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Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.
O plano de aula
como documento do
cotidiano docente
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Aqui, ilustraremos as diferentes formas de elaborar um plano de aula
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que leve em consideração tais aspectos e que possa ser um aliado do
professor universitário em sua atividade docente não só para aulas indi-
viduais, mas para todo o curso.
1 Relembrando: PPI (Plano Pedagógico Institucional), PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) e PPP
(Projeto Político Pedagógico).
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Assim, o docente, ao elaborar o plano de aula, deve levantar algumas
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questões: o quê? Para quem? Para quê? Como? Por quanto tempo?
1 O conteúdo
O plano de aula precisa ser tratado como uma espécie de roteiro que
guiará o passo a passo da ação docente. O conteúdo do documento é
previamente definido no plano de curso e especificado no plano da disci-
plina, respeitando a bibliografia obrigatória e complementar da disciplina.
NA PRÁTICA
Imagine um professor que preparou uma determinada aula, mas que não
conseguiu concluí-la, seja por questões de tempo ou interrupções, seja
por perguntas de seus alunos. Uma aula não deve ser concluída somente
porque se esgotaram os 45 ou 50 minutos. Assim, cada plano de aula
deve ser pensado individualmente em uma sequência. É claro que se sabe
que existe a necessidade de que, por vezes, se planeje para uma semana,
quinzena e até semestre. No entanto, o plano provavelmente deverá ser
revisto e adaptado a cada aula, pois não deve ter fim burocrático, mas
sim de “diálogo” com os estudantes e com o desenvolvimento do curso.
Muitas vezes, em observações de aulas pela coordenação e direção de
cursos, espera-se que as aulas lecionadas sigam um roteiro fechado e
imutável, como se o processo de ensino-aprendizagem pudesse ser de tal
forma previsível. O plano de aula servirá como “trilha” e ajudará o docente
a encontrar o melhor caminho para que se alcancem os objetivos daquela
aula, dentro de determinado curso. No entanto, uma trilha, um caminho,
podem conter desvios, percalços, obstáculos e o plano de aula ajudará
a torná-los mais leves, uma vez que terá sido o instrumento de reflexão
sobre as possibilidades e desafios a serem encontrados.
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tar atento ao desenvolvimento da aula. O conteúdo deve ser respeitado,
mas as necessidades e interesses dos estudantes devem ser o foco e
jamais ser ignorados. Se necessário, a apresentação dos conteúdos ou
o desenvolvimento das habilidades devem ser momentaneamente in-
terrompidos para que os interesses sejam atendidos. Para tanto, os es-
tudantes devem ter plena ciência dos objetivos da disciplina e de cada
aula, de forma a colaborar para que sejam cumpridos, na medida do
possível.
2 A justificativa
Quem não se lembra dos tempos de escola em que a única justificati-
va que era dada aos estudantes (e se dada) para uma determinada ação
educativa era a de que determinado tópico tinha de ser estudado porque
era importante e “ponto”! A resposta também podia ser “você vai desco-
brir no futuro...” E esse dia provavelmente ainda não chegou até agora.
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É muito comum ainda nos dias de hoje que uma aula (ou um conjun-
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Funções sociais e
Descrição breve dos
pedagógicas da educação Explicitar as metodologias
conteúdos
na sociedade
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tar os conteúdos ou habilidades que serão abordados, assim como a
forma como o processo se dará – tais definições, num cenário ideal, de-
vem ser feitas em parceria com os estudantes num processo de intensa
colaboração. Nessa etapa, ambos os elementos serão somente apre-
sentados e, posteriormente, detalhados em espaços específicos. Muito
comumente, aplica-se a justificativa a outras esferas do planejamento.
Porém, é de grande importância que cada aula tenha uma explicação e
uma compreensão de sua importância – para que os estudantes for-
mem conexões e para que o próprio docente reflita constantemente
sobre sua ação. A seguir, exemplo de justificativa de aula para curso de
ciências biológicas, na disciplina de botânica.
NA PRÁTICA
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É importante salientar que a justificativa de uma aula não deve ser
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3 A metodologia de ensino
No capítulo anterior, apresentamos a Taxonomia de Bloom e sua
aplicabilidade para que os conteúdos e habilidades de determinada dis-
ciplina de um curso superior façam sentido, respeitando o status cog-
nitivo e de conhecimento dos estudantes no momento da aula, assim
como suas caraterísticas sociais e emocionais.
•• materiais disponíveis.
A metodologia a ser aplicada numa aula só pode ser feita após uma
análise das condições dos estudantes em termos cognitivos, sociais e
emocionais. É preciso que se saiba quais são as necessidades da tur-
ma, qual seu nível de conhecimento sobre o tema a ser desenvolvido e,
finalmente, quais as possibilidades de trabalho serão possíveis naquele
determinado momento. Obviamente, num início de curso, numa turma
de primeiro semestre, tal análise só se tornará possível após algumas
aulas. Recomenda-se, no entanto, a aproximação com os estudantes
logo no início.
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veladora para que se comece a delinear as abordagens metodológicas
necessárias à turma.
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O professor precisa descrever a metodologia a ser empregada e jus-
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tificar sua aplicação, salientando mais uma vez para o estudante quais
são os motivos de sua escolha metodológica. Hoje, o professor dispõe
de diversas metodologias e práticas educativas a seu dispor, mas deverá
observar quais são as orientações e a filosofia da instituição de ensino
em que atua, de modo a respeitar o que é proposto por ela. Obviamente,
uma abordagem crítica a ser apresentada à instituição possivelmente
será bem-vinda, mas com justificativas sólidas para que se acatem pro-
váveis mudanças.
2 “Desde o final do século XIX, postulava-se uma posição que contrariasse uma longa tradição pedagógica:
tratava-se de ressaltar e privilegiar a atividade do aluno, compreendida como mola propulsora da
aprendizagem. O protagonismo do professor seria destronado, pois tratava-se de conferir protagonismo
ao aluno; em outros termos, o aprendente seria o carro-chefe em detrimento do ensinante ou, ainda, o
puerocentrismo substituiria ao magistrocentrismo” (ARAUJO, 2015, p. 2).
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Um dos precursores da aprendizagem ativa, Freire sempre defendeu a au-
tonomia do estudante, em termos cognitivos, sociais e políticos. Estudos
da área de psicologia e de neurolinguística também indicaram a impor-
tância da participação do aluno a partir de outra perspectiva. Estudiosos
como Ausubel e Novak (1980) defenderam o que chamaram de apren-
dizagem significativa, aquela que ligará a experiência prévia do aluno ao
conhecimento novo a ser incluído em suas experiências acadêmicas.
Produções
criativas
Deve conduzir a
1. Estrutura de conhecimento
bem-organizada.
Conhecimento
Requer 2. Empenho emocional para
significativo integrar o conhecimento
novo com o já existente.
Um continuum
1. Conhecimento pequeno
ou não relevante.
Aprendizado 2. Falta de motivação
Resulta de
mecânico emocional para relacionar
conhecimento novo
com conhecimento
relevante existente.
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Assim, podemos observar que metodologias que coloquem o estu-
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para que se compreenda e se execute o processo de ensino-aprendiza-
gem apesar de eventuais imprevistos.
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seguinte pelo feedback (até como forma de reativar as competên-
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Mas quanto tempo utilizar para cada fase? Essa é uma questão difícil
de ser respondida, pois dependerá de diversos fatores, tais como meto-
dologia, conteúdo, tecnologias, materiais, condições de conhecimento
dos alunos, mas pode-se dizer que a maior parte do tempo deverá ser
dedicado ao desenvolvimento da aula, que será o momento de debates,
exposições, etc.
NA PRÁTICA
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feedback deve ser um ato bastante elaborado e com muito critério, ou
seja, deve-se definir quais os elementos a serem observados, seus objeti-
vos e contextos que interferem no desenvolvimento do processo.
Considerações finais
Neste capítulo, procuramos mostrar a importância da elaboração do
plano de aula para além da ideia do cumprimento de uma demanda bu-
rocrática. Tentamos apontar sua relevância para o estudante e seu pa-
pel de norteador das atividades no processo de ensino-aprendizagem.
O plano de aula deve ter seu foco não somente naquela aula especí-
fica, mas em todo o processo de ensino-aprendizagem e mesmo para
além dele. Seu foco estará na aplicabilidade teórica e/ou prática dos
conceitos ou habilidades desenvolvidas naquela aula no contexto em
que o estudante estará inserido ao concluir suas atividades universitá-
rias no ensino superior. Portanto, o plano de aula refere-se à aula, mas
tem sua base na realidade.
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Este documento não promete a realização impecável de todas as
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Referências
ARAUJO, J. C. S. Fundamentos da metodologia de ensino ativa. 37ª Reunião
Nacional da ANPEd – 4 a 8 de outubro de 2015, UFSC, Florianópolis. Disponível
em: <http://www.anped.org.br/sites/default/files/trabalho-gt02-4216.pdf>.
Acesso em: 26 jun. 2018.