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EDITAL Nº 002/CGCP/2023 CFP, DE 09 DE MAIO DE 2023 - NOÇÕES DE DIREITO PENAL

1. Aplicação da lei penal. (1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade. 1.2 A lei penal no tempo e no
espaço. 1.3 Tempo e lugar do crime. 1.4 Lei penal excepcional, especial e temporária. 1.5 Territorialidade e
extraterritorialidade da lei penal. 1.6 Pena cumprida no estrangeiro. 1.7 Eficácia da sentença estrangeira. 1.8
Contagem de prazo. 1.9 Frações não computáveis da pena. 1.10 Interpretação da lei penal. 1.11 Analogia. 1.12
Irretroatividade da lei penal. 1.13 Conflito aparente de normas penais.) 2. O fato típico e seus
elementos. (2.1 Crime consumado e tentado. 2.2 Pena da tentativa. 2.3 Concurso de crimes. 2.4 Ilicitude e

Prof.: Nícolas Marques


causas de exclusão. 2.5 Excesso punível. 2.6 Culpabilidade. 2.6.1 Elementos e causas de exclusão.) 3.
Imputabilidade penal. 4. Concurso de pessoas. 5. Crimes contra a pessoa. 6.
1. Aplicação da Lei Penal
Disciplina: Direito Penal
Crimes contra o patrimônio. 7. Crimes contra a fé pública. 8. Crimes contra
a administração pública. 9 Lei nº 8.072/1990. 10 Disposições
constitucionais aplicáveis ao direito penal. 11 Entendimento dos tribunais
superiores acerca dos institutos de direito penal.
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL Analogia: é possível, desde que em benefício do réu. Observação Medidas Provisórias:

Art. 1º - Não há crime sem LEI ANTERIOR que o Interpretação analógica: é possível, ainda que em Medidas Provisórias, mesmo tendo força de lei, não
podem criar crimes e estabelecer penas.
defina. Não há pena sem PRÉVIA cominação LEGAL. prejuízo do réu, pois é uma instrumento autorizado
pela legislação penal. A Constituição Federal veda a edição de medida
provisória sobre matéria de Direito Penal (art. 62, §1º CF)
PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO
O STF já admitiu medida provisória tratando sobre direito
RESERVA LEGAL ANTERIORIDADE penal não incriminador, desde que a norma seja benéfica ao
réu.
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Lei penal no tempo Retroatividade da lei mais benéfica Surgimento de uma nova lei penal:

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo Lei nova incriminadora
Ex.: Lei 13.641/18 - Cria o crime de descumprimento de medida protetiva

posterior deixa de considerar crime, cessando em favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
Lei nova mais severa (novatio legis in pejus)
virtude dela a execução e os efeitos penais da que decididos por sentença condenatória transitada Ex.: Lei 13.771/18 Aumento de pena para o crime de feminicídio

sentença condenatória. em julgado. Lei nova mais benéfica (novatio legis in mellius)
Ex.: Lei 11.343/06 Retira a pena privativa de liberdade para o usuário de drogas

Lei nova que abole o crime (abolitio criminis)


Súmula 611/STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete Ex.: Lei 11.106/05 Abole o crime de adultério
Obs.: A Abolitio criminis não cessa os efeitos extra penais (obrigação de reparar o dano)
ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
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Observação: Princípio da continuidade normativa-típica: Crime Permanente e a Nova Lei Penal Mais Grave
É vedada a combinação de leis (lex tertia) para beneficiar Pode ocorrer a revogação formal da lei sem que ocorra a CRIME DE SURGIMENTO DE
EXTORSÃO MEDIANTE NOVA LEI PENAL
o agente abolitio criminis. SEQUESTRO MAIS GRAVE
RECLUSÃO DE 8 A 15 ANOS RECLUSÃO DE 12 A 20 ANOS

Súmula 511 do STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei É o que ocorreu com o crime de atentado violento ao
n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das pudor (art. 214), que com o advento da Lei 12.015/09. O INÍCIO DA
FIM DA
EXECUÇÃO
EXECUÇÃO
suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do artigo 214 foi formalmente revogado, mas a conduta
que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo típica passou a ser considerada como crime de estupro
Súmula 711/STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
vedada a combinação de leis. (art. 213). permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
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QUESTÃO DE FIXAÇÃO DEFINIÇÕES:
Lei excepcional ou temporária
Um crime de extorsão mediante sequestro perdura há meses e, nesse
Lei excepcional: é aquela que possui vigência durante
período, nova lei penal entrou em vigor, prevendo causa de aumento Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, situação transitória emergencial, como nos casos de guerra,
de pena que se enquadra perfeitamente no caso em apreço. Nessa
situação hipotética, a lei penal mais grave deverá ser aplicada, pois a embora decorrido o período de sua duração ou calamidade pública, inundação etc. Não é fixado um prazo
atividade delitiva prolongou-se até a entrada em vigor da nova
cessadas as circunstâncias que a certo de vigência, que persistirá enquanto não cessar a
legislação, antes da cessação da permanência do crime. situação que a determinou.
determinaram, aplica-se ao fato praticado
(Certo) (Errado)
Lei temporária: é aquela que possui uma vigência expressa
durante sua vigência.
previamente determinada.
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LEI PENAL TEMPORÁRIA - LEI GERAL DA COPA Tempo do crime


Lei Geral da Copa (Lei 12.663, de 06.06.2012)
Art. 30 - Reproduzir, imitar, falsificar ou modificar
L U T A Art. 4º - Considera-se praticado o crime no
Art. 36. Os tipos penais previstos neste
momento da ação ou omissão, ainda que
indevidamente quaisquer Símbolos Oficiais de titularidade da LUGAR DO CRIME UBIQUIDADE TEMPO DO CRIME ATIVIDADE
FIFA: Capítulo terão vigência até o dia 31 de
dezembro de 2014.
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano ou multa.
Art. 6º - Considera-se Art. 4º - Considera-se praticado
praticado o crime no lugar em o crime no momento da ação outro seja o momento do resultado.
06.06.2012 31.12.2014
que ocorreu a ação ou ou omissão, ainda que outro
omissão, no todo ou em parte, seja o momento do resultado.
bem como onde se produziu TEORIA DA ATIVIDADE
VIGÊNCIA DOS TIPOS PENAIS DA LEI GERAL DA COPA
ou deveria produzir-se o
resultado.
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Lugar do crime Territorialidade EXTENSÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL:


MAR
Art. 5º - Aplica-se a lei TERRITORIAL
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar brasileira, sem prejuízo de embarcações e aeronaves
em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em convenções, tratados e regras TERRITÓRIO brasileiras, de natureza pública
CONTINENTAL
parte, bem como onde se produziu ou deveria de direito internacional, ao ou a serviço do governo
crime cometido no território
produzir-se o resultado. brasileiro onde quer que se
nacional.
encontrem.
TEORIA DA UBIQUIDADE
Princípio da territorialidade mitigada

19 Mar territorial: 12 milhas náuticas


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EXTENSÃO DO TERRITÓRIO NACIONAL


aeronaves e as embarcações
MAR
Observações:
brasileiras, mercantes ou de TERRITORIAL
As embaixadas brasileiras em território
propriedade privada, que se
TERRITÓRIO Embarcações e Aeronaves PÚBLICAS
estrangeiro não são consideradas
achem, respectivamente, no CONTINENTAL
Onde quer que se encontrem extensão do território brasileiro. De
espaço aéreo correspondente ou igual modo, as embaixadas
em alto-mar. estrangeiras em território brasileiro
não são extensão dos seus países de
Princípio do pavilhão ou princípio da representação Embaixada brasileira em Paris
Embarcações e Aeronaves PRIVADAS origem.
Apenas em alto mar ALTO MAR
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Extraterritorialidade I - Extraterritorialidade INCONDICIONADA
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido
contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; segundo a lei brasileira, ainda que absolvido
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
cometidos no estrangeiro: contra o patrimônio ou a fé pública dos entes federativos, de ou condenado no estrangeiro.
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação pública;
I extraterritorialidade incondicionada
contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
II extraterritorialidade condicionada
genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
III extraterritorialidade hipercondicionada Brasil;
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Extraterritorialidade CONDICIONADA § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se brasileira depende do concurso das seguintes lei brasileira autoriza a extradição;
obrigou a reprimir; condições: d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou
crimes praticados por brasileiro; não ter aí cumprido a pena;
a) entrar o agente no território nacional;
crimes praticados em aeronaves ou embarcações e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, b) ser o fato punível também no país em que ou, por outro motivo, não estar extinta a
quando em território estrangeiro e aí não sejam
foi praticado; punibilidade, segundo a lei mais favorável.
julgados.
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Questão de fixação: PRINCÍPIOS DA EXTRATERRITORIALIDADE


Extraterritorialidade HIPERCONDICIONADA
João, brasileiro, residente em Portugal, cometeu crime de 1. Princípio da Nacionalidade ou Personalidade Ativa (art. 7º, II, b, CP): A
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido lei do Estado do autor do crime é aplicada em qualquer lugar que o crime
corrupção e de lavagem de dinheiro no território
português, condutas essas tipificadas tanto no por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, tenha ocorrido, ou seja, a lei brasileira é aplicada em razão da nacionalidade
do autor do crime (sujeito ativo);
Brasil quanto em Portugal. Antes do fim das investigações, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
2. Princípio da Nacionalidade ou Personalidade Passiva (art. 7º, § 3º, CP):
João fugiu e retornou ao território brasileiro. Nessa A lei brasileira é aplicada ao crime praticado por estrangeiro contra
situação, a lei brasileira pode ser aplicada ao crime a) não foi pedida ou foi negada a extradição; brasileiro. Importa a nacionalidade do sujeito passivo;
praticado por João em Portugal.
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 3. Princípio da Defesa Real ou Proteção (art. 7º, I, a, b, c): Importa à
nacionalidade do bem jurídico. Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido
(Certo) (Errado) fora do Brasil, que afete interesse nacional;
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4. Princípio da Justiça Universal ou da Universalidade da Justiça Pena cumprida no estrangeiro Eficácia da sentença estrangeira
Cosmopolita (art. 7º, I, d, II, CP): Direito de todos os países em punir
qualquer crime; Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da
5. Princípio da Representação (art. 7º, II, c, CP): A lei brasileira será imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou lei brasileira produz na espécie as mesmas
aplicada aos crimes cometidos no estrangeiro em aeronaves e nela é computada, quando idênticas. consequências, pode ser homologada no Brasil para:
embarcações privadas, desde que não sejam julgados no local do
crime. I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
ATENUA quando DIVERSAS
restituições e a outros efeitos civis;
COMPUTADA quando IDÊNTICAS II - sujeitá-lo a medida de segurança.
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Parágrafo único - A homologação depende: Contagem de prazo Desconsideração das frações de pena
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte
interessada;
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de
cômputo do prazo. Contam-se os dias, os liberdade e nas restritivas de direitos, as
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição
com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, meses e os anos pelo calendário comum. frações de dia, e, na pena de multa, as frações
na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. de cruzeiro.
Obs.: Compete ao STJ a homologação de sentença estrangeira (art. 105, I, i da CF)

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01. No que concerne à aplicação da lei penal, assinale a alternativa correta. 02. Quanto à aplicação da lei penal é INCORRETO afirmar:
Legislação especial A) A lei excepcional ou temporária não se aplica ao fato praticado durante A) Com relação ao lugar do crime, para efeito de aplicação da lei brasileira e
sua vigência. sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, o
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam- B) Considera-se praticado o crime no momento do resultado, ainda que Código Penal adotou a teoria da ubiquidade, nos termos do seu art. 6º,
outro seja o momento da ação ou omissão. considerando praticado o delito no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
se aos fatos incriminados por lei especial, se C) Lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.
esta não dispuser de modo diverso fatos anteriores, mas apenas se ainda não decididos por sentença
condenatória transitada em julgado. B) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes
D) Não há crime sem lei anterior que o defina, porém, pode haver pena sem praticados contra o patrimônio da União, do Distrito Federal, de Estado, de
prévia cominação legal. Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
E) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público, ainda que o agente
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença tenha sido absolvido no estrangeiro.
40 condenatória 41 42

C) Com relação ao tempo do crime, o Código Penal adotou, nos termos de 03. Assinale a alternativa correta: D) Crime cometido no estrangeiro contra a vida ou liberdade do
seu art. 4º, a teoria da atividade, considerando praticado o delito no
Presidente da República brasileiro está sujeito a lei penal
momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do A) A lei excepcional ou temporária aplica-se exclusivamente brasileira desde que o agente não tenha sido absolvido no
resultado.
ao fato praticado e julgado durante sua vigência. estrangeiro.
D) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela os efeitos penais e extra penais da sentença B) Em nenhuma situação, a lei brasileira pode ser aplicada E) Não se consideram extensão do território nacional aeronaves
condenatória aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou privadas a serviço do governo brasileiro em espaço aéreo
E) Consiste hipótese de extraterritorialidade incondicionada o crime contra a embarcações estrangeiras de propriedade privada. correspondente a outro país.
vida ou a liberdade do Presidente da República.
C) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória
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04. Em relação à aplicação da lei penal, marque a alternativa CORRETA. 05. A aeronave X é de propriedade da União e está sobrevoando 06. Com relação à lei penal no espaço, a legislação brasileira
A) Não há crime sem lei ou decreto anterior que o defina. Não há pena sem país estrangeiro quando Flávio, passageiro da aeronave, é utiliza, em regra, o princípio da
prévia cominação legal.
acusado de cometer crime de lesão corporal contra outra A) territorialidade
B) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
passageiro durante o voo. Nesse caso, de acordo com a parte B) personalidade ativa.
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais e civis da
sentença condenatória. geral do Código Penal, é correto afirmar:
C) personalidade passiva.
C) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos A) Aplica-se a lei estrangeira do local de sobrevoo.
anteriores, com exceção se houver sentença condenatória transitada em D) justiça cosmopolita.
B) A aeronave é considerada extensão do território nacional
julgado.
brasileiro E) defesa.
D) A lei excepcional ou temporária, uma vez decorrido o período de sua duração
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram não se aplica ao fato C) A tipificação de crimes culposos não se aplica a sobrevoos.
praticado durante a sua vigência. D) Caberá ao Estado brasileiro decidir qual lei será aplicada.
E) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que E) A aplicação da lei cabível dependerá de tratados internacionais.
outro seja o momento do resultado 46 47 48
07. A respeito da lei penal no tempo e no espaço, julgue IV A lei penal mais benéfica aplica-se ao crime continuado 08. A respeito da analogia, assinale a opção correta.
os seguintes itens, tendo como referência o Código Penal ou ao crime permanente, ainda que ocorra superveniência A) No direito penal aplica-se a analogia tanto para as normas penais
e a jurisprudência dos tribunais superiores. de lei penal mais gravosa ao longo da atividade delitiva. incriminadoras como para as normas não incriminadoras.
I - A lei penal mais benéfica retroagirá em benefício do réu, Estão certos apenas o item B) O direito penal admite a aplicação da analogia apenas para as
de acordo com o princípio da retroatividade benéfica normas incriminadoras.
Alternativas
penal. C) Em razão do princípio da legalidade, o direito penal não admite a
A) I e II aplicação da analogia.
II - Em relação ao tempo do crime, o direito penal brasileiro B) I e IV. D) O direito penal admite a aplicação da analogia, desde que seja
adota a teoria da atividade. C) II e III. para beneficiar o réu
E) O direito penal admite a aplicação da analogia, desde que a vítima
III Em relação ao lugar do crime, o direito penal brasileiro D) I, III e IV. do crime concorde com a aplicação do instituto.
adota a teoria do resultado. 49 E) II, III e IV. 50 51

09. Considere que tenha sido cometido um homicídio a bordo de D) nada poderá fazer a autoridade policial brasileira: navios e 10. A tripulação de determinado navio africano de propriedade
um navio petroleiro de uma empresa privada hondurenha ancorado aeronaves são extensões do território do país de origem, não estando privada, quando a embarcação já se encontrava em águas
no porto de Recife PE. Nessa situação hipotética, sujeitos às leis brasileiras. territoriais brasileiras, percebeu a presença de um passageiro
A) o comandante do navio deverá ser compelido a tirar, E) caberá à autoridade policial brasileira instaurar, de ofício, o clandestino que, jogado ao mar antes de a embarcação atracar no
imediatamente, o navio da área territorial brasileira e o crime será inquérito policial para investigar a materialidade e a autoria do delito, porto de Maceió, morreu afogado. A partir dessa situação
julgado em Honduras. que será punido conforme as leis brasileiras hipotética, assinale a opção correta a respeito da aplicação da lei
B) o crime será apurado diretamente pelo Ministério Público penal.
brasileiro, dispensando-se o inquérito policial, em função da eventual A) A lei penal brasileira só será aplicada ao caso se os responsáveis
repercussão nas relações diplomáticas entre os países envolvidos. pelo delito não forem julgados em seus países de origem.
B) Nesse caso, aplica-se a lei penal brasileira para a punição dos
C) a investigação e a punição do fato dependerão de representação responsáveis pelo delito, ainda que todos sejam de nacionalidade
do comandante do navio. estrangeira
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C) Deve ser aplicada ao caso exclusivamente a lei penal do país de GABARITO OFICIAL
origem do navio, já que não se trata de embarcação que estava a
serviço de país estrangeiro. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D) Aplica-se a essa situação a lei penal do país onde se localizava o E D C E B A A D E B
último porto em que a embarcação havia atracado antes de ingressar
em águas marinhas brasileiras. 2. Fato típico e seus
E) Segundo previsão expressa do Código Penal, a lei brasileira será
aplicada ao caso narrado apenas se a vítima for de nacionalidade
brasileira.
elementos

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CONCEITO ANALÍTICO TRIPARTIDO DE CRIME FASES DO CRIME


(iter criminis)

+ Crime Crime
FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL

CONDUTA LEGÍTIMA DEFESA IMPUTABILIDADE CONSUMADO TENTADO


COGITAÇÃO PREPARAÇÃO EXECUÇÃO CONSUMAÇÃO
Quando, iniciada a
RESULTADO ESTADO DE NECESSIDADE POTENCIAL CONSCIÊNCIA Quando nele se reúnem
DA ILICITUDE execução, não se consuma
NEXO CAUSAL todos os elementos de sua
ESTRITO CUMPRIMENTO Obs.: os atos preparatórios, em regra, não são punidos, salvo se constituírem, por circunstâncias alheias
DO DEVER LEGAL EXIGIBILIDADE DE
por si só, crimes autônomos (p.ex.: comprar uma arma de fogo para matar
definição legal;
TIPICIDADE CONDUTA DIVERSA à vontade do agente.
EXERCÍCIO REGULAR DE
alguém)
DIREITO
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Pena de tentativa TIPOS DE TENTATIVA INFRAÇÕES PENAIS QUE
Quanto ao atingimento do objeto material NÃO ADMITEM A TENTATIVA
Art. 14, p.u. -
Salvo disposição em contrário, pune-se a TENTATIVA
BRANCA O objeto material do crime não sofre dano (incruenta)
A CULPA
CULPA É DO CHOUP
CHOUP
tentativa com a pena correspondente ao crime TENTATIVA
O objeto material do crime sofre dano (cruenta)
consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. VERMELHA C ONTRAVENÇÕES PENAIS
Quanto ao momento da interrupção do crime H ABITUAIS
TENTATIVA
A fase executória é interrompida antes de ser esgotada
O MISSIVOS PRÓPRIOS
IMPERFEITA
Obs.: Quanto maior a proximidade da consumação, menor será o grau de redução U NISSUBSISTENTES
da pena e vice-versa. TENTATIVA
PERFEITA A fase executória é esgotada, mas não há consumação P RETERDOLOSOS
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Desistência voluntária e arrependimento eficaz Arrependimento posterior Crime impossível


Art. 15 - O agente que, voluntariamente, Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
desiste de prosseguir na execução ou impede ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
que o resultado se produza, só responde pelos restituída a coisa, até o recebimento da impropriedade do objeto, é impossível
atos já praticados. denúncia ou da queixa, por ato voluntário do consumar-se o crime.
agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3.
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RESUMÃO
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o Excesso punível
CRIME TENTADO
DESISTÊNCIA
VOLUNTÁRIA
ARREPENDIMENTO
EFICAZ
ARREPENDIMENTO
POSTERIOR fato em: Parágrafo único - O agente, em qualquer das
O agente não
O agente que repara o
Estado de necessidade;
hipóteses deste artigo, responderá pelo
O agente que, durante O agente que, após a dano antes do
consegue consumar o
crime por
a execução,
voluntariamente
execução, impede que
o resultado se
recebimento da
denúncia de crime
excesso doloso ou culposo.
circunstâncias alheias
a sua vontade
desiste de prosseguir produza sem violência ou Legítima defesa;
grave ameaça

Pena do crime Pena do crime Estrito cumprimento de dever legal Excesso extensivo
Responde pelos atos Responde pelos atos
consumado, reduzida consumado, reduzida
já praticados já praticados
de 1/3 a 2/3 de 1/3 a 2/3
Exercício regular de direito. Excesso intensivo
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Estado de necessidade § 1º - Não pode alegar estado de necessidade


Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que perigo.
não provocou por sua vontade, nem podia de outro
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
do direito ameaçado, a pena poderá ser
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se. reduzida de um a dois terços.
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Requisitos do estado de necessidade: Espécies de estado de necessidade: Legítima defesa
Quanto ao direito protegido
Perigo atual Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem,
PRÓPRIO Para salvar direito próprio
Ameaça a direito próprio ou alheio
DE TERCEIRO Para salvar direito de terceiro
usando moderadamente dos meios necessários,
Situação não causada voluntariamente pelo agente
repele injusta agressão, atual ou iminente, a
Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo Quanto ao atingido
direito seu ou de outrem.
Inevitabilidade da prática do fato lesivo DEFENSIVO Atinge o provocador do perigo
Razoabilidade AGRESSIVO Atinge inocente não provocador do perigo
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Parágrafo único. Observados os Requisitos da legítima defesa:


requisitos previstos no caput deste
artigo, considera-se também em Agressão atual ou iminente
legítima defesa o agente de
Defesa de direito próprio ou alheio
segurança pública que repele
agressão ou risco de agressão a Repulsa com os meios necessários
vítima mantida refém durante a
prática de crimes. Uso moderado
Sequestrador de ônibus foi morto por sniper do
Bope, posicionado em veículo dos bombeiros

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Tipos de legítima defesa Observação: Ataque de animais


Sucessiva: é a reação contra o excesso; Se na legítima defesa o agente atingir pessoa diversa do agressor, Estará amparado pelo Estado de
deverá ser reconhecida a legítima defesa, aplicando-se a regra Necessidade quem sacrificar
Real: é a que exclui a ilicitude; animal que ataca por instinto
sobre o erro de execução.
Putativa: é a imaginária, trata-se de modalidade de erro
(CP, arts. 20, § 1º, ou 21); Exemplo: Pedro, para defender-se de injusta agressão armada de
Estará amparado pela Legítima
Luís, desfere tiros em relação ao agressor, mas, por erro, atinge Defesa quem sacrificar animal
Própria: quando o agente salva direito próprio; letalmente Maria, terceiro inocente. Nessa situação, deve ser que ataca por mando do tutor
De terceiro: quando o sujeito defende direito alheio; reconhecida a Legítima Defesa.
79 80 81

CONCURSO DE CRIMES § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido Concurso formal
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou
Concurso material dos crimes, para os demais será incabível a substituição de omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou que trata o art. 44 deste Código. se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos,
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
o condenado cumprirá simultaneamente as que forem
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes
compatíveis entre si e sucessivamente as demais. concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se
primeiro aquela. disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria
82 83
cabível pela regra do art. 69 deste Código. 84
Crime continuado Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os
pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e antecedentes, a conduta social e a personalidade do
outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a 3. Imputabilidade penal
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.

85 86 87

CULPABILIDADE Elementos da culpabilidade Menores de dezoito anos


Conceito: é o juízo de reprovação do agente por ter Imputabilidade Art. 27 - Os menores de 18 anos são penalmente
praticado um fato típico e ilícito, quando podia entender Potencial consciência da ilicitude inimputáveis, ficando sujeitos às normas
o caráter ilícito deste fato e, assim, se motivar para agir estabelecidas na legislação especial.
Exigibilidade de conduta diversa
conforme o direito.
Critério adotado pelo Código Penal:
O código penal adotou a Teoria Normativa Pura,
baseada na teoria finalista da conduta. Regra Biopsicológico
SÚMULA Nº 74/STJ: Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer
prova por documento hábil.
88 89 90

Inimputáveis Redução de pena Coação irresistível e obediência hierárquica


Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de 1 a 2/3, Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
mental ou desenvolvimento mental incompleto ou se o agente, em virtude de perturbação de saúde irresistível ou em estrita obediência a ordem,
retardado, era inteiramente incapaz de entender o mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou não manifestamente ilegal, de superior
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de retardado não era inteiramente capaz de entender o
hierárquico, só é punível o autor da coação ou
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo
acordo com esse entendimento da ordem.
com esse entendimento.

91 92 93

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: Embriaguez fortuita ou por força maior § 2º - A pena pode ser reduzida de 1/3 a 2/3, se o
agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito
I - a emoção ou a paixão; § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
completa, proveniente de caso fortuito ou força omissão, a plena capacidade de entender o caráter
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
álcool ou substância de efeitos análogos inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do esse entendimento
fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento

94 95 96
O indígena é imputável? Causas de exclusão da imputabilidade
Se integrado a vida em sociedade, é imputável Inimputabilidade
Se relativamente integrado a vida em sociedade, é semi- Erro de proibição inevitável
imputável
Inexigibilidade de conduta diversa (Coação moral e
4. Concurso de Pessoas
Se não é integrado a vida em sociedade, é inimputável
obediência hierárquica)

SÚMULA Nº 140/STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o
indígena figure como autor ou vítima.
97 98 99

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre Teoria objetivo-formal Participação de menor importância
para o crime incide nas penas a este Autor: aquele que realiza o núcleo do tipo § 1º - Se a participação for de menor
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Partícipe: aquele que contribui com o crime (induzir, importância, a pena pode ser diminuída de
instigar ou auxiliar) sem realizar o núcleo do tipo. 1/6 a um 1/3.
Teoria unitária / monista (REGRA)
Teoria do domínio do fato (Claus Roxin) .
Teoria pluralista (EXCEÇÃO)
Autor é aquele possui o domínio da empreitada criminosa,
mesmo que não realize o núcleo do tipo.
100 101 102

Requisitos do concurso de pessoas: Cooperação dolosamente distinta Circunstâncias incomunicáveis


Pluralidade de agentes e de condutas § 2º - Se algum dos concorrentes quis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e
participar de crime menos grave, ser-lhe-á as condições de caráter pessoal, salvo
Relevância causal das condutas
aplicada a pena deste; essa pena será quando elementares do crime.
Liame subjetivo entre os agentes aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave.
Identidade de infração penal Elementar: são dados que constituem a essência do tipo penal
. Circunstâncias: são dados acessórios, dispensáveis para a
configuração penal básica
103 104 105

Casos de impunibilidade Autoria mediata: Autoria colateral:


Art. 31 - O ajuste, a determinação ou Ocorre quando o agente usa de pessoa não Ocorre quando dois agentes têm a intenção de obter o
culpável, ou que atua sem dolo ou culpa para mesmo resultado, porém um desconhece a vontade do
instigação e o auxílio, salvo disposição outro
realizar o delito.
expressa em contrário, não são puníveis, se
Nesse caso não há concurso de pessoas pela ausência do
o crime não chega, pelo menos, a ser São situações que ensejam a autoria mediata: vínculo subjetivo.
tentado. valer-se de inimputável, coação moral irresistível,
Exemplo: Jorge e Antônio pretendem matar Carlos, e para
obediência hierárquica, erro de tipo escusável ou de
tanto se escondem próximo à sua residência, um de cada
proibição, provocados por terceiro.
lado e sem que um saiba da presença do outro, ambos
106 107 atiram na vítima. 108
Homicídio simples §2º - Homicídio qualificado

Art. 121. Matar alguém: I - mediante paga ou promessa de


recompensa, ou por outro motivo torpe;
Pena - reclusão, de 6 a 20 anos.
5. Crimes contra a pessoa II - por motivo fútil;

109 110 111

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, VI - FEMINICÍDIO


tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que
possa resultar perigo comum; POR RAZÕES DA
VÍTIMA
IV - à traição, de emboscada, ou mediante MULHER
+ CONDIÇÃO DO SEXO
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne FEMININO
impossível a defesa do ofendido;
Violência domestica e familiar
V - para assegurar a execução, a ocultação, a Menosprezo ou discriminação a
impunidade ou vantagem de outro crime condição de mulher
112 113 114

§7º - A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 até a VII contra autoridade ou agente descrito Forças Armadas (art. 142)
metade se o crime for praticado:
nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do
durante a gestação ou 3 meses após o parto Segurança Pública (art. 144)
sistema prisional e da Força Nacional de
contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos Sistema Prisional
Segurança Pública, no exercício da função
ou com deficiência ou doença degenerativa;
ou em decorrência dela, ou contra seu Força Nacional
na presença física ou virtual de descendente ou de
ascendente da vítima. cônjuge, companheiro ou parente
Cônjuge, Companheiro ou Parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão
em descumprimento a medida protetiva de urgência consanguíneo até 3º grau desses agentes.
115 dessa condição: 116 117

Causa especial de aumento de pena Homicídio privilegiado


VIII - com emprego de arma de fogo de
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 anos é
uso restrito ou proibido. aumentada de: § 1º - O juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3,
se o agente comete o crime impelido:
IX - contra menor de 14 anos ( Lei nº 14.344, de 2022) I- 1/3 até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou
com doença que implique o aumento de sua
vulnerabilidade; por relevante valor social ou moral; ou
II- 2/3 se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, sob o domínio de violenta emoção, logo em
Pena - reclusão, de 12 a 30 anos. irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou
empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver seguida a injusta provocação da vítima
118
autoridade sobre ela. 119 120
Observação: Homicídio culposo Perdão judicial
O homicídio pode ser qualificado e privilegiado § 3º Se o homicídio é culposo: § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o
ao mesmo tempo, desde que as qualificadoras juiz poderá deixar de aplicar a pena, se
Pena - detenção, de 1 a 3 anos.
sejam de natureza objetivas (III, IV e VIII). as consequências da infração atingirem o
Nesse caso, não será hediondo. próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária.
121 122 123

Súmula 18 do STJ § 4º - Aumenta-se a pena em 1/3: § 4º - Aumenta-se a pena em 1/3:


Homicídio culposo: Homicídio doloso:
A sentença concessiva do perdão judicial é
declaratória da extinção da punibilidade, não se o crime resulta de inobservância de regra
se o crime é praticado contra pessoa menor
técnica de profissão, arte ou ofício
subsistindo qualquer efeito condenatório de 14 ou maior de 60 anos
se o agente deixa de prestar imediato socorro
à vítima, não procura diminuir as
consequências do seu ato, ou foge para evitar
124 prisão em flagrante. 125 126

Causa de aumento de pena Induzimento, instigação ou auxílio a Suicídio Se causa lesão grave ou gravíssima
ou a Automutilação
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 até a § 1º - Se da automutilação ou da tentativa de
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar- suicídio resulta lesão corporal grave ou
metade se o crime for praticado por:
se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art.
milícia privada, sob o pretexto de auxílio material para que o faça: 129 deste Código:
prestação de serviço de segurança, Pena - reclusão, de 6 meses a 2 anos. Pena - reclusão, de 1 a 3 anos.

grupo de extermínio. (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)


127 128 129

Se causa morte Vítima vulnerável lesão gravíssima Vítima vulnerável resultado morte
§ 2º - Se o suicídio se consuma ou se da auto- § 6º - Se o crime de que trata o § 1º deste artigo § 7º - Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é
mutilação resulta morte: resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 anos ou contra quem
cometido contra menor de 14 anos ou contra quem, não tem o necessário discernimento para a prática do
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos por enfermidade ou deficiência mental, não tem o ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
necessário discernimento para a prática do ato, ou oferecer resistência, responde o agente pelo crime
que, por qualquer outra causa, não pode oferecer de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.
resistência, responde o agente pelo crime descrito
no § 2º do art. 129 deste Código
130 131 132
Causa de aumento de pena § 4º - A pena é aumentada até Infanticídio
o dobro se a conduta é
§ 3º - A pena é duplicada: realizada por meio da rede de Art. 123 - Matar, sob a influência do
computadores, de rede social
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, estado puerperal, o próprio filho, durante
ou transmitida em tempo real
torpe ou fútil; o parto ou logo após:
§ 5º - Aumenta-se a pena em
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por metade se o agente é líder ou
qualquer causa, a capacidade de resistência. JOGO DA BALEIA AZUL Pena - detenção, de 2 a 6 anos.
coordenador de grupo ou de
rede virtual
133 134 135

Aborto provocado pela gestante ou com Aborto provocado por terceiro sem o Aborto provocado por terceiro com o
seu consentimento consentimento da gestante consentimento da gestante

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma Art. 125 - Provocar aborto, SEM o consen- Art. 126 - Provocar aborto COM o consen-
ou consentir que outrem lho provoque: timento da gestante: timento da gestante

Pena - detenção, de 1 a 3 anos. Pena - reclusão, de 3 a 10 anos Pena - reclusão, de 1 a 4 anos

136 137 138

Consentimento não válido Art. 127 - As penas cominadas nos dois Exclusão do crime
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigos anteriores são aumentadas de 1/3,
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado
artigo anterior, se a gestante não é maior se, em consequência do aborto ou dos
por médico:
de quatorze anos, ou é alienada ou débil meios empregados para provocá-lo, a
mental, ou se o consentimento é obtido gestante sofre lesão corporal de natureza Aborto necessário
mediante fraude, grave ameaça ou grave; e são duplicadas, se, por qualquer
I - se não há outro meio de salvar a vida
violência dessas causas, lhe sobrevém a morte.
139 140
da gestante; 141

Aborto sentimental Observação: Lesão corporal

II - se a gravidez resulta de estupro e o No julgamento da ADPF 54, venceu a tese Art. 129. Ofender a integridade corporal
aborto é precedido de consentimento da de que a interrupção de gestação de feto ou a saúde de outrem:
gestante ou, quando incapaz, de seu sem cérebro (feto anencefálico) não pode
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano.
representante legal. sequer ser considerada aborto. Assim, o
crime é impossível.
142 143 144
Lesão corporal GRAVE (reclusão, 1 a 5 anos) Lesão corporal GRAVÍSSIMA (rec. 2 a 8 anos) Lesão corporal seguida de morte
Incapacidade para as ocupações habituais, por Incapacidade permanente para o trabalho;
§ 3° - Se resulta morte e as circunstâncias
mais de 30 dias; enfermidade incurável;
evidenciam que o agente não quis o
Perigo de vida; perda ou inutilização do membro, sentido ou resultado, nem assumiu o risco de
Debilidade permanente de membro, sentido ou função; produzi-lo:
função; deformidade permanente;
Aceleração de parto Pena - reclusão, de 4 a 12 anos.
aborto
145 146 147

Lesão corporal privilegiada Substituição da pena Lesão corporal culposa


§ 4° Se o agente comete o crime impelido § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, § 6° Se a lesão é culposa:
por motivo de relevante valor social ou pode ainda substituir a pena de detenção
moral ou sob o domínio de violenta pela de multa: Pena - detenção, de 2 meses a 1 ano.
emoção, logo em seguida a injusta I - se ocorre qualquer das hipóteses do
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a parágrafo anterior;
pena de um sexto a um terço. II - se as lesões são recíprocas.
148 149 150

Aumento de pena Violência Doméstica Aumento de pena

§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 se ocorrer § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, § 10 - Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do deste artigo, se as circunstâncias são as
ou com quem conviva ou tenha convivido, ou,
art. 121 deste Código. indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se
ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade a pena em 1/3.

Pena: detenção, 3 meses a 3 anos


151 152 153

§ 11 - Na hipótese do § 9o deste artigo, a § 12 - Se a lesão for contra autoridade ou §13. Se a lesão for praticada contra a mulher,
pena será aumentada de 1/3 se o crime for agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF, por razões da condição do sexo feminino, nos
integrantes do sistema prisional e da Força termos do § 2º-A do art. 121 deste Código:
cometido contra pessoa portadora de
Nacional de Segurança Pública, no exercício da Pena - reclusão, de 1 a 4
deficiência
função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até 3º grau, a pena é aumentada
154
de 1/3 a 2/3. 155 156
Omissão de Socorro Causa de aumento de pena Rixa
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, Parágrafo único - A pena é aumentada de Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à metade, se da omissão resulta lesão corporal os contendores:
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa de natureza grave, e triplicada, se resulta a
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e morte. Pena - detenção, 15 dias a 2 meses, ou multa.
iminente perigo; ou não pedir o socorro da Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão
autoridade pública: corporal grave, aplica-se detenção, de 6 meses
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa. a 2 anos aos que participaram da rixa
157 158 159

DOS CRIMES CONTRA A HONRA Ex. 01: João, mesmo sabendo que não é verdade,
FALSO E DEFINIDO
CALÚNIA afirma que Pedro entrou na loja da esquina durante
Tipos de honra COMO CRIME
a madrugada e furtou para sim um notebook de
Honra objetiva: é a visão que as demais pessoas FATO última geração.
da coletividade têm acerca das qualidades físicas, DESABONADOR E
DIFAMAÇÃO
morais e intelectuais de alguém (reputação) NÃO CRIMINOSO Ex. 02: Lucas, com o objetivo de ofender a
reputação de Rafael, espalha no grupo de whatsapp
Honra subjetiva: é o sentimento que cada pessoa
ADJETIVO que este estava completamente embriagado e com
possui acerca das suas próprias qualidades (auto INJÚRIA
NEGATIVO a roupa suja de vômito após a festa de confrater-
estima)
160 161
nização da empresa. 162

Ex. 03 - Fernando, inconformado por não ter sido Calúnia


promovido, chama seu chefe Thiago de safado e Denunciação caluniosa
cafajeste. Art. . Dar causa instauração de inquérito policial,
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe
de procedimento investigatório criminal, de processo
Ex. 04 - Pedro, torcedor fanático do Corinthians, chama
o árbitro do jogo de corrupto, após este marcar um
falsamente fato definido como crime: judicial, de processo administrativo disciplinar, de
inquérito civil ou de ação de improbidade
pênalti a favor do time rival.
Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e administrativa contra alguém, imputando-lhe crime,
Ex. 05 - Mariana divulga em suas redes sociais que sua infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe
vizinha Júlia aproveita o período que seu marido está multa. inocente:
viajando para manter relações sexuais com colegas de Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
faculdade na própria residência. 163 164 165

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, Exceção da verdade III - se do crime imputado, embora de ação
sabendo falsa a imputação, a propala ou pública, o ofendido foi absolvido por
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
sentença irrecorrível.
divulga.
I - se, constituindo o fato imputado crime de
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das
166
pessoas indicadas no nº I do art. 141; 167 168
Difamação Exceção da verdade Injúria

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe Parágrafo único - A exceção da verdade Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
fato ofensivo à sua reputação: somente se admite se o ofendido é dignidade ou o decoro:
funcionário público e a ofensa é relativa
Pena: detenção, 3 meses a 1 ano, e multa. Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
ao exercício de suas funções.

169 170 171

Perdão judicial Injúria real § 3º - Se a injúria consiste na utilização de


elementos referentes a religião ou à
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: § 2º - Se a injúria consiste em violência ou
condição de pessoa idosa ou com
vias de fato, que, por sua natureza ou pelo
I - quando o ofendido, de forma reprovável, deficiência:
meio empregado, se considerem aviltantes:
provocou diretamente a injúria;
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.
Pena: detenção, 3 meses a 1 ano e multa,
II - no caso de retorsão imediata, que
além da pena correspondente à violência.
consista em outra injúria. 172 173 Redação dada pela Lei 14.532/2023
174

Lei nº 7.716 de 1989 - Injúria racial Exceção da verdade Exceção da verdade

Art. 2º-A - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a Conceito: É um meio de defesa, à Calúnia: em regra será cabível, salvo nas
dignidade ou o decoro, em razão de raça, disposição do acusado por crime contra hipóteses do §3º do artigo 138

cor, etnia ou procedência nacional. honra, para demonstrar que o fato dito Difamação: será cabível apenas quando o fato
em relação a vítima é verdadeiro e com for contra funcionário público e relativo ao
Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. exercício das funções.
isso obter sua absolvição no processo.
Injúria: não será cabível
175 176 177

Disposições comuns II - contra funcionário público, em razão de § 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou
suas funções; promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Art. 141 - As penas cominadas neste
III - na presença de várias pessoas, ou por § 2º - Se o crime é cometido ou divulgado em
Capítulo aumentam-se de 1/3, se qualquer
meio que facilite a divulgação da calúnia, quaisquer modalidades das redes sociais da rede
dos crimes é cometido:
da difamação ou da injúria. mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena.
I - contra o Presidente da República, ou
IV contra pessoa maior de 60 anos ou
contra chefe de governo estrangeiro; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
portadora de deficiência, exceto na injúria.
178 179 180
Exclusão do crime II - a opinião desfavorável da crítica literária, Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III,
artística ou científica, salvo quando responde pela injúria ou pela difamação
Art. 142 - Não constituem injúria ou
inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; quem lhe dá publicidade.
difamação punível:
III - o conceito desfavorável emitido por
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão
funcionário público, em apreciação ou
da causa, pela parte ou por seu
informação que preste no cumprimento de
procurador; dever do ofício.
181 182 183

Retratação Simetria dos meios Ação Penal:

Art. 143 - O querelado que, antes da Parágrafo único. Nos casos em que o querelado Privada: regra geral
tenha praticado a calúnia ou a difamação
sentença, se retrata cabalmente da calúnia
utilizando-se de meios de comunicação, a Pública Condicionada: contra Presidente
ou da difamação, fica isento de pena. retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, da República, contra Funcionário Público e
pelos mesmos meios em que se praticou a na Injúria Racial
ofensa.
Pública Incondicionada: Injúria Real
184 Incluído pela Lei nº 13.188, de 185
2015 186

CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA


Súmula 714 do STF Ameaça
Imputar fato falso e definido Imputar fato desabonador, mas
Atribuir um adjetivo negativo
como crime não criminoso
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante
Honra objetiva Honra objetiva Honra subjetiva Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra,
queixa, e do ministério público, condicionada à
Consuma-se quando o fato chega Consuma-se quando o fato chega Consuma-se quando a ofensa escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
representação do ofendido, para a ação penal por ao conhecimento de um terceiro ao conhecimento de um terceiro chega ao conhecimento da vítima
simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
crime contra a honra de servidor público em razão Em regra, cabe exceção da
verdade
Excepcionalmente, cabe exceção
da verdade
Não cabe exceção da verdade

do exercício de suas funções. Cabe retratação Cabe retratação Não cabe retratação Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
Não há possibilidade de exclusão Possibilidade de exclusão do Possibilidade de exclusão do
do crime crime crime
P.Único - Se procede mediante representação.
Não cabe perdão judicial Não cabe perdão judicial Cabe perdão judicial
187 188 189

Perseguição § 1º - A pena é aumentada de metade se o crime é § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem
Art. 147-A - Perseguir alguém, reiteradamente e por
cometido: prejuízo das correspondentes à violência.
qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física I contra criança, adolescente ou idoso; § 3º - Somente se procede mediante representação
ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de
locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou II contra mulher por razões da condição de sexo
perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste
Código;
Pena reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa.
III mediante concurso de 2 ou mais pessoas ou
(Incluído pela Lei nº 14.132, de 190
2021)
com o emprego de arma.
191 192
Violência psicológica contra a mulher
Seqüestro e cárcere privado
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique
e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade,
ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões,
mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, mediante sequestro ou cárcere privado:
isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de
ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde
6. Crimes contra o patrimônio
Pena - reclusão, de 1 a 3 anos.
psicológica e autodeterminação:
Pena - reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa, se a conduta não
constitui crime mais grave.
(Incluído em 28 de julho, pela Lei nº 14.188, de193
2021) 194 195

Furto Furto de energia Observação:

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, § 3º - Equipara-se à coisa A interceptação clandestina de sinal de TV a
coisa alheia móvel: móvel a energia elétrica ou Cabo ou de Internet não caracteriza crime de
qualquer outra que tenha furto.
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
valor econômico.

196 197 198

Momento consumativo do furto: Repouso noturno


Consuma-se o crime de furto com a posse de fato § 1º - A pena é aumentada em 1/3 se o crime é
da res furtiva, ainda que por breve espaço de praticado durante o Repouso Noturno.
tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo
Observação:
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada A definição de repouso noturno varia conforme os hábitos de cada localidade, já que é
o momento em que não há mais iluminação natural e o fluxo de pessoas nas vias é
Teoria amotio apprehensio reduzido.
Essa causa de aumento de pena pode ser aplicada tanto ao furto simples como ao
furto qualificado.
199 200 REPOUSO NOTURNO NOITE 201

Furto privilegiado PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA


É composto pelos seguintes pressupostos:
§ 2º - Se o criminoso é primário, e a coisa coisa de coisa de
furtada é de pequeno valor, o juiz pode pequeno valor M ínima ofensividade da conduta
valor insignificante
substituir a pena de reclusão pela de detenção, A ausência periculosidade social
diminuí-la de 1/3 a 2/3, ou aplicar somente a Será crime. Sendo o autor
Não haverá crime por
primário, haverá o furto
exclusão da tipicidade R eduzido grau de reprovabilidade da conduta
pena de multa. privilegiado
I inexpressividade da lesão jurídica
202 203 204
Furto qualificado II - com abuso de confiança, ou mediante Súmula 442 do STJ:
fraude, escalada ou destreza; Não se pode aplicar analogicamente ao furto
§ 4º - A pena é de reclusão de 2 a 8 anos, e
qualificado, por concurso de agentes, a majorante
multa, se o crime é cometido: III - com emprego de chave falsa;
do roubo.
I - com destruição ou rompimento de obstáculo IV - mediante concurso de 2 ou mais pessoas
à subtração da coisa;

205 206 207

Súmula 511 do STJ: Furto com uso de explosivo Furto eletrônico ou cibernético

É possível o reconhecimento do privilégio previsto § 4ºA - A pena é de reclusão de § 4º-B - A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa,
no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de se o furto mediante fraude é cometido por meio de
4 a 10 anos e multa, se houver
dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou
furto qualificado, se estiverem presentes a emprego de explosivo ou de não à rede de computadores, com ou sem a violação
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e artefato análogo que cause de mecanismo de segurança ou a utilização de
a qualificadora for de ordem objetiva. perigo comum. programa malicioso, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo.
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
208 209 210
CRIME HEDIONDO

Causa especial de aumento de pena § 5º - A pena é de reclusão de Abigeato


§ 4º-C - A pena prevista no § 4º-B deste artigo, 3 a 8 anos, se a subtração for
§ 6º - A pena é de reclusão de
considerada a relevância do resultado gravoso: de veículo automotor que
PR

2 a 5 anos se a subtração for


I aumenta-se de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado venha a ser transportado para
de semovente domesticável
mediante a utilização de servidor mantido fora do outro estado ou para o
território nacional; RS
de produção, ainda que
exterior.
II aumenta-se de 1/3 ao dobro, se o crime é
abatido ou dividido em partes
praticado contra idoso ou vulnerável. no local da subtração.
211 212 213

Observação: Furto de explosivo Súmula 567 do STJ:

Animais de estimação não se enquadram nesta qualificadora, § 7º A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, Sistema de vigilância realizado por
portanto o crime será de furto simples. monitoramento eletrônico ou por
se a subtração for de substâncias explosivas ou de
existência de segurança no interior de
Semovente domesticável de produção é o animal criado para acessórios que, conjunta ou isoladamente,
abate, exploração de seus frutos ou para procriação (p.ex.: estabelecimento comercial, por si só,
possibilitem sua fabricação, montagem ou não torna impossível a configuração
bovinos, suínos, caprinos, aves). Cães, gatos e equinos, quando
criados para fins de reprodução e venda de filhotes, também emprego. do crime de furto.
são considerados.
214 215 216
Princípio da insignificância e o furto qualificado: Furto de uso (não é crime) Trombadinha

Em regra, não se aplica o princípio da subtração da coisa móvel Se o contato físico contra a vítima tiver o
insignificância ao furto qualificado, salvo quando propósito único de distraí-la, sem capacidade de
intenção de utilizar momentaneamente
machucá-la, o crime será de furto. Contudo, se o
presentes circunstâncias excepcionais que
restituição da coisa antes do descobrimento pela contato físico for com a intenção de reduzir a
recomendam a medida vítima capacidade de resistência/defesa da vítima, o
crime será de roubo.

217 218 219

Furto famélico Furto de coisa comum Roubo


Art. 156 - Subtrair o condômino, coherdeiro ou sócio, para Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
É o furto de alimento para saciar a fome em si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa
comum: outrem, mediante:
comprovada situação de necessidade. Não
haverá crime em face da exclusão da ilicitude Pena - detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa. grave ameaça ou violência a pessoa,
pelo estado de necessidade. § 1º - Somente se procede mediante representação. outro meio que impossibilite a resistência da vítima
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível,
cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.
220 221 222

Súmula 582 do STJ: Roubo impróprio


Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo
bem mediante emprego de violência ou grave ameaça,
depois de subtraída a coisa, emprega violência
ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição
imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo contra pessoa ou grave ameaça, a fim de
prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada. assegurar a impunidade do crime ou a
Teoria da apprehensio (amotio) detenção da coisa para si ou para terceiro.
BOA NOITE CINDERELA 223 224 225

Causas de aumento de pena III - se a vítima está em V - se o agente mantém a


serviço de transporte de vítima em seu poder,
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 até metade:
valores e o agente restringindo sua liberdade.
I (revogado) conhece tal circunstância.

II - se há o concurso de 2 ou mais pessoas;

226 227 228


CRIME HEDIONDO
VI se a subtração for de substâncias explosivas ou § 2º-A - A pena aumenta-se de 2/3 se: RESUMO
de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
I a violência ou ameaça é exercida com o emprego
possibilitem sua fabricação, montagem ou
de arma de fogo;
emprego.
§ 2º-B - Se a violência ou grave ameaça é exercida
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou ARMA BRANCA ARMA DE FOGO PERMITIDA ARMA DE FOGO RESTRITA
com emprego de arma branca proibido, aplica-se em dobro a pena prevista 1/3 até METADE 2/3 EM DOBRO
no caput deste artigo.
229 230 231
CRIME HEDIONDO

RESUMO Roubo qualificado (§3º) Súmula 610 do STF:

Lesão Corporal Há crime de latrocínio (consumado), quando o


Arma de fogo municiada Roubo Majorado
Grave homicídio se consuma, ainda que não se realize o
Arma de fogo desmuniciada Roubo Simples Se da violência Reclusão de 7 a 15 anos
Arma de fogo ineficaz Roubo Simples resulta agente a subtração de bens da vítima.
Arma de brinquedo ou simulacro Roubo Simples Morte
Reclusão de 20 a 30 anos

232 233 234


CRIME HEDIONDO

Informativo 413 do STJ: Observações: Extorsão

Não é possível reconhecer a continuidade delitiva Se no contexto de um roubo, praticado contra um único Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência
patrimônio, duas ou mais pessoas são mortas, haverá um ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
entre os crimes de roubo e de latrocínio, pois não
único crime de latrocínio (p.ex.: o assaltante que mata
se trata de delitos da mesma espécie, apesar de ou para outrem indevida vantagem econômica, a
todos os moradores de uma casa para subtrair os bens que
pertencerem ao mesmo gênero. lá se encontram). fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer
alguma coisa:
Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de
roubo. Pena - reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.
235 236 237

Observações: § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais Extorsão mediante restrição da


pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a liberdade da vítima
O crime de extorsão estará caracterizado quando a
colaboração da vítima for imprescindível para que o pena de um terço até metade. § 3o - Se o crime é cometido
criminoso possa obter vantagem econômica mediante a restrição da liberdade da

indevida. § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante vítima, e essa condição é necessária


violência o disposto no § 3º do artigo anterior para a obtenção da vantagem
Trata-se de crime formal, consumando-se econômica.
independentemente da obtenção da vantagem Reclusão, de 6 a 12 anos, além da
indevida (Súmula 96 do STJ) 238 239 multa; 240
CRIME HEDIONDO
Observação: se resulta lesão corporal grave ou Extorsão mediante sequestro Observações:
morte, aplicam-se as penas previstas no art. Art. 159 - Sequestrar pessoa com o Trata-se de crime formal, consumando com
159, §§ 2o e 3o, fim de obter, para si ou para a privação da liberdade da vítima,
outrem, qualquer vantagem, como
independentemente da obtenção da
condição ou preço do resgate:
vantagem pelo agente.
Pena: reclusão, de 8 a 15 anos.

241 242 243


CRIME HEDIONDO

§ 1º - Se o sequestro dura mais de 24 horas, se § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de Delação premiada
o sequestrado é menor de 18 ou maior de 60 natureza grave:
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o
anos, ou se o crime é cometido por bando ou concorrente que o denunciar à autoridade,
Pena - reclusão, de 16 a 24 anos
quadrilha. facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua
§ 3º - Se resulta a morte: pena reduzida de 1 a 2/3.
Pena - reclusão, de 12 a 20 anos.
Pena - reclusão, de 24 a 30 anos. Observação: Só haverá a incidência da causa de diminuição de pena se a delação
efetivamente contribuir para a libertação da pessoa sequestrada.

244 245 246

Extorsão indireta Dano Dano qualificado


Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de Art. 163 - Destruir, inutilizar Parágrafo único - Se o crime é cometido:
dívida, abusando da situação de alguém, ou deteriorar coisa alheia: I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
documento que pode dar causa a procedimento
Pena - detenção, de 1 a 6 II - com emprego de substância inflamável ou
criminal contra a vítima ou contra terceiro:
meses, ou multa. explosiva, se o fato não constitui crime mais
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. grave
247 248 249

III - contra o patrimônio da União, de Estado, IV - por motivo egoístico ou com prejuízo Obs.: Pichação
do Distrito Federal, de Município ou de considerável para a vítima:
Crime ambiental edificação
autarquia, fundação pública, empresa pública, Pena - detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa, ou monumento público;
sociedade de economia mista ou empresa além da pena correspondente à violência.
concessionária de serviços públicos; Crime de dano
nos demais casos

250 251 252


STJ: O preso que danifica as Ação penal Apropriação indébita
grades para fugir não comete
o crime de dano, pois o dano Ação Penal Privada: Dano Simples e o Dano Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de
é praticado com propósito de Qualificado pelo inciso IV que tem a posse ou a detenção:
fugir, e não com a intenção de
Ação Penal Pública Incondicionada: demais Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.
causar prejuízo ao Estado.
hipóteses do Crime de Dano

253 254 255

Requisitos: Estelionato § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno


Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena
Entrega voluntária do bem pela vítima
ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo conforme o disposto no art. 155, § 2º.
Posse ou detenção desvigiada
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
Boa-fé do agente ao tempo do recebimento do bem qualquer outro meio fraudulento:
Modificação posterior no comportamento do agente Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.

256 257 258

§2º - Nas mesmas penas incorre quem: Fraude para recebimento de indenização ou valor Fraude eletrônica
de seguro
Fraude no pagamento por meio de cheque § 2º-A - A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa,
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa se a fraude é cometida com a utilização de
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de
própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou informações fornecidas pela vítima ou por terceiro
fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o induzido a erro por meio de redes sociais, contatos
pagamento.
intuito de haver indenização ou valor de seguro; telefônicos ou envio de correio eletrônico
fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento
259 260
análogo. 261

Estelionato contra idoso ou vulnerável Ação penal (§5º) Outras fraudes


O crime de estelionato somente se procede mediante
§ 4º A - pena aumenta-se de 1/3 ao dobro, se o Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se
representação, salvo se a vítima for:
crime é cometido contra idoso ou vulnerável, em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem
considerada a relevância do resultado gravoso. Criança ou adolescente;
dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Maior de 70 anos de idade
Pessoa com deficiência mental ou incapaz. Pena: detenção, 15 dias a 2 meses ou multa
Administração Pública, direta ou indireta;
262 263 264
Parágrafo único - Somente se procede Receptação Receptação qualificada
mediante representação, e o juiz pode, Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir,
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa
remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer
pena. que sabe ser produto de crime, ou influir para forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou exercício de atividade comercial ou industrial,
oculte: coisa que deve saber ser produto de crime. (Rec. 3 a
Pena - reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. 8 anos)
265 266 267

§ 2º - Equipara-se à Receptação culposa Autonomia punitiva


atividade comercial, para § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua § 4º - A receptação é punível, ainda que
efeito do parágrafo anterior, natureza ou pela desproporção entre o valor e o desconhecido ou isento de pena o autor do
qualquer forma de comércio preço, ou pela condição de quem a oferece, deve crime de que proveio a coisa.
irregular ou clandestino, presumir-se obtida por meio criminoso:
inclusive o exercício em
Pena - detenção, 1 mês a 1 ano e/ou multa
residência.
268 269 270

Receptação privilegiada Causa de aumento de pena Receptação de animal


Art. 180-A - Adquirir, receber, transportar, conduzir,
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é § 6o - Tratando-se de bens do patrimônio da
ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de
primário, pode o juiz, tendo em consideração União, de Estado, do Distrito Federal, de Município produção ou de comercialização, semovente
ou de autarquia, fundação pública, empresa domesticável de produção, ainda que abatido ou
as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na
pública, sociedade de economia mista ou empresa dividido em partes, que deve saber ser produto de
receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º
concessionária de serviços públicos, aplica-se em crime:
do art. 155.
dobro a pena prevista no caput deste artigo. Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
271 272 273

Escusa absolutória (art. 181) Escusa relativa (art. 182) Art. 183 As escusas não se aplicam:

É isento de pena quem comete qualquer dos Somente se procede mediante representação: se o crime é cometido com o emprego de
crimes previstos neste título: Cônjuge divorciado ou separado grave ameaça ou violência à pessoa
judicialmente
Cônjuge, na constância do casamento ao estranho que participa do crime
Irmão
Ascendente ou descendente
Tio ou sobrinho, quando há coabitação se o crime é praticado contra idoso
274 275 276
CÔNJUGE Moeda Falsa
ESCUSA ABSOLUTÓRIA
ASCENDENTE ISENTO DE PENA
DESCENDENTE Art. 289 - Falsificar, fabricando ou alterando,
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
CÔNJUGE SEPARADO
ESCUSA RELATIVA
DEPENDE DE REPRESENTAÇÃO IRMÃO 7. Crimes Contra a Fé país ou no estrangeiro:
TIO OU SUBRINHO* Pública Pena - reclusão, de 3 a 12 anos, e multa.
VIOLÊNCIA OU AMEÇA
ESTRANHO NÃO SE APLICA OS BENEFÍCIOS
IDOSO
* DESDE QUE HAJA COABITAÇÃO
277 278 279

IMPORTANTE! SÚMULA 73 STJ: FALSIFICAÇÃO DE QUALIDADE


Para configurar o delito de moeda falsa, a A utilização de papel moeda grosseiramente
falsificação deve ser de tal forma que apresente falsificado configura, em tese, o Crime de
possibilidade de ser aceita como verdadeira. Estelionato, da competência da justiça
estadual.

280 281 282

FALSIFICAÇÃO ABSURDAMENTE GROSSEIRA FALSIFICAÇÃO ABSURDAMENTE GROSSEIRA RESUMINDO:

Falsificação de
Crime de Moeda Falsa
qualidade
Falsificação
Crime de Estelionato
grosseira
Falsificação absur-
Crime Impossível
damente grosseira
283 284 285

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como Petrechos para falsificação de moeda Falsificação de documento público
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte,
à circulação, depois de conhecer a falsidade, título oneroso ou gratuito, possuir ou
guardar maquinismo, aparelho, documento público, ou alterar documento
Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa. instrumento ou qualquer objeto público verdadeiro:
especialmente destinado à falsificação
de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos, e multa. multa.

286 287 288


Equiparam-se a documentos públicos: Falsificação de documento particular Parágrafo único. Para fins do
documento emanado de entidade paraestatal, disposto no caput, equipara-
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte,
título ao portador ou transmissível por endosso documento particular ou alterar documento se a documento particular o
ações de soc. comercial, os livros mercantis particular verdadeiro: cartão de crédito ou débito.
testamento particular.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

289 290 291

Uso de documento falso Falsidade ideológica Falsa identidade


Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou
falsificados ou alterados, a que se referem os inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para causar dano a outrem:
arts. 297 a 302: com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o
Pena - a cominada à falsificação ou à fato não constitui elemento de crime mais grave.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
alteração. é público, e reclusão de um a três anos, e multa, de
quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é
292
particular. 293 294

Adulteração de sinal identificador § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da II aquele que adquire, recebe, transporta, oculta,
de veículo automotor função pública ou em razão dela, a pena é mantém em depósito, fabrica, fornece, a título
aumentada de um terço. oneroso ou gratuito, possui ou guarda
Art. 311. Adulterar, remarcar ou suprimir
número de chassi, monobloco, motor, placa
maquinismo, aparelho, instrumento ou objeto
de identificação, ou qualquer sinal § 2º - Incorrem nas mesmas penas do caput deste especialmente destinado à falsificação e/ou
identificador de veículo automotor, elétrico, artigo: adulteração de que trata o caput deste artigo; ou
híbrido, de reboque, de semirreboque ou de
suas combinações, bem como de seus I o funcionário público que contribui para o
componentes ou equipamentos, sem
autorização do órgão competente: licenciamento ou registro do veículo remarcado ou
Pena - reclusão, de 3 a 6 anos, e multa. adulterado, fornecendo indevidamente material ou
(Redação dada pela Lei nº 14.562, de295
2023) informação oficial; 296 297

III aquele que adquire, recebe, transporta, § 3º - Praticar as condutas de que tratam os incisos
conduz, oculta, mantém em depósito, desmonta, II ou III do § 2º deste artigo no exercício de
monta, remonta, vende, expõe à venda, ou de atividade comercial ou industrial:
qualquer forma utiliza, em proveito próprio ou
alheio, veículo automotor, elétrico, híbrido, de Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
reboque, semirreboque ou suas combinações ou multa. 8. Crimes Contra a
partes, com número de chassi ou monobloco, § 4º - Equipara-se a atividade comercial, para Administração Pública
placa de identificação ou qualquer sinal
efeito do disposto no § 3º deste artigo, qualquer
identificador veicular que devesse saber estar
adulterado ou remarcado. forma de comércio irregular ou clandestino,
298
inclusive aquele exercido em residência. 299 300
Dos crimes contra a administração pública Dos crimes contra a Administração da Funcionário público
praticados por Funcionário Público Justiça
Art. 327 - Considera-se funcionário público,
Art. 312 ao Art. 327 Art. 338 ao Art. 359 para os efeitos penais, quem, embora
Dos crimes contra administração pública Dos crimes contra as Finanças Públicas transitoriamente ou sem remuneração,
praticados por Particular exerce cargo, emprego ou função pública.
Art. 359-A ao Art. 359-H
Art. 328 ao Art. 337-A
301 302 303

Funcionário público por equiparação: Aumento de pena Súmula 599 do STJ:


§1º - Equipara-se a funcionário público quem § 2º - A pena será aumentada de 1/3 quando o O princípio da insignificância é inaplicável
exerce cargo, emprego ou função em autor for ocupante de cargos em comissão ou aos crimes contra a Administração Pública.
entidade paraestatal, e quem trabalha para de função de direção ou assessoramento de
empresa prestadora de serviço contratada órgão da administração direta, sociedade de
ou conveniada para a execução de economia mista, empresa pública ou fundação
atividade típica da Administração Pública instituída pelo poder público
304 305 306

Peculato Peculato furto Peculato culposo

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário § 2º - Se o funcionário concorre
público de dinheiro, valor ou qualquer outro público, embora não tendo a posse do dinheiro, culposamente para o crime de outrem:
bem móvel, público ou particular, de que valor ou bem, o SUBTRAI, ou concorre para
que seja subtraído, em proveito próprio ou Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano.
tem a posse em razão do cargo, ou
alheio, valendo-se de facilidade que lhe
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
proporciona a qualidade de funcionário.
Pena - reclusão, de 2 a 12 anos e multa. 307 308 309

Reparação do dano no peculato culposo Emprego irregular de verbas ou rendas Concussão


§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação públicas
Art. 316 - EXIGIR, para si ou para outrem,
do dano se:
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas direta ou indiretamente, ainda que fora da
Sentença aplicação diversa da estabelecida em lei: função ou antes de assumi-la, mas em razão
ANTES
Irrecorrível APÓS dela, vantagem indevida:
Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.
Extinção da Redução da pena Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
Punibilidade imposta pela metade
Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019
310 311 312
Corrupção passiva Corrupção passiva majorada Corrupção passiva privilegiada
Art. 317 - SOLICITAR ou RECEBER, para si ou § 1º - A pena é aumentada de 1/3, se, em § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que conseqüência da vantagem ou promessa, o ou retarda ato de ofício, com infração de dever
fora da função ou antes de assumi-la, mas em funcionário retarda ou deixa de praticar funcional, cedendo a pedido ou influência de
razão dela, vantagem indevida, ou ACEITAR qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo outrem:
promessa de tal vantagem: dever funcional.
Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
313 314 315

Corrupção ativa Prevaricação

Art. 333 - OFERECER ou PROMETER Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,


vantagem indevida a funcionário público, para indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
ofício:
Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa
316 317 318

Prevaricação imprópria Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, Condescendência criminosa


auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência,
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem de responsabilizar subordinado que cometeu
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou autorização legal, em estabelecimento prisional. infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
similar, que permita a comunicação com outros Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano competência, não levar o fato ao conhecimento da
presos ou com o ambiente externo: autoridade competente:
Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano. Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.

319 320 321

Advocacia administrativa Resistência § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse Art. 329 - Opor-se à execução de ato
executa:
privado perante a administração pública, valendo-se da legal, mediante violência ou
qualidade de funcionário: Pena - reclusão, de 1 a 3 anos.
ameaça a funcionário competente para
Pena - detenção, de 1 a 3 meses, ou multa. executá-lo ou a quem lhe esteja prestando § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem
auxílio:
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
prejuízo das correspondentes à violência.
Pena - detenção, de 2 meses a 2 anos.
Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, além da multa.
322 323 324
Desobediência Desacato Descaminho

Art. 330 - Desobedecer Art. 334. Iludir, no todo ou em


Art. 331 - Desacatar funcionário público no
a ordem legal de parte, o pagamento de direito
exercício da função ou em razão dela: ou imposto devido pela
funcionário público:
entrada, pela saída ou pelo
Pena: detenção, de 15 Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa consumo de mercadoria.
dias a 6 meses, e multa. Pena: reclusão de 1 a 4 anos

325 326 327

§ 1o - Incorre na mesma pena quem: Observação: Contrabando


(...)
STF e STJ entendem que aplica o princípio da Art. 334-A. Importar ou exportar
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
insignificância ao crime de descaminho quando o mercadoria proibida:
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria débito tributário verificado não ultrapassar o limite
de R$ 20 mil, em atenção ao artigo 20 da Lei Pena: reclusão, de 2 a 5 anos
de procedência estrangeira que introduziu
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas § 3º - Aplica-se a pena em dobro se
ou que sabe ser produto de introdução clandestina no Portarias 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. o crime é praticado em transporte
território nacional ou de importação fraudulenta por parte aéreo, marítimo ou fluvial.
de outrem;
328 329 330

Observação: Tráfico de Influência Denunciação caluniosa


Art. 339- Dar causa à instauração de:
STF e STJ entendem que NÃO se aplica o Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si
investigação policial,
princípio da insignificância ao crime de ou para outrem, vantagem ou promessa de processo judicial
contrabando, vez que além de atingir a ordem vantagem, a pretexto de influir em ato praticado investigação administrativa
tributária, também ofende a saúde e segurança por funcionário público no exercício da função: inquérito civil ou
pública.
ação de improbidade administrativa
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos, e multa
contra alguém, imputando-lhe CRIME de que o sabe inocente -
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.
331 332 333

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o Comunicação falsa de infração penal Autoacusação falsa
agente se serve de anonimato ou de nome
suposto. Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de
comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de crime inexistente ou praticado por outrem:

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a contravenção que sabe não se ter verificado: Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa.
imputação é de prática de contravenção.
Pena - detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.

334 335 336


Falso testemunho ou falsa perícia § 1º - As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3, se o Causa de extinção da punibilidade
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar crime é praticado mediante suborno ou se § 2o - O fato deixa de ser punível se, antes da
a verdade como testemunha, perito, contador, cometido com o fim de obter prova destinada a sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o
tradutor ou intérprete em processo judicial, ou produzir efeito em processo penal, ou em agente se retrata ou declara a verdade
administrativo, inquérito policial, ou em juízo processo civil em que for parte entidade da
arbitral: administração pública direta ou indireta.
Pena - reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.

337 338 339

Exercício arbitrário das próprias razões Favorecimento pessoal § 1º - Se ao crime não é cominada pena de
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para reclusão:
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de
autoridade pública autor de crime a que é Pena - detenção, de quinze dias a três meses,
quando a lei o permite:
e multa.
Pena - detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa, cominada pena de reclusão:
além da pena correspondente à violência. § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente,
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. descendente, cônjuge ou irmão do criminoso,
Parágrafo único - Se não há emprego de violência,
fica isento de pena.
somente se procede mediante queixa.
340 341 342

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Favorecimento real
TORTURA
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos EQUIPARADOS
A HEDIONDOS

de co-autoria ou de receptação, auxílio TERRORISMO


9. Lei dos Crimes
3TH
DEFINIDOS PELA
CONSTITUIÇÃO
destinado a tornar seguro o proveito do TRÁFICO DE DROGAS FEDERAL

crime: Hediondos
CRIMES HEDIONDOS
DEFINIDOS NA
- Lei 8.072/90 - LEI 8.072/90

Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e multa.


Art. 5º, XLIII: a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia
343 344 345

CRIMES HEDIONDOS Lesão corporal dolosa gravíssima e a seguida de Roubo:


Art. 1o - São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Código morte, quando praticadas contra agentes do artigo o circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima
Penal, consumados ou tentados:
142 e 144 da Constituição Federal, do sistema o circunstanciado pelo emprego de arma de fogo ou pelo
emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito
Homicídio simples em atividade típica de grupo de prisional e da Força Nacional de Segurança Pública,
o qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou
extermínio, ainda que cometido por um só agente; no exercício da função ou em decorrência dela, ou
morte
contra seu cônjuge, companheiro ou parente
Homicídio qualificado;
consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição.
Obs.: O homicídio qualificado e privilegiado deixa de ser considerado hediondo.

346 347 348


Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de Crime de genocídio (Lei 2.889/56)
vítima, ocorrência de lesão grave ou morte produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais Crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso proibido
Extorsão mediante sequestro e na forma Favorecimento da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual de criança ou adolescente ou de Crime de comércio ilegal de armas de fogo
qualificada
vulnerável Crime de tráfico internacional de arma de fogo,
Estupro e Estupro de vulnerável acessório ou munição
Furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de
Epidemia com resultado morte artefato análogo que cause perigo comum Crime de organização criminosa, quando
direcionado à prática de crime hediondo ou equip.
349 350 351

RIGORES DA HEDIONDEZ Progressão de regime condicionada ao cumprimento de ao Art. 3º - A União manterá estabelecimentos penais, de
menos (art. 112 da LEP):
segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas
insuscetíveis de graça, anistia e indulto; o 40% da pena, condenado por crime hediondo ou equiparado, se primário;
impostas a condenados de alta periculosidade, cuja
inafiançáveis o 50% da pena, condenado por crime hediondo ou equiparado, com resultado
permanência em presídios estaduais ponha em risco a
morte, se primário;
prisão temporária de 30 dias + 30 dias ordem ou incolumidade pública.
o 60% da pena, se for reincidente em crime hediondo ou equiparado;

regime inicialmente fechado* o 70% da pena, se for reincidente em crime hediondo ou equiparado com
resultado morte;
*Obs.: Desde 2012 o STF reconhece a inconstitucionalidade da obrigatoriedade do regime inicialmente
fechado aos condenados por crimes hediondos ou equiparados. Pode, assim, haver regime inicial diverso e
mais brando.
352 353 354

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