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ISCAP – INSTITUTO SUPERIOR DE

CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO
PORTO

CONTABILIDADE DE CUSTOS

PARTE I
ASPETOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE DE CUSTOS

CAPITULO I
INTRODUÇÃO
CONTABILIDADE DE CUSTOS
A compreensão do âmbito da Contabilidade de Custos passa pelo
entendimento de três conceitos básicos:

◦ O que é a Empresa
◦ O que é a Gestão
◦ O que é a Contabilidade

A Contabilidade de Custos (CC) pode ser aplicada a todo o tipo de


organizações económicas, incluindo associações sem fins lucrativos,
fundações, etc.
É ao universo das Empresas - principalmente às de natureza industrial
- que o âmbito de aplicação atinge a máxima complexidade e maior
valia.

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A EMPRESA
O que é uma organização?
◦ Conjunto de pessoas a que estão afetos diversos meios
e recursos
◦ que realizam em grupo ou individualmente:
◦ determinadas tarefas, de forma coordenada e controlada,
atuando num certo contexto ou ambiente
◦ e que visa a atingir um objetivo pré-determinado, para o que
é indispensável a liderança de alguém com funções de:
◦ planear,
◦ organizar, dirigir e
◦ controlar toda a atividade desenvolvida.

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A EMPRESA

Uma Empresa não é mais que uma organização (conjunto


integrado de meios materiais e humanos organizados) que tem
como finalidade a produção e/ou comercialização de um
conjunto de bens ou de serviços que, por permitirem a
satisfação de determinadas necessidades, asseguram um preço
de venda superior ao seu custo.
MEIOS
HUMANOS
E MATERIAIS

Tem, assim, as características de qualquer organização


◦ Meios humanos e materiais;
◦ Missão e objetivos; MISSÃO e
OBJECTIVOS
VALORES
COMUNS

◦ Hierarquia e funções; EMPRESA


◦ Valores e regras comportamentais comuns;
◦ Comunicação e interação, a que se adiciona o objetivo da obtenção de um lucro.
HIERARQUIA
FUNÇÕES LUCRO
COORDENAÇÃO

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O CICLO DE GESTÃO

Uma das características fundamentais das mais diversas organizações e,


consequentemente das empresas, é a eleição de um objetivo. Para que
este seja alcançável, de uma forma eficiente, é indispensável que se
escolha o melhor caminho para o atingir – estratégia - e que se garanta
que os eventuais desvios sejam corrigidos.

A gestão é assim a atividade que procura garantir a eficiente afetação


dos recursos disponíveis pela organização por forma a assegurar que são
atingidos os objetivos previamente fixados.

Para este efeito o CICLO DE GESTÃO deve obedecer a quatro fases


básicas: Planear, Organizar, Dirigir e Controlar.

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A gestão

• Fixar objetivos • Definir funções e


• Escolher tarefas
programas • Definir
• Elaborar hierarquias
orçamentos • Delegar poderes

PLANEAR ORGANIZAR

CONTROLAR DIRIGIR

• Coordenar • Motivar
processos • Informar
• Apurar desvios • Desenvolver
• Corrigir desvios

Nenhuma destas fases pode decorrer sem informação e esta é mesmo o elemento
fundamental das fases de planear e controlar.

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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO


Sistema de recolha, processamento e difusão de dados
indispensáveis à gestão, para efeitos de:

◦ de avaliação de performance (desempenho)


◦ de tomada de decisão

Os gestores (qualquer que seja o seu nível na cadeia


hierárquica) são os principais clientes da informação.

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OS SISTEMAS CONTABILÍSTICOS
Um sistema contabilístico é um sistemas de informação de gestão. Um sistema
contabilístico é um conjunto de princípios, normas e práticas que orientam a recolha,
tratamento e produção de informação financeira e económica. Como qualquer sistema
de informação, o sistema contabilístico assenta em três fases básicas:

PLANEAMENTO DO SISTEMA CONTABILISTICO

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OS SISTEMAS CONTABILÍSTICOS
De acordo com os objetivos, âmbito e métodos de processamento da
informação, poderemos distinguir:

CONTABILIDADE FINANCEIRA – que tem como objetivo determinar ou


avaliar: Sistema de
 Posição financeira Normalização
 Balanço (Ativo, Passivo e Capital Próprio)
Contabilística
(SNC)
 Desempenho

 Demonstração de Resultados (natureza e funções) – Rendimentos e


Gastos
 Alterações na posição financeira

 Demonstração de Fluxos de Caixa – Recebimentos e Pagamentos

… de uma entidade como um todo

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OS SISTEMAS CONTABILÍSTICOS
 Razões que conduzem a que a Contabilidade
Financeira seja insuficiente para satisfazer todas as
necessidades de gestão.
 Ênfase nas relações externas;
 Informação contabilística à posteriori, global e sintética;
 Não apura os custos e os resultados dos produtos fabricados;
 Não informa sobre a repartição dos custos por
departamentos, sessões ou centros de atividade;
 Não permite o planeamento e controle das atividades;

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OS SISTEMAS CONTABILÍSTICOS
CONTABILIDADE DE CUSTOS – que tem como objetivos:
a) Avaliar os custos de bens produzidos e vendidos:
• Determinar os preços de venda ou controlar a sua rentabilidade;
• Fornecer as bases de valorização inventários.

b) Controlar as condições internas de exploração:


• Analisar os gastos de cada setor/departamento de atividade da
Empresa
• Comparar com normas pré-estabelecidas, apurando desvios e
determinando as suas causas

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Os sistemas

Evolução e mudança da envolvente

Insuficiências da Contabilidade Financeira

“Um único sistema não é suficiente.” (Johnson e Kaplan)

É necessário desenvolver um subsistema de informação desenhado


em função das necessidades de informação especificas dos
utilizadores internos

Desenvolvimento da Contabilidade de Gestão


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Os sistemas
Objetivos específicos das áreas disciplinares da Contabilidade

CONTAB
ILIDADE
DE GEST ÃO

OBJECTIVOS CO
NT
AB Análise antecipada de custos, proveitos,
ILI
DA
DE
AN resultados, situação patrimonial e
AL
CO ÍTI
C
posição concorrencial
N A
CO

TA
BIL
NT

I DA Desagregação e análise de
AB

DE
DE
custos, proveitos e resultados
IL

CU
ID

S TO
AD

S
E

Apuramento e
FI
NA

análise do custo
NC
EI

dos produtos e
RA

valorização da
Traduzir uma imagem existências
verdadeira e apropriada
da situação patrimonial ↳ stacks
da empresa e da
formação do resultado
do exercício
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A GESTÃO DOS CUSTOS
Um dos problemas centrais da Gestão é o problema da gestão dos custos (os
rendimentos resultam, em grande parte, do mercado). Dois factos são
inquestionáveis:
1º TUDO O QUE É PRODUZIDO TEM UM CUSTO

Factores ou Recursos Produto/Serviço

RECURSOS PROCESSO PRODUÇÃO


INPUTS PRODUTIVO OUTPUS

2º. TODO O CUSTO TEM DE SER PAGO

• O cliente apenas está disposto a pagar totalmente o custo (através do preço) se este
for o estritamente necessário para produzir o produto.
• Para garantir que este objetivo é alcançado é necessário saber como os custos são
gerados, como variam os custos, ... É preciso apurar e analisar os custos.
• É fundamental saber calcular os custos. É indispensável saber gerir os custos.

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PARTE I
ASPETOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE DE CUSTOS

CAPITULO II
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CUSTOS
Empresa Comercial vs Industrial
Empresa comercial:
Factores ou Recursos Produto/Serviço

MERCADORIAS MERCADORIAS  EMPRESA COMERCIAL-Compra


ARMAZENAGEM
INPUTS OUTPUS e vende bens (MERCADORIAS)
sem alterar o seu estado físico
controlo

Empresa industrial:

Factores ou Recursos Produto/Serviço  EMPRESA INDUSTRIAL- Compra


bens (MATÉRIAS PRIMAS) e
MATERIAS PRIMAS PROCESSO PRODUTOS ACABADOS
INPUTS PRODUTIVO OUTPUS outros fatores produtivos que
transforma, vendendo, isto é,
controlo bens distintos dos adquiridos
(PRODUTOS ACABADOS)

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A empresa

Empresa Industrial

Modelo: Empresa industrial transformadora

Ciclo produtivo :

Aquisição
de matérias Armazém de
matérias

Transformação Armazém
dos factores em de
Aquisição produtos produtos Venda de
de outros factores acabados produtos
(Laboração
Fase 1 , 2 , n )

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Empresa Comercial vs Industrial

Classes de Inventários
EMPRESA COMERCIAL
32 – MERCADORIAS
EMPRESA INDUSTRIAL
33 – MATÉRIAS-PRIMAS, SUBSIDIÁRIAS E DE CONSUMO
34 – PRODUTOS ACABADOS E INTERMÉDIOS
35 – SUBPRODUTOS, DESPERDÍCIOS, RESÍDUOS E REFUGOS
36 – PRODUTOS E TRABALHOS EM CURSO

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Conceitos básicos
CONCEITOS ECONÓMICO-FINANCEIROS

• DESPESA – Obrigação financeira associada á aquisição de bens e serviços, independente da sua


utilização ou pagamento
• CUSTOS – Consumo, utilização ou aplicação de meios ou recursos (equipamentos, instalações,
matérias primas, energia, …)
• PROVEITOS – Geração ou obtenção de produções (bens ou serviços aptos a serem vendidos ou
utilizados pelos clientes)
• RECEITAS – Direito financeiro associado à venda de bens e serviços

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CONCEITOS ECONÓMICO-FINANCEIROS

Custo (Gasto): valor correspondente à utilização ou consumo de recursos


(bens ou serviços) associado à expectativa de obtenção de um determinado
rendimento (proveito);
◦ componente negativa do resultado, que representa o valor dos consumos
incorporados no processo produtivo

Despesa: aquisição de bens e serviços, a que corresponde uma obrigação


jurídica;
◦ constitui a obrigação de pagar, dando origem a um pagamento
(movimento de caixa)

Pagamento: fluxo de saída de meios monetários para liquidação da despesa,


relativa à aquisição de bens ou serviços
Perda: valor correspondente ao consumo ou desaparecimento de recursos
sem a equivalente compensação (proveito);
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CONCEITOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
Proveito (rendimento): Valor do acréscimo de património;
◦ componente positiva do resultado.

Receita: Venda ou prestação de serviços, a que corresponde um direito


jurídico;
◦ constitui o direito de receber, dando origem a um recebimento
(movimento de caixa)

Recebimento: fluxo de entrada de meios monetários correspondente à


liquidação do valor da venda ou da prestação de serviços;

Ganho: Acréscimo do património da empresa, não proveniente da


atividade normal;

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CONCEITOS ECONÓMICO-FINANCEIROS
Três Óticas:

◦ Ótica Económica: DEMONSTRAÇÃO DE


◦ Custos (gastos) e Proveitos (rendimentos) RESULTADOS
◦ Ganhos e perdas

◦ Ótica Financeira:
◦ Despesas e Receitas

◦ Ótica de Tesouraria ou de Caixa: MAPA DE FLUXOS DE


◦ Recebimentos e Pagamentos CAIXA

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NOÇÃO E TIPOS DE CUSTOS

Custo de Quê? Custo para Quê? Causa do Custo? Repartição do Custo?

Custo  noção relativa; não há um custo absoluto.

Um custo define-se pelo:

OBJETO (Entidade com o qual o custo se pode identificar) : produto, Função,


Atividade, …
PERIODO de tempo a que se referem;
QUANTIDADE a que se referem: Total, por unidade, marginal
MOMENTO DE CALCULO: Custo ex-ante ou pré-determinado (padrão, previsional) e
Custo ex-post (real, histórico)
NIVEL Patamar a que são acumulados
CONTEUDO: Custos completos; Custos parciais (direto, variável); Custos de
atividade, de estrutura.

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Noção e Tipos

OPERAÇÕES SOBRE CUSTOS:


1. CLASSIFICAR: Agrupar os custos de acordo com um determinado critério;
2. IDENTIFICAR: Relacionar o custo com um objeto;
3. AFETAR: Atribuir custos aos objetos em função: da relação de causa - efeito
económica ou de critérios contabilísticos (imputação);
4. REPARTIR: Distribuir o custo, com base num determinado critério, por
vários objetos;
5. IMPUTAR: Calcular o custo de um objeto com base num custo por unidade
ou numa taxa de imputação;
6. ACUMULAR: Agrupar ou somar custos em função de um determinado
critério: natureza do custo, destino do custo, objeto de custo, …
7. APURAR: Determinar o custo de um objeto, num determinado período de
tempo.
…..

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Noção e Tipos

OBJETOS de custos são todas as entidades com as quais os


custos podem ser relacionados. Os objetos de custos podem ser
agrupados em famílias de objetos. São exemplos de objetos de
custos:

◦ O produto fabricado;
◦ O produto vendido;
◦ As funções da empresa:
◦ Aprovisionamento;
◦ Produção;
◦ Distribuição;
◦ Administração;
◦ Centros de custos

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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)
Para os objetivos da contabilidade de custos interessa fundamentalmente
determinar o custo da produção ou custo industrial.

 Custos de Produção ou Custos Industriais: todos os custos relacionados


com a fabricação dos produtos (bens e/ou serviços)

 Custo Industrial: MP + MOD + GGF


1. MP (matérias-primas): incorporadas no produto final
2. MOD (mão de obra direta): custos com o pessoal afeto
diretamente à produção
3. CIP ou GGF (custos indiretos de produção ou gastos gerais de
fabrico): constituídos por todos os restantes custos industriais
imputáveis ao produto
3.1 Custo das matérias subsidiárias
3.2 Mão de obra indireta
3.3 Outros custos indiretos de produção (amortizações,
eletricidade, etc....)

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Custo Industrial

Outras componentes do CUSTO INDUSTRIAL:

◦ Custo Primário ou Primo: MP + MOD

◦ Custo de Transformação (Conversão): MOD + GGF

Custo Industrial: MP + MOD + GGF = Custo Primo + GGF

Custo GGF
Transfor-
mação MOD Custo
Primo
MP

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Custo Industrial

Até agora, classificámos o universo dos custos industriais, na ótica do produto


fabricado, em 3 subconjuntos:

• Matérias-primas:
• Bens que se laboram para obter o produto final (Ex: madeira no
caso na produção de um móvel)

• Mão-de-obra direta:
• Custo com o pessoal que trabalha diretamente na fabricação do
produto - atenção porque excluem-se os custos com o pessoal da
área industrial que tem função de supervisão (encarregados,
chefe de secção...) ou apoio (direção fabril, planeamento e
controlo da produção, ...)

• Gastos Gerais de Fabrico


• Compreendem os restantes custos da função industrial

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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)


CUSTO DAS MP E DE OUTROS MATERIAIS DIRECTOS
◦ Matérias-Primas: As matérias-primas são aquelas matérias que
mediante processos de transformação física ou química constituem a
materialidade dos produtos acabados.
◦ todos os bens que a empresa adquire com o objetivo de os
transformar noutros produtos.
◦ Ex: madeira no caso na produção de um móvel
◦ Este custo irá depender do valor atribuído às existências em armazém,
bem como do critério valorimétrico utilizado pela empresa.
◦ O consumo de matéria prima constitui um custo direto do produto.
◦ O aprovisionamento das matérias inclui todo o trabalho desde a
análise das matérias, até à entrega destas aos serviços utilizadores.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 30


Custo Industrial-MP
◦ O valor da compra é constituído por:

◦ Custo de aquisição: valor da fatura + custos adicionais – descontos


comerciais
◦ Custos adicionais: Seguros; Transportes; Direitos aduaneiros (no caso de
bens importados); Comissões; ....

◦ Na valorização do consumo das matérias-primas deve levar-se em conta


os critérios de valorização das saídas.

◦ Quanto à movimentação das matérias à saída do armazém, existem os


seguintes critérios de valorimetria:

◦ Custo específico;
◦ Custo médio ponderado;
◦ FIFO; LIFO; NIFO (next in first out – custo de substituição do item);
◦ Custo Básico (orçamentado ou padrão).

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 31

Custo Industrial-MP

Sistemas de Inventário:

• Sistema de inventário intermitente: os inventários são


efetuados periodicamente sendo que a sua valorização
permitirá o cálculo do custo das matérias primas
consumidas (Ei+Compras-Ef);

• Sistema de inventário permanente: o funcionamento de um


sistema de contabilidade analítica pressupõe a aplicação
do inventário permanente, para que a gestão de stocks
seja feita de modo adequado e se conheçam os consumos
de produtos acabados.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 32


Custo Industrial-MP

QUEBRAS E SOBRAS: diferenças entre o inventário físico (quantidades


reais) e o inventário contabilístico.

QUEBRAS: quando as existências reais são inferiores às contabilizadas,


podendo resultar de:

• Erros de registo na contabilidade (entradas registadas por


quantidades superiores às efetivamente entradas em armazém ou
saídas registadas por quantidades inferiores às efetivamente
saídas de armazém);
• Deterioração;
• Evaporação;
• Perda de peso;
• Sinistros;
• Roubos;
• ...

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 33

CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)


CUSTO DA MÃO DE OBRA DIRETA (MOD)
Este custo incorpora os custos associados à remuneração dos trabalhadores
cuja atividade é específica da produção de determinado produto ou serviço.
Para o cálculo desta componente terá de considerar-se o número de horas
registado por objeto de custeio e o respetivo custo horário.

O custo horário deverá ponderar não só a remuneração do trabalhador, mas


também os encargos com remunerações que lhe estão associados.

Necessidade de recurso ao cálculo de uma taxa teórica uma vez que o seu
pagamento pode ocorrer de forma irregular ao longo do ano (por exemplo,
subsídio de férias e subsídio de Natal), sendo necessário garantir a distribuição
regular dos mesmos pelos meses de trabalho.

Geralmente utiliza-se a conta “Encargos a Repartir – Encargos Sociais”, a


qual é debitada pelos encargos reais, no momento em que ocorrem, e
creditada pelos encargos imputados aos objetos de custos com base na taxa
referida.
GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 34
Custo Industrial-MOD

O apuramento do tempo e custo da mão de obra direta pode fazer-se da forma


seguinte:
+ TEMPO PAGO

- TEMPO DE AUSÊNCIAS REMUNERADAS

= TEMPO DE PRESENÇA

– TEMPOS MORTOS

= TEMPO DE ACTIVIDADE

- TEMPO DE ACTIVIDADE NÃO AFECTÁVEIS

= TEMPO PRODUTIVO (HORAS ÚTEIS)

CUSTO HORA =  CUSTOS / HORAS TRABALHO PRODUTIVO

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 35

Custo Industrial-MOD

No cálculo do custo da mão-de-obra deve atender-se ao seguinte:

• Tempo de trabalho efetivo (ocupado);


• Tempo de trabalho improdutivo;
• Tempo de trabalho extraordinário;
• Regularização das remunerações compensatórias (subsídios de
produção, de férias, de Natal, etc..);
• Encargos sociais quer sejam obrigatórios (Segurança Social da
empresa, seguro de acidentes de trabalho), quer sejam facultativos
(cantinas, creches, pensões, assistência médica e medicamentos,
etc..).

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 36


CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)
CUSTO DOS GASTOS GERAIS DE FABRICO (GGF)
•Incluem-se nesta componente de custo, todos aqueles custos de natureza
industrial que não se enquadram nem nas matérias-primas nem na MOD:

• Mão de Obra Indireta (MOI);


• Consumo de Matérias Subsidiárias (MS);
• Consumos de água, eletricidade e combustíveis;
• Conservação e reparação de máquinas e equipamentos industriais;
• Amortizações de edifícios e equipamentos industriais
• Ferramentas e utensílios de desgaste rápido;
• Impostos não dedutíveis e que não sejam sobre o rendimento;
• Seguros;
• Rendas;
• Embalagens.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 37

Custo Industrial-GGF
A inclusão dos GGF no custo contabilísticos dos produtos pode portanto realizar-
se mediante uma operação de imputação ou repartição. A base ou critério de
imputação não é mais que o indicador de produção com base no qual vai ser
realizado este trabalho.
Exemplos de base de imputação:
 Custo da M.P.D.
 Custo da M.O.D.
 Quantidade de M.P.
 Horas - homem (Hh) diretas
 Horas - máquina (Hm)
 Quantidades fabricadas
 ….

BASE DE IMPUTAÇÃO ≈ CRITÉRIO DE IMPUTAÇÃO

Montante dos Gastos a Repartir


Coeficiente de imputação =
Base de imputação

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 38


Custo Industrial-GGF
Do ponto de vista contabilístico a inclusão dos GGF no custo contabilísticos dos
produtos apresenta um conjunto complexo de problemas. Esses problemas
resultam, por exemplo, do facto de estarmos perante uma classe de custos
heterogénea, englobando custos com diferentes comportamentos face às
variações da produção e que, regra geral, não se conseguem identificar com um
produto especifico (são custos comuns). Uma dos métodos de tratamento dos
GGF passa pela sua identificação com os Centros de Custo.
Os centros de custo são unidades coletores de custos, isto é, entidades com os
quais os custos podem ser identificados. Na criação dos centros de custos
podem ser utilizados um ou vários critérios. Os usualmente utilizados são os
seguintes:
Critério tecnológico ou funcional : Cada centro de custos corresponde a uma
tarefa ou conjunto de tarefas ou uma função concreta e homogénea realizada
na empresa.
Critério organizacional: Cada centro de custos corresponde a um
departamento especifico da organização, constituindo portanto, um centro de
responsabilidade.
Critério topográfico: Cada centro de custos corresponde a uma área especifica
e da planta da unidade, constituindo, portanto, um centro físico ou real.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 39

Custo Industrial-GGF
Nesta perspetiva, o tratamento dos GGF é realizado nas seguintes fases:
1º. REPARTIÇÃO PRIMÁRIA: Todos os gastos gerais de fabrico são identificados ou
distribuídos pelos centros de custo principais e auxiliares.
Critério: Os GGF devem ser identificados com os centros de custo que consumiram os
respetivos recursos.
Resultado Final: O valor total dos GGF é igual ao somatório do custo total de cada centro
(Custos diretos ao centro).
2º. REPARTIÇÃO SECUNDÁRIA: Redistribuição do custo total de cada centro auxiliar pelos
restantes centros.
Processo: Calcular a matriz de prestação de serviços, Calcular o Custo total de cada
centro auxiliar e distribuir o custo total de cada centro auxiliar. .
Resultado Final: O valor total dos GGF é igual ao somatório do custo total de cada centro
(só centros principais). O custo dos centro auxiliares terá de ser nulo.
3º. REPARTIÇÃO FINAL: Repartição ou imputação dos custos dos centros principais à
produção.
Processo: Por exemplo, calcular uma taxa de imputação. Esta taxa pode ser previsional –
o que obrigará à sua posterior correção (diferença de imputação)
Resultado Final: O valor total dos GGF é igual ao somatório do custo total de cada
produto (se for utilizada uma taxa real).

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 40


Custo Industrial-GGF
Resultado Final:
REPARTIÇÃO KT GGF = Kd cp+ …+ KT ca + …
Facturas de
PRIMÁRIA
fornecedores
identificação com os
(serviços, bens não
centros
armazenáveis )

Mapas de amortizações
e Cadastro Imobilizado
Matriz de prestação de
serviços Custos Totais dos Centros Auxiliares
Matérias Destinos
Indirectas KT = Kd+ Custo Serv. Recebidos
Fontes

Mão de Obra
Indirecta

Resultado Final:
REPARTIÇÃO KT GGF = KT cp1 + KT cp2 + .....
SECUNDÁRIA: (Só Centros Principais)
Redistribuição dos KT
centros auxiliares

Resultado Final:
KT GGF = KT P1 + KT P2 + …
REPARTIÇÃO FINAL:
Repartição do KT
centros principais
pela produção

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 41

Custo dos Produtos Acabados


Custo dos Produtos Vendidos

Aquisição
de matérias Armazém de Ii PCF
Matérias
Ii PA
Transformação dos Armazém
CI factores em CIPA de CIPV
Aquisição produtos Produtos Venda de
de outros factores MOd Acabados produtos
+ (Laboração
GGF Fase 1 , 2 , n )
If PA
If PCF

Custos industriais

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 42


Custo dos Produtos Acabados
Custo dos Produtos Vendidos

 CUSTO INDUSTRIAL
CI = MP + MOD + GGF

 CUSTO INDUSTRIAL DOS PRODUTOS ACABADOS


CIPA = CI + (Ii – If) pcf

 CUSTO INDUSTRIAL DOS PRODUTOS VENDIDOS


CIPV = CIPA + (Ii – If) pa

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 43

Custo dos Produtos Acabados


Custo dos Produtos Vendidos

 CUSTO INDUSTRIAL
CI = MP + MOD + GGF

 CUSTO INDUSTRIAL DOS PRODUTOS ACABADOS


CIPA = CI + (Ii – If) pcf

 CUSTO INDUSTRIAL DOS PRODUTOS VENDIDOS


CIPV = CIPA + (Ii – If) pa

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 44


CUSTO INDUSTRIAL DOS PRODUTOS ACABADOS
•É o custo industrial relativo às unidades produzidas.
•Corresponde ao valor a atribuir aos PA durante o período,
independentemente do momento em que são iniciados.

CIPA = CI + Ii pcf – If pcf

Produção Acabada – Resulta da contagem do número de unidades totalmente


acabadas no fim do período, incluindo as que estavam em vias de fabrico no
início do período e foram acabadas no mesmo.

Produção Efetiva do Período – Produção realizada num determinado período


(acabada ou não acabada). Produção expressa em unidades equivalentes a
acabadas.
GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 45

CUSTO INDUSTRIAL DOS PRODUTOS VENDIDOS


•É o custo industrial relativo às unidades vendidas.
•Corresponde ao montante de custos industriais incorporados nos
produtos/serviços vendidos durante o período independentemente do
momento em que foram produzidos.

CIPV = CIPA + Ii pa – If pa

Em termos de representação contabilística teremos

Produtos Acabados
Produção
(Armazém)
Ii PCF CIPA Ii PA CIPV
CI If PCF CIPA If PA

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 46


CUSTOS POR FUNÇÕES
Funções

Função Função Função Função


Industrial Comercial Administrativa Financeira

CUSTO NÃO INDUSTRIAL


CNI = Custos Distribuição + Custos Administrativos +
Custos Financeiros
• Custos de Distribuição (ou Comerciais) de respeitam à realização de
vendas e à entrega dos produtos.
• Custos Administrativos respeitam à administração e controlo das
atividades da empresa.

• Custos Financeiros respeitam à obtenção de capitais alheios e à sua


aplicação.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 47

CUSTO DOS PRODUTOS E CUSTOS DO PERÍODO


CUSTO DO PRODUTO: CUSTO INDUSTRIAL

• São os custos incorporáveis nos produtos saídos da


fábrica.
CUSTO NÃO INDUSTRIAL

CUSTO DO PERÍODO:

• São os custos que são suportados no período para a


obtenção dos proveitos e que não respeitam ao
processo de fabrico.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 48


DETERMINAÇÃO DO CUSTO DA PRODUÇÃO
Produto X Produto Y Produto Z Total

Matérias Primas X X X X
Mão-de-Obra Direta X X X X
Gastos Gerais de
Fabrico
• Secção A X X X X
• Secção B X X X X
Total Custos Produção X X X X
Ii pcf (+) X X X X
If pcf (-) (X) (X) (X) (X)
CIPA (=) X X X X
Ii PA (+) X X X X
If PA (-) (X) (X) (X) (X)
CIPV (=) X X X X

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 49

NIVEL DE CUSTEIO
O nível de custeio é o patamar a que são calculados os custos.

Nível de custeio Lucro P


Puro r
e
Gastos Custo
ç
Figurativos (*)
o
Econó-
Gastos de
Comerciais CUSTO mico
Adm –Financ. V
COMPLEXIVO (Preço
G. G. Fabrico e
venda
CUSTO n
normal)
M. Primas CUSTO INDUSTRIAL d
M.O Directa PRIMÁRIO a

(*) Gastos figurativos (custo de oportunidade): Salário de direcção, juros


de capital próprio, prémio de risco

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 50


CUSTO COMPLEXIVO e CUSTO ECONÓMICO-TÉCNICO

Custo Complexivo: corresponde ao preço de venda abaixo do qual a


empresa terá prejuízo.

Custo Complexivo = CIPV + Custos não Industriais

Custos Económico: corresponde ao preço de venda, o qual inclui,


para além do custo complexivo, os gastos figurativos, que incluem:
• Custo de oportunidade (remuneração do capital
investido pelos sócios na empresa, determinada pela
taxa de juro de mercado);
• prémio de risco.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 51

Nível de custos
EXEMPLO
Considere os seguintes dados (relativos ao mês de Janeiro do ano N)
relativos à empresa XPTO, que se dedica à produção e comercialização
de um único produto:
Pedidos:
a) Custo industrial dos
-Custo das matérias primas consumidas 700
produtos acabados
-Custos de transformação 300
b) CIPA unitário
-Custos de distribuição 180
c) Custo industrial dos
-Custos administrativos 200
produtos vendidos
-Custos financeiros 120
d) Custo complexivo
-Produção acabada 1000 unidades
e) Custo complexivo
-Vendas 800 unidades
unitário
-Preço de venda 1,7 por unidade
f) Lucro bruto
g) Lucro bruto unitário
Não havia produtos acabados em armazém no
h) Lucro líquido
início do mês. Também não havia, nem no início
i) Lucro líquido unitário
nem no fim do mês, produtos em vias de fabrico.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 52


PARTE I
ASPETOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE DE CUSTOS

CAPITULO III
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E SEU
SIGNIFICADO

A MULTIPLICIDADE DAS NOÇÕES DE CUSTOS

Os custos podem ser classificados com base em múltiplos critérios.


custos:
◦ Com base na natureza especifica do custos: custos por natureza;
◦ Com base nos centros de custo ou de responsabilidade: custos por
centro de custo ou de responsabilidade;
◦ Com base no tipo de relação entre o custo e o objeto de custos:
custos diretos e indiretos;
◦ Com base na relação entre o momento em que ocorrem e o momento
de calculo: custos reais e custos teóricos;
◦ Com base na relação entre a variação da produção e/ou vendas e a
variação do custo: custos fixos e variáveis;
◦ Com base na sua relevância para uma tomada de decisão: custos
relevantes e irrelevantes;
◦ Com base na capacidade para controlar a sua ocorrência e valor:
custos controláveis e não controláveis;
◦ - ….

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 54


Classificação de custos

Classificação por natureza

Para além de conhecermos o custo global verificado relativamente a um


certo objeto de custo, interessa conhecer a natureza de custos que
maior peso têm no custo global (para que as suas variações possam ser
comparadas). Ex:

- matérias subsidiárias e de consumo


- outras matérias
- subcontratos – eletricidade
- subcontratos – diversos
- salários
- horas extraordinárias
- encargos sobre salários
......

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 55

Classificação de custos

Classificação por atividades


Para efeitos de planeamento, controlo e tomada de decisões, torna-se necessário
apurar custos também para os seguintes objetos:

- produto fabricado;
- produto vendido;
- matéria-prima adquirida
- para as funções da empresa: aprovisionamento, produção, distribuição,
administração, financeira
- centros de custos
- ……

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 56


Classificação de custos

a) Quanto à Identificação com a Atividade Económica e com o Produto

Incorporáveis
Industriais

Custos Não Incorporáveis

Não Industriais Não Incorporáveis

b) Classificação Funcional MP
MOD
Industriais
GGF
Custos
Administrativos
Não Industriais
Financeiros
Comerciais, etc..

c) Quanto à Imputação e à Relação com o Objeto de Custo


Fixos
Diretos Semi-Variáveis
Industriais
Variáveis
Custos Indiretos

Não Industriais

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 57

Classificação de custos

d) Quanto à relação entre o momento em que ocorre e o momento de calculo

Reais

Custos

Teóricos

e) Quanto à Imputação das responsabilidades

Controláveis

Custos

Não Controláveis

f) Quanto à sua relevância para a tomada de decisão

Relevantes
Custos

Irrelevantes

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 58


Classificação de custos

Classificação por centros de responsabilidade


Organigrama da XPTO, SA

Administração 1

Direção Direção Direção Direção


Compras 2 Pessoal 3 Industrial 4 Adm. Fin. 5

Gab. Estudos 41 Fabricação 42 Planeam.Prod. 43

Oficinas Montagem Acabamento


421 422 423

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 59

Classificação de custos
Classificação por centros de responsabilidade
Os custos ocasionados pelo funcionamento dos diversos órgãos da
empresa devem ser repartidos por centros de responsabilidade. A
contabilidade analítica deve determinar os custos relativamente a cada
um dos centros de responsabilidade, analisá-los e transmiti-los aos
responsáveis respetivos para que possam controlá-los, verificar a sua
adequação aos objetivos definidos e também a outros fins de gestão.

Centro de responsabilidade A

Custos de funcionamento Centro de responsabilidade B

-----------

A análise dos custos de determinado centro de responsabilidade exige muitas


vezes a sua decomposição em centros de custos:

Centro de custos A
Centro de
Responsabilidade A Centro de custos B

-----------
GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 60
Classificação de custos
Classificação por centros de responsabilidade

Centros de Responsabilidade Centros de Custos

1. Administração
11 Corpos Sociais 1101 – Assembleia Geral
..... 1102 – Administração
1103 – Conselho Fiscal
.......

2. Direção de Compras 2001 – Direção de Compras


2002 – Gestão de stocks
.....
3. Direção de Pessoal

4. Direção Industrial 4001 – Direção Industrial


41 – Gabinete de estudos 4101 – Conceção do Produto
4102 – Orçamentos
42 – Fabricação 4211 – Metalurgia pesada
421 - Oficinas... 4212 – Metalurgia ligeira
....

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 61

Classificação de custos

CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS


Os Custos Diretos são exclusiva e especificamente relativos a um
determinado objeto de custo.
◦ Estes custos não ocorreriam se o objeto de custeio não existisse.
◦ Não revestem grande dificuldade de cálculo.

Os Custos Indiretos são comuns a vários objetos de custo.


Exemplo: MOD ou MP é um custo direto. Custos incorridos com o
planeamento e controlo da produção de vários produtos são custos
indiretos

Nota: Alguns custos diretos – por exemplo, pelo seu reduzido valor –
podem ser tratados contabilisticamente como indiretos.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 62


Classificação de custos
CUSTOS REAIS E TEÓRICOS
Os Custos Reais ou Custos Históricos são aqueles que realmente se
verificaram (determinados à posteriori)
◦ São custos históricos ou passados.
◦ “Difíceis” de apurar em tempo útil.
Os Custos Teóricos são aqueles definidos a priori para valorização interna de
matérias, produtos e serviços prestados.
◦ Também são conhecidos por custos básicos.
◦ São um instrumento de controlo de gestão.
◦ Os custos teóricos são muito úteis no âmbito do controlo de gestão pelo
facto de permitirem comparações entre os custos realmente incorridos
com os custos orçamentados, que constituem objetivos a atingir pelos
gestores.
◦ As bases de cálculo podem ser os registos históricos da empresa, os dados
técnicos da produção, o “custo objetivo” e/ou as previsões/orçamentos
para um determinado período futuro.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 63

Classificação de custos
CUSTOS TEÓRICOS
•Custos Orçamentados
• custos de períodos passados ajustados a condições económicas de
eficiência e outras previstas para o futuro

• Custos Padrão ou Standard


◦ custo teórico unitário, pré-estabelecido em condições de eficiência
operacional e para um determinado nível de catividade, tendo por
base estudos técnico-económicos:
• custo padrão ideal (pressupõe a máxima eficiência, podendo ser
atingidos apenas se o desempenho operacional for perfeito);
• custo padrão de desempenho atingível (pressupõe o custo que deve
ser incorrido sob condições operacionais de eficiência);

• Custos fixados de acordo com outros critérios: por exemplo, preços de


mercado

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 64


Classificação de custos

CUSTO
TEÓRICO ≠ CUSTO
REAL
APURAR
E
ANALISAR

“DESVIOS”
“DIFERENÇAS DE INCORPORAÇÃO”
“DIFERENÇAS DE IMPUTAÇÃO”

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 65

Classificação de custos

CUSTOS RELEVANTES E IRRELEVANTES


Os Custos Relevantes são aqueles que variam mediante a solução que se
escolhe, entre as várias existentes.
Os Custos Irrelevantes são aqueles que se mantém invariáveis quando se
toma uma decisão.

CONFORME O SEU CONHECIMENTO POSSA INFLUENCIAR A DECISÃO EM


CAUSA

◦ Exemplo:
Uma Empresa adquiriu há alguns anos € 500,00 de MP, não tendo sido
possível vendê-las ou utilizá-las na produção.
Entretanto, um determinado cliente deseja comprar um produto que utiliza
aquelas matérias mas está disposto a pagar por esse produto, somente, €
1.250,00. O custo de transformação adicional para fabricar esse produto
com aquelas matérias-primas é de € 1.000,00.
A empresa deve ou não aceitar o negócio?

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 66


Classificação de custos
◦ Exemplo: resposta:
◦ À primeira vista → o Custo = € 1 500,00
◦ raciocínio incorreto porque as MP permanecem as mesmas quer se
aceite ou não a encomenda.
◦ o custo da matéria-prima é irrelevante para a decisão.

◦ E se a empresa aceitar a encomenda?


◦ o custo de transformação adicional é de € 1.000,00, logo é um custo
relevante para a decisão

◦ A encomenda deve ou não ser aceite?


◦ comparando o Rendimento (€ 1.250,00) com o custo relevante (€
1.000,00), parece que a encomenda deve ser aceite;

◦ …assumindo que não há outras alternativas mais valiosas:


◦ nenhum cliente interessado no produto ou
◦ que não pagará mais do que € 1 250,00,

◦ ACEITAR é a decisão correta.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 67

Classificação de custos
CUSTOS CONTROLÁVEIS E NÃO CONTROLÁVEIS
Os Custos Controláveis são aqueles que são controlados pelo responsável de
determinado centro.
◦ O responsável direto tem capacidade de decisão
Os Custos Não Controláveis são aqueles cujo controlo é da responsabilidade
de um superior hierárquico relativamente ao responsável do centro.
◦ São aqueles que são controláveis por uma entidade superior.

Exemplo: O encarregado da secção de metalurgia pesada pode não ser o


responsável pelas amortizações do imobilizado da secção.

Centro de Responsabilidade

Custos controláveis
Centro de Centro de Centro de
custos x custos y custos z

Custos não controláveis

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 68


Classificação de custos

CUSTOS IRREVERSIVEIS (sunk costs)


◦ São custos de recursos já adquiridos e cujo total
não será afetado pela escolha de várias
alternativas.
◦ São custos criados por uma decisão tomada no passado e
não podem ser modificados por qualquer decisão que
venha a ser tomada no futuro.

◦ A despesa de € 500,00 das MP (exemplo anterior)


que não seriam nunca utilizadas é um custo
irreversível.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 69

Classificação de custos

CUSTOS FIXOS, VARIÁVEIS E SEMI-VARIÁVEIS


Os Custos Fixos são aqueles que se mantém constantes num
determinado período de tempo, independentemente da catividade
desenvolvida ou do nível de utilização da capacidade instalada.
◦ (rendas de edifícios, amortizações, seguros, etc.);

◦ A sua alteração está ligada a decisões de longo prazo.

Os Custos Variáveis são aqueles que variam com o nível de catividade.


◦ (MP, energia, comissões dos vendedores, etc.)

◦ Acréscimo de custos que a empresa suporta com a produção de uma


unidade incremental.

Os Custos Semi-Variáveis são aqueles compostos quer por custos fixos


quer por custos variáveis.
◦ (Ex: remuneração + comissão)

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 70


Classificação de custos
Representação gráfica do comportamento dos custos face à variação da
produção e/ou vendas

Valor
Valor

Custo fixo
(CF)
CF

Quantidade
Quantidade

Valor
Valor

Quantidade
Quantidade
GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 71

Classificação de custos

Comportamento do custo variáveis face às alterações do volume de


produção (TIPOS DE CUSTOS VARIÁVEIS):

PROPORCIONAIS => Custos Marginais Constantes


PROGRESSIVOS => Custos Marginais Crescentes
DEGRESSIVOS => Custos Marginais Decrescentes

Custo Custos Progressivos

Custos Proporcionais

Custos Degressivos
Volume
Quantidade

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 72


Classificação de custos
Representação gráfica conjunta do comportamento dos custos face à variação
da produção e/ou vendas

Em termos globais:
◦ Em termos unitários:

Custos
totais Cv+Cf

C Cv
k kf
Custos
Unitários k v + kf
Cf
kv
a

Q
Q

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 73

Classificação de custos

OS CUSTOS E A TOMADA DE DECISÕES


Neste âmbito podemos encontrar 3 tipos de custos:

◦ Custos irrelevantes: custos que se mantêm invariáveis


independentemente da tomada de decisão;

◦ Custos diferenciais: que resultam da diferença entre os custos


de duas alternativas;

◦ Custos de oportunidade: traduz o valor dos proveitos adicionais


que se poderia obter numa aplicação alternativa.
◦ Rendibilidade esperada numa alternativa de investimento de
idêntico risco

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 74


A IMPORTANCIA DO CONHECIMENTO DOS CUSTOS PARA
A DETERMINAÇÃO DOS RESULTADOS
Custos por naturezas vs custos por funções
Director Geral

Departamento Comercial Departamento Financeiro Departamento de Produção

Marketing Contabilidade Secção Fabril

Publicidade Empréstimos Secção Montagem

... ... ...

Custos Fornecimentos
Consumo de
com e
Pessoal Matérias
Serviços

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 75

Demonstração dos Resultados por Naturezas (SNC) Custos vs Resultados


RENDIMENTOS E GASTOS N
Vendas e serviços prestados
Subsídios à exploração
Variação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo mercadorias vend. e matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Ajustamentos de inventários (perdas/reversões)
Imparidade de dívidasa a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Outras imparidades (perdas/reversões)
Aumentos/reduções de justo valor
Outros rendimentos e ganhos
Outros gastos e perdas
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos
Gastos/reversões de depreciação e de amortização
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
Juros e rendimentos similares obtidos
Juros e gastos similares suportados
Resultado antes de impostos
Imposto sobre o rendimento do período
Resultado líquido do período

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 76


Custos vs Resultados
Demonstração dos Resultados por Funções (SNC)

RUBRICAS N
Vendas e serviços prestados
Custo das vendas e dos serviços prestados
Resultado bruto
Outros rendimentos
Gastos de distribuição
Gastos administrativos
Gastos de investigação e desenvolvimento
Outros gastos
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
Gastos de financiamento (líquidos)
Resultados antes de impostos
Impostos sobre o rendimento do período
Resultado líquido do período

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 77

ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS DE CONTAILIDADE DE


CUSTOS
A definição e implementação de um sistema de Contabilidade de Custos deve
possibilitar a resposta oportuna a diversas questões:
 Registo, classificação e agregação dos custos fabris ou de produção
(industriais) e não fabris (não industriais);
 Afetação ou imputação dos custos aos respetivos objetos;
 Apoiar a Contabilidade Financeira ou Externa na valorimetria de certas
rubricas do Balanço e das Demonstrações de Resultados por Naturezas
e por Funções.
 Em Portugal não existe qualquer normalização no âmbito da
Contabilidade de Custos.
 Compete à empresa elaborar o seu plano de Contabilidade Analítica
adotando as soluções mais adequadas para dar resposta às
necessidades de informação da empresa.
 No caso de ser utilizada uma classe 9 – Contabilidade de Custos, são
criadas contas que recolham a informação necessária ao apuramento
do custo de produção e de cada uma das rubricas referidas na
Demonstração dos Resultados por Funções.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 78


ARTICULAÇÃO DA CONTABILIDADE FINANCEIRA
COM A CONTABILIDADE DE CUSTOS
Á contabilidade de custos interessam exclusivamente os custos – e os
rendimentos. Apesar destes serem comuns à contabilidade financeira o
tratamento contabilísticos é diferente. Por estes motivos é necessário definir
de que forma os dois registos se vão compatibilizar.

Sistemas de contas de ligação ou articulação:

 Sistemas Monistas:
 Sistema monista radical ou único indiviso.
 Sistema monista diviso ou monista moderado.

 Sistemas Dualistas:
 Sistema duplo contabilístico.
 Sistema duplo misto.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 79

Sistemas articulação
SISTEMAS MONISTAS
Nos sistemas monistas há uma ligação efetiva entre as duas
Contabilidades:

◦ Podem debitar-se contas da C. Geral por crédito em contas da C.


Analítica e vice-versa. Tratam-se de sistemas integrados, com um
único plano de contas abrangendo as classes de 1 à 8 (Contabilidade
Geral) e classe 9 ( Contabilidade de Custos).

◦ A movimentação das contas da classe 9 é feita por contrapartida das


contas das classes: 3; 6; 7 e 8.

◦ No sistema monista as contas de custos e proveitos por natureza


aparecem saldadas por contrapartida das contas da analítica, já que
os resultados são apurado na classe 9.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 80


Sistemas articulação
◦ Sistema monista indiviso ou radical:
◦ a movimentação entre contas do plano é total, havendo um único razão;

◦ Sistema monista diviso ou moderado:


◦ os movimentos entre as duas Contabilidades só são possíveis entre um
número muito limitado de contas, com a existência de um razão analítico.

Vantagens:
◦ É apropriado para empresas de reduzida dimensão;
◦ Centralização do trabalho contabilístico;
◦ Fluxo contabilístico contínuo;
◦ Redução dos custos administrativos.

Desvantagens:
◦ Não é indicado para empresas de grande dimensão;
◦ Dada a centralização não permite uma divisão do
trabalho.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 81

Sistemas articulação

SISTEMAS DUALISTAS

Nos sistemas dualistas as duas Contabilidades funcionam independente uma


da outra
◦ As duas Contabilidades utilizam a digrafia.
◦ Não é possível contabilizar movimentos na Contabilidade Geral (classe 1
a 8) por contrapartida direta em contas da Contabilidade Analítica
(classe 9) e vice-versa.

A Contabilidade Analítica tem necessidade de criar uma conta ou contas


especiais chamadas contas refletidas, contas compensatórias ou contas de
ligação, que são utilizadas sempre que há movimentos entre as duas
Contabilidades.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 82


Sistemas articulação
SISTEMA DUPLO CONTABILÍSTICO
91 CONTAS REFLECTIDAS Vantagens:
◦ É apropriado para empresas
◦ Estas contas registam os custos e de grande dimensão;
proveitos da Contabilidade Geral,
conforme as classes 6 e 7, mas ◦ Descentralização e separação
numa posição invertida do trabalho contabilístico;
(refletida). ◦ Melhor avaliação dos
resultados.
◦ Regra geral, temos as seguintes
subcontas: Desvantagens:
911 – Existências Iniciais Refletidas ◦ Não é indicado para empresas
de reduzida dimensão;
913 – Compras Refletidas
◦ Aumento dos custos
914 – Existências Finais Refletidas
administrativos;
916 – Gastos Refletidos
◦ A articulação entre as duas
917 – Rendimentos Refletidos contabilidades pode ocasionar
918 – Resultados Refletidos certas dificuldades.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 83

Sistemas articulação
SISTEMA DUALISTA DUPLO-MISTO
◦ Apenas a Contabilidade Geral utiliza a digrafia.

◦ A contabilidade interna ou analítica processa-se (parcialmente) através


de mapas, quadros, tabelas de repartição e registos (extra digráfico) e
não pelo sistema das partidas dobradas.

◦ A ligação entre os dois subsistemas não é feita com o rigor do esquema


das partidas dobradas, mas sim de uma forma mais informal.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 84


Armazém de Produtos Sistemas articulação
Fabricação Resultados
Armazém de Materiais Acabados
Ei EIpcf CIPA EIPA CIPV CIPV
Compras (Consumos) Custos CIPA
Mensais
Ef EFpcf EFPA

MOD Gastos Administrativos


Gastos
Salários Custo Custo Custo Administrativo
Mensal Mensal
Encargos Imputado
ao mês

GGF Gastos de Distribuição


Gastos
Mat. Sub. Gastos Custo Custo Distribuição
Mensal Mensal
MOI Imputados
Outros GGF ao mês

Gastos Financeiros

Custo Custo G. Financeiro


Mensal Mensal

Gastos do
Período

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 85

Sistemas articulação
RELEVAÇÃO DIGRÁFICA EM SISTEMA DUALISTA DUPLO-CONTABILÍSTICO
Contas Reflectidas Matérias-Primas Fabricação Produtos Acabados Custo Produtos Vendidos Vendas

Outros Prov. Operacionais

Mão Obra Directa

Proveitos Financeiros
Gastos Gerais de Fabrico

Custos de Distribuição
Resultados Analíticos Proveitos Extraordinários

Custos Administrativos

Outros Custos Operacion.

Custos Financeiros

Custos Extraordinários

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 86


Sistemas articulação
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
A empresa Teste, S.A. produz dois produtos:
- Produto A
- Produto B.
O Produto A consome a matéria-prima A (MPA) e o Produto B consome a
matéria-prima B (MPB). Durante o período em análise as compras de
MPA foram de 10.000€ e as de MPB foram de 5.000€. Estas matérias
estão sujeitas a IVA de 21%.

As existências iniciais de MPA eram de 2.000€ e as existências iniciais


de MPB eram de 1.000€. Os consumos de MPA e MPB foram
respetivamente de 7.000€ e 4.000€.

Registe os consumos de Matéria de cada um dos produtos.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 87

Sistemas articulação

SISTEMA MONISTA
CONTABILIDADE GERAL CONTABILIDADE ANALITICA

36 Matérias Primas Fabricação Produto A


E.I. 2.000 € 7.000 € 7.000 €
31 Compras E.I. 1.000 € 4.000 €
MPA 10.000 € 10.000 € 10.000 €
MPB 5.000 € 5.000 € 5.000 € Matéria Prima Directa
7.000 € 7.000 €
61. CMVMC 4.000 € 4.000 €
7.000 € 7.000 € Fabricação Produto B
4.000 € 4.000 € 4.000 €

22 Fornecedores 24 Estado
12.100 € 2.100 €
6.050 € 1.050 €

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 88


Sistemas articulação

SISTEMA DUALISTA
CONTABILIDADE GERAL CONTABILIDADE ANALITICA

36 Matérias Primas 91.__ Ex. Iniciais Reflectidas Fabricação Produto A


E.I. 2.000 € 7.000 € 2.000 € 7.000 €
31 Compras E.I. 1.000 € 4.000 € 1.000 €
MPA 10.000 € 10.000 € 10.000 €
MPB 5.000 € 5.000 € 5.000 € 91.__ Compras Reflectidas
10.000 €
61. CMVMC 5.000 €
7.000 €
4.000 € Armazém Mat. Pri. Directas Fabricação Produto B
2.000 € 7.000 € 4.000 €
22 Fornecedores 24 Estado 1.000 € 4.000 €
12.100 € 2.100 € 10.000 €
6.050 € 1.050 € 5.000 €

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 89

Sistemas articulação
Considere a seguinte informação sobre os custos suportados pela Empresa Teste, S.A.
com o trabalhador “Sr. Estudante”:
Remuneração dos meses de trabalho 9.240 €
Subsídio de Férias 840 €
Subsídio de Natal 840 €
Remuneração do mês de férias 840 €
Contribuições para Segurança Social - Empresa 2.793 €
Subsídios de alimentação 1.210 €
Seguro de acidentes de trabalho 250 €
Formação 286 €

Relativamente à actividade desenvolvida pelo Sr. Estudante durante o ano, foram


recolhidos os seguintes dados:
Tempo pago. 1.936 h
Tempo de ausências remuneradas devidas a formação profissional e consultas médicas. 30 h
Tempo mortos devidos a interrupções normais do processo produtivo. 45 h
Tempo dispendido em actividades de limpeza e conservação do equipamento. 50 h
Tempo dispendido na produção do Produto A 811 h
Tempo dispendido na produção do Produto B 1.000 h

Com base no exposto apure o custo da MOD que deve imputar a cada um dos Produtos.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 90


Sistemas articulação

SISTEMA MONISTA
CONTABILIDADE GERAL CONTABILIDADE ANALITICA

Fabricação Produto A
7.299 €
Pessoal/ Estado/ D.O./ CX.
15.039
64 Cust. c/ Pessoal Mão - de - Obra Directa
15.039,00 € 16.299 € 16.299 € 16.299 €
1.260,00 €

Acréscimo de Custos Fabricação Produto B


1.260 9.000 €

Nota: O valor dos acréscimos de custos foi arbitrariamente atribuído.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 91

Sistemas articulação

SISTEMA DUALISTA
CONTABILIDADE GERAL CONTABILIDADE ANALITICA

Fabricação Produto A
91.__C.c/ Pessoal Reflectidos 7.299 €
Pessoal/ Estado/ D.O./ CX. 16.299 €
15.039
64 Cust. c/ Pessoal
15.039,00 €
1.260,00 €
Mão - de - Obra Directa
16.299 € 16.299 €
Acréscimo de Custos Fabricação Produto B
1.260 9.000 €

Nota: O valor dos acréscimos de custos foi arbitrariamente atribuído.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 92


Sistemas articulação

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 93

Sistemas articulação

Coeficiente de Imputação Imputação ao Produto


Produto A Produto B
Matérias Subsidiárias / Custos M. P. 4.000 / 20.000 = 0,2€ 12.000*0,2 = 2.400 8.000*0,2 = 1.600
Energia / Quantidade Produzidas 3.000 / 2.000 = 1,5€ 1.100*1,5 = 1.650 900*1,5 = 1.350
M.O.I. / Horas de M.O.D. 5.000 / 1.500 = 3,33€ 800*3,33 = 2.667 700*3,33 = 2.333
Amortizações / Horas máquina 2.000 / 1.000 = 2€ 600*2 = 1.200 400*2 = 800
Outros GGF / Custo da M.O.:D 1.000 / 25.000 = 0,04€ 15.000*0,04 = 600 10.000*0,04 = 400

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 94


Sistemas articulação

SISTEMA MONISTA
CONTABILIDADE GERAL CONTABILIDADE ANALITICA

36 Mat.-Primas e Subs. 61. CMVMC


4.000 € 4.000 € 4.000 €
Fabricação Produto A
Gastos Gerais de Fabrico (MS) 2.400 €
62 FSE 4.000 € 4.000 € (MS) (ENER.) 1.650 €
3.000 € 3.000 € (MOI) 2.667 €
3.000 € 3.000 € (ENER.) (AMORT) 1.200 €
(O. GGF) 600 €
Forn./ Estado/ D.O./ CX. 64 Cust. c/ Pessoal 5.000 € 5.000 € (MOI)
3.000 € 5.000 € 5.000 €
5.000 € 2.000 € 2.000 € (AMORT)
1.000 € Fabricação Produto B
66 Amortizações do Ex. 1.000 € 1.000 € (O. GGF) (MS) 1.600 €
2.000 € 2.000 € (ENER.) 1.350 €
Amort. Acumuladas (MOI) 2.333 €
2.000 € (AMORT) 800 €
65 O.C. Operacionais (O. GGF) 400 €
1.000 € 1.000 €

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 95

Sistemas articulação

SISTEMA DUALISTA
CONTABILIDADE GERAL CONTABILIDADE ANALITICA

36 Mat.-Primas e Subs. 61. CMVMC 91.__Custos Reflectidos


4.000 € 4.000 € 3.000 € (ENER.)
5.000 € (MOI) Fabricação Produto A
2.000 € (AMORT) (MS) 2.400 €
62 FSE 1.000 € (O. GGF) (ENER.) 1.650 €
3.000 € (MOI) 2.667 €
(AMORT) 1.200 €
Armazém Mat. Subsidiárias (O. GGF) 600 €
Forn./ Estado/ D.O./ CX. 64 Cust. c/ Pessoal 4.000 € (MS)
3.000 € 5.000 €
5.000 €
1.000 € Gastos Gerais de Fabrico Fabricação Produto B
66 Amortizações do Ex. 4.000 € 4.000 € (MS) (MS) 1.600 €
2.000 € 3.000 € 3.000 € (ENER.) (ENER.) 1.350 €
Amort. Acumuladas 5.000 € 5.000 € (MOI) (MOI) 2.333 €
2.000 € 2.000 € 2.000 € (AMORT) (AMORT) 800 €
65 O.C. Operacionais 1.000 € 1.000 € (O. GGF) (O. GGF) 400 €
1.000 €

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 96


PARTE I
ASPETOS FUNDAMENTAIS DA
CONTABILIDADE DE CUSTOS

ANEXOS

CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL


de acordo com o SNC (NCRF 18 - Inventários)

◦ Mensuração de inventários (parágrafos 9 a 33)


◦ 9 — Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor
realizável líquido, dos dois o mais baixo.

◦ Custo dos inventários (parágrafos 10 a 22)


◦ 10 — O custo dos inventários deve incluir todos os custos de
compra, custos de conversão e outros custos incorridos para
colocar os inventários no seu local e na sua condição atuais.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 98


NCRF 18

◦ Custos de compra (parágrafo 11)
◦ 11 — Os custos de compra de inventários incluem o preço de
compra, direitos de importação e outros impostos (que não sejam
os subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pela
entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros custos
diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais
e de serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens
semelhantes deduzem -se na determinação dos custos de compra.


◦ Custos de conversão (parágrafos 12 a 14)
◦ 12 — Os custos de conversão de inventários incluem os custos
diretamente relacionados com as unidades de produção, tais como
mão de obra direta. Também incluem uma imputação sistemática
de gastos gerais de produção fixos e variáveis que sejam incorridos
ao converter matérias em bens acabados.
◦ …

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 99

NCRF 18


◦ Custos de conversão (parágrafos 12 a 14)
◦ 12 — …
◦ Os gastos gerais de produção fixos são os custos indiretos de
produção que permaneçam relativamente constantes
independentemente do volume de produção, tais como a
depreciação e manutenção de edifícios e de equipamento de
fábricas e os custos de gestão e administração da fábrica. Os gastos
gerais de produção variáveis são os custos indiretos de produção
que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de
produção tais como materiais indiretos.

◦ 13 — A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de
conversão é baseada na capacidade normal das instalações de
produção. A capacidade normal é a produção que se espera que
seja atingida em média durante uma quantidade de períodos ou de
temporadas em circunstâncias normais.(…)

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 100


NCRF 18
…Outros custos (parágrafos 15 a 18)
◦ 15 — Outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários
até ao ponto em que sejam incorridos para os colocar no seu local e
na sua condição atuais. Por exemplo, pode ser apropriado incluir no
custo dos inventários gastos gerais que não sejam industriais ou os
custos de conceção de produtos para clientes específicos.

…Custos de inventários de um prestador de serviços


◦ 19 — Desde que os prestadores de serviços tenham inventários,
estes são mensurados pelos custos da respetiva produção. Esses
custos consistem sobretudo nos custos de mão de obra e outros
custos com o pessoal diretamente envolvido na prestação do
serviço, incluindo pessoal de supervisão, e os gastos gerais
atribuíveis.

GRUPO DE CONTABILIDADE DE GESTÃO 101

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