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UNIVERSIDADE FEDERAL TECNOLÓGICA DO PARANÁ

ENGENHARIA QUÍMICA

JOÃO VITOR RAMOS FERREIRA


MURILO EDUARDO FARINELLI
VIRGÍNIA SESCATTO GUSSO
WILLIAN EDUARDO BARBOSA DE JESUS

MEDIDORES DE VAZÃO

PONTA GROSSA
2021
SUMÁRIO

1. RESUMO ........................................................................................................................ 4
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 5
2.1. Tubo de Venturi ....................................................................................................... 5
2.2 Tubo de Pitot ............................................................................................................ 8
2.3 Placa de Orifício .................................................................................................... 13
3. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 18
4. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 19

2
3
1. RESUMO

O presente relatório tem como objetivo principal calcular a vazão volumétrica


que circula por um tubo. Serão utilizados os seguintes medidores: Tubo de Venturi,
Tubo de Pitot e Placa de Orifício.
Pode-se descrever o Tubo de Pitot como simplesmente um tubo com tomada
de pressão no ponto de estagnação que mede tal pressão, já o Tubo de Venturi e
Placa de orifício são medidores de vazão por obstrução, ou seja, há a medida da
queda de pressão entre dois pontos do tubo onde ocorre um aumento da
velocidade no local de constrição (Çengel e Cimbala, 2015).
Para a realização do relatório, foram utilizados dados já pré-estabelecidos
anteriormente para os três tipos de tubos utilizados, tendo como objetivo principal
do cálculo do coeficiente de descarga (Cd) para a utilização do Tubo de Venturi e
da Placa de Orifício, e para o Tubo de Pitot o cálculo de vazão e velocidade média
do escoamento.

4
2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para a descrição dos resultados, será seguida a análise de resultados


primariamente do Tubo de Venturi, em seguida, Tubo de Pitot e por fim o Tubo
de Venturi.

2.1. Tubo de Venturi

Para a análise do escoamento no Tubo de Venturi, foram fornecidos os


seguintes resultados que podem ser mostrados por meio da Tabela 1:

Tabela 1 – Dados fornecidos para o Tubo de Venturi.

Tubo de Venturi
Q(rotâmetro) (L/h) P1 (Pa) P2 (Pa)
600 2901 2744
800 3116 2822
1000 3381 2911
1200 3695 2999
1400 4077 3136
1600 4420 3244
1800 4959 3381
2000 5410 3479

Fonte: Autoria Própria.

Com os dados obtidos e levando em consideração as dimensões do tubo


de Venturi que possui o diâmetro maior (Dmaior)= 32 mm e o diâmetro menor
(Dmenor) = 20 mm, aplicamos a Equação de Bernoulli utilizando os dados de
massa específica da água de r (água)= 997 kg/m3 e do ar de ρ(ar) = 1,1839 kg/m3:

!" !$! % ) !$"


!#
− !#
= ∬&.( %𝑒 + r ( . r(𝑣⃗. 𝑛.⃗)𝑑𝐴 + )#
∭*.( 𝑒. r 𝑑𝑉 + !#
, (1)

5
Admitindo escoamento incompressível, permanente, invíscido,
adiabático, isotérmico, sem trabalho de eixo e resolvendo a integral com as
suposições têm-se a equação de Bernoulli:

%# ,# % ,#
"+
+ -+# + 𝑦- = "+$ + -+$ + 𝑦. , (2)

Considerando escoamento horizontal e simplificando a gravidade em


(2) temos:

%# *## %$ *$#
"
+ -
= "
+ -
, (3)

/0 #
Pela equação da continuidade, 𝑣. . 𝐴. = 𝑣- . 𝐴- . Onde 𝐴. = 1
e 𝐴- =
/2 #
1
. Então,
2
𝑣. = 𝑣- . (0) - , (4)

Substituindo (4) em (3), obtemos que:

*## 2 1 %$ 3 %#
-
71 − %0( 8 = 5
, (5)

Isolando 𝑣- na equação (5) obtemos a equação para escoamento ideal,


2
sendo 𝛽 = (0)- :
$ #-(% 3% ) .
𝑣- = [ "(.38 ] , (6)
%) -

Para encontrarmos QVenturi, multiplicamos 𝑣- por 𝐴- , chegando na


seguinte equação:

$ # -(% 3% ) . /2 #
𝑄9:;#<=> = => "(.38 ? @
%) - 1
, (7)

Os valores de QVenturi estão listados na seguinte tabela, que foram


calculados à partir de equação (7):

6
Tabela 2 – Valores de Vazão fornecidos pelo Tubo de Venturi.

Q(rotâmetro) (m3/s) Q(Venturi) (m3/s)


0,000166667 0,000143546
0,000222222 0,000197285
0,000277778 0,000243981
0,000333333 0,000294959
0,000388889 0,000338341
0,000444444 0,000379787
0,000500000 0,000433288
0,000555556 0,000487963

Fonte: Autoria Própria.

Com isso, podemos montar um gráfico de Q(Venturi) (ordenada)x Q(rotâmetro)


(abscissa), sendo o seguinte:

Gráfico 1 – Vazão do Tubo de Venturi versus Vazão do Rotâmetro.

Q(rotâmetro) x Q(Venturi) y = 0,8661x + 2E-06


R² = 0,9988

0,0006

0,0005

0,0004

0,0003

0,0002

0,0001

0
0 0,0001 0,0002 0,0003 0,0004 0,0005 0,0006

Fonte: Autoria Própria.

7
E por fim podemos calcular o coeficiente de descarga, com a equação
(8), para fins de comparação com a literatura. Os resultados estão listados na
tabela 3:
"&'(â*+(&'
𝐶2 = ",+-(.&/
, (8)

Tabela 3 – Valores do Coeficiente de Descarga (Cd) obtidos.

Coeficiente de
Q(rotâmetro) (m3/s) Q(Venturi) (m3/s)
Descarga (Cd)
0,00016667 0,000143546 1,161067

0,00022222 0,000197285 1,126401

0,00027778 0,000243981 1,138520

0,00033333 0,000294959 1,130100

0,00038889 0,000338341 1,149398

0,00044444 0,000379787 1,170246

0,00050000 0,000433288 1,153966

0,00055556 0,000487963 1,138520

Fonte: Autoria Própria.

Levando em consideração os resultados obtidos com os experimentos


podemos concluir que os dados do Coeficiente de Descarga (Cd) estão
próximos de 1, se aproximando dos valores obtidos na literatura.

2.2 Tubo de Pitot

Na tabela a seguir, seguem os dados fornecidos para o cálculo do


escoamento em Tubo de Pitot:

Tabela 4 – Dados fornecidos para o Tubo de Pitot.

8
Q (m3/s) P1 (Pa) P2 (Pa)

0,000167 2018,8 2077,6

0,000222 2214,8 2263,8

0,000278 2430,4 2479,4

0,000333 2665,6 2744

0,000389 2920,4 3008,6

0,000444 3185 3292,8

0,0005 3508,4 3635,8

0,000556 3831,8 3998,4

Fonte: Autoria Própria.

Com os dados da tabela acima, e sabendo que D = 0,032 m, ρágua=


997,07 Kg/m e ρar = 1,1839 Kg/m, admitindo um escoamento incompressível,
permanente, invíscido, adiabático, isotérmico e sem trabalho de eixo, tem-se
com as devidas simplificações e resolvendo a integral a equação de Bernoulli:

%# *## *0# %0
"+
+ -+
+ 𝑦- = -+
+ "+
+ 𝑦? , (9)

Como ya = y2 e va = 0 a equação se reduz à:

%# *## %0
"+
+ -+
+ 𝑦- = "+
, (10)

Multiplicando por ρg tem-se:

9
"*## %0
𝑃- + -
= "+
, (11)

Aplicando a equação da energia em (10) e (11):

%$ *$# ,## %#
"+
+ -+
+ 𝑦. = -+
+ "+
+ 𝑦- , (12)

Substituindo (12) em (11):

%$ *$# *# %0 *#
"+
+ -+
+ 𝑦. = − -+# + "+
+ -+# , (13)

Simplificando e separando as variáveis, chegamos na fórmula da


velocidade:

-(%0 3%$ )
𝑣. = E "
, (14)

Imagem 2 – Exemplificação do tubo de Pitot

Fonte: Paulo, Smith Schneider (2000, pg. 4)

Com os dados de pressão P1 e P2, aplicando a equação de Bernoulli


encontramos as seguintes velocidades (V ), conforme a tabela 5:
máx

10
Tabela 5 – Dados velocidade máxima para o Tubo de Pitot

Qrotâmetro (m3/s) Velocidade Máxima (m/s)


0,000166667 0,343548563
0,000222222 0,313615496
0,000277778 0,313615496
0,000333333 0,396695711
0,000388889 0,42075934
0,000444444 0,465166953
0,000500000 0,505689792
0,000555556 0,578278401

Fonte: Autoria Própria.

Para encontrar a velocidade média, consideramos o perfil de


velocidade da lei da potência:

$
= -
𝑣 = 𝑣@áB>@? %1 − C
( , (15)

Onde o expoente n assume valor 7 e, portanto, tem-se para a velocidade


média:

$
. -/ C = - -;#
𝑣⃗ = /C # ∫E
∫E =𝑣@áB>@? %1 − C
( @ 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃 = (;D.)(-;D.)
𝑣@áB>@? , (16)

Utilizando a equação acima, para um escoamento turbulento, temos as


seguintes velocidades médias, listadas na tabela 6:

11
Tabela 6 – Dados velocidade média para o Tubo de Pitot

Qrotâmetro (m3/s) Velocidade Média (m/s)

0,000166667 0,28056466

0,000222222 0,256119322

0,000277778 0,256119322

0,000333333 0,323968164

0,000388889 0,343620128

0,000444444 0,379886345

0,0005 0,412979997

0,000555556 0,472260694

Fonte: Autoria Própria.

Além disso, para a determinação da vazão ideal utilizaremos:

𝑄 = 𝐴. 𝑣. , (17)

Portanto, temos que:

-(%# 3%$ ) /0 #
𝑄= E "
( 1
) , (18)

Por fim, obtemos os seguintes dados de vazão, conforme a tabela 7:

Tabela 7 – Dados da vazão volumétrica para o Tubo de Pitot

Q(rotâmetro) (m3/s) Q(Pitot) (m3/s)


0,000166667 0,000225637
0,000222222 0,000205977
0,000277778 0,000205977

12
0,000333333 0,000260543
0,000388889 0,000276348
0,000444444 0,000305514
0,000500000 0,000332128
0,000555556 0,000379803

Fonte: Autoria Própria.

A partir desses dados, podemos plotar o seguinte gráfico Q(Pitot) x


Q(rotâmetro):

Gráfico 2 – Vazão do Rotâmetro x Vazão do Tubo de Pitot

Q(rotâmetro) x Q(Pitot) y = 0,4338x + 0,0001


R² = 0,892

0,0004

0,00035

0,0003

0,00025

0,0002

0,00015

0,0001

0,00005

0
0 0,0001 0,0002 0,0003 0,0004 0,0005 0,0006

Fonte: Autoria Própria.

2.3 Placa de Orifício

Na tabela a seguir, encontram-se os dados fornecidos para o cálculo


do escoamento na placa de orifício.

13
Tabela 8 – Dados fornecidos para a Placa de Orifício

Q(rotâmetro) (L/h) P1 (Pa) P2 (Pa)

600 2901 2744

800 3116 2822

1000 3381 2911

1200 3695 2999

1400 4077 3136

1600 4420 3244

1800 4959 3381

2000 5410 3479

Fonte: Autoria Própria.

Admitindo escoamento incompressível, permanente, invíscido,


adiabático, isotérmico, sem trabalho de eixo e resolvendo a integral com as
suposições têm-se a equação de Bernoulli.

%# *## *$# %$
"+
+ -+
+ 𝑦- = -+
+ "+
+ 𝑦. , (19)

Considerando escoamento horizontal e simplificando a gravidade em (1)


temos:

%# *## %$ *$#
"
+ -
= "
+ -
, (20)

/0 #
Pela equação da continuidade, 𝑣. . 𝐴. = 𝑣- . 𝐴- . Onde 𝐴. = 1
e 𝐴- =
/2 #
1
. Então,
2
𝑣. = 𝑣- . (0) - , (21)

14
Substituindo (21) em (20), obtemos que:

*## 2 1 %$ 3 %#
-
71 − %0( 8 = 5
, (22)

Isolando 𝑣- na equação (22) obtemos a equação para escoamento


2
ideal, sendo 𝛽 = (0)- :

-(% 3% ) .
$ #
𝑣- = [ "(.38 ] , (23)
%) -

Para encontrarmos QPlaca, multiplicamos 𝑣- por 𝐴- , chegando na


seguinte equação:

$ -(% 3% ) . /2 #
#
𝑄%F?(? = => "(.38 ? @
%) - 1
, (24)

Os valores da vazão da placa de orifício estão listados na tabela 2, e


foram calculados a partir da equação (24) acima.

Tabela 9 – Dados de Vazões Ideais para a Placa de Orifício.

Q (rotâmetro) (m3/s) Q (placa de orifício) (m3/s)

0,000166667 0,000229446

0,000222222 0,000313982

0,000277778 0,000396991

0,000333333 0,000483099

0,000388889 0,000561728

0,000444444 0,000627964

0,000500 0,000727419

0,000555556 0,000804679

15
Fonte: Autoria Própria.

A partir desses dados, podemos plotar o seguinte gráfico de Q(rotâmetro) x


Q (placa de orifício):

Gráfico 3 – Vazão do Rotâmetro x Placa de Orifício

y = 1,4711x - 1E-05
Q(rotâmetro) x Q(Pitot) R² = 0,9992

0,0009

0,0008

0,0007

0,0006

0,0005

0,0004

0,0003

0,0002

0,0001

0
0 0,0001 0,0002 0,0003 0,0004 0,0005 0,0006

Fonte: Autoria Própria.

Para obter o Coeficiente de Descarga (Cd) utilizamos a equação:

"&'(â*+(&'
𝐶2 = " , (25)
12030 5+ 6&/7í3/'

Aplicando os dados na equação (25), temos que:

16
Tabela 10 – Coeficientes de Descarga para a Placa de Orifício

Q (rotâmetro) (m3/s) Q (placa de orifício) (m3/s) Cd

0,000166667 0,000229446 0,726386

0,000222222 0,000313982 0,707754

0,000277778 0,000396991 0,699709

0,000333333 0,000483099 0,689999

0,000388889 0,000561728 0,692308

0,000444444 0,000627964 0,707754

0,000500 0,000727419 0,687361

0,000555556 0,000804679 0,690407

Fonte: Autoria Própria.

Pode ser visto pelos dados obtidos que o Coeficiente de Descarga (Cd)
não é tão eficiente, pois os valores se distanciaram de 1, se diferindo dos
valores da literatura.

17
3. CONCLUSÃO

Com a realização do relatório, pudemos observar as grandes diferenças na


utilização de diferentes medidores de vazão. Como melhor resultado, no ponto de
vista de comparação com a literatura, o mais satisfatório foi o do Tubo de Venturi,
que obteve dados de Coeficiente de Descarga (Cd) muito próximos de 1,00.
Já a Placa de Orifício para o experimento em questão não mostrou resultados
tão satisfatórios para o objetivo desejado, o que torna sua aplicação mais eficiente
para algum outro tipo de experimento.
Foi observado que para o tubo de Venturi os valores medidos ficaram acima
dos valores que se encontram na realidade, o que pode ter sua causa baseada
nos pequenos erros de medida durante a realização do experimento.

18
4. REFERÊNCIAS

ÇENGEL, Yunus A.; CIMBALA, John M.. Mecânica dos fluídos: fundamentos e
aplicações. 3. ed. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. xxiii, 990 . p.

19

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