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Licenciatura em Contabilidade e Administração

Ano 2022-2023

Contabilidade de Custos

Capítulo 1
A Informação Contabilística e a Tomada de
Decisão
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CONTABILIDADE DE CUSTOS
• A compreensão do âmbito da Contabilidade de Custos passa pelo entendimento de
três conceitos básicos:

 O que é a Empresa
 O que é a Gestão

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 O que é a Contabilidade

• A Contabilidade de Custos (CC) pode ser aplicada a todo o tipo de organizações


económicas, incluindo associações sem fins lucrativos, fundações, etc.
• É ao universo das Empresas - principalmente às de natureza industrial - que o
âmbito de aplicação atinge a máxima complexidade e maior valia.
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A EMPRESA
• Uma Empresa é uma organização - conjunto integrado de meios materiais e
humanos organizados - que tem como finalidade a produção e/ou comercialização
de um conjunto de bens ou de serviços que, por permitirem a satisfação de
determinadas necessidades, asseguram um preço de venda superior ao seu custo.

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Tem, assim, as características de qualquer organização
MEIOS


HUMANOS
E MATERIAIS

 Meios humanos e materiais;


 Missão e objetivos; MISSÃO e
OBJETIVOS
LUCRO

 Hierarquia e funções; EMPRESA


 Valores e regras comportamentais comuns;
 Comunicação e interação, a que se adiciona o objetivo da obtenção de um lucro
HIERARQUIA
VALORES
FUNÇÕES
COMUNS
COORDENAÇÃO

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O CICLO DE GESTÃO
• Uma das características fundamentais de qualquer organização e,
consequentemente, das empresas, é a eleição de um objetivo. Para que este seja
alcançável, de uma forma económica, é indispensável que se escolha o melhor
caminho – estratégia - para o atingir e que se garanta que eventuais desvios são
corrigidos.

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• A gestão é a atividade que garante uma eficiente afetação de todos os recursos
disponíveis pela organização por forma a garantir que os objetivos previamente
fixados são alcançados.

• Para este efeito, o CICLO DE GESTÃO deve obedecer a quatro fases básicas: Planear,
Organizar, Dirigir e Controlar.
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O CICLO DE GESTÃO
• Fixar objetivos • Definir funções
• Escolher e tarefas
programas • Definir
• Elaborar hierarquias
orçamentos • Delegar poderes

PLANEAR ORGANIZAR

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CONTROLAR DIRIGIR

• Coordenar • Motivar
processos • Informar
• Apurar desvios • Desenvolver
• Corrigir desvios

Nenhuma destas fases pode decorrer sem informação;


A informação é o elemento fundamental das fases planear e controlar.
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O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO
• Um sistema de informação de gestão é um sistema que mediante a utilização de
determinados recursos garante a recolha, processamento e difusão de dados
indispensáveis à gestão.

• Os gestores (qualquer que seja o seu nível da cadeia hierárquica) são os principais clientes
da informação.

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• Os sistemas de informação de gestão são necessários, por exemplo, para suporte:

 a) de todas as atividades da empresa (vendas, compras, ...)


 b) da decisão
 c) da estratégia
 d) da avaliação do desempenho

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OS SISTEMAS CONTABILÍSTICOS
• Um sistema contabilístico é um sistemas de informação de gestão. Um sistema contabilístico é um
conjunto de princípios, normas e práticas que orientam a recolha, tratamento e produção de
informação financeira e económica. Como qualquer sistema de informação o sistema contabilístico
assenta em três fases básicas:

PLANEAMENTO DO SISTEMA CONTABILISTICO

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CONTABILIDADE FINANCEIRA VS CONTABILIDADE DE CUSTOS
• De acordo com os objetivos, âmbito e métodos de processamento da informação,
poderemos distinguir:

• CONTABILIDADE FINANCEIRA – Tem como objetivos:


 Controlar as relações com terceiros
 Relevar as variações patrimoniais
 Apurar o resultado do exercício

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• CONTABILIDADE DE CUSTOS – Tem como objetivos:
 A) Determinar os custos dos bens produzidos e vendidos:
 1. Determinar os preços de venda ou controlar a sua rentabilidade
 2. Fornecer as bases de valorização inventários

 B) Controlar as condições internas de exploração


 1. Analisar os gastos de cada setor/departamento de atividade da Empresa
 2. Comparar normas preestabelecidas, apurando desvios e determinando as suas causas
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CONTABILIDADE FINANCEIRA VS CONTABILIDADE DE CUSTOS
São inúmeras as razões que conduzem a que a Contabilidade Financeira seja
insuficiente para satisfazer todas as necessidades de gestão.

Estas insuficiências resultam de:

• Apenas registar factos passados ou históricos;

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 os factos são registados depois de ocorridos – os registos estão sempre
desatualizados.

• Estar espartilhada por normativos jurídicos e fiscais, obrigando a contabilização dos


factos por determinado valor (o contabilístico) sem atender à realidade económica;

• Estar vocacionada para a prestação de informações globais e não para as


informações analíticas que a gestão necessita.
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CONTABILIDADE FINANCEIRA VS CONTABILIDADE DE CUSTOS
• Obrigatória vs facultativa

• Foco no geral vs foco na parte (integrada no todo)

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• Normalizada vs “construída à medida”

• Passado vs passado, presente e futuro

• Regularidade e formato da informação em função das exigências legais vs em


função das necessidades de informação internas.
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Contabilidade de Custos

Capítulo 2
Conceitos Básicos
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CONCEITOS ECONÓMICO - FINANCEIROS

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• (1) - DESPESAS
• (2) - CUSTOS (GASTOS)
• (3) - PROVEITOS (RENDIMENTOS)
• (4) - RECEITAS
• (5) - RECEBIMENTOS
• (6) - PAGAMENTOS 12
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CUSTOS E CONCEITOS BÁSICOS SIMILARES
• Custo (Gasto): valor correspondente à utilização ou consumo de recursos (bens ou
serviços) associado à expectativa de obtenção de um determinado rendimento
(proveito);
 componente negativa do resultado, que representa o valor dos consumos incorporados no
processo produtivo

• Perda: valor correspondente ao consumo ou desaparecimento de recursos sem a

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equivalente compensação (proveito);

• Despesa: Obrigação financeira associada á aquisição de bens e serviços,


independente da sua utilização ou pagamento;

• Pagamento: fluxo de saída de meios monetários para liquidação da despesa,


relativa à aquisição de bens ou serviços.
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RENDIMENTOS E CONCEITOS BÁSICOS SIMILARES
• Proveito (rendimento): Geração ou obtenção de produções (bens ou serviços aptos
a serem vendidos ou utilizados pelos clientes);
 componente positiva do resultado

• Ganho: Acréscimo do património da empresa, não proveniente da atividade


normal;

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• Receita: Venda ou prestação de serviços, a que corresponde um direito jurídico;
 constitui o direito de receber, dando origem a um recebimento (movimento de caixa)

• Recebimento: fluxo de entrada de meios monetários correspondente à liquidação


do valor da venda ou da prestação de serviços.
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EMPRESA COMERCIAL VS EMPRESA INDUSTRIAL

Empresa comercial:
Factores ou Recursos Produto/Serviço
 EMPRESA COMERCIAL- compra
MERCADORIAS MERCADORIAS
INPUTS
ARMAZENAGEM
OUTPUS e vende bens (MERCADORIAS)
sem alterar o seu estado físico
controlo

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Empresa industrial:
Factores ou Recursos Produto/Serviço  EMPRESA INDUSTRIAL- compra
MATERIAS PRIMAS PROCESSO PRODUTOS ACABADOS
bens (MATÉRIAS PRIMAS) e
INPUTS PRODUTIVO OUTPUS outros fatores produtivos que
transforma, vendendo, isto é,
controlo
bens distintos dos adquiridos
(PRODUTOS ACABADOS)

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EMPRESA INDUSTRIAL
• Matérias primas:
 bens que são incorporados fisicamente no produto

• Matérias subsidiárias:
 Bens físicos que auxiliam o processo produtivo, mas não se incorporam no produto final;
 Exemplo:
 Empresa de panificação:
 Farinha e o fermento → Matérias Primas;

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 Óleo consumido no aquecimento dos fornos → Matéria Subsidiária

• Produtos:
 bens resultantes do processo produtivo;

• Produtos em curso de fabrico:


 bens que se encontram ainda no processo produtivo;

• Produtos acabados:
 bens que se encontram acabados em termos de processo produtivo, estando fora das linhas de fabrico.
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EMPRESA INDUSTRIAL

Modelo: Empresa industrial transformadora

Ciclo produtivo :

Aquisição
de matérias

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Armazém de
matérias

Transformação Armazém
dos fatores em de
Aquisição produtos produtos Venda de
de outros fatores acabados produtos
(Laboração
Fase 1 , 2 , n )

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NOÇÃO E TIPOS DE CUSTOS
• Custo  noção relativa.
Custo de Quê? Custo para Quê? Causa do Custo? Repartição do Custo?

Um custo define-se pelo:

OBJECTO Produto, Função, Actividade

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Custo de aprovisionamento, de produção,
NÍVEL de distribuição, de administração

- Custos ex- ante ou pré- determinado


MOMENTO em que é
(standard , previsional)
calculado - Custos ex-post ( real , histórico)

- Custos completos
- Custos parciais (directo, variável)
CONTEÚDO - Custos de actividade, de estrutura, custo
marginal

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NOÇÃO E TIPOS DE CUSTOS
• OBJETOS de custos são todas as entidades com as quais os custos podem ser
relacionados.
• Os objetos de custos podem ser agrupados em famílias de objetos. São exemplos
de objetos de custos:

 O produto fabricado;

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 O produto vendido;
 As funções da empresa:
 Aprovisionamento;
 Produção;
 Distribuição;
 Administração;
 Centros de custos
…

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NOÇÃO E TIPOS DE CUSTOS
OPERAÇÕES SOBRE CUSTOS:
1. CLASSIFICAR: Agrupar os custos de acordo com um determinado critério;
2. IDENTIFICAR: Relacionar o custo com um objeto;
3. AFETAR: Atribuir custos aos objetos em função: da relação de causa - efeito económica
ou de critérios contabilísticos (imputação);

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4. REPARTIR: Distribuir o custo, com base num determinado critério, por vários objetos;
5. IMPUTAR: Calcular o custo de um objeto com base num custo por unidade ou numa taxa
de imputação;
6. ACUMULAR: Agrupar ou somar custos em função de um determinado critério: natureza
do custo, destino do custo, objeto de custo, …
7. APURAR: Determinar o custo de um objeto, num determinado período de tempo.
• …..

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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)
• Para os objetivos da contabilidade de custos interessa fundamentalmente determinar o custo da
produção ou custo industrial.

Custos de Produção ou Custos Industriais: todos os custos relacionados com a


fabricação dos produtos (bens e/ou serviços)

Custo Industrial: MP + MOD + GGF

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Componentes do CUSTO INDUSTRIAL:
1. MP (matérias-primas): incorporadas no produto final
2. MOD (mão de obra direta): custos com o pessoal afeto diretamente à
produção
3. GGF ou CIP (gastos gerais de fabrico ou custos indiretos de produção):
constituídos por todos os restantes custos industriais imputáveis ao
produto
3.1 Custo das matérias subsidiárias
3.2 Mão de obra indireta
3.3 Outros custos indiretos de produção (amortizações, eletricidade,

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etc....)
CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)

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CUSTO DAS MP E DE OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

• As matérias-primas são as matérias que mediante processos de transformação


física ou química constituem a materialidade dos produtos acabados.
 todos os bens que a empresa adquire com o objetivo de os transformar noutros produtos.
 Ex: madeira no caso na produção de um móvel

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• O custo irá depender do valor atribuído às existências em armazém, bem como do
critério valorimétrico utilizado pela empresa.
• O consumo de matéria prima constitui um custo direto do produto.
• O aprovisionamento das matérias inclui todo o trabalho desde a análise das
matérias, até à entrega destas aos serviços utilizadores.

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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)

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CUSTO DAS MP E DE OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

• O valor da compra é constituído por:

 Custo de aquisição: valor da fatura + custos adicionais – descontos comerciais


 Custos adicionais: Seguros; Transportes; Direitos aduaneiros (no caso de bens importados);
Comissões; ....

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• Na valorização do consumo das matérias-primas deve levar-se em conta os critérios
de valorização das saídas (Critérios Valorimétricos).
 Custo específico;
 Custo médio ponderado;
 FIFO
 Custo Básico (orçamentado ou padrão);
 …
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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)

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CUSTO DAS MP E DE OUTROS MATERIAIS DIRECTOS

• QUEBRAS E SOBRAS: diferenças entre o inventário físico (quantidades reais) e o


inventário contabilístico.

• QUEBRAS: quando as existências reais são inferiores às contabilizadas, podendo


resultar de:

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• Erros de registo na contabilidade (entradas registadas por quantidades superiores às efetivamente
entradas em armazém ou saídas registadas por quantidades inferiores às efetivamente saídas de
armazém);
• Deterioração;
• Evaporação;
• Perda de peso;
• Sinistros;
• Roubos;
• ...

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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)

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CUSTO DA MÃO DE OBRA DIRETA (MOD)
• Este custo incorpora os custos associados à remuneração dos trabalhadores cuja atividade é
específica da produção de determinado produto ou serviço. Para o cálculo desta componente terá
de considerar-se o número de horas registado por objeto de custeio e o respetivo custo horário.
• O custo horário deverá ponderar a remuneração do trabalhador, bem como os encargos associados.

• CUSTO HORA = ∑ CUSTOS / HORAS TRABALHO PRODUTIVO

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+ TEMPO PAGO

- TEMPO DE AUSÊNCIAS REMUNERADAS

= TEMPO DE PRESENÇA

– TEMPOS MORTOS

= TEMPO DE ACTIVIDADE

- TEMPO DE ACTIVIDADE NÃO AFECTÁVEIS

= TEMPO PRODUTIVO (HORAS ÚTEIS)


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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)

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GASTOS GERAIS DE FABRICO (GGF)
• Incluem-se nesta componente de custo, todos os custos de natureza industrial que
não se enquadram nem nas matérias-primas nem na MOD:

 Mão de Obra Indireta (MOI);


 Consumo de Matérias Subsidiárias (MS);
 Consumos de água, eletricidade e combustíveis;

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 Conservação e reparação de máquinas e equipamentos industriais;
 Depreciações de edifícios e equipamentos industriais
 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido;
 Impostos não dedutíveis e que não sejam sobre o rendimento;
 Seguros;
 Rendas;
 Embalagens;
 …
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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)

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GASTOS GERAIS DE FABRICO (GGF)
• Do ponto de vista contabilístico a inclusão dos GGF no custo contabilísticos dos produtos apresenta
um conjunto complexo de problemas.
 Esses problemas resultam, por exemplo, do facto de estarmos perante uma classe de custos heterogénea,
englobando custos com diferentes comportamentos face às variações da produção e que, regra geral, não se
conseguem identificar com um produto especifico (são custos comuns).

• Um dos métodos de tratamento dos GGF passa pela sua identificação com Centros de Custo. Os

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centros de custo são unidades coletores de custos, isto é, entidades com os quais os custos podem
ser identificados. Na criação dos centros de custos podem ser utilizados um ou vários critérios.
Usualmente são utilizados os seguintes critérios:

 Critério tecnológico ou funcional: Cada centro de custos corresponde a uma tarefa ou conjunto de tarefas ou
uma função concreta e homogénea realizada na empresa;
 Critério organizacional: Cada centro de custos corresponde a um departamento especifico da organização,
constituindo portanto, um centro de responsabilidade;
 Critério topográfico: Cada centro de custos corresponde a uma área especifica e da planta da unidade,
constituindo, portanto, um centro físico ou real.

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CUSTO DE PRODUÇÃO OU CUSTO INDUSTRIAL (CI)

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GASTOS GERAIS DE FABRICO (GGF)
• A inclusão dos GGF no custo contabilísticos dos produtos pode portanto realizar-se mediante uma
operação de imputação ou repartição. A base ou critério de imputação não é mais que o indicador
de produção com base no qual vai ser realizado este trabalho.
• Exemplos de base de imputação:
• Custo da M.P.D.
• Custo da M.O.D.

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• Quantidade de M.P.
• Horas - homem (Hh) diretas
• Horas - máquina (Hm)
• Quantidades fabricadas
• ….

BASE DE IMPUTAÇÃO ≈ CRITÉRIO DE IMPUTAÇÃO

Montante dos Gastos a Repartir


Coeficiente de imputação =
Base de imputação
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CUSTO INDUSTRIAL
• Outras componentes do CUSTO INDUSTRIAL:

 Custo Primário ou Primo: MP + MOD

 Custo de Transformação (Conversão): MOD + GGF

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• Custo Industrial: MP + MOD + GGF = Custo Primo + GGF
Custo MP
Primo
MOD Custo
Transfor-
GGF mação

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Custo dos Produtos Acabados

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Custo dos Produtos Vendidos

Aquisição
de matérias Armazém de Ii PCF
Matérias Transformação Ii PA

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dos factores em Armazém
CI produtos CIPA de CIPV
Aquisição (Laboração Produtos Venda de
de outros factores MOd Acabados produtos
Fase 1 , 2 , n )
+
GGF If PA
If PCF
Custos fabris

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Custo dos Produtos Acabados

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Custo dos Produtos Vendidos
.

Fabricação Armazém de Produtos Acabados

Ii PCF CIPA Ii PA CIPV

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MP
Custo de MOD
Transformação GGF If PCF CIPA If PA

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CUSTO DOS PRODUTOS ACABADOS
• É o custo industrial relativo às unidades produzidas.
• Corresponde ao valor a atribuir aos PA durante o período, independentemente do momento em
que são iniciados.
CIPA = Ii PCF + CI – If PCF

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Produção Acabada – Resulta da contagem do número de unidades totalmente acabadas no fim do
período, incluindo as que estavam em vias de fabrico no início do período e foram acabadas no mesmo.

Produção Efetiva do Período – Produção realizada num determinado período (acabada ou não acabada).
Produção expressa em unidades equivalentes a acabadas (UEA).
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CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS

• É o custo industrial relativo às unidades vendidas.


• Corresponde ao montante de custos industriais incorporados nos produtos/serviços
vendidos durante o período independentemente do momento em que foram
produzidos.

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CIPV = Ii PA + CIPA – If PA

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CUSTO POR FUNÇÕES
Funções
.

Função Função Função Função


Industrial Comercial Administrativa Financeira

Custos Não Industriais (CNI)

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CNI = Custos Distribuição (Comerciais) + Custos Administrativos + Custos Financeiros

Os Custos Administrativos respeitam à administração e controlo das actividades


da empresa.
Os Custos Comerciais ou de Distribuição respeitam à realização de vendas e à
entrega dos produtos.

Os Custos Financeiros respeitam à obtenção e aplicação de capitais alheios.

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DETERMINAÇÃO DO CUSTO DA PRODUÇÃO
.

Produto X Produto Y Produto Z Total

Matérias Primas X X X X
Mão-de-Obra Direta X X X X
Gastos Gerais de
Fabrico

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• Secção A X X X X
• Secção B X X X X
Total Custos Produção X X X X
Ii pcf (+) X X X X
If pcf (-) (X) (X) (X) (X)
CIPA (=) X X X X
Ii PA (+) X X X X
If PA (-) (X) (X) (X) (X)
CIPV (=) X X X X

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Lucro Puro
Lucro
Líquido

Lucro Bruto

Vendas

Custos Figurativos
Custos Financeiros
Custos Distribuição

Custos Administrativos
Custo das Vendas
CUSTO COMPLEXIVO e CUSTO ECONÓMICO

Custos não Custos


industriais industriais

Custo Complexivo

Custo Económico

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CUSTO COMPLEXIVO e CUSTO ECONÓMICO
• Custo Complexivo: corresponde ao preço de venda abaixo do qual a empresa terá
prejuízo.

• Custo Complexivo = CIPV + Custos não Industriais

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• Custo Económico: inclui, para além do custo complexivo, os gastos figurativos

 Gastos figurativos (custos de oportunidade): salário de direção, custo de capital próprio, prémio
de risco

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EXEMPLO
• Considere os seguintes dados (relativos ao mês de Janeiro do ano N) relativos à empresa XPTO, que
se dedica à produção e comercialização de um único produto:
Pedidos – Apure:

• Custo das matérias primas consumidas 700 a) Custo industrial dos


• Custos de transformação 300 produtos acabados
(CIPA)
• Custos de distribuição 180

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b) CIPA unitário
• Custos administrativos 200 c) Custo industrial dos
produtos vendidos(CIPV)
• Custos financeiros 120 d) Custo complexivo
• Produção acabada 1 000 UF e) Custo complexivo
unitário
• Vendas 800 UF f) Lucro bruto
• Preço de venda 1,70 €/UF g) Lucro líquido

• Não existiam produtos acabados em armazém no início do mês. Também não existiam, nem no início nem no
fim do mês, produtos em curso de fabrico.
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CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS
• Os custos podem ser classificados com base em múltiplos critérios:

 Com base na natureza específica do custos: custos por natureza;


 Com base nos centros de custo ou de responsabilidade: custos por centro de custo ou de
responsabilidade;
 Com base no tipo de relação entre o custo e o objeto de custos: custos diretos e indiretos;

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 Com base na relação entre o momento em que ocorrem e o momento de cálculo: custos reais e
custos teóricos;
 Com base na sua relevância para uma tomada de decisão: custos relevantes e irrelevantes;
 Com base na capacidade para controlar a sua ocorrência e valor: custos controláveis e não
controláveis;
 Com base na relação entre a variação do volume de atividade e a variação do custo: custos fixos e
variáveis.
 - ….

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Classificação por natureza e por funções
• Para além de conhecermos o custo global verificado relativamente a um certo objeto de custo, interessa
conhecer a natureza de custos que maior peso têm no custo global (para que as suas variações possam
ser comparadas).

 Exemplo:
 matérias subsidiárias e de consumo
 outras matérias
 subcontratos – eletricidade
 subcontratos – diversos

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 salários
 horas extraordinárias
 encargos sobre salários
 ......

• Para efeitos de planeamento, controlo e tomada de decisões, torna-se necessário apurar custos para as
para as funções da empresa:
 Aprovisionamento
 Produção
 Distribuição
 Administração
 financeira
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Classificação por centros de responsabilidade
• .

Organigrama da XPTO, SA

Administração 1

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Direção Direção Direção Direção
Compras 2 Pessoal 3 Industrial 4 Adm. Fin. 5

Gab. Estudos 41 Fabricação 42 Planeam.Prod. 43

Oficinas Montagem Acabamento


421 422 423

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Classificação por centros de responsabilidade
• Os custos ocasionados pelo funcionamento dos diversos órgãos da empresa devem ser repartidos por centros
de responsabilidade. A contabilidade analítica deve determinar os custos relativamente a cada um dos centros
de responsabilidade, analisá-los e transmiti-los aos responsáveis respetivos para que possam controlá-los,
verificar a sua adequação aos objetivos definidos e também a outros fins de gestão.

Centro de responsabilidade A

Custos de funcionamento Centro de responsabilidade B

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-----------

A análise dos custos de determinado centro de responsabilidade exige muitas vezes a sua decomposição em
centros de custos:

Centro de custos A

Centro de Responsabilidade A Centro de custos B

-----------

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Classificação por centros de responsabilidade
.

Centros de Responsabilidade Centros de Custos


1. Administração
11 Corpos Sociais 1101 – Assembleia Geral
..... 1102 – Administração
1103 – Conselho Fiscal
.......

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2. Direção de Compras 2001 – Direção de Compras
2002 – Gestão de stocks
.....
3. Direção de Pessoal

4. Direção Industrial 4001 – Direção Industrial


41 – Gabinete de estudos 4101 – Conceção do Produto
4102 – Orçamentos
42 – Fabricação 4211 – Metalurgia pesada
421 - Oficinas... 4212 – Metalurgia ligeira
....
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Relação entre o custo e o objeto de custos
Os Custos Diretos são exclusiva e especificamente relativos a um determinado
objeto de custo.
 Estes custos não ocorreriam se o objeto de custeio não existisse.
 Não revestem grande dificuldade de cálculo.

Os Custos Indiretos são comuns a vários objetos de custo.

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Exemplo: MOD ou MP são custos diretos. Custos incorridos com o planeamento e
controlo da produção de vários produtos são custos indiretos.

• Nota: Alguns custos diretos – por exemplo, pelo seu reduzido valor – podem ser
tratados contabilisticamente como indiretos.
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Relação entre o momento em que ocorrem e o momento de

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cálculo
• Os Custos Reais ou Custos Históricos são aqueles que realmente se
verificaram.
 (determinados à posteriori);
 São custos históricos ou passados;
 “Difíceis” de apurar em tempo útil.

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• Os Custos Teóricos são aqueles definidos a priori para valorização interna de
matérias, produtos e serviços prestados.
 Também são conhecidos por custos básicos.
 São um instrumento de controlo de gestão.
 permitem comparações entre os custos realmente incorridos com os custos orçamentados, que
constituem objetivos a atingir pelos gestores.
 As bases de cálculo podem ser os registos históricos da empresa, os dados técnicos da produção, o “custo
objetivo” e/ou as previsões/orçamentos para um determinado período futuro.

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Custos Teóricos
• Custos Orçamentados
 custos de períodos passados ajustados a condições económicas de eficiência e outras previstas
para o futuro.

• Custos Padrão ou Standard


 custo teórico unitário, pré-estabelecido em condições de eficiência operacional e para um

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determinado nível de atividade, tendo por base estudos técnico-económicos:

> custo padrão ideal: pressupõe a máxima eficiência, podendo ser


atingidos apenas se o desempenho operacional for perfeito;
> custo padrão de desempenho atingível: pressupõe o custo que deve ser
incorrido sob condições operacionais de eficiência;

• Custos fixados de acordo com outros critérios: por exemplo, preços de mercado
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Relação entre o momento em que ocorrem e o momento de

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cálculo


CUSTO CUSTO
TEÓRICO REAL
APURAR

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E
ANALISAR

“DESVIOS”
“DIFERENÇAS DE INCORPORAÇÃO”
“DIFERENÇAS DE IMPUTAÇÃO”

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Classificação de custos para efeitos de tomada de decisões
• Os Custos Relevantes são aqueles que variam mediante a solução que se escolhe,
entre as várias soluções existentes.
• Os Custos Irrelevantes são aqueles que se mantém invariáveis quando se toma
uma decisão.

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• Exemplo:
 Uma Empresa adquiriu, há alguns anos, MP no valor de 500,00 €, não tendo sido possível vendê-
las ou utilizá-las na produção;
 Entretanto, um determinado cliente deseja comprar um produto que utiliza aquelas matérias, mas
só está disposto a pagar, por esse produto,1.250,00 €. O custo de transformação adicional para
fabricar esse produto, com aquelas matérias-primas, é de 1.000,00 €.

A empresa deve ou não aceitar o negócio?


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Classificação de custos para efeitos de tomada de decisões
Resposta:
 À primeira vista → Custo total = 1 500,00 €
 raciocínio incorreto porque as MP permanecem as mesmas quer se aceite ou não a encomenda.
 o custo da matéria-prima é irrelevante para a decisão.

 E se a empresa aceitar a encomenda?

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 o custo de transformação adicional é de 1.000,00 €, logo é um custo relevante para a decisão

 A encomenda deve ou não ser aceite?


 Comparando o rendimento (1.250,00 €) com o custo relevante (1.000,00 €) e assumindo que não há outras
alternativas mais valiosas, tal como um outro cliente interessado no produto, disponível para pagar mais do que 1
250,00 €,

 A encomenda deve ser aceite,

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Classificação de custos para efeitos de tomada de decisões
• Neste âmbito podemos encontrar diferentes tipos de custos:

 Custos Irrelevantes: custos que se mantêm invariáveis independentemente da tomada de decisão;

 Custos Diferenciais: que resultam da diferença entre os custos de duas alternativas;

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 Custos de Oportunidade: traduz o valor dos proveitos adicionais que se poderia obter numa
aplicação alternativa;
 Rendibilidade esperada numa alternativa de investimento de idêntico risco.

 Custos Irreversíveis: são custos de recursos já adquiridos e cujo total não será afetado pela
escolha de várias alternativas.
 São custos criados por uma decisão tomada no passado e não podem ser modificados por qualquer
decisão que venha a ser tomada no futuro.
 A despesa de 500,00 € das MP (exemplo anterior) que não seriam nunca utilizadas é um custo irreversível.
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Classificação quanto à capacidade para controlar a sua ocorrência

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e valor
• Os Custos Controláveis são aqueles que são controlados pelo responsável de
determinado centro.
 O responsável direto tem capacidade de decisão

• Os Custos não Controláveis são aqueles cujo controlo é da responsabilidade de um


superior hierárquico relativamente ao responsável do centro.
 São aqueles que são controláveis por uma entidade superior.

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Exemplo: O encarregado da secção de metalurgia pesada pode não ser o responsável
pelas amortizações do imobilizado da secção.
Centro de Responsabilidade

Custos controláveis
Centro de Centro de Centro de
custos X custos Y custos Z

Custos não controláveis

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Classificação quanto à relação entre a variação do custo e a

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variação do volume de atividade

• Custos Fixos: são os que se mantém constantes num determinado período de


tempo, independentemente da atividade desenvolvida ou do nível de utilização da
capacidade instalada.
 (rendas de edifícios, depreciações, seguros, etc.);
 A sua alteração está ligada a decisões de longo prazo.

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• Custos Variáveis: são os que variam com o nível de atividade.
 (MP, energia, comissões dos vendedores, etc.)
 Acréscimo de custos que a empresa suporta com a produção de uma unidade incremental.

• Custos Semi-Variáveis: são compostos quer por custos fixos quer por custos
variáveis.
 (Ex: remuneração + comissão)

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Classificação quanto à relação entre a variação do custo e a

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variação do volume de atividade

Valor
Valor

Custo fixo (CF)


CF

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Quantidade Quantidade

Valor
Valor

Quantidade Quantidade

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Comportamento dos custos variáveis face às alterações do

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volume de produção (Tipos de custos variáveis):

• PROPORCIONAIS => Custos Marginais Constantes


• PROGRESSIVOS => Custos Marginais Crescentes
• DEGRESSIVOS => Custos Marginais Decrescentes

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Custo Custos Progressivos

Custos Proporcionais

Custos Degressivos
Volume
Quantidade
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Representação gráfica dos custos, face às alterações do volume de

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produção

◦ Em termos globais: ◦ Em termos unitários:

Custos
Cv+Cf Custos
totais unitários
“k”
“K”

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Cv
kf

k v + κf
Cf
kv
a

Q Q

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Demonstração dos Resultados por Naturezas (SNC)
RENDIMENTOS E GASTOS N
.

Vendas e serviços prestados


Subsídios à exploração
Variação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custo mercadorias vend. e matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Ajustamentos de inventários (perdas/reversões)

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Imparidade de dívidasa a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Outras imparidades (perdas/reversões)
Aumentos/reduções de justo valor
Outros rendimentos e ganhos
Outros gastos e perdas
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos
Gastos/reversões de depreciação e de amortização
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
Juros e rendimentos similares obtidos
Juros e gastos similares suportados
Resultado antes de impostos
Imposto sobre o rendimento do período
Resultado líquido do período
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Custos por Naturezas vs custos por Funções
.

Director Geral

Departamento Comercial Departamento Financeiro Departamento de Produção

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Marketing Contabilidade Secção Fabril

Publicidade Empréstimos Secção Montagem

... ... ...

Custos Fornecimentos
Consumo de
com e
Pessoal Matérias
Serviços

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Demonstração dos Resultados por Funções (SNC)
.

RUBRICAS N
Vendas e serviços prestados
Custo das vendas e dos serviços prestados
Resultado bruto
Outros rendimentos

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Gastos de distribuição
Gastos administrativos
Gastos de investigação e desenvolvimento
Outros gastos
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
Gastos de financiamento (líquidos)
Resultados antes de impostos
Impostos sobre o rendimento do período
Resultado líquido do período

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Sistemas digráficos da Contabilidade de Custos
• Em Portugal não existe qualquer normalização no âmbito da Contabilidade de Custos.
 Compete à empresa elaborar o seu plano de Contabilidade Analítica adotando as soluções mais
adequadas para dar resposta às necessidades de informação da empresa.

Articulação entre contabilidade financeira e contabilidade de custos:

Sistemas de contas de ligação ou articulação

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 Sistemas Monistas:
 Sistema monista radical ou único indiviso.
 Sistema monista diviso ou monista moderado.

 Sistemas Dualistas:
 Sistema duplo contabilístico.
 Sistema duplo misto.

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Sistemas Monistas

• Nos Sistemas Monistas há uma ligação efetiva entre as duas Contabilidades:

 Podem debitar-se contas da C. Geral por crédito em contas da C. Analítica e vice-versa. Tratam-se
de sistemas integrados, com um único plano de contas abrangendo as classes de 1 à 8

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(Contabilidade Geral) e classe 9 ( Contabilidade de Custos).

 A movimentação das contas da classe 9 é feita por contrapartida das contas das classes: 3; 6; 7 e 8.

 No sistema monista as contas de custos e rendimentos por natureza aparecem saldadas por
contrapartida das contas da analítica, já que os resultados são apurado na classe 9.

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Sistemas Monistas
 Sistema Monista indiviso ou radical:
 a movimentação entre contas do plano é total, havendo um único razão;

 Sistema Monista diviso ou moderado:


 os movimentos entre as duas Contabilidades só são possíveis entre um número muito limitado de contas,
com a existência de um razão analítico.

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Vantagens:
◦ É apropriado para empresas de reduzida dimensão;
◦ Centralização do trabalho contabilístico;
◦ Fluxo contabilístico contínuo;
◦ Redução dos custos administrativos.

Desvantagens:
◦ Não é indicado para empresas de grande dimensão;
◦ Dada a centralização não permite uma divisão do trabalho.
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Sistemas Dualistas

• Nos Sistemas Dualistas as duas Contabilidades funcionam de modo independente


 As duas Contabilidades utilizam a digrafia.
 Não é possível contabilizar movimentos na Contabilidade Geral (classe 1 a 8) por contrapartida
direta em contas da Contabilidade Analítica (classe 9) e vice-versa.

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• Existe a necessidade de criar uma conta ou contas especiais chamadas contas
refletidas, contas compensatórias ou contas de ligação

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Sistema Dualista: Duplo Contabilístico
• 91 CONTAS REFLECTIDAS Vantagens:
◦ É apropriado para empresas de
 Estas contas registam os custos e proveitos da grande dimensão;
Contabilidade Geral, conforme as classes 6 e 7, ◦ Descentralização e separação
mas numa posição invertida (refletida). do trabalho contabilístico;
◦ Melhor avaliação dos
 Regra geral, com as seguintes subcontas: resultados.

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 911 – Inventários Iniciais Refletidos
 913 – Compras Refletidas Desvantagens:
 914 – Inventários Finais Refletidos ◦ Não é indicado para empresas
 916 – Gastos Refletidos de reduzida dimensão;
 917 – Rendimentos Refletidos
 918 – Resultados Refletidos ◦ Aumento dos custos
administrativos;
◦ A articulação entre as duas
contabilidades pode ocasionar
certas dificuldades.
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Sistema Dualista

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Contas Armazém de Produtos Resultados
Refletidas Armazém de Materiais Fabricação Acabados Analíticos Vendas

Ii Ii pcf CIPA Ii PA CIPV CIPV Vendas


Compras Consumos MP CIPA
If MOD If pcf If PA
GGF
MOD
Gastos de Distribuição
Salários e MOD Custo Custo Gastos de
Encargos Imputada Distribuição

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Gastos
GGF
Administrativos

Mat. Sub. GGF Custo Custo


MOI Imputados
Gastos
Outros GGF
Administrativos

Gastos Financeiros

Custo Custo
G. Financeiros
Lançamentos de abertura
Lançamentos do período

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Lançamentos de
apuramento resultados
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Sistema Dualista: Duplo Misto

• Apenas a Contabilidade Geral utiliza a digrafia.

• A Contabilidade Interna ou Analítica processa-se (parcialmente) através de mapas,


quadros, tabelas de repartição e registos (extra digráfico) e não pelo sistema das

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partidas dobradas.

 A ligação entre os dois subsistemas não é feita com o rigor do esquema das partidas dobradas, mas sim de
modo mais informal.

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Sistemas digráficos. Exemplo
A empresa Teste, S.A. produz dois produtos:

- Produto A
- Produto B.

O Produto A consome a matéria-prima A (MPA) e o Produto B consome a matéria-prima B (MPB).


Durante o período em análise as compras de MPA foram de 10.000 € e as de MPB foram de 5.000 €.

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Estas matérias estão sujeitas a IVA de 23%.

Os inventários iniciais de MPA e de MPB eram, respetivamente de 1.000€ e de 2.000 €. Os consumos


de MPA e MPB foram de 7.000 € e 4.000 €.

Pedido 1:

• Registo do valor das compras e dos consumos das matérias-primas de cada um dos produtos, com
base no sistema contabilístico monista e dualista.
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Sistemas digráficos. Exemplo
Pedido 1 - Registo de compras e dos consumos de MP dos produtos:
• .

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Sistemas digráficos. Exemplo
Pedido 1 - Registo de compras e dos consumos de MP dos produtos:

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Sistemas digráficos. Exemplo

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Sistemas digráficos. Exemplo
Pedido 2 - Registo e imputação do custo MOD aos produtos:

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Sistemas digráficos. Exemplo
Pedido 2 - Registo e imputação do custo MOD aos produtos:

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Sistemas digráficos. Exemplo

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Sistemas digráficos. Exemplo

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Sistemas digráficos. Exemplo
Pedido 3 - Registo e imputação aos produtos de GGF:

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Sistemas digráficos. Exemplo
Pedido 3 - Registo e imputação aos produtos de GGF:

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