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Capítulo 2

Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.

Políticas públicas
e a organização do
ensino superior

Neste capítulo abordaremos como se organiza o ensino superior no


Brasil e quais as principais políticas públicas que o regem.

Apesar de esse universo não ser novidade, já que afinal todos já fo-
mos alunos um dia, nossa intenção é abordar estes temas agora sob o
olhar do professor. A expectativa é que analisar mais detalhadamente
esses dois temas poderá auxiliá-lo a se integrar mais rapidamente ao
contexto em que atua.

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1 Contexto histórico e organizacional

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Vamos retomar alguns aspectos da cronologia da educação brasilei-
ra de forma que possamos compreender como se organizou o ensino
superior atual.

No ano de 1549, a educação no Brasil Colônia começou com a


Companhia de Jesus, que, com forte caráter religioso, tinha o objetivo de
capacitar os indivíduos para as funções essenciais da colônia. Estabelecia
a diferença entre os que deveriam ser “instruídos” (descendentes de colo-
nizadores) e aqueles que deveriam ser “catequizados” (população local).

Em 1750, a população local da colônia já era maior e tinha neces-


sidades específicas. Muitos filhos de colonos completavam sua edu-
cação em Portugal, de onde voltavam “bons súditos”, prontos para dar
continuidade à política colonialista. Em paralelo, na Europa, ocorria o
iluminismo, que influenciou fortemente a educação no Brasil, provocan-
do a expulsão dos jesuítas e tornando o ensino leigo. Criou-se, sob a
influência de Marquês de Pombal, o ensino secundário (nacional) e o
ensino básico (municipal) para qualificar a população.

Em 1808, muda o panorama com a chegada da família real. A corte


precisa de profissionais prontos para atendê-la, e ir estudar em Lisboa,
tomada por Napoleão, era impossível. Abrem-se algumas faculdades
para atender a demandas específicas. O ensino tem objetivo instrumen-
tal: garantir a manutenção do sistema econômico e social.

A partir da independência, em 1822, surge a necessidade de promo-


ção do homem brasileiro: educação para todos e em todo o território na-
cional era a proposta; promovem-se cursos profissionalizantes e come-
ça-se a estruturar o ensino superior, pelo qual se interessam também os
filhos de comerciantes em busca de ascensão social. No entanto, em
virtude da instabilidade política e da forte base escravista, há um grande
descompasso entre as propostas e as condições reais.

24 Fundamentos da educação superior


Com a República e o fortalecimento do Estado, em 1890, surgem
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as reais preocupações com o sistema escolar e a educação para to-


dos. Com Benjamin Constant, enfatizou-se a liberdade e laicidade do
ensino e a gratuidade da escola primária. Os currículos secundários e
universitários sofreram forte influência da cultura europeia, tornando-se
enciclopédicos, muito teóricos e desvinculados da prática.

Entre 1920 e 1935, sob a influência de várias reformas na educação,


esboça-se um novo plano educacional a partir dos conceitos do movi-
mento Escola Nova, que traz à educação a valorização do ser humano
e a consideração das características individuais no processo de apren-
dizagem. É nesse período que se cria o Estatuto das Universidades
Brasileiras e se funda a USP (1934).

No ano de 1935 encontra-se, no Brasil, uma situação crítica, pois


ocorre o levante militar e, nesse contexto, encerra-se o debate político
sobre educação. Com a instalação do Estado Novo (1937 a 1945), a edu-
cação é considerada um direito de todos e incrementa-se a formação
técnica e profissional para atender às necessidades produtivas. Nessa
ocasião instala-se o Sistema S de educação (Sesc, Senai, Senac, Sesi,
Senar, Sebrae, Sest, Senat, Seescoop) paralelamente à rede pública.

A partir de 1946 há a promoção do desenvolvimento de forma acele-


rada (plano de metas = 50 anos em 5), com braço intelectual forte que
dá novo ânimo aos educadores comprometidos com o pensamento
humanista.

Na sequência, em 1961, cria-se a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDB) — Lei 4.024 —, humanista e moderna, na qual
se destacam os pensamentos de Paulo Freire, e, posteriormente, lança-
-se o Plano Nacional de Educação, com a meta de alfabetizar 5 milhões
de brasileiros até 1965.

O ano de 1964 foi conturbado com a tomada do poder pelos milita-


res. Novamente se interrompem as discussões sobre o ensino superior

Políticas públicas e a organização do ensino superior 25


e se constata uma ingerência direta do governo com as universidades,

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alvos de decretos-lei e censura.

No ano de 1968, o Brasil encontra-se novamente atento às questões


educacionais, e elabora-se uma nova LDB, com ênfase no ensino bá-
sico. Também se reorganiza o ensino superior e sua articulação com
o ensino médio. Ocorre a reforma do ensino superior que promove a
departamentalização, as matrículas por disciplina, os cursos básicos, e
a institucionalização da pós-graduação.

No ano de 1971, em uma fase denominada economicamente de


Brasil Potência, surgem novas diretrizes para a educação com a Lei
no 5.692/71, que tem base liberal e tendência educacional tecnicista.
Divide a educação em: 1O grau = 8 anos; 2o grau = 3 anos; e 3o grau = uni-
versitário. Surgem as grandes ênfases: ênfase nos métodos de ensino;
ênfase nas necessidades sociais (cria-se o vestibular para atender ao
aumento de procura pelo ensino superior); ênfase na formação profis-
sional; ênfase na quantidade e não na qualidade.

Em 1996, entramos na fase do “Brasil em desenvolvimento”. Aspira-


-se à educação de qualidade com vistas à formação do cidadão, com
o objetivo de colocar o país no primeiro mundo. Promulga-se a nova
LDB (Lei 9.394/96), que destaca o estabelecimento das Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCNs), que proporcionam mais autonomia para
as Instituições de ensino superior (IES). Essa mesma LDB determina,
nos artigos 9o e 87, que cabe à União a elaboração do Plano Nacional
de Educação (PNE) em colaboração com os estados, o Distrito Federal
e os municípios. Trata-se de um instrumento de planejamento do nosso
Estado Democrático de Direito que orienta a execução e o aprimora-
mento de políticas públicas do setor. A seguir, destacaremos os dois
últimos PNEs.

26 Fundamentos da educação superior


O Plano Nacional de Educação 2011-2020 foi redigido em 2010 e
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trazia as seguintes diretrizes:

•• I – erradicação do analfabetismo;

•• II – universalização do atendimento escolar;

•• III – superação das desigualdades educacionais;

•• IV – melhoria da qualidade do ensino;

•• V – formação para o trabalho;

•• VI – promoção da sustentabilidade socioambiental;

•• VII – promoção humanística, científica e tecnológica do país;

•• VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos


em educação como proporção do Produto Interno Bruto;

•• IX – valorização dos profissionais da educação;

•• X – difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade


e da gestão democrática da educação (MEC, 2010).

Em 2014, sentiu-se a necessidade de antecipar o novo plano


e foi construído um novo PNE, Lei no 13.005/2014 (CÂMARA DOS
DEPUTADOS, 2014). Nesse novo texto, fruto de amplos debates entre
diversos atores sociais e o poder público, estão definidos os objetivos e
as metas para o ensino em todos os níveis – infantil, básico e superior
– a serem executados nos dez anos seguintes. O PNE 2014-2024 traz
dez diretrizes, entre elas a erradicação do analfabetismo, a melhoria da
qualidade da educação, a expansão do ensino superior, além da valo-
rização dos profissionais de educação, um dos maiores desafios das
políticas educacionais.

Para finalizar esse tópico sobre os caminhos da educação brasileira


e sua relação com o ensino superior, vamos analisar os dados trazidos
pelo último censo, de 2014, na tabela 1.

Políticas públicas e a organização do ensino superior 27


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Tabela 1 – Estatísticas da educação superior

TABELA-RESUMO – ESTATÍSTICAS GERAIS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – BRASIL – 2014

Categoria administrativa

Estatísticas
Pública
básicas
Total geral Privada
Total Federal Estadual Municipal

Número de
2.368 298 107 118 73 2.070
instituições

Educação superior - Graduação

Cursos 32.878 11.036 6.177 3.781 1.078 21.842

Matrículas 7.828.013 1.961.002 1.180.068 615.849 165.085 5.867.011

Ingresso total 3.110.848 548.542 346.991 148.616 52.935 2.562.306

Concluintes 1.027.092 241.765 128.084 89.602 224.079 785.327

Educação superior - Sequencial de formação específica

Matrículas 11.752 564 137 252 175 11.188

Educação superior - Pós-graduação scricto sensu

Matrículas 299.355 251.096 170.128 79.633 1.335 48.259

Educação superior - Total

Matrícula total 8.139.120 2.212.662 1.350.333 695.734 166.595 5.926.458

Fonte: Inep (2015).

Podemos perceber que o ensino superior está passando por um mo-


mento histórico de crescimento. Em 2009 (época da elaboração do PNE
2010-2020), o Inep apontava 11% da população com ensino superior.
Em 2014, apontava 17%. No governo FHC, foram abertos, em média, 4,5
cursos superiores por dia útil; no de Lula, a média foi 3,4.

28 Fundamentos da educação superior


2 Políticas públicas para o ensino superior
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Como discutimos anteriormente, na última década houve um consi-


derável crescimento do ensino superior, com vários tipos de cursos e de
IES sendo criados, nas modalidades presencial e a distância. Em 2014,
32.878 cursos de graduação foram ofertados em 2.368 instituições de
educação superior no Brasil (Inep, 2015). Mantém-se a evidente preocu-
pação de expandir e democratizar o acesso ao ensino superior no Brasil,
considerado por muitos excludente e elitizado. O Estado tem desenvol-
vido e implementado uma série de incentivos e aportado recursos finan-
ceiros significativos em ações para suprir a crescente necessidade de
alunos matriculados nas IES públicas e privadas.

Apresentamos, a seguir, algumas ações e programas desenvolvidos


pelo governo federal, especialmente os projetos que contribuíram signi-
ficativamente para a ampliação do número de vagas e ao mesmo tem-
po viabilizaram o acesso dos jovens ao ensino superior.

Figura 1 — As políticas públicas


Sistema Universidade Aberta
Sistema de cotas
ProUni

Reuni
PBP
Fies
Sisu

Sistema de cotas (Lei no 12.711/2012) — (BRASIL, 2012) foi criado


para garantir o acesso de negros, índios, deficientes, estudantes de es-
cola pública e de baixa renda a universidades, concursos públicos e ao
mercado de trabalho. É uma lei controversa, pois é entendida por uns

Políticas públicas e a organização do ensino superior 29


como facilitadora do acesso de certos grupos e redutora da exclusão e,

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por outros, como uma segunda forma de discriminação.

No sistema de cotas, os alunos que estudaram todo o ensino médio


em escolas públicas têm direito a ¼, ou seja, 25% das vagas em todas
as universidades e institutos federais. Metade delas será reservada para
estudantes com renda mensal familiar de até um salário mínimo e meio,
e um percentual mínimo (de acordo com dados do IBGE) dessas vagas
adota critérios de raça para seu preenchimento.

A Lei no 11.096/2005, que institui o ProUni (Programa Universidade


para Todos) (BRASIL, 2012), é um sistema de cotas sociais que concede
bolsas de estudo de forma integral e parcial em instituições privadas
de ensino superior, para cursos de graduação ou sequenciais. Oferece,
além das bolsas, isenção de impostos para as faculdades que aderem
ao programa. Os beneficiários são concluintes do ensino médio com
renda per capita familiar de até um salário mínimo para bolsa integral e
de até 3 salários mínimos para bolsa parcial de 50%. Os candidatos são
avaliados pela condição social e pelo desempenho no Enem1 (devem
fazer mais de 450 pontos e não zerar na redação). Os candidatos pre-
cisam comprovar ter cursado escola pública ou privada com bolsa ou
ser pessoa com deficiência. O programa destaca-se por ser aquele que
mais efetivamente aumentou o acesso de jovens que estavam fora do
ensino superior por vários motivos, dentre eles a falta de renda suficien-
te para poder bancar os estudos nas escolas privadas ou mesmo a falta
de vagas no ensino público. O ProUni tem convênio com instituições
como a Funai (Fundação Nacional do Índio) e reserva vagas para qui-
lombolas, negros e indígenas; eles devem seguir os mesmos critérios
dos demais candidatos.

1 Criado no ano de 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia o desempenho dos estudantes
ao fim da escolaridade básica e tem sido utilizado como mecanismo de seleção para a graduação. Em
2009, foi redimensionado, visando à sua adoção pelas IES como etapa única ou parcial para recrutamento
de novos alunos.

30 Fundamentos da educação superior


Fies – Fundo de Financiamento Estudantil – É um programa que fi-
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nancia a graduação no ensino superior em IES particulares. O partici-


pante do financiamento precisa pagar, a cada três meses, uma parcela
no valor de R$ 50 referente ao pagamento de juros. Até no máximo 18
meses após a conclusão do curso, o aluno começa a amortizar sua dí-
vida, e o saldo devedor pode ser parcelado em até três vezes o período
financiado do curso, acrescido de 12 meses.

SISU – Sistema de Seleção Unificado – É um sistema de gestão de


vagas em universidades públicas, inteligente e informatizado, geren-
ciado pelo MEC. Seu objetivo é escolher candidatos para as vagas dis-
ponibilizadas pelas universidades que utilizam a nota do Enem como
processo seletivo. São selecionados os candidatos que obtiveram as
melhores notas. Note-se que nem todas as universidades aderiram ao
Enem como processo seletivo.

PBP – Programa de Bolsa Permanência – O governo federal conce-


de auxílio financeiro a estudantes em situação de vulnerabilidade socio-
econômica matriculados em instituições federais de ensino superior e
a estudantes indígenas e quilombolas. O candidato deverá comprovar
renda familiar per capita de um salário mínimo e meio e estar matricula-
do em curso com carga horária igual ou superior a cinco horas diárias.

Reuni – Reestruturação e Expansão das Universidades Federais –


Tem o objetivo de apoiar as universidades federais para ampliar o aces-
so e a permanência de alunos na educação superior. A meta é chegar
a 40% de alunos matriculados nos cursos de graduação no ensino pre-
sencial e a distância até 2020. Espera-se, com isso, aproximadamente
um total de 4.890.350 alunos matriculados, o que demandará investi-
mento na ordem de 1,2% do PIB. Além disso o governo visa à ampliação
da abertura de cursos noturnos, ao aumento do número de alunos por
professor, à redução do custo por aluno, à flexibilização de currículos e
ao combate à evasão.

Sistema Universidade Aberta do Brasil — Além dos programas/

Políticas públicas e a organização do ensino superior 31


ações diretamente ligados à Secretaria do Ensino Superior (SESu), ou-

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tra ação mais ampla do MEC e tão importante quanto as já descritas é
o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), criado em 2005. Esse
sistema objetiva a expansão e interiorização da oferta de cursos e pro-
gramas de educação superior por meio de parcerias entre as esferas
federais, estaduais e municipais do governo.

Alves (2013) nos apresenta alguns dos resultados dessas políticas:


o orçamento do MEC de R$ 17,4 bilhões em 2003 passou para R$ 92,5
bilhões em 2013, e o da assistência estudantil passou de R$ 85 milhões
em 2001 para R$ 650 milhões em 2012. Foram abertos 42.099 pos-
tos de trabalho por concurso (21.421 para docentes), e o ProUni bene-
ficiou mais de 1 milhão de estudantes em todo o país de 2005 até 2012.
Mesmo assim, conclui o autor que o acesso ao ensino superior continua
elitizado e excludente; 17% de jovens matriculados em 2014, muito dis-
tante dos patamares dos Estados Unidos e da Europa, que é entre 85 e
90% (ALVES, 2013).

Considerações finais
A análise dos dados estatísticos apresentados neste capítulo nos
leva a entender que o ensino superior no Brasil está passando por uma
grande transformação. Já não sem tempo, está ocorrendo um evidente
e necessário processo de democratização ao acesso de um número
crescente de jovens às instituições de ensino superior público e priva-
do no país. Diversas medidas foram tomadas no sentido de viabilizar a
permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeco-
nômica no ensino superior e de gerir o sistema para reverter os custos
de manutenção de vagas ociosas decorrentes de evasão estudantil em
vagas excedentes.

Em termos de resultados de todas essas políticas, podemos, a partir


do texto de Hélio Alves (2013), chegar às seguintes conclusões.

32 Fundamentos da educação superior


Os esforços para a expansão e a equidade no ensino superior têm
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sido muitos e variados, e a junção e a articulação de várias políticas


têm sido eficazes na resposta à demanda de acesso. Os investimen-
tos têm sido enormes e é preciso que a economia do país lhes dê sus-
tentação para a continuidade da expansão de vagas. Em paralelo, como
benefício do aumento de alunos, espera-se o crescimento da concor-
rência, que deve estimular de forma indireta a busca de qualidade no
ensino.

Entretanto, no que pese todo o esforço das autoridades governa-


mentais, ainda existem vários desafios a serem enfrentados no ensino
superior. Esperamos que a leitura deste texto tenha mostrado uma rea-
lidade em que nós, docentes do ensino superior, possamos colaborar, a
partir de uma atuação didática séria, competente e comprometida.

Referências
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Políticas públicas e a organização do ensino superior 33


CUNHA, Luís Carlos Vieira et al. Iniciação - Políticas públicas de incentivo à

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NEVES, Clarissa Eckert Baeta; RAIZER, Leandro; FACHINETTO, Rochele F.


Acesso, expansão e equidade na educação superior: novos desafios para a
política educacional brasileira. Sociologias, Porto Alegre, ano 9, n. 17, p.124-
157, jan./jun. 2007.

34 Fundamentos da educação superior

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