Orçamentos muito “engessados” limitam a liberdade de atuação dos gestores, impedindo iniciativas que poderiam tornar os processos mais
eficientes e desmotivando os profissionais. É preciso dar um grau de flexibilidade suficiente para que os gestores possam dar suas
contribuições em busca de processos mais eficientes e se sintam motivados e produtivos.

Uma vez que estudamos os princípios que devem ser perseguidos na elaboração orçamentária e os fatores comportamentais que devem ser
observados, de forma que não prejudiquem o sucesso da execução do sistema orçamentário, podemos passar ao próximo tópico, no qual
iremos estudar as etapas do processo de elaboração orçamentária.

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Imagem: Shutterstock.com

ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO


Podemos dividir o orçamento geral de uma empresa nos seguintes orçamentos específicos: orçamento de operações (dividido em orçamento
de vendas, orçamento de produção, orçamento de compras e faturamentos e orçamento de despesas); orçamento de investimentos; e
orçamento de financiamentos.

Esses orçamentos podem ser compostos por diversos quadros orçamentários.

Vamos agora analisar cada um desses orçamentos específicos.


ORÇAMENTO DE OPERAÇÕES

Esse é o orçamento que circunscreve as atividades operacionais de uma empresa, sendo subdividido nos orçamentos de vendas, produção,
compra e faturamento e despesas. As receitas, os custos e as despesas estão distribuídos nos orçamentos operacionais abaixo:

ORÇAMENTO DE VENDAS

O orçamento de vendas é o ponto de partida para a elaboração de todos os demais orçamentos. Ele fornece a previsão para o volume de
receitas da empresa e dita as necessidades de produção, matéria-prima, mão de obra, capital de giro e outros fatores.

Na sua elaboração, utilizam-se estimativas para quantidades vendidas de cada produto oferecido pela empresa e seus preços unitários. Com
isso, obtêm-se as vendas líquidas da empresa.

ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO

O orçamento de produção tem por objetivo projetar os custos de venda, por meio da quantidade e custo de produção, bem como das
variações de estoque. É composto pelos quadros de projeção da quantidade de produção, custos variáveis de produção, custos indiretos de
produção, custo total de produção e movimentação de estoques.

A produção pode ser obtida pela seguinte equação:

P rodu çã o = V endas – V aria çã o do Estoque

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde,

V aria çã o do Estoque = Estoque F inal – Estoque I nicial

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

ORÇAMENTO DE COMPRAS E FATURAMENTO

Esse orçamento está relacionado a valores de fornecedores e clientes e engloba os seguintes quadros orçamentários: compras de matéria-
prima nacional; compras de matéria-prima importada; vendas no mercado nacional; e apuração de tributos a recolher.

ORÇAMENTO DE DESPESAS

Esse orçamento consolida todas as despesas da empresa e é composto pelos seguintes quadros orçamentários:
 ORÇAMENTO DE DESPESAS COMERCIAIS

 ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS

 RETALHAMENTO DA MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA

 RESUMO DE DESPESAS COM PESSOAL

 RESUMO DE DESPESAS GERAIS

Além dessa divisão apresentada, também podemos dividir o orçamento operacional em três etapas:

ORÇAMENTO DE RECEITA
ORÇAMENTO DE CUSTOS
ORÇAMENTO DE DESPESAS

ORÇAMENTO DE RECEITA

Nessa etapa, se realizam as projeções de receitas e, nela, também estão incluídas os impostos decorrentes das receitas. Os principais
impostos são: Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social
(PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), entre outros.

ORÇAMENTO DE CUSTOS

Essa etapa pode variar de acordo com o tipo de empresa, que pode ser industrial, comercial ou prestadora de serviços. O orçamento de
custos costuma ser mais complexo para empresas industriais.

ORÇAMENTO DE DESPESAS

Envolve as despesas administrativas, comerciais e gerais, segregadas entre despesas fixas e despesas variáveis. Vimos a importância dessa
segregação, em especial para a elaboração de orçamentos flexíveis. O orçamento de despesas também é conhecido como OPEX, do inglês
operational expenditures.

 ATENÇÃO
Devemos considerar a diferença contábil entre custos e despesas, uma vez que temos um orçamento para cada um deles. Em contabilidade,
os custos estão associados com a atividade-fim da empresa, por exemplo, a compra de matéria-prima. Já as despesas são gastos não
associados ao produto final, como as despesas administrativas.

ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS

Esse orçamento também é conhecido como CAPEX, do inglês capital expenditures. O orçamento de investimentos tem por objetivo orçar os
investimentos permanentes ou de longo prazo como imóveis, máquinas, equipamentos, softwares etc. e é composto por dois quadros
orçamentários: movimentação de investimentos e depreciações acumuladas.

A depreciação é uma saída do orçamento de investimentos e é considerada uma despesa. Assim, ela servirá como entrada na Demonstração
de Resultado do Exercício.

ORÇAMENTO DE FINANCIAMENTOS

O orçamento de financiamentos, também conhecido como orçamento de operações financeiras, engloba as movimentações de operações
financeiras e os resultados financeiros, que são expressos por juros e variações cambiais.

Esse orçamento é composto pelos seguintes quadros orçamentários:

ORÇAMENTO DE EMPRÉSTIMOS EXTERNOS

ORÇAMENTO DE EMPRÉSTIMOS LOCAIS

ORÇAMENTO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS

ORÇAMENTO DE VARIAÇÃO CAMBIAL

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. PARA UMA ADEQUADA ELABORAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO DE UMA EMPRESA, É NECESSÁRIO


OBSERVAR PRINCÍPIOS QUE OBJETIVAM FACILITAR O ATINGIMENTO DAS METAS TRAÇADAS. SELECIONE,
DENTRE AS ALTERNATIVAS ABAIXO, AQUELA QUE FAZ A CORRETA RELAÇÃO ENTRE O PRINCÍPIO E SUA
DESCRIÇÃO:
A) Orientação para os objetivos: esse princípio indica que o orçamento deve ser elaborado de tal forma que as informações gerenciais, com
os valores orçados e realizados, estejam disponíveis para cada gestor, de acordo com suas responsabilidades.

B) Reconhecimento dos esforços individuais e coletivos: políticas e planos de incentivos adequados têm a capacidade de motivar as equipes,
fator chave do sucesso de muitas atividades.

C) Tempestividade: a flexibilidade para implantar correções e ajustes à realidade é fundamental para a eficácia orçamentária.

D) Aplicação flexível: para que possa ser utilizado como instrumento efetivo de gestão, a elaboração do orçamento precisa se dar de forma
tempestiva.

E) Comunicação integral: as metas devem ser cuidadosamente calibradas para serem desafiadoras, sem serem impossíveis de serem
atingidas.

2. ASSINALE A ALTERNATIVA A SEGUIR QUE SE APLICA AO QUE ESTUDAMOS SOBRE O ORÇAMENTO DE


FINANCIAMENTOS.

A) É relativo aos investimentos permanentes ou de longo prazo, composto pela movimentação de investimentos e depreciações acumuladas.

B) Necessita levar em consideração fatores como inflação e sazonalidade.

C) Envolve a consolidação das despesas da empresa, como despesas comerciais, administrativas e gerais.

D) Contempla operações e resultados financeiros, expressos por meio de juros e variações cambiais.

E) É o orçamento que trata de custos de venda, envolvendo as projeções de quantidade e custos de produção, além das variações de
estoque.

GABARITO

1. Para uma adequada elaboração do plano estratégico de uma empresa, é necessário observar princípios que objetivam facilitar o
atingimento das metas traçadas. Selecione, dentre as alternativas abaixo, aquela que faz a correta relação entre o princípio e sua
descrição:

A alternativa "B " está correta.

A única alternativa em que o princípio concorda com a descrição é a alternativa B. A alternativa A descreve a contabilidade por áreas de
responsabilidade; a alternativa C descreve a aplicação flexível; a alternativa D descreve a tempestividade; e a alternativa E descreve as
expectativas realísticas.

2. Assinale a alternativa a seguir que se aplica ao que estudamos sobre o orçamento de financiamentos.

A alternativa "D " está correta.

A alternativa A descreve o orçamento de investimentos; a alternativa B descreve o orçamento de vendas; a alternativa C descreve o
orçamento de despesas; e a alternativa E descreve o orçamento de produção.

MÓDULO 3

 Reconhecer os elementos que compõem as projeções orçamentárias


PRIMEIRAS PALAVRAS
No módulo anterior, discutimos os princípios aplicáveis à elaboração do plano orçamentário e os principais orçamentos elaborados pelas
empresas. Neste módulo, iremos estudar a etapa inicial da elaboração de qualquer peça orçamentária: as projeções.

Como havíamos discutido, os orçamentos são preparados de forma antecipada, projetando as metas almejadas pela empresa para o próximo
exercício. Com isso, para sua confecção, é necessário projetar cenários futuros e seus impactos nas demonstrações financeiras.

Iremos discorrer neste módulo sobre o processo de elaboração dos cenários econômicos, as projeções nos diversos orçamentos estudados, a
projeção do balanço patrimonial inicial e as demonstrações financeiras projetadas. Por fim, discutiremos aspectos relacionados ao controle
orçamentário.

PROJEÇÃO DE CENÁRIOS ECONÔMICOS


Antes de observar os aspectos específicos da empresa, o planejador orçamentário deve fazer uma análise do cenário econômico geral no
qual a empresa está inserida, aspectos como:

PROJEÇÕES DO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)

TAXAS DE JUROS E INFLAÇÃO

TAXAS DE CÂMBIO E SEUS IMPACTOS NO SETOR DE ATUAÇÃO DA EMPRESA E


NOS SEUS OBJETIVOS

Há também outros fatores que podem influenciar no cenário econômico e têm sido alvo de atenção cada vez maior por parte dos analistas,
como instabilidades políticas, insegurança jurídica, questões ambientais e até mesmo crises sanitárias, como a pandemia ocasionada pelo
SARS-CoV-2.

Essas análises são bastante complexas e devem ser feitas, preferencialmente, por especialistas.

No entanto, as empresas não precisam, necessariamente, ter em seus quadros macroeconomistas renomados, é possível utilizar projeções
disponíveis, como o boletim Focus, do Banco Central do Brasil, que reúne as expectativas do mercado para diversos desses aspectos.

As empresas também podem recorrer a consultorias especializadas ou outros meios para obter uma visão mais fundamentada dos cenários
econômicos futuros, suas probabilidades de ocorrência e os possíveis impactos nos seus negócios.
As implicações nos custos de mão de obra também devem ser projetadas, observando-se cenários para níveis de salários e encargos sociais.

Nas projeções de taxas de juros, deve-se considerar as taxas para aplicação e para tomada de empréstimos, bem como a moeda da
operação. Para operações de aplicação financeira, normalmente as taxas são mais baixas do que as taxas para a obtenção de empréstimos.

Por exemplo: para aplicar R$ 1 milhão em um ativo financeiro, a empresa pode esperar obter taxas de retorno de 80% a 90% da Taxa Selic.
Caso queira tomar dinheiro emprestado em um banco, dificilmente conseguirá tais taxas. Não seria incomum, em função de seu próprio rating
de crédito, obter empréstimos a 200% ou 300% da Taxa Selic. A mesma coisa ocorre com taxas de juros em moeda estrangeira, que são
muitas vezes denominadas de cupom cambial.

Imagem: rafastockbr / Shutterstock.com

A tabela a seguir ilustra um exemplo fictício de projeções econômicas para um período de 12 meses.

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

PIB
0,1% 0,1% 0,1% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,2% 0,3%
(variação)

Inflação
0,1% 0,0% 0,1% 0,2% 0,1% 0,3% 0,3% 0,5% 0,1% 0,2% 0,2% 0,3%
(var.)

Taxa de
5,60 5,60 5,70 5,70 5,70 5,80 5,80 5,80 5,80 5,80 5,80 5,80
câmbio

Aplicação
2% 2% 2% 2% 2% 3% 3% 3% 3% 3% 3% 3,5%
financeira

Empréstimo
10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 9,5% 9,5% 9,5% 9,5% 9,5%
bancário

Cupom
2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
cambial

Salários
0 0 0 0 0 4,5% 0 0 0 0 0 3%
(var.)
Encargos
70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70%
sociais

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Tabela: Projeções econômicas para um período de 12 meses.

Elaborada por Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior.

PROJEÇÃO DE CENÁRIOS ECONÔMICOS


Neste vídeo, o especialista Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior apresentará os fatores mais relevantes nas projeções de cenários
econômicos, com exemplos de taxas de juros, câmbio, inflação e salários.

PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL INICIAL

O orçamento é feito com antecedência, por isso, no momento da elaboração do orçamento relativo ao próximo exercício, ainda não se
conhece o balanço patrimonial do exercício imediatamente anterior, pois este ainda não se encerrou.

Isso gera um problema, uma vez que as projeções têm como ponto de partida justamente o balanço anterior, o que torna necessário projetar o
balanço patrimonial deste exercício.

Para fazer essas projeções, pode-se utilizar dados históricos, sempre tendo em vista que os dados precisam ser consistentes e adequados ao
período que se pretende projetar. O último balancete disponível pode ser boa base para essa projeção.

A sequência de confecção dessas projeções também é importante, pois algumas peças servem como base para as projeções das demais.
Uma ordem comumente utilizada é a descrita abaixo:

ORÇAMENTO DE OPERAÇÕES:

- Orçamento de vendas

- Orçamento de produção

- Orçamento de compras e faturamentos

- Orçamento de despesas
ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS

ORÇAMENTO DE FINANCIAMENTOS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PROJETADAS:

- Demonstração de resultado

- Demonstração de fluxo de caixa

- Balanço patrimonial

Essa sequência sugerida, no entanto, não elimina totalmente algumas idas e vindas. Por exemplo, para elaborar o orçamento de despesas, é
necessário ter o valor das depreciações, que é definido na elaboração do orçamento de investimentos.

PROJEÇÕES NO ORÇAMENTO DE VENDAS

A projeção do volume de vendas é realizada pela área de marketing da empresa com base na análise mercadológica. Na elaboração desse
orçamento, é necessário considerar fatores específicos, como inflação e sazonalidade, que é a variação do volume de vendas em função do
mês do ano. Algumas linhas de negócio são mais ou menos suscetíveis a efeitos sazonais.

PROJEÇÕES NO ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO

O orçamento de produção requer projeções para diversos aspectos, como:

1
QUANTIDADE DE PRODUÇÃO

Dependente das vendas e das variações nos estoques.

CUSTOS VARIÁVEIS DE PRODUÇÃO

Dados por matéria-prima e mão de obra direta. Nessas projeções, devem ser consideradas as projeções de inflação, salários e encargos
sociais.

CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO

Como mão de obra indireta, aluguéis, água, luz etc. São os custos fixos, em geral. Inflação e variações salariais são novamente importantes.

PROJEÇÕES NO ORÇAMENTO DE COMPRAS E FATURAMENTOS

Esse orçamento requer basicamente projeções para a quantidade e preços das matérias-primas compradas, bem como projeções dos
impostos recolhidos e a recuperar com a venda de mercadorias.

Devido às particularidades da legislação tributária, a segregação entre matérias-primas nacionais ou importadas é muito importante.

Com isso, para as compras e as vendas efetuadas em moeda estrangeira, há a necessidade de se utilizar as projeções de taxas de câmbio
para o período.

PROJEÇÕES NO ORÇAMENTO DE DESPESAS

Como o orçamento de despesas se constitui praticamente em um resumo de todas as despesas incorridas pela empresa, ele precisa levar em
consideração quase todas as projeções dos orçamentos anteriores, como:

Salários

Inflação

Nível de vendas (para as despesas variáveis)

Despesas administrativas

Entre outros...
PROJEÇÕES NO ORÇAMENTO DE INVESTIMENTOS

Aqui é necessário utilizar as previsões de investimento oriundas do plano de investimentos, que contém as informações relativas aos ativos
que a empresa irá adquirir para a consecução de seu plano estratégico. Os projetos disponíveis são analisados e aqueles escolhidos para
implantação irão fornecer os subsídios para o orçamento de investimentos.

Note que essa análise é iterativa, ou seja, o processo de seleção de projetos envolve a simulação de orçamentos para projeção de fluxos de
caixa futuros. Uma vez selecionados os projetos, os orçamentos são refeitos levando em consideração sua implantação.

Essas simulações envolvem, inclusive, a forma escolhida para a depreciação dos investimentos, de forma a otimizar a incidência de impostos.

PROJEÇÕES NO ORÇAMENTO DE FINANCIAMENTOS

A elaboração do orçamento de financiamentos também caminha em conjunto com a análise de projetos, pois os juros são componentes
importantes nas decisões de investimento, considerando que a estrutura de capital da empresa (composição de capital de acionistas e
credores) tem influência nas taxas de juros e na avaliação do retorno de projetos.

As projeções utilizadas englobam:

Taxas de juros para empréstimos nacionais e em moeda estrangeira

Os efeitos da composição de capital

Nível de endividamento da empresa no valor dessas taxas

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PROJETADAS

Todos os orçamentos anteriores têm como objetivo último a confecção das demonstrações financeiras projetadas: os resultados do exercício,
os fluxos de caixa e a situação patrimonial.

Esses são os demonstrativos que vão possibilitar analisar os rumos esperados para a empresa dentro do processo orçamentário.

Esses demonstrativos irão refletir como os objetivos e as metas traçados se traduzem nos resultados da empresa.

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO ORÇADA

Essa é a etapa em que se orçam o lucro e os impostos sobre o lucro, na qual se deve observar o regime tributário adotado pela empresa.

A entrada dessa demonstração são as receitas e despesas que foram estimadas no orçamento de produção, orçamento de compras e
faturamentos, orçamento de despesas e no orçamento de operações financeiras. A saída dessa demonstração são as projeções de lucro
líquido.

O quadro a seguir exemplifica os componentes da demonstração de resultado (DR) projetado.

DR orçada

(a) Vendas brutas

(b) [-] Impostos


(c) [=] Receita líquida

(d) [-] Custo de produtos vendidos

(e) [=] Lucro bruto

(f) [-] Despesas de vendas

(g) [-] Despesas administrativas

(h) [=] Lucro antes do resultado financeiro

(i) [+] Receitas de juros

(j) [-] Despesas de juros

(k) [+] Receitas de variação cambial

(l) [-] Despesas de variação cambial

(m) [=] Lucro antes de IR e CSLL

(n) [-] Imposto de Renda e CSLL

(o) [=] Lucro líquido

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Quadro: DR orçada.

Elaborado por Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA PROJETADO

Essa demonstração explicita as entradas e as saídas de caixa da empresa ao longo do período. É importante que esse orçamento seja
separado em três partes:

ATIVIDADES OPERACIONAIS
Entradas e saídas de caixa relacionadas com as atividades fim da empresa, como receitas de vendas, pagamento de fornecedores etc.

ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

Aquisição de ativos que serão usados na operação e nas participações societárias.

ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

Aportes, empréstimos, distribuição de lucros e dividendos etc.

O quadro a seguir ilustra as movimentações de entrada e saída de caixa da demonstração de fluxos de caixa (DFC). Como podemos ver, o
DFC contempla essas três partes (a/b é o operacional, d é o investimento, f/g é o financiamento).

DFC orçada

(a) Recebimentos operacionais

(b) [-] Pagamentos operacionais

(c) [=] Caixa operacional líquido

(d) [±] Juros e imobilizado

(e) [=] Caixa líquido antes dos financiamentos

(f) [±] Operações financeiras de longo prazo

(g) [-] Operações financeiras de curto prazo

(h) [+] Saldo anterior de caixa

(i) [=] Saldo final de caixa

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Quadro: DFC orçada.


Elaborado por Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior.

BALANÇO PATRIMONIAL ORÇADO

O balanço patrimonial reflete a situação do ativo, do passivo e do patrimônio líquido.

É por meio desse orçamento que são elaboradas as projeções de liquidez, de necessidade de capital de giro e de endividamento.

A elaboração do balanço patrimonial orçado depende de todas as etapas anteriores do orçamento empresarial.

CONTROLE ORÇAMENTÁRIO
Vimos que a elaboração do orçamento compreende uma série de projeções e estimativas sobre o que irá acontecer no futuro. Acontece que
esse tipo de previsão costuma ser bastante difícil de ser feita e, por consequência, há diversas fontes de erro nas projeções e na elaboração
do orçamento. Chamamos de variações orçamentárias as diferenças entre os:

VALORES ORÇADOS


VALORES EFETIVAMENTE REALIZADOS

É fundamental um monitoramento constante dessas variações orçamentárias para avaliá-las, compreendê-las e realizar os ajustes que se
fizerem necessários.

Dessa forma, o processo orçamentário estará sempre sendo aperfeiçoado. Esse monitoramento deve ser tão mais detalhado quanto mais
sensível forem os resultados em relação a algumas variáveis.

Pode-se monitorar, por exemplo, as variações orçamentárias de preço e as variações orçamentárias de quantidade, ou simplesmente escolher
monitorar as variações orçamentárias totais (preço x quantidade).

O julgamento do administrador orçamentário será importante na definição da melhor técnica a ser empregada.
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PROJETADAS POSSIBILITAM A ANÁLISE DOS RUMOS ESPERADOS


PARA A EMPRESA DENTRO DO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE
CORRESPONDE À DESCRIÇÃO REFERENTE À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO ORÇADA.

A) É utilizada para gerar as projeções de liquidez, capital de giro e endividamento.

B) Explicita as entradas e saídas de caixa da empresa ao longo do período.

C) Estima-se o lucro e os impostos futuros.

D) Utiliza as previsões de investimento oriundas do plano de investimentos, que contém as informações relativas aos ativos que a empresa irá
adquirir para a consecução de seu plano estratégico.

E) Utiliza-se de projeções de quantidade e preços de matérias-primas, além do balanço de impostos com a venda de mercadorias.

2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE MELHOR EXPLICA O QUE SE ENTENDE POR VARIAÇÕES


ORÇAMENTÁRIAS.

A) São variações entre os valores orçados de um exercício e os valores do exercício imediatamente anterior.

B) São variações entre os valores máximo e mínimo das estimativas futuras.

C) São expressas como o percentual estimado do aumento das vendas.

D) São expressas como a razão entre o valor orçado e o valor realizado.

E) São expressas como as diferenças entre os valores orçados e os valores efetivamente realizados.

GABARITO

1. As demonstrações financeiras projetadas possibilitam a análise dos rumos esperados para a empresa dentro do processo
orçamentário. Assinale a alternativa que corresponde à descrição referente à demonstração de resultado orçada.

A alternativa "C " está correta.

A demonstração de resultados tem, como produto último, o lucro apurado no exercício e, consequentemente, os impostos devidos que tenham
como base o lucro apurado. Dessa forma, a demonstração de resultado orçada gera, como produto, as estimativas de lucros e impostos
futuros.

2. Assinale a alternativa que melhor explica o que se entende por variações orçamentárias.

A alternativa "E " está correta.

Os orçamentos, ainda que muito bem elaborados, geram estimativas. À diferença entre o valor orçado (estimado) e o valor efetivamente
realizado se dá o nome de variação orçamentária. Com isso, a resposta correta é a alternativa E.

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, estudamos o plano orçamentário e sua elaboração.

No módulo 1, definimos os conceitos de planejamento e orçamento, descrevemos os diversos tipos de orçamento existentes, suas vantagens
e limitações enquanto ferramenta de apoio ao processo gerencial de tomada de decisão.

No módulo 2, discutimos os princípios que devem nortear a elaboração de um orçamento e os fatores comportamentais que podem
comprometer sua adequada implantação. Tratamos também das etapas de elaboração do plano orçamentário e suas diversas peças
orçamentárias.

No módulo 3, analisamos a elaboração das projeções orçamentárias e discutimos aspectos relacionados ao controle.

Para um gestor financeiro, a elaboração de um orçamento empresarial que seja um eficaz apoio ao processo de tomada de decisão é peça
chave no sucesso de suas atividades.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
CALVO, I. P. et al. Orçamento empresarial. Rio de Janeiro: FGV, 2013.

HOJI, M. Orçamento empresarial: passo a passo. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

MORANTE, A. S.; JORGE, F. T. Controladoria: análise financeira, planejamento e controle orçamentário. São Paulo: Atlas, 2008.

NAKAGAWA, M. ABC: custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas, 1994.

PADOVEZE, L. C. Planejamento orçamentário. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.


SANVICENTE, A. Z.; SANTOS, C. da C. Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1983.

SARDINHA, J. C. et al. Orçamento e controle. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008.

EXPLORE+
Para dar continuidade ao seu estudo, consulte:

O site do Conselho Federal de Contabilidade para pesquisar a legislação relacionada aos assuntos estudados neste conteúdo.

Sites de associações de contadores e profissionais de finanças nacionais e estrangeiros, como a Associação Nacional dos Executivos
de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), a Associação Brasileira de Contadores Públicos (ABCP) ou o Instituto
Americano de Contadores Públicos Certificados (AICPA), para obter materiais complementares de estudo.

CONTEUDÍSTA
Paulo Roberto Miller Fernandes Vianna Junior

 CURRÍCULO LATTES

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