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Roberto Marcos, As origens do mundo moderno: uma narrativa global e

ecológica 1

Capítulo Um: Os Mundos Material e Comercial, por volta de 1400


Introduçã o: (Trata do estado das coisas sobre o tempo em que começamos na História
Mundial 2)
 Neste capítulo, Marks argumenta que a maioria das mudanças na histó ria é
resultado de "enormes processos que dificilmente sã o detectá veis",
decorrentes de mudanças nas estruturas sociais, econô micas, políticas e
culturais
 O foco está em dois grandes aspectos estruturais do mundo em 1400
o Condiçõ es materiais e naturais sob as quais a maioria das pessoas
vivia
 Agricultura avassaladora
 Chama isso de "antigo regime bioló gico"
o As redes de negociaçã o que conectaram a maior parte deste "Velho
Mundo"
o Estes dois sã o, de certa forma, forças opostas
 Um mundo material (agrícola) em que a maioria das pessoas
vivia com uma vida restritiva
 Um mundo comercial e comercial que cada vez mais colocou
partes do mundo em maior contato
o Ele também espera mostrar como essas duas dimensõ es interagiram,
por meio de uma discussã o sobre a peste negra de meados do século
XIV.
 Marks também introduziu conceitos-chave que serã o usados ao longo do
livro
o As civilizações referem-se aos grandes impérios, baseados na
revolução agrícola.
 Neles há uma relaçã o explícita entre
 Cidades e campos
 Elites dominantes e camponeses (agricultores ou
aldeõ es)
 Essas relaçõ es formam a base do que Marks chama de "Antigo
Regime Bioló gico".
o Este capítulo também examina o Sistema Mundial tal como ele existia
na época
 Em alguns sentidos, esta é a primeira fase da globalização
moderna
 Há duas características de visualizar este sistema de comércio
 Policêntrico: um sistema de comércio mundial com
muitos centros
 Núcleo e Periferia: cada parte desse sistema consistia
em um império com um nú cleo que fornecia riqueza e
uma periferia, que fornecia mã o de obra e matérias-
primas
 Marks se esforça para provar neste capítulo que, de fato,
o sistema de comércio mundial era policêntrico,
composto por impérios, cada um com um núcleo e uma
periferia
Como era o mundo no século 15 (1400)?
 Independentemente de onde você morava, as pessoas tinham um mundo
material basicamente semelhante
o Todos (camponeses e elites) dependiam da agricultura para
sobreviver
o Com estruturas e necessidades semelhantes, enfrentaram problemas
semelhantes
 A vida no antigo regime bioló gico
o Em 1400, havia cerca de 350 milhõ es de pessoas 6% da nossa
populaçã o atual (em 1800 tinha duplicado)
o 80% eram camponeses, diretamente ligados à terra
o A populaçã o era rural e a disponibilidade de terras para produzir
alimentos era uma restriçã o ao tamanho da populaçã o.
o No entanto, houve um aumento populacional a partir de 1400 até
meados de 1600 apó s a peste.
 As mudanças climáticas foram a causa desse aumento
populacional
 Condiçõ es mais quentes permitiram melhores colheitas devido
à s temperaturas mais quentes e maior precipitaçã o
pluviométrica
o Os 350 milhõ es de pessoas estavam agrupados em alguns bolsõ es de
alta densidade.
 Eles vivem em 4,25 milhõ es de quilô metros quadrados de 60
milhõ es de 7% da terra.
 A maioria das terras nã o era cultivá vel – pâ ntano, estepe,
deserto ou gelo
 Essas á reas densas consistiam de apenas 15 civilizaçõ es
altamente desenvolvidas, entre elas a principal delas
 Japã o, Coreia, China, Indonésia, Indochina,
 Índia
 Á sia Ocidental Islâ mica
 Europa (Europa Mediterrâ nea e Ocidental)
 Américas (Incas e Astecas)
 Surpreendentemente, 70% da populaçã o atual vive nesses
mesmos 4,25 milhõ es de quilô metros quadrados.
 As concentraçõ es populacionais mais densas eram (e ainda
sã o)
 Continente Eurasiá tico: China no Oriente, Europa no
Ocidente, Índia no Sul
 A populaçã o da China e da Europa foi aproximadamente
igual durante a maior parte deste período
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o Só a China representava de 25% a 40% da


populaçã o mundial
o Esses três centros juntos representavam 70% da
populaçã o mundial em 1400
 A Europa foi de 25%
 A Índia era de cerca de 20%
o A partir disso, fica evidente que muito do que
aconteceu durante esse período foi resultado das
açõ es da China e da Índia
 Todas as á reas densamente povoadas compartilhavam a
mesma característica importante, a relaçã o entre aqueles que
viviam no campo e produziam alimentos, e aqueles que viviam
nas cidades consumindo os excedentes dessa produçã o de
alimentos.
 Essa relaçã o mudou pouco desde a revoluçã o agrícola,
10.000 anos antes.
 Por volta de 1400, no entanto, esse sistema deu origem
ao mais poderoso sistema de governo, os impérios
o Vilas e cidades na década de 1400
 25 maiores cidades na década de 1400 sã o muito semelhantes
ao que é hoje
 no entanto, na época representavam 1% da populaçã o
 9 das maiores cidades estavam na China, Nanjing era a
maior
 Vijayanagar, naÍndia, ficou em segundo, Cairo em 3º e Paris
em4º.
 A Europa tinha apenas 5 cidades no top 25
 Outras grandes cidades incluíam Constantinopla
(Mediterrâ neo), Samarcanda (Á sia Central), Bagdá
(Iraque) e Fez (Marrocos);
 Essas cidades variavam de 80.000 a 500.000 habitantes
 As cidades eram muito diferentes das aldeias onde os
outros 99% viviam
o Tinha pessoas com grandes riquezas e posses
o Para os camponeses, essas pessoas nã o
trabalhavam, pois nã o cultivavam, mas viviam da
agricultura camponesa
o Eles se ressentiam dos impostos, dízimos e
aluguéis que os camponeses pagavam aos
proprietá rios e funcioná rios da cidade.
o Os nô mades também invejavam a riqueza das cidades
 Viviam nas estepes, que nã o eram terras agrícolas
 Ganhavam a vida caçando, coletando e seguindo seus rebanhos.
 A mobilidade era um modo de vida para eles, mas eles nã o
eram completamente autossuficientes
 Trocado por coisas produzidas na cidade – sais, panelas
e frigideiras, têxteis
 Em troca, trocavam cavalos, carne, mel ou produtos que
pudessem colher.
 Assim, nô mades e cidades dependiam uns dos outros
 Essa relaçã o simbió tica nem sempre foi pacífica
 Os nô mades eram guerreiros ferozes que
frequentemente invadiam civilizaçõ es, que os
consideravam bá rbaros
 Muitas vezes nô mades eram recrutados para defender
impérios, muitas vezes levando os nô mades a
conquistá -los (os impérios Han e Romano sã o exemplos
 Os chineses distinguiam entre os nô mades ("crus") e os
civilizados ("cozidos")
o Vida selvagem
 Embora em 1400 os humanos tivessem migrado para quase
todas as partes do planeta, ainda havia muito espaço para a
vida selvagem
 Lobos vagaram pela maior parte da Europa (Contos de
Fadas de Grimm), e atacaram pessoas em Paris
 Os tigres habitavam a maior parte da China e
periodicamente levavam leitõ es e bebês
 A América do Norte tinha vida selvagem em nú meros
astronô micos
 À medida que a populaçã o se expandia, o apetite das pessoas
por novos alimentos aumentava, e o uso de peles tornou-se
moda, a vida selvagem, embora abundante, no entanto,
diminuiu.
 No entanto, a cada inverno frio ou influxo de doenças, a
populaçã o humana diminuiu e a vida selvagem
aumentou.
 Ainda assim, a partir de 1400, a vida selvagem foi cada
vez mais deixada com cada vez menos habitat natural

Embora tradicional e agrícola, a década de 1400 foi um período de mudanças; a
mudança no Antigo Regime Bioló gico pode ser melhor compreendida na interaçã o
entre o crescimento populacional e a terra disponível, e os fatores que afetaram
ambos (fome, revoltas camponesas, epidemias)
 O crescimento e o declínio populacional ofereciam benefícios e dificuldades à
sociedade
o Um aumento da populaçã o significa maior sucesso na obtençã o de
alimentos do ecossistema
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o Maiores populaçõ es permitiram os maiores avanços tecnoló gicos das


civilizaçõ es
o Assim, o crescimento populacional é bom, a ponto de tributar a
capacidade da sociedade de alimentar essa populaçã o
o Por outro lado, o declínio causado por doenças e fome restaurou um
equilíbrio mais saudá vel entre a oferta de alimentos e a populaçã o
 Um dos limites do Antigo Regime Bioló gico entã o era a capacidade de
produzir alimentos, que só podia ser aumentada de 3 maneiras
o Trazendo mais terras para cultivo
o Aumentar a capacidade da terra existente de produzir (mais trabalho,
melhores sementes)
o Aumentar a quantidade de á gua ou fertilizante
 A China enfrentou esse problema aumentando a quantidade de terra
cultivada e cultivando-a e fertilizando-a.
o Ainda assim, havia limites para o quanto isso poderia ser feito
o O cultivo de novas terras produziu migraçõ es humanas
 Muitas vezes, a expansã o limitava-se a terras pouco protegidas
e menos produtivas
 Em muitos casos, como na Europa, vizinhos fortes (turcos,
tá rtaros, mongó is) impedem a expansã o.
 A dificuldade de reivindicar novas terras, juntamente com a fome, a guerra e
outros desastres mantiveram as populaçõ es relativamente baixas, e a
expectativa de vida também
o Nos impérios avançados a expectativa de vida era de 30 a 40 1/2 do
que é hoje
o Isso se deve em grande parte a uma enorme taxa de mortalidade
infantil; Uma vez que se viveu além da infâ ncia, eles poderiam esperar
viver até os sessenta, se as colheitas fossem boas.
 A fome foi um fator importante que afetou a populaçã o
o A escassez de alimentos, a escassez e a fome eram uma característica
constante do Antigo Regime Bioló gico
 Foi especialmente grave porque os camponeses tiveram que
abrir mã o de até 1/2 de sua colheita na forma de aluguel e
serviço de trabalho para o proprietá rio da terra.
 Em tempos bons, eles podem ter um excedente para
vender e adquirir mais terras
 No entanto, com o mau tempo, eles atrasavam os
pagamentos e perdiam o arrendamento da terra
 Assim, a fome era tanto um fenô meno social para os
camponeses, resultado da estrutura social do império.
 Eventualmente, isso levaria os camponeses a
desenvolver novos conceitos políticos sobre seus
direitos e relaçã o com os proprietá rios de terras e o
governo
 As revoltas camponesas foram outro fator que afetou a vida no Antigo
Regime Bioló gico, pois muitas das carências alimentares que as afetavam
deviam-se à estrutura econô mica e política existente.
o No entanto, por mais terríveis que fossem as condiçõ es, a revolta
dependia de dois fatores
 Se o governo tinha força suficiente para subjugá -los
 Sua unidade e capacidade de açã o coletiva
o Revoltas ocorreram
 No Japã o, de 1590 a 1871, mais de 3.000 casos de revolta
camponesa
 A China teve menos mas maiores revoltas, como a Rebeliã o
Taiping de 1800
 A Rú ssia teve as revoltas de Pugachev em 1700
 Os franceses tiveram uma revoluçã o camponesa em 1789
o Assim, os camponeses constantemente encontravam maneiras de
resistir à elite dominante, e a resistência era precipitada pelas
condiçõ es agrícolas, mesmo que essas revoltas raramente resultassem
em grandes mudanças.
 A Doença Epidêmica também foi um dos principais fatores que afetaram a
populaçã o no Antigo Regime Bioló gico
o Em essência, toda a vida dependia dos agricultores, e havia dois tipos
de parasitas que viviam deles
 Macroparasitas: a elite dominante que dependia de sua comida
para sustentar cidades e civilizaçõ es (é o que discutimos até
agora nesta seçã o, levando à fome e revoltas)
 Microparasitas: as bactérias da peste, varíola, gripe.
o Este ú ltimo afetava toda a populaçã o, embora mais virulento para os
camponeses que compunham 99% das populaçõ es
o As doenças viajaram mais rapidamente à medida que o mundo se
tornou mais interconectado durante esse período de tempo.
 A Peste Negra se espalhou da China para a Europa em questã o
de anos
 Uma vez na Europa, engoliu toda a regiã o em 3 anos.
o Para entender como isso aconteceu, precisamos entender as redes
comerciais que ligavam a maior parte da Eurá sia e possibilitavam que
mercadorias, ideias e germes viajassem de uma ponta à outra.

O Mundo e seu Sistema de Comércio por volta de 1400


Rotas comerciais em 1400
 O Velho Mundo - Eurá sia e Á frica - estava ligado por oito zonas comerciais
interligadas dentro de três grandes subsistemas
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1. Subsistema do Leste Asiá tico: ligou a China e as Ilhas das Especiarias (do
Sudeste Asiá tico equatorial à Índia)
2. Subsistema Oriente Médio-Mongó lia: ligou o continente euroasiá tico (do
Mediterrâ neo Oriental à Á sia Central e Índia)
3. Subsistema Europeu: centrado nas feiras de Champagne, na França, e nas
rotas comerciais de Gênova e Veneza, ligando a Europa ao Oriente Médio
e ao Oceano Índico.
 Estes subsistemas sobrepunham-se à s rotas comerciais terciá rias em Á frica:
o Norte e Oeste da Á frica conectados com os subsistemas europeu e do
Oriente Médio
o A Á frica Oriental ligada a eles pensava que o subsistema do Oceano
Índico

Oito circuitos dos sistemas de comércio do século 13

 As três principais rotas comerciais ligavam os subsistemas, criando um


sistema de comércio integrado
o Todos os sistemas comerciais terminaram no Mediterrâ neo Oriental
 A rota do norte subia pelo Mar Negro, e depois por terra
através do Império Mongol até a China
 A rota central passava por Bagdá e depois pelo Golfo Pérsico
até o Oceano Índico, dando aos comerciantes acesso a
especiarias e produtos do Leste e Sudeste Asiá tico
 A rota sul ia do Cairo, por terra para o sul até o Mar Vermelho,
e de lá para o Oceano Índico

As três principais rotas comerciais do Mediterrâneo Oriental

 Este sistema de negociaçã o é significativo por uma série de razõ es


o Primeiro, passou em grande parte despercebido pelos historiadores
que concentram sua atençã o em uma parte do mundo, como China,
Índia ou França
 Agora que vemos como o mundo foi integrado durante esse
período, a pergunta torna-se "O sistema pó s-1500 foi uma
criaçã o totalmente nova, ou surgiu de um elemento desse
sistema pré-existente?"
 Marks responde à pergunta argumentando a ú ltima opçã o
o Segundo, esse vasto sistema operava sem uma força central
controladora ou dominadora
 Cada regiã o tinha um jogador dominante
 No entanto, nenhum império controlava a totalidade de
nenhum dos 3 subsistemas
 Contentavam-se em nã o balançar o barco e simplesmente
tributavam as mercadorias que passavam por seus portos.
o Três, o sistema de comércio mundial desse período era policêntrico,
consistindo de mú ltiplos centros comerciais, cada um consistindo de
um império com um núcleo rico em cidades, abastecido com matérias-
primas e mã o de obra pela periferia camponesa
 Permaneceu assim até por volta de 1800, quando os europeus
colocaram em prá tica os elementos necessá rios para colonizar
a maior parte do globo
 Fez isso criando um sistema global com um nú cleo altamente
desenvolvido e uma periferia subdesenvolvida.
o Quarto, esse afro-eurasiano era um "sistema mundial" nã o porque se
estendia pelo globo, mas porque o sistema era maior do que qualquer
um deles.
 Ele ligava a maior parte do mundo, entã o todos sabiam um
pouco sobre as outras partes do mundo com quem negociavam
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 O ú nico elemento que faltava eram as Américas e a Austrá lia


o Essa rede de comércio facilitou o intercâ mbio de livros, ideias,
tecnologia e doenças, como veremos na pró xima seçã o
A Peste Negra: Uma Conjuntura de meados do século XIV
 Na introduçã o, Marks introduz o conceito de conjuntura:
o "acontece quando vá rios desenvolvimentos independentes se juntam
de maneiras que interagem entre si, criando um momento histó rico
ú nico"
o "Coisas acontecendo em diferentes partes do mundo por razõ es que
têm a ver com circunstâ ncias locais que depois se tornam globalmente
importantes."
 A Peste Negra é significativa, em parte porque é um exemplo de conjuntura
o Eventos locais ú nicos para cada á rea tornam-se ligados através das
rotas comerciais para criar um evento que teve um impacto
significativo no mundo.
o Como veremos, há uma série de ingredientes discretos nessa
conjuntura, e foi a vinculaçã o destes pelas redes de comércio que
criou uma epidemia mundial.
 Embora a conjectura explique como os eventos locais se tornaram um evento
mundial, há também outra razã o importante para examinar a Peste Negra
o Há dois aspectos no Antigo Regime Bioló gico, um está tico e outro
dinâ mico
 Está tica: uma populaçã o camponesa que vive em impérios
cujas vidas mudaram muito pouco desde o Neolítico, limitadas
pelas possibilidades agrícolas
 Dinâ mica: a rede de comércio descrita acima, que ligava cada
á rea e facilitava a disseminaçã o de ideias, tecnologia e, neste
caso, a morte.
o A Peste Negra é um exemplo de como o mundo se interconectou e,
assim, explica as mudanças dinâ micas que ocorrem dentro do Antigo
Regime Bioló gico.
 Uma breve histó ria da peste
o A peste bubô nica é o resultado de uma bactéria produtora de doenças,
encontrada em roedores no sudoeste da China
 Nã o poderia ser transmitida diretamente aos seres humanos,
mas sim indiretamente através de picadas de pulgas por
insetos infectados
 Os chineses se distanciaram dos roedores e pulgas
o As tropas mongó is, sem saber do perigo, levaram as pulgas para á reas
densamente povoadas da China, matando até 2/3 da populaçã o
o Enquanto isso, na Europa, o rato preto se refugiou em casas,
impulsionado dentro de casa por um clima cada vez pior, e menos
habitat natural à medida que a populaçã o da Europa se expandia.
o Os mongó is carregaram as pulgas através de seu império, que se
estendia pelo continente eurasiá tico. Eles infectaram roedores ao
longo do caminho.
o Nessa época, a Europa havia desenvolvido uma rede comercial que
ligava as feiras da França aos navios mercantes de Gênova e Veneza.
Estes navios cruzaram a rota comercial do norte da Mongol no porto
de Caffa, no Mar Negro.
o Em dezembro de 1346, navios genoveses e venezianos foram
atracados em Caffa, que estava sitiada por um príncipe mongol.
o Infelizmente para os mongó is, eles foram assolados pela peste e
forçados a se retirar. Antes de partir, eles catapultaram cadá veres
mortos para a cidade, causando um surto da peste
o Enquanto os italianos fugiam, eles carregavam ratos e pulgas que
carregavam a peste, trazendo-os de volta para a Europa.
o A peste pode ter morrido, exceto por dois três fatores
 As pulgas se espalharam para os ratos negros nas cidades e
casas dos europeus
 Europeu nã o tinha imunidade, e poderia espalhar a doença
pela tosse.
 As cidades da Europa estavam muito mais pró ximas e mais
ligadas pelo comércio, criando uma estrada para a doença
 Em quatro anos, chegou à Suécia e a Moscou
 Assim, como a fome, a peste nã o era um fenô meno puramente natural. Foi
difundido pela atividade humana ao longo das redes de comércio.
o Como resultado, a populaçã o da Europa aumentou 20 milhõ es em
poucos anos
o Embora os registros sejam escassos, provavelmente teve um efeito
semelhante sobre os mongó is, o mundo islâ mico e a Índia também
 Mas, como sugere a ideia de conjuntura, a influência da peste foi além do
nú mero de pessoas que morreram, pois produziu mudanças estruturais
essenciais na Europa
o Aqueles que sobreviveram herdaram riqueza e terra, e estavam muito
melhor do que antes, especialmente camponeses.
o A populaçã o cresceu rapidamente e o comércio aumentou
o A publicaçã o de livros e a transferência de informaçõ es decolaram,
pois agora havia uma oferta abundante de trapos a partir dos quais se
podia fazer papel melhor, mais barato e mais durá vel. Isso se traduziu
em uma transferência maior, mais rá pida e mais profunda de
informaçõ es.

Conclusã o: O Antigo Regime Bioló gico


 Como nos milênios anteriores, durante esse período a populaçã o humana
vivia muito no meio ambiente e tinha que estar muito atenta aos limites e
oportunidades que ele proporcionava
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 A populaçã o humana nã o avançou tã o rá pido a ponto de ameaçar o meio


ambiente ou a vida selvagem
 A agricultura fornecia nã o apenas alimentos, mas a maior parte das matérias-
primas da vida, e a vida era agrá ria para todos, exceto 1% da populaçã o.
 O Antigo Regime Bioló gico era orgâ nico
o Dependia da energia solar para cultivar culturas para alimentaçã o e
á rvores para madeira
o Essa abordagem limitava o leque de possibilidades para as pessoas e
sua histó ria, pois tudo dependia de recursos renová veis dependentes
do sol.
 A agricultura era o principal meio de alterar o meio ambiente, transformando
um tipo de ecossistema em outro, que alimentaria as pessoas de forma mais
eficiente.
 Ainda assim, em 1300 civilizaçõ es estavam ultrapassando os limites
ambientais, ajudadas temporariamente pela Peste Negra
o Em 1750, a populaçã o dobrou para 750 milhõ es
o Isso significava que algo tinha que mudar em termos de nú mero de
pessoas e disponibilidade de terras.
 Vá rias opçõ es imediatas apareceram na idade anterior
o As Américas eram uma vasta fonte de riqueza e recursos
o Redes comerciais mais desenvolvidas permitiram a especializaçã o
 A especializaçã o, por sua vez, permitiu que as economias
produzissem mais do que no passado
 Ainda assim, a sociedade permanecia presa aos limites do Antigo Regime
Bioló gico
 O capítulo seguinte examina o desenvolvimento dessas redes comerciais

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