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ECOCARDIOGRAMA NO TRANSOPERATÓRIO

MARINHO, Jordânia Gomes de Castro¹*; MADALENA, Bruna Cristina¹; FERRARI,


Daniel Fernandes¹; PEREIRA, Marison Maia¹; SANTOS, Letícia Calovi de Carvalho²;

¹Graduando em Medicina Veterinária, UNIPAC – Lafaiete, MG, ²Docente do curso de Medicina


Veterinária, Unipac - Lafaiete, MG.
*E-mail: jordaniamarinho123@yahoo.com

RESUMO: O ecocardiograma representa um grande avanço na cardiologia médica


veterinária, permitindo a avaliação morfofuncional não invasiva do coração. Por ser uma
abordagem inofensiva e menos estressante, é ideal em situações de risco e para monitorar
a progressão da doença e a resposta ao tratamento (Yuill e O'Grady, 1991; Kittleson e
Kienle, 1998). O exame inclui três modos: modo M, 2D e Doppler. Através dos dois
primeiros, os átrios, ventrículos, aurículas, válvulas cardíacas e grandes vasos podem ser
vistos, e imagens dinâmicas podem ser obtidas para avaliar a espessura da parede
sistólica e diastólica, o movimento muscular e valvar e o índice sistólico do coração.
Além de detectar a presença de turbulência no coração e nos grandes vasos, o modo
Doppler também pode estudar a direção e a velocidade do fluxo em pontos anatômicos
importantes. Esta informação, interpretada com outros achados ecocardiográficos, pode
ser usada para identificar padrões anormais de fluxo (shunt, regurgitação e estenose),
avaliar a função sistólica e diastólica do coração e quantificar a gravidade da lesão
(Bonagura et al., 1998 ; Muzzi, 2002).

PALAVRAS-CHAVE: anestesia, monitoração, veterinária, ecocardiograma

INTRODUÇÃO:

O ecocardiograma é definido como o exame ultrassonográfico do coração e dos


grandes vasos, e nos últimos vinte anos, tornou-se o método de diagnóstico mais
importantes em cardiologia prática veterinária (Boon, 1998; Kienle, 1998; Kienle e
Thomas, 2005).

O ecocardiograma é um aparelho que executa a ecocardiografia. É um aparelho que


promove a transformação da energia elétrica em mecânica, ocorrendo assim a vibração de
cristais do mesmo, que são integrados num transdutor incluído numa sonda, a qual é
colocada em contacto direto com o paciente (Fish, 1990; Allen, 1982). Os sons emitidos
geram ecos, posteriormente recebidos pelo transdutor que transforma energia mecânica em
energia elétrica determinando assim a formação de uma imagem no monitor (Fish, 1990;
Oyama, 2004; Allen, 1982).

A ecocardiografia é um método diagnóstico não invasivo que permite examinar


estruturas cardíacas, incluindo aorta, artérias pulmonares, ventrículos, átrios, e todas as
válvulas cardíacas (Boon, 2006). Os diferentes modos do ecocardiograma permitem a
caracterização morfológica, informação funcional obtida a partir de imagens dinâmica da
contração cardíaca (Boone, 2006; Abbott e McLean, 2003). Na ecocardiografia é possivel
ter como método a avaliação da condição cardíaca, função cardíaca e fluxo sanguíneo
(Boon, 2006), tornando-se um opção para avaliação cardíaca criteriosa, substituindo
técnicas invasivas como cateterismo cardíaco e angiografia (Kienle & Thomas, 2002).
Apesar da enorme importância da ecocardiografia no diagnóstico cardíaco, a interpretação
dos dados e as informações fornecidas devem ser combinadas com o
histórico médico anterior, ausculta torácica, eletrocardiograma (ECG), radiografias exame
torácico e outros exames complementares relacionados a uma diagnóstico completo
(Kienle & Thomas, 2002).

REVISÃO DE LITERATURA;
Um ecocardiograma nada mais é do que um exame de ultrassom da região do coração
que utiliza as ondas e frequências associadas ao som para obter uma imagem do coração.
Para realização da ecocardiografia temos diferentes modos.
A ecocardiografia em modo M é um metodo ecocardiográfico obtido quando o
transdutor é mantido em uma posição fixa no modo B, e quando o comando do modo M
é acionado, uma linha reta aparece no monitor, representando um feixe de ultrassom
estreito, que pode ser posicionado sobre a área a ser estudada. As estruturas do coração
que se encontram sob esta viga são então traçadas no diagrama. O eixo X representa a
velocidade de movimento das estruturas cardíacas em segundos, e o eixo Y representa a
distância entre as estruturas em centímetros ou milímetros. Esse modo é usado
principalmente para avaliação quantitativa do coração, sendo que os principais
parâmetros avaliados são: Medida dos diâmetros da aorta e do átrio esquerdo e cálculo da
relação entre essas duas estruturas. Para referência, utiliza-se o momento de abertura dos
folhetos da valva aórtica para medir o diâmetro aórtico, e o momento de fechamento
destes mesmos folhetos para medir o diâmetro do átrio esquerdo (ABDUCH, 2004);
medição do diâmetro diastólico do ventrículo direito; medida dos diâmetros sistólico e
diastólico do ventrículo esquerdo, e estimativa da espessura e volume da parede
ventricular e volume sanguíneo (BOON, 1998); cálculo dos índices de função ventricular
esquerda. Destes, a fração de ejeção (FE) é uma das medidas mais comumente usadas da
função sistólica na prática ecocardiográfica, refletindo a relação entre o volume sistólico
e o volume diastólico final. Várias fórmulas foram desenvolvidas para obter o volume do
ventrículo esquerdo. A partir desses dados, as medidas do diâmetro interno do ventrículo
esquerdo devem ser cubadas na sístole e na diástole para obtenção dos volumes sistólico
e diastólico (ABDUCH, 2004). Outro índice amplamente utilizado da função ventricular
esquerda é o percentual de encurtamento das fibras miocárdicas (%ΔD).
Já o modo doppler é usado para avaliar a função hemodinâmica do coração,
registrando a direção e a velocidade do fluxo sanguíneo intracardíaco e dos grandes vasos
(ABDUCH, 2004; BROWN; KNIGHT; KING, 1991; HENIK, 1995 ; KIERBERGER,
1992a; O'LEARY e outros, 2003; Uehara, 1993; Yule; O'Grady, 1991). Um
ecocardiograma Doppler simplesmente analisa as mudanças na frequência do ultrassom
e encontra ecos refletidos pelos glóbulos vermelhos. Se os glóbulos vermelhos forem
mantidos imóveis em relação à fonte que gera as ondas de ultrassom, eles refletirão na
mesma frequência e comprimento de onda em que foram emitidos. À medida que os
glóbulos vermelhos se aproximam ou se afastam da fonte de origem, as ondas são
refletidas em diferentes frequências e comprimentos de onda, permitindo que o
dispositivo traduza essas informações à medida que o sangue se aproxima ou se afasta do
transdutor. O doppler é obtido a partir de imagens 2D, e quando esta função é ativada,
pode-se selecionar o local e o volume de amostragem a serem investigados. A imagem
desta verificação é exibida no espectro do osciloscópio. A linha de base representa o
transdutor. À medida que o fluido se aproxima do transdutor, a imagem espectral é
formada acima da linha de base; inversamente, à medida que o fluxo se afasta do
transdutor, o espectro se forma abaixo da linha de base e as imagens espectrais são
fornecidas para diferenciar o fluxo sanguíneo normal e o fluxo sanguíneo turbulento, que
ocorre na estenose. O dispositivo tem limitações de capacidade para capturar a velocidade
do fluxo sanguíneo. Quando essa capacidade é excedida, o sistema não consegue
identificar a direção do fluxo enquanto gera espectros acima e abaixo da linha de base
exibida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS;
Nos últimos anos, a ecocardiografia tem se mostrado uma técnica muito útil na
avaliação da anatomia cardíaca em pacientes no transoperatório. Onde é posível
monitorar o coeficiente atrial esquerdo/aorta (AE/Ao), distância do septo
interventricular ao ponto E (EPSS), facção de encurtamento sistólica (FES)
freqência cardíaca (FC) e relação entre as várias alterações ecocardiográficas. O
ecocardiograma é um dos exames mais utilizados, e um dos mais importantes
quando falamos de monitoramento no transoperaório, até mesmo para prevenção.
A realização deste procedimento é fundamental para determinar o tratamento de
pacientes com anomalias cardíacas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

ABDUCH, M. C. D. Ecocardiografia. In: CARVALHO, C. F. (Ed.). Ultra-sonografia


em pequenos animais. São Paulo: Roca, 1. ed. 2004. 365 p.

BARBUSCI, L. O. D.; BOMBONATO, P. P. Estudo ecodopplercardiográfico em cães


da raça Labrador Retriever - dados preliminares. In: CONGRESSO PAULISTA DE
CLÍNICOS VETERINÁRIOS DE PEQUENOS ANIMAIS, 2., 2002, São Paulo.
Anais... São Paulo: [s.n.], 2002. p. 134.

BONAGURA, J. D. Moléstia cardíaca congênita. In: ETTINGER, S. J. Tratado de


medicina interna veterinária. 4. ed. São Paulo: Manole, 1992. p. 1026-1082.

BOON, J. The echocardiographic examination. In: BOON, J. Manual of veterinary


echocardiography. 1.ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 1998. 478p.

BOON, J.; WINGFIELD, W. E.; MILLER, C. W. Echocardiographic indices in the


normal dog. Veterinary Radiology, v. 24, n. 5, p. 214-221, 1983.

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