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De forma geral, pode-se dizer que qualquer condição se converte numa deficiência se causa
problemas à pessoa portadora dessa condição ou às pessoas com quem ela vive. É em relação
ao meio onde vive a pessoa, à sua situação individual e à atitude da sociedade, que uma
condição é ou não considerada uma deficiência, uma vez que os problemas que assim a
caracterizam decorrem das respostas da pessoa às exigências do meio.
A deficiência, enquanto condição de alguém, não faz com que a educação da pessoa com
deficiência seja através de contextos diferentes do da educação de qualquer ser humano. A
educação se justifica pelas características essenciais do ser humano, pela sua possibilidade de
modificação e desenvolvimento interior, assim, entende-se que as condições fundamentais são
as mesmas para todo o homem, embora os seus meios sejam diversos.
A existência de uma deficiência não faz necessariamente com que o seu portador não possa
ser bem atendido mediante os processos comuns de educação. O tipo e grau de deficiência,
bem como os feitos por ela acarretados, além das condições gerais dos serviços escolares
comuns, é que irão servir de indicadores da necessidade ou não da utilização de auxílios e
serviços especiais da educação. Desta forma, são as necessidades educacionais individuais,
globalmente consideradas, confrontadas com os serviços educacionais existentes na
comunidade que devem subsidiar a definição da via ou dos recursos a serem utilizados para a
educação de qualquer pessoa, e não a categoria.
Seguindo essa perspectiva inclusiva, o SNE define a educação especial como conjunto de
serviços pedagógicos-educativos, transversais a todos os subsistemas de educação, de apoio e
facilitação da aprendizagem de todo o aluno, incluindo aquele que tem necessidades educativas
especiais de natureza física, sensorial, mental, múltiplas e outras, com base nas suas características
individuais com o fim de maximizar o seu potencial (MOÇAMBIQUE, 2018).
Assim, entende-se que “todos os alunos, incluindo aqueles com deficiências, precisam de
interacções professor-aluno e aluno-aluno que moldem habilidades académicas e sociais [e]
para os alunos com deficiências cognitivas importantes, convém não se preocupar com
habilidades académicas, [...], para esses alunos, o que importa é a oportunidade de adquirir
habilidades sociais através da sua inclusão. (Karagiannis, Stainback & Staiback, 1999, p 23),
Embora se considere necessária a integração de alunos com deficiência ou NEE escola
comum, não se pode ignorar a validade e importância dos recursos educacionais segregados,
para diversos alunos, a partir do momento em que forem esgotadas todas as possibilidades de
seu atendimento em recursos integrados. Dessa forma, a decisão sobre o encaminhamento de
um aluno para determinado recurso educacional deve estar fundamentada nas necessidades
educacionais específicas e na sua situação global, suas possibilidades pessoais, atitudes dos
pais, condições dos recursos escolares de sua comunidade.
Atendendo a esta perspectiva, entende-se que a integração de alunos com deficiência ou NEE
na escola comum pode ser feita de três formas, nomeadamente, integração física, social e
funcional. A integração física ocorre quando as classes ou unidades da educação especial são
inseridas na escola regular, mas continuam mantendo uma organização independente, embora
possam partilhar lugares, como pátio ou o refeitório. A integração social supõe a existência de
unidades ou classes especiais na escola regular, em que os alunos que frequentam nela
realizam actividades comuns com os demais colegas, como jogos e actividades extraescolares.
Finalmente, a integração funcional é considerada a forma mais completa da integração. Os
alunos com NEE participam em tempo parcial ou completo, nas classes de ensino comum e
incorporam-se à dinâmica da escola.