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Ciência do Direito Penal

Divisões do Direito Penal Fontes do Direito Penal

Direito Penal fundamental ou Direito Penal Primário Materiais, substanciais São os órgão constitucionalmente
Crime Criminoso ou de produção encarregados de elaborar o Direito
Engloba o conjunto de normas e princípios gerais, aplicáveis às leis Penal. União (art. 22, I, CF) e,
penais especiais, desde que não possuam disposição expressa em Formais, cognitivas ou de excepcionalmente, os Estados (art. 22,
sentido contrário. conhecimento § único, CF).

Direito Penal Complementar ou Direito Penal secundário É a lei, regra escrita pelo Poder
Normas que integral a legislação penal extravagante. Legislativo em consonância com a CF,
Fonte Formal Imediata
obedecendo o princípio da reserva
Sansão Penal Vítima legal ou da estrita legalidade.
Direito Penal Comum
Aplica-se a todas as pessoas. É a CF, a jurisprudência, a doutrina, os
tratados, as convenções internacionais
Fonte Formal Mediata sobre direitos humanos, os costumes,
Direito Penal Especial os princípios gerais e os atos
Ciências Penais administrativos.
Aplica-se às pessoas que preenchem certas condições legalmente
exigidas. Ex: Código Penal Militar. Constituição Federal: Situada no ápice do ordenamento jurídico,
Dogmática Penal não crima crimes nem comina penas. Esta competência é por ela
Missão de conhecer o sentido das normas e princípios jurídicos- Direito Penal Geral designada à lei, ao incluir entre os direitos e garantias
penais positivos e desenvolver de modo sistemático o conteúdo fundamentais, o princípio da reserva legal ou da estrita legalidade
Tem incidência em todo território nacional. É produzido pela (art. 5º, XXXIX, CF).
do Direito Penal. União, ente federativo com competência legislativa privativa pra
Trata-se da interpretação, sistematização e aplicação lógico- tanto (CF, art. 22, I).
racional do Direito Penal. Jurisprudência: Entendimento dos tribunais sobre determinado
tema jurídico, servindo como vetor ao aplicador do Direito. Não
Política Criminal Direito Penal Local pressupõem natureza cogente, estando as hipóteses establecidas
no art. 927 do Código de Processo Civil.
Adjunção entre a teoria jurídico-penal e a realidade. Aplica-se sobre parte delimitada do território Nacional. É o Direito
Análise crítica e metajurídica do direito positivo, no sentido de Penal elaborado pelos Estados-membros (CF, art. 22, § único).
ajustá-lo aos ideiais jurídico-penais e de justiça. Doutrina: Autores nas várias áreas do conhecimento jurídico,
Fundamenta-se em posicionamentos filosóficos, sociológos e convalidado por estudo científico, srvindo como intrumento útil na
Direito Penal Objetivo interpretaçao e na aplicação prática do Direito Penal.
políticos, coadunados com a realidade social, para propor
atualizações no sistema penal vigente. Conjunto de leis penais em vigor.
Tratados e conveções internacionais sobre direitos humanos:
Somente após cumpridas todas as etapas perante os Poderes
Criminologia
Direito Penal Subjetivo Legislativo e Executivo, terão status constitucional, se aprovadas
Apregoa sobre as circunstâncias humanas e sociais relacionadas em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
com o surgimento, a prática e a maneira de evitar o crime, assim É o direito de punir, o ius puniendi, exlusivo do Estado, o qual quintos dos votos dos respectivos membros, ou supralegal, se
como o tratamento dos criminosos. nasce no momento em que é violado o conteúdo da lei penal aprovados de forma diversa.
Ciência empírica e interdisciplinar que se ocupa com o estudo do incriminadora.
Costumes: Reiteração de uma conduta, de modo constante e
crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controlo social do
uniforme, por força da convicção de sua obrigatoriedade. Jamais
comportamento delitivo.
Direito Penal Material ou Substantivo pode ser utilizado para crir delitos ou aumentar pena.
Direito Penal é uma disciplina normativa (o que deve ser), a
criminologia é uma ciência empírica (o que é). Entende pela totalidade de leis penal em vigor. É o Direito Penal Princípios: Valores fundamentais que inspiram a elaboração e a
propriamente dito. preservação do ordenamento jurídico. Não podem ser utilizados na
Vitimologia tipificação de condutas ou cominação de penas.
Estuda a vítima em seu aspecto global, considerando sua Direito Penal Formal ou Adjetivo Atos da Administração Pública: Funcionam como complememento
personalidade, o ponto de vista biológico, social, psicológico, sua
Grupo de leis processuais em vigor. É o Direito Processual Penal. de algumas normas penais em branco. (Espécie de lei cuja definição
proteção jurídica e social, bem como as formas de vitimização.
da conduta criminosa reclama complementação)
INTRODUÇÃO O Princípio da legalidade é LEI EM SENTIDO ESTRITO
reforçado pelo Princípio da
Definição Reserva Legal. A doutrina
Definição
majoritária estabelece que
♦ A legalidade penal, numa acepção formal, significa a exigência de lei em É uma espécie normativa que atende, cumulativamente, ao critério material
o princípio da legalidade é um
matéria penal, que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem (conteúdo / matéria constitucionalmente reservada a lei) e critério formal
gênero, que se divide em duas
prévia cominação legal, conforme art. 5º, XXXIX, da CRFB e art. 1º do Código (processo legislativo de lei). É vedado edição de normas penais vagas,
modalidades: Princípio da estrita
Penal brasileiro. imprecisas ou indeterminadas. O princípio da Legalidade é basilar ao Direito
legalidade (cujo sinônimo é o
♦ Em termos bem esquemáticos, pode-se dizer que, pelo princípio da legalidade, princípio da reserva legal); e
Penal democrático, Irradia efeitos em duas vertentes: formal e material.
a elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei, isto é, nenhum Princípio da anterioridade. Processo Legislativo
fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem Como corolário da Legalidade, o ♦ Há necessidade de Lei da União (art. 22, I, da CRFB) em sentido estrito para
que antes da ocorrência desse fato exista uma lei definindo-o como crime e princípio da reserva legal é tipificar condutas criminosas. Prevalece que a previsão de delegação de
cominando a sanção correspondente. dogmático-estruturante, visto que determinadas matérias aos Estados-membros, prevista no parágrafo único do
♦ O princípio da legalidade constitui uma efetiva limitação ao poder punitivo orienta a formação de preceitos referido art. 22 da CRFB, não alcança a matéria penal, no entanto, não há
estatal. Trata-se de um imperativo que não admite desvios nem exceções e primários e secundários das vedação.
representa uma conquista da consciência jurídica que obedece a exigências de normas penais incriminadoras. A ♦ A norma penal deve ser expressa em Lei Ordinária, admitindo-se a previsão
justiça, que somente os regimes totalitários o têm negado. legalidade é exigência de lei, a de tipos em Lei Complementar, embora não seja sua matéria principal, bem
reserva legal é exigência de lei em como em Tratado ratificado (Devendo ser inserido no ordenamento jurídico
Histórico sentido estrito. brasileiro em nível de Lei Ordinária).
♦ O princípio da legalidade como hoje vemos tem início na consolidação do ♦ É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a Direito
Estado liberal, nas reformas burguesas no final do século XVIII. Penal (CF, art. 62, § 1º, I, b) seja para prejudicar ou beneficiar o réu.
♦ Feuerbach, no início do século XIX, consagrou o princípio da legalidade através PRINCÍPIO DA Entretanto, o STF tem admitido medidas provisórias que versem sobre direito
da fórmula latina nullum crimen, nulla poena sine lege. LEGALIDADE / penal favorável ao réu (RHC 117.566/SP, julgado em 24/09/2013). Inadmissível
♦ No Brasil, a primeira previsão do princípio da legalidade penal com o seu RESERVA LEGAL OU que lei delegada verse sobre direito penal.
corolário reserva legal ocorreu na Constituição de 1824. Quando surgiu o princípio ESTRITA LEGALIDADE ♦ Não é permitido o uso de costumes para criar infrações penais.
da legalidade penal no Brasil? PROVA ORAL DO MPBA, PROMOTOR DE JUSTIÇA OU INTERVENÇÃO
(2019). O Direito Penal brasileiro do século XIX foi marcado pelo Código Criminal LEGALIZADA ANALOGIA X INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
de 1830 e pelo Código Penal de 1890, enquanto, no século XX, surgiu o Código
Penal de 1940 e a Reforma da Parte Geral em 1984. Analogia
O princípio da estrita legalidade é ♦ É uma espécie de integração legislativa em face da ausência de lei específica
Cláusula pétrea – Art. 60, § 4º, CF/1988: “Não será objeto de deliberação a para o caso concreto. A analogia é utilizada diante da existência de uma lacuna
igualmente aplicável às contravenções
proposta de emenda tendente a abolir: (...) IV – os direitos e garantias legal (vácuo legislativo).
penais ("crime" deve ser intrepretado
individuais.” Ou seja, o princípio da estrita legalidade é enxergado como um
como infração penal) e às medidas de ♦ Por força do princípio da legalidade, é vedada a utilização de analogias que
direito/garantia individual. prejudiquem o réu (as chamadas analogias in malam partem).
segurança ("pena"deve ser
interpretado como sanção penal). ♦ Sempre que houver esses nomes – integração analógica e aplicação
Legalidade (Reserva Legal) e Norma Penal em Branco - PERMITIDO!!!
analógica – será analogia. A interpretação analógica NÃO tem sinônimos.

Definição Também decorre do princípio da


Interpretação Analógica
reserva legal o princípio da
Trata-se de uma norma incompleta que, para ter sentido, exige uma
taxatividade. Segundo este princípio, ♦ A interpretação analógica ocorre quando a norma penal traz uma fórmula
complementação por meio de lei ou ato normativo. Tal complemento é limitado, casuística seguida de uma fórmula genérica. A interpretação analógica é
não é um complemento do verbo, da conduta, é complemento de parte do não basta somente haver uma lei
prevendo um crime, pois essa norma admitida no Direito Penal brasileiro tanto para beneficiar quanto para
preceito primário, mas que não diz respeito ao verbo – por exemplo, o art. 33 da prejudicar o réu.
Lei de Drogas tem 18 verbos, o complemento só dá o sentido do que é droga, a deve ser específica. Ou seja, deve
prever uma conduta específica e uma Ex.: Homicídio qualificado – CP, Art. 121, § 2º:
Portaria 344 da ANVISA só explica o que é droga, mas não vai trazer um novo I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
verbo, não vai trazer um novo núcleo do tipo, uma nova conduta porque os 18 pena específica.
verbos já estão previstos no art. 33 da Lei de Drogas.
Podem criar crimes e cominar penas: Analogia Interpretação Analógica
Leis Ordinárias, Leis Complementares
Homofobia (transfobia) e STF → O art. 1º, da Lei 7716/89, utilizado e Tratado Ratificado.
pelo STF para criminizalição da homofobia, não referenciava gênero Integração Legislativa Interpretação Legislativa
ou orientação sexual. De forma inequívoca foi aplicado o Mandado NÃO podem criar:
de Criminalização. Destarte, crimes e penas não podem ser criados Decretos, Resoluções, Leis Delegadas, No Direito Penal, somente analagia Fórmula casuística seguida de uma
por decisão judical. Erraram!!!! Costumes. in bonam partem. fórma genérica.
DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO PLANOS DE APLICAÇÃO
PRINCÍPIO DA
Introdução ANTERIORIDADE Introdução ♦ Atua na criação da norma
♦ A previsão legal encontra-se no mesmo ♦ Segundo anunciado no art. 5º, XLXI, CF, incriminadora com preceitos primários
dispositivo do Princípio da Legalidade / Princípio fundamenta-se no princípio de justiça que a cada PLANO e secunário. Importante, enfatizar, seus
da Reserva Legal / Princípio da Estrita A lei produz efeitos somente após sua individuo lhe cabe, conforme circunstâncias LEGISLATIVO limites, mínimo e máximo, bem como,
Legalidade / Princípio da Intervenção Legalizada. vigência. específicas de seu comportamente, aplicação de as circunstâncias que ensejam as causas
XXXIX -Não há crime sem lei anterior que o Não pode ser aplicada durante seu pena de acordo com os aspectos subjetivos e de aumento ou diminuição das penas.
defina, nem pena sem prévia cominação legal. período de VACATIO. objetivos do crime.
♦ Faz-se necessário a existência de lei definindo Os fatos ocorridos antes ou depois dos XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ♦ Aplicação da lei ao fato concreto.
uma conduta com crime e, esta por sua vez, deve dois limites (Entrada e Cessação da adotará, entre outras, as seguintes: Trata-se da fase da dosimetria da pena,
ser anterior à prática da conduta. Vigência) não retroage e nem tem ultra- a) privação ou restrição da liberdade; PLANO na qual o julgador deve ficar atento às
atividade. É o princípio TEMPUS REGIT b) perda de bens; JUDICIAL regras e individualização da pena
ACTUM (Tempo rege o ato). c) multa; previstas no CP, adotando o critério
Cláusula pétrea – Art. 60, § 4º, CF/1988: “Não d) prestação social alternativa; trifásico contido nos arts. 59 e 68 do CP
será objeto de deliberação a proposta de e) suspensão ou interdição de direitos; (Teoria Mista).
emenda tendente a abolir: (...) IV – os direitos e
Vacatio Legis
♦ Tem a função basilar de aplicar a pena na
garantias individuais.” Ou seja, o princípio da medida culpabilidade de cada pessoa condenada.
estrita legalidade é enxergado como um
direito/garantia individual. PLANO ♦ Cumprimento da pena no processo
Publicação Vigência ADMINISTRATIVO de de execução em obediência à LEP.

DEFINIÇÃO
PRINCÍPIO DA O referido princípio não é contrariado
IRRETROATIVIDADE PRINCÍPIO DA
Introdução pela súmula 711 do STF, a qual diz que a INDIVIDUALIZAÇÃO
Significa que a lei mais gravosa não pode lei mais grave é aplicada se surgir DA PENA
retroagir para alcançar fatos passados. durante a prática de um crime
Representa uma conquista histórica no final do permanente ou de um crime continuado.
século século XVIII, que surgiu atrelada ao Isso porque o crime permanente está se
princípio da legalidade penal. Tem previsão no consumando, enquanto a continuidade
Inciso XL do art. 5º da CF. delitiva estará ocorrendo com o O STF tem fez uso do princípio
XL - A lei não retroagirá, salvo para beneficiar o cometimento de vários crimes, presentes individualização da pena: declarar a
réu. os requisitos do art. 71 do Código Penal. inconstitucionalidade no regime
♦ No sentido de irretroatividade possui como Súmula 711/STF: "A lei penal mais grave integralmente fechado em crimes
corolários a irretroatividade maléfica e a aplica-se ao crime continuado ou ao A individualização da pena constitui um dos hediondos (HC 82959 de 2006); declarar a
retroatividade benéfica. crime permanente, se a sua vigência é princípios mais utilizados pelo STF, tanto no inconstitucionalidade da vedação de
anterior à cessação da continuidade ou controle de constitucionalidade de leis substituição de pena privativa por
da permanência." penais, quanto na construção das decisões restritivas de direitos no tráfico de drogas,
penais, ou seja, na aplicação de penas prevista no art. 44 da Lei n. 11.343/2006
restritivas de direito e privativa de (HC 97.256 de 2010); para declarar a
Lei intermediária
liberdade, na fixação do regime de inconstitucionalidade do regime inicial
• É importante ainda se recordar da
cumprimento de pena, ou ainda na fechado como opção automática para os
Lei excepcional ou temporária possibilidade da extratividade da lei penal
concretização da política criminal crimes hediondos e equiparados,
• Leis temporárias ou excepcionais constituem exceções como uso da retroatividade benéfica nos
carcerária, para estabelecer balizas que, afirmando a necessidade de se utilizar o
ao princípio da irretroatividade da lei penal, e são casos de lei intermediária ou bipolar. A lei
em tese, deveriam ser construídas pelo art. 33 do Código Penal para a fixação de
ultra-ativas. Mesmo esgotada sua vigência, terão intermediária representa aquela que não
Poder Legislativo e pelo Poder Executivo. regime inicial de cumprimento de pena
aplicação aos fatos ocorridos durante sua vigência, era vigente ao tempo do fato e nem ao
tanto nos crimes hediondos quanto nos
conforme preceitua o Art. 3º, CP: "A lei excepcional tempo do julgamento, porém, vigorou
crimes não hediondos (HC 111.840. de
ou temporária, embora decorrido o período de sua durante o processo criminal: ela surge no
2012).
duração ou cessadas as circunstâncias que a interregno de tempo entre o fato
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante criminoso e o julgamento e prevalecerá,
sua vigência." caso seja mais favorável, às demais leis.
PRINCÍPIO DA PRINCÍPIO DA Princípio da Princípio da
ALTERIDADE HUMANIDADE Exclusiva Proteção Intervenção
DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO dos Bens Jurídicos DEFINIÇÃO Mínima DEFINIÇÃO

♦ Ninguém pode ser punido por causar mal ♦ Constitui um princípio e um direito fundamental, ♦ De simples compreensão (e muito utilizado para ♦ Criado pela Declaração dos Direitos do Homem e do
apenas a si próprio. está presente como cláusula pétrea no art. 60 § 4º, IV, confundir os alunos, sendo comparado ao princípio da Cidadão (1789). O Direito Penal é a ultima ratio na
♦ Uma das principais característica do Direito e como fundamento do Estado brasileiro no art. 1º, lesividade), o princípio da exclusiva proteção aos bens proteção dos direitos. Só deve atuar quando a
Moderno, consiste na necessida de inciso III, conquanto não esteja no rol do art. 5º, jurídicos rege que a norma penal deve ser criada criminalização de uma conduta for indispensável para
intersubjetividade nas relações penalmente a dignidade da pessoa humana possui a natureza de apenas para tutelar bens jurídicos cuja relevância proteger bens e interesses.
princípio fundamental, pois é certo que a Constituição mereça a proteção que o Direito Penal oferece.
relevante. Só há crimes se atinge bens jurídicos ♦ Subdivide-se em outros dois princípios:
alheios. brasileira possui direitos fundamentais espalhados por ♦ Espiritualização (desmaterialização ou liquefação) 1. Princípio da fragmentariedade;
♦ Fundamenta-se na impossibilidade de autolesão, outros dispositivos. de bens jurídicos no Direito Penal: O Direito Penal 2. Princípio da subsidiariedade.
bem como na atipicidade da conduta de consumir ♦ O princípio da dignidade da pessoa humana forma o passa a se antecipar e punir condutas perigosas que
drogas. O crime tipificado no art. 28, Lei 11343/06, alicerce de todos os demais princípios penais, atuando têm potencial de gerar uma lesão futura. Ex.: crimes
tem a saúde pública como objetividade jurídica. em diversos momentos, que garante ao ser humano a ambientais e crimes de perigo abstrato. Princípio da
não violação com penas desumanas, cruéis e atrozes, Fragmentariedade DEFINIÇÃO
bem como constitui baliza para a construção de bens
PRINCÍPIO DA jurídicos penais específicos. PRINCÍPIO DA ♦ Somente as ofensas mais graves contra os bens
CONFIANÇA
DEFINIÇÃO
♦ Apregoa a inconsitucionalidade da criação de tipos IMPUTAÇÃO jurídicos mais importantes merecerão a intervenção
penais ou cominação de penas que violam a PESSOAL DEFINIÇÃO penal.
♦ Baseia-se na expectativa que todos devem
incolumidade física ou moral de alguém. ♦ Nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas
Na jurisprudência penal e processual penal do ♦ O Direito não pode castigar um fato cometido
esperar por parte das demais pessoas apenas os que atentam contra valores fundamentais para
Supremo Tribunal Federal, a dignidade da pessoa por agente que atue sem culpabilidade. Não se
comportamentos responsáveis e em consonância a manutenção e o progresso humano e da sociedade.
humana é utilizada, a título de ilustração, em matéria
com o ordenamento jurídico, almejando evitar
de execução provisória da pena (IMPORTANTE: mudou
admite a punição quando se tratar de agente ♦ Fragmentariedade às avessas: bens jurídicos,
danos. inimputável, sem potencial consciência da antigamente tutelados pela lei penal, que deixam de
novamente o entendimento no ano de 2019, para não
♦ Exemplo: o motorista que, conduzindo seu ilicituade e de quem não possa exigir conduta interessar ao Direito Penal. Ex.: crime de adultério (art.
admitir a execução provisória da pena após a diversa.
veículo pela preferencial, passa por um confirmação da condenação em 2º Grau.); para 240, CP) – Revogado pela Lei n. 11.106/2005.
cruzamento, confia que o outro automóvel que se Ilícito
fundamentar a liberdade provisória em casos de em geral Tudo que é ilícito
encontra na via secundária, aguardará sua negação legislativa literal, como, por exemplo, no caso Nem tudo que é
penal também é
passagem. Havendo acidente, não terá agido com PRINCÍPIO DA ilícito perante o Ilícito
do art. 44 da Lei n. 11.343, de 2006; bem como para ilícito perante os
culpa. RESPONSABILIDADE Direito é ilícito Penal
relaxar prisão cautelar de duração excessiva; no penal.
demais ramos do
PELO FATO DEFINIÇÃO Direito.
processo de dosimetria da pena, de fixação do regime
PRINCÍPIO DA inicial de cumprimento de pena; e, ainda, na execução
ADEQUAÇÃO penal, para conceder regime aberto domiciliar em ♦ Não se admite Direito Penal do autor, mas Princípio da
SOCIAL DEFINIÇÃO caso de paciente com doença grave e fora das somente Direito Penal do fato. Ninguém pode ser Subsidiariedade
DEFINIÇÃO
hipóteses previstas no art. 117 da LEP. punido por questões pessoais.
♦ Conduta tipificada em lei, mas que não afronta o ♦ Os tipos penais devem definir fatos, associando-
sentimento de justiça da coletividade, seja pelos lhes as penas respectivas, e não estereotipar ♦ Só será objeto do Direito Penal os ilícitos que não são
PRINCÍPIO DA
costumes, cultura. autores em razão de alguma condição específica. suficientemente repreendidos pelos demais ramos do
OFENSIVIDADE
♦ Natureza Jurídica: Funciona como causa OU LESIVIDADE DEFINIÇÃO
Direito e demais meios de controle estatal.
supralegal de exclusão da tipicidade, pela ausência ♦ Em outras palavras, o Direito Penal é o último recurso
da tipicidade material. PRINCÍPIO DA a ser lançado pelo Estado.
♦ Exemplos: colocar brincos em uma criança ♦ "Não há crime sem ofensa ao bem jurídico." RESPONSABILIDADE
recém-nascida (lesão corporal), tatuagem (lesão (Nullum Crimen Sine Iniuria) PENAL SUBJETIVA DEFINIÇÃO
corporal), circuncisão (lesão corporal), trotes ♦ Determina que apenas as condutas que causem
acadêmicos moderados, dentre outros. danos ou pelo menos perigo de dano podem ser
♦ A responsabilização penal depende de dolo ou
consideradas ilícitas pelo Direito Penal.
culpa. Duas situações que apontam vestigios de
♦ Proíbe a incriminação de atitudes internas, como
Súmula n. 502, STJ: “Presentes a ♦Não se admite no Direito Penal a responsabilidade objetiva:
por exemplo ter a ideia de cometer um crime.
materialidade e a autoria, afigura-se típica, responsabilidade objetiva, é preciso 1. Rixa qualificada (art. 138, parágrafo único, CP);
♦ Veda a incriminação de estados e condições
em relação ao crime previsto no artigo 184, a caracterização do dolo ou da culpa na conduta de 2. Punição das infrações penais praticadas em estado de
existenciais. O indivíduo deve ser punido por seus
§ 2º, do CP, a conduta de expor à venda uma pessoa para que ela possa ser embriaguez voluntária ou culposa, decorrente da teoria
atos e não por ser alguma coisa.
CDs e DVDs piratas”. responsabilizada penalmente. da actio libera in causa (art. 28, II, CP).

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