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SUÍNOS

DADOS ESTATÍSTICOS DO SETOR


DADOS ESTATÍSTICOS DO SETOR
DADOS ESTATÍSTICOS DO SETOR
SISTEMAS INTEGRADOS

 No sistema de integração, a empresa fornece aos criadores o material genético,


matrizes e animais, além de ração oriunda de suas próprias fábricas,
medicamentos, assistência técnica e orientações de manejo (ABCS, 2014).
 Esse processo faz com que diferentes granjas operem dentro das mesmas
condições, visto que os animais e a ração provém da mesma origem, as condições
de manejo dos lotes são padronizadas, além da medicação ser fornecida também
dentro de um mesmo contexto (ABCS, 2014)
Granja de avós (multiplicadora)
Recria (matrizes)
Unidade produtora de leitões
Crechário
Terminação
MANEJO PRÉ-ABATE

O manejo pré-abate consiste numa série de operações sequenciais que vão desde o
planejamento do embarque dos animais, tempo de jejum, retirada dos suínos das
baias, condução dos animais até o interior do caminhão, condições de transporte,
manejo de desembarque, período de descanso no frigorífico, condução dos animais
até a etapa de sangria

MINIMIZAR SITUAÇÕES DE ESTRESSE


MANEJO NA GRANJA

Definição e separação dos animais para embarque

 avalição dos animais para identificar aqueles que apresentam condições de serem
embarcados e os suínos que não podem ser transportados ao frigorífico, tais
como: enfermos, com dificuldade de locomoção e lesões.

 planejar a densidade de transporte e a quantidade de caminhões necessários.


MANEJO NA GRANJA

Planejamento de cargas

A densidade no transporte deve permitir que o suíno permaneça sentado e/ou


deitado, viabilizando a recuperação da fadiga do embarque e o conforto térmico
durante essa etapa

são recomendados 235kg/m² ou 0,425m²/suíno de 100kg, valor que pode variar no


máximo 20% para mais ou para menos (184-276kg/m2 ou 0,34-0,510m²/100kg),
conforme as condições climáticas da região e época do ano.
MANEJO NA GRANJA

Documentação para transporte

 Guia de Transito Animal (GTA);

 Boletim sanitário;

 Nota fiscal do produtor rural;

 Ficha de lote (caso seja sistema de integração);


MANEJO NA GRANJA
Jejum pré-abate

O tempo de jejum recomendado na granja é de oito a 12 horas antes do embarque.


O jejum dos suínos antes de embarque é fundamental, pois:
 contribui para o bem-estar dos animais no embarque, transporte e desembarque;

 contribui para a redução a taxa de mortalidade nesta etapa da produção;

 ocorre a redução do número de animais que vomitam durante o transporte;

 ocorre um aumento da segurança alimentar, pois previne a liberação e a


disseminação de bactérias (principalmente Salmonela) através das fezes, com o
derramamento do conteúdo intestinal durante o processo de evisceração;

 maior velocidade e facilidade no processo de evisceração dos animais;

 redução do volume de dejetos que chega ao frigorífico;

 padroniza o peso vivo e consequentemente o rendimento de carcaça, quando o


produtor é remunerado por um sistema de pagamento por mérito de carcaça e
contribui na uniformização da qualidade da carne das carcaças, principalmente
através da manipulação da concentração do glicogênio muscular no momento do
abate;

(TARRANT 1991; GUISE et al., 1995, MURRAY 2001; FAUCITANO, 2001; PELOSO 2002).
MANEJO NA GRANJA
Jejum pré-abate

Para realização correta do jejum pré-abate, o fornecimento de ração aos


animais deve ser suspenso; as sobras do comedouro retiradas, e as baias
limpas, visto que suínos em jejum têm fome e tendem a ingerir os restos de
ração que ficam misturados às fezes acumuladas no piso, podendo ocasionar
contaminação das carcaças.
O fornecimento de água potável deve ser mantido à vontade.
MANEJO NA GRANJA

Equipe e equipamentos de manejo pré-embarque

 Equipe treinada e qualificada;

 Um grupo retira os animais das baias, outro conduz ao caminhão, evitando-


se sempre o contrafluxo no corredor;

 Na condução dos suínos os manejadores podem utilizar equipamentos


adequados de manejo que tornam a tarefa mais fácil, rápida e segura, a fim
de diminuir o tempo gasto para o embarque e possíveis perdas na qualidade
de carne;
MANEJO NA GRANJA

Limpeza das baias, corredores e embarcadouro

Restos de ração, presença de dejetos e outras sujidades nas instalações


aumentam o número de escorregões, quedas, e paradas dos suínos, além
disso, podem causar acidentes com os manejadores.
MANEJO NA GRANJA

Embarque dos suínos


Um manejo calmo e tranquilo de
forma que os operadores caminhem
devagar, mantenham os animais em
grupo, não reajam com movimentos
bruscos e repentinos, evitando
excesso de barulhos e gritos durante
a retirada e condução dos animais.
MANEJO NA GRANJA

Vistoria previa nos caminhões, com o objetivo de verificar as condições dos caminhões
para o transporte dos animais
MANEJO NA GRANJA

Embarcadouro

Quando inadequado, o embarcadouro pode gerar grandes prejuízos ao produtor e à


agroindústria, ocasionados por lesões, hematomas, fraturas e até a morte dos
suínos.
As paredes laterais evitam que os suínos saltem para fora do embarcadouro e impedem
a interação com o ambiente externo, o que pode causar distrações, paradas e
formações de sombra.
Assim, é recomendado que as paredes não sejam vazadas e que tenham a altura
mínima de um metro.
Recomenda-se que a inclinação da rampa seja sempre a mais suave e que, se possível,
não ultrapasse 20 graus.
Inclinações superiores dificultam a subida dos animais que não estão acostumados a
esse esforço físico e aumentam o risco de escorregões, quedas, contusões, fraturas,
entre outras lesões, diminuindo o nível de bem-estar e da qualidade de carne.
O piso da rampa deve ser composto de uma estrutura antiderrapante, possibilitando
subida sem escorregões, quedas e outros acidentes.
Para melhorar a aderência, o piso deve estar sempre seco e limpo.

As curvas devem ser evitadas no embarcadouro, uma vez que dificultam o manejo
dos suínos devido a paradas pela perda do contato visual com o restante do grupo.
MANEJO NA GRANJA
Iluminação e posição do caminhão
TRANSPORTE
Veículos que possuem sistema de aspersão com água, acoplado à carroceria do
veículo pode favorecer a perda de calor durante o transporte.

A aspersão com água tem como objetivo proporcionar melhores condições


ambientais, minimizando o estresse térmico, já que promove a redução da
temperatura corporal e tensão cardiovascular e acalma os animais.
O transporte deve ser efetuado com calma, de
preferência durante a noite, sempre
aproveitando as horas mais frescas ou de
menor temperatura. O cuidado no transporte
deve ser redobrado quando esse for feito em
estradas não pavimentadas ou irregulares;
Ao estacionar o veículo para iniciar o desembarque, é recomendado ter uma área
sombreada e ventilada durante a condução dos animais, a fim de minimizar o
estresse térmico por calor e proteger os animais de intempéries, como sol intenso,
chuva e ventos
MANEJO NO ABATEDOURO
Quando da chegada dos suínos ao frigorífico, esses são desembarcados do caminhão e estão
extremamente cansados ou estressados devido ao manejo pré-abate a que foram submetidos.
Assim, esses animais precisam eliminar o excesso de ácido láctico acumulado no músculo e
restabelecer o seu equilíbrio homeostático que somente pode ser alcançado com a submissão
dos suínos a períodos de descanso adequados.
MANEJO NO ABATEDOURO
Desembarque

O piso deve ser antiderrapante, podendo-se optar por pisos metálicos riscados
xadrez, instalações de grades no piso, e até mesmo pisos emborrachados, sem
vãos e degraus entre a estrutura e o caminhão.
Desembarque
MANEJO NO ABATEDOURO
Abate de emergência

Suínos que chegam ao estabelecimento de abate em condições precárias de sanidade,


incapacitados de se locomoverem (ofegantes e cansados), ou que apresentam
ferimentos graves, presença de contusões ou fraturas não devem ser forçados a andar,
devendo ser separados dos demais e submetidos a um manejo diferenciado, de forma
que minimize a dor e o sofrimento.
O efeito do transporte sobre as perdas de peso verificadas depende das
condições (distância percorrida, duração do transporte, temperatura, etc...) e
está diretamente associado com o tempo de jejum total entre a última refeição
e a hora de abate.

As perdas devido a mortalidade geralmente variam entre 0,1 a 0,4% e em distâncias


curtas estas perdas são da ordem de 0,1% (WARRISS, 1998). Porém, os valores triplicam
aumentando até valores de 0,27 a 0,3% com o aumento do peso dos animais (acima de
120 kg) e simultâneo aumento da temperatura ambiente (acima de 35ºC.).
Ao serem desembarcados, os animais devem ser conduzidos diretamente às
baias de descanso.
MANEJO NO ABATEDOURO
Descanso

Nas baias é importante que os suínos tenham espaço suficiente para chegar ao
bebedouro, caminhar, deitar e recuperar-se do cansaço da viagem, sem que tenham
que competir por espaço.
Pocilgas de chegada e seleção

Destinam-se ao recebimento, pesagem e classificação dos suínos, para a


formação de lotes, de acordo com o tipo e a procedência.

 0,60 m (sessenta centímetros) por suíno até 100 kg, em caso de programação
de dieta na propriedade;
 Nos demais casos 1 m² (um metro quadrado) por suínos, tendo uma área útil
1/3 a mais da capacidade diária de abate;
Pocilgas de sequestro

Destina-se exclusivamente a receber os suínos que na Inspeção "ante-mortem" foram


excluídos da matança normal, por necessitarem de exame clínico e observação mais
acurada antes do abate.

Os suínos destinados à "Pocilga de Sequestro" são considerados como animais


para matança de emergência.
Sala de Necropsia

Com área mínima interna de 20 m² (vinte metros quadrados), tendo anexo, forno
crematório ou autoclave que permita a colocação de suínos inteiros, funcionando no
mínimo a 125ºC (cento e vinte e cinco graus centígrados), sendo os produtos obtidos
destinados a fins industriais (gorduras e adubos).
Pocilga de matança

Destinam-se a receber os animais após a chegada, pesagem e seleção, desde que


considerados em condições normais, onde permanecerão em descanso e dieta hídrica,
aguardando o abate.

Deverão dispor de no mínimo 0,60 m (sessenta centímetros) por suíno até 100 kg,
em caso de programação de dieta na propriedade, nos demais casos 1 m² (um
metro quadrado) por suínos, tendo uma área útil 1/3 a mais da capacidade diária
de abate;
MANEJO NO ABATEDOURO
Descanso

O fornecimento de água aos suínos no


período de descanso deve ser
constante, com possibilidade de acesso
(quantidade de bebedouros),
quantidade (litros), qualidade (potável)
e vazão (litros/minuto) adequados.
Dessa maneira, recomenda-se um
bebedouro para até 7 animais, com
vazão de 2 litros/minuto.

Bebedouros aéreos, de maneira que


permitam beber simultaneamente
no mínimo 15% (quinze por cento)
dos suínos de cada pocilga.
Jejum
Condução
MANEJO NO ABATEDOURO
Chuveiro

 Anterior ao box de insensibilização deverá ter


comunicação direta com este, possuindo água
com, no mínimo 1,5 atm de pressão, de
maneira que lave profusamente os suínos, pelo
tempo mínimo de 3 (três) minutos;

 Em forma de box, com capacidade de 20%


(vinte por cento) da velocidade horária de
matança, calculando-se à base de 2 (dois)
suínos por metro quadrado;
MANEJO NO ABATEDOURO
Condução para o abate

Os animais são direcionados pelo corredor central chegando até a seringa. No final da
seringa os animais vão adentrar para o sistema de restrainer.
MANEJO NO ABATEDOURO
Condução para o abate

Manejo inadequado na colocação dos animais no restrainer/boxe de contenção


durante os últimos minutos que antecedem a sangria pode aumentar a ocorrência do
defeito PSE;
INSENSIBILIZAÇÃO
Elétrica de dois pontos (Eletronarcose)
Equipamento de insensibilização

IN 03/2020
Resistência a condução elétrica é afetada por:

 Tipo de material e estado de conservação dos


eletrodos;
 Desenho do eletrodo;
 Pele e pêlos;
 Presença de sujeira nos animais;
 Espessura do crânio;
INSENSIBILIZAÇÃO
Elétrica de três pontos (Eletrocussão)
TEMPO ENTRE A INSENSIBILIZAÇÃO E A SANGRIA NÃO DEVE ULTRAPASSAR 30 S
(TRINTA SEGUNDOS).
INSENSIBILIZAÇÃO
Exposição ao gás carbônico

 Vantagem: operacional de insensibilizar os


suínos em grupo, sem a necessidade de
colocá-los no boxe de contenção ou
restrainer para individualizar.

 Desvantagem: o custo operacional é alto,


sendo muito maior do que a
insensibilização elétrica, além de não
provocar perda da consciência imediata
durante a insensibilização, devido a
mudanças na concentração de CO2 dentro
da câmara, impactando, dessa forma,
negativamente o bem-estar dos suínos.
SANGRIA
Realizada imediatamente após a insensibilização e consistindo na secção dos grandes
vasos do pescoço na entrada do peito, com um tempo máximo de 30s entre a
insensibilização e a sangria;

Tamanho e a localização correta do corte determinam a eficiência da sangria. Quando o


corte é eficiente, haverá perda de 40 a 60% do volume total de sangue, sendo que cerca
de 70 a 80% do volume perdido na sangria ocorrerá nos primeiros 30 segundos.
Obedecendo o tempo de sangria de 3 (três) minutos, e a velocidade horária de matança,
o comprimento mínimo do túnel será de 6 m (seis metros) para até 100 (cem) suínos por
hora, sendo acrescido 1 m (um metro) para cada 20 (vinte) suínos por hora a mais na
velocidade de abate.
ESCALDAGEM E DEPILAÇÃO
 Chuveiro pós sangria (3 atm);

 Tanques de escaldagem, deverão ser metálicos ou de outro material aprovado pelo


DIPOA, com renovação constante de água, através de "ladrão", possuindo ainda
instalação obrigatória de termômetro para controle da temperatura, que deverá estar
entre 62ºC a 72ºC (sessenta e dois a setenta e dois grau s centígrados), dependendo
da pelagem do animal;

 Tempo de escaldagem: entre


2 (dois) e 5 (cinco) minutos;
A depiladeira será obrigatoriamente mecanizada, devendo funcionar perfeitamente,
acompanhando a capacidade horária de matança;
A saída da deliladeira será feita sobre mesa de canos, chapa de aço inoxidável ou
ainda outro material aprovado pelo DIPOA;
TOALETE DA DEPILAÇÃO
A operação depilatória será completada manualmente ou por outro processo
aprovado pelo DIPOA e as carcaças lavadas convenientemente antes da entrada na
zona limpa;
A chamuscagem é o processo de queima dos
pelos remanescentes da depilagem e reduz
significativamente o nível de contaminação das
carcaças.
Antes das carcaças entrarem na área limpa, devem passar pela avaliação da eficiência do
toalete da depilação, como a raspagem e escovação de forma a obter completa remoção
dos pelos.

Nesta etapa de toalete são retiradas as cerdas restantes principalmente da região da


cabeça. Logo em seguida é feita a retirada da orelha média. As carcaças passam por
mais uma lavagem e seguem para a “zona limpa”.
ABERTURA ABDOMINAL TORÁCICA

 é a primeira operação realizada na zona limpa e consiste no corte ventral mediano


das paredes abdominal e torácica, com a retirada do pênis, nos machos;
 o corte deverá ser realizado com faca especial, visando evitar o rompimento de
alças intestinais e contaminação fecal.
OCLUSÃO DO RETO

 com a finalidade de evitar a contaminação fecal será obrigatória a oclusão do reto, antes
da evisceração;
 esta operação poderá ser feita através de ligadura (amarração) com linha resistente ou
pelo uso de grampos de aço inoxidável;
 no caso do uso de grampos, estes deverão ser retirados na zona suja da triparia. Antes
de serem novamente utilizados devem sofrer rigorosa higienização e esterilização.
ABERTURA DA PAPADA

 obrigatoriamente antes da inspeção da cabeça, com a finalidade de permitir o exame


dos respectivos nodos linfáticos e o corte dos músculos mastigadores (masséteres e
pterigoideos);
 a abertura da "papada" deverá ser realizada pelo corte ventral mediano, ou outra
técnica, desde que permita manter íntegros os nodos linfáticos e facilite a inspeção
dos músculos mastigadores.
EVISCERAÇÃO
 Deve-se separar as vísceras brancas (intestino, estômago, baço e pâncreas) das
vísceras vermelhas (língua, coração, pulmões e fígado) ;

 Deve-se evitar ruptura de órgãos que possam contaminar a carcaça ;


Sistema de higienização das bandejas deve ser de comprovada eficiência e
localizado no início do trajeto útil da mesa, a fim de que as vísceras a serem
examinadas encontrem sempre uma superfície limpa e higienizada. Antes da
higienização com água quente as bandejas deverão ser submetidas a uma
lavagem com água à temperatura ambiente, devendo ser previsto dispositivo
para exaustão dos vapores provenientes da higienização.
Para assegurar o controle de temperatura da água quente, que nunca deve estar
inferior a 85º C, é obrigatória a instalação de termômetro exato e de fácil
visualização;
SERRAGEM DA CARCAÇA

As carcaças são serradas longitudinalmente após a retirada da cabeça e incisão do


Toucinho. As carcaças são serradas ao meio pela coluna vertebral.

É obrigatória a instalação e uso de


"esterilizador" próprio para a serra, em
local de fácil acesso, com a finalidade de
sua higienização após cada uso.
TOALETE DE CARCAÇAS
 localizar-se-á imediatamente antes do chuveiro de carcaças;
 nesta etapa será procedida a retirada da medula, resíduos da sangria, restos de
traquéia, pulmões, etc., determinando que a carcaça, ao penetrar nas câmaras de
resfriamento, esteja completamente sem aqueles resíduos;
CARIMBAGEM E LAVAGEM DE
CARCAÇAS
Carimbo modelo 2 aplicado sobre os pernis, região
lombar e paletas, nas meias carcaças liberadas pela
Inspeção Federal.
RESFRIAMENTO

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