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Palhoça - SC
2017
GUSTAVO DE DAVID CASA
RICCARDO GAINO CARRAVETA
Palhoça - SC
2017
AGRADECIMENTOS
Ao professor José Humberto Dias de Toledo por ter aceito o desafio de ser nosso
orientador, além de sua vital contribuição e incentivo na nossa jornada acadêmica.
Ao engenheiro Maurício José da Silva pelas ideias, orientações, incentivo e livros
cedidos.
A empresa Etaplan engenharia e construção ltda pelo suporte e oportunidade de
utilizarmos dados da mesma para nosso estudo.
Ao professor doutor Jamil Rahme pelo curso ministrado em Balneário Camboriú em
maio deste ano. Sua didática e informações foram importantíssimas.
Aos nossos pais pelo amor, apoio e força incondicional.
RESUMO
O presente trabalho de curso, de cunho qualitativo, evidencia uma metodologia simples e lógica
para se tornar um incorporador, ou seja, realizar uma incorporação imobiliária. Utilizando-se
da metodologia de um roteiro, podemos caracterizar a operação como um todo e não só facilitar,
mas também nortear qualquer um que tenha a intenção de incorporar. Através de um estudo de
caso de uma incorporação já vigente, pudemos apresentar todo o passo a passo para a realização
de uma incorporação. Vale lembrar que todo o embasamento teórico foi realizado nas
disposições das leis federais vigentes que regem todo o sistema apresentado. Assim, com base
na sistemática atual, foi possível contextualizar as leis vigentes, o cenário atual e a ordenação
apresentada.
The monographic work below spotlights a simple and logical methodology to become
an incorporator, namely, to accomplish a real estate development. Using the
methodology of a script, we can characterize the operation as a whole and not only
facilitate but also guide anyone who has the intention to incorporate. Through a case
study of an incorporation already in force, we can show all the steps formely presented.
It is worth remembering that all theoretical background was based on the provisions of
the current federal laws that govern the entire system presented. Therefore, based on
the current systematic, it was possible to contextualize the current laws, the current
scenario and the presented ordination.
Keywords: Case Study. Real Estate Incorporation. Incorporator. Federal laws. Script.
LISTA DE SIGLAS
Quadro 1 – Características dos Regimes de Obra a Preço de Custo x Preço Fechado. ............22
Fotografia 1 – Localização do Terreno. ....................................................................................34
Quadro 2 - Quadro II da NBR 12.721.......................................................................................37
Figura 1 – Modelo Resumo.......................................................................................................39
Quadro 3 – Orçamento. .............................................................................................................41
Figura 2 - Maquete Eletrônica. .................................................................................................45
Figura 3: Maquete Eletrônica....................................................................................................46
Figura 4: Maquete Eletrônica....................................................................................................46
Figura 5: Convenção do Condomínio. ......................................................................................48
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................12
1.1 TEMA E DELIMITAÇŌES.............................................................................................13
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ..........................................................................................13
1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................13
1.4 OBJETIVOS.....................................................................................................................14
1.4.1 Objetivo Geral..............................................................................................................14
1.4.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................14
1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................14
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO .....................................................................................15
2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................17
2.1 EMPREENDEDORISMO ...............................................................................................17
2.2 INCORPORAÇÃO NO BRASIL ....................................................................................17
2.2.1 Legislação .....................................................................................................................19
2.3 CONCEITOS BÁSICOS DA INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA ................................19
2.3 CONSTRUÇÃO POR ADMINISTRAÇÃO A PREÇO DE CUSTO/CONSTRUÇÃO A
PREÇO FECHADO ..................................................................................................................21
2.4 PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO ....................................................................................22
2.5 OBRIGAÇÕES E DIREITOS DO INCORPORADOR E DOS ADQUIRENTES .........24
3 ROTEIRO DE UMA INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA ..........................................27
3.1 PROCESSOS PARA INICIO DA INCORPORAÇÃO ...................................................28
3.2 CONTRATOS COM OS ADQUIRENTES .....................................................................31
3.3 FIM DA INCORPORAÇÃO ...........................................................................................32
4 ESTUDO DE CASO..........................................................................................................33
4.1 CAMPO DE PESQUISA .................................................................................................33
4.2 DADOS DO EMPREENDIMENTO ...............................................................................34
4.2.1 Localização ...................................................................................................................34
4.2.2 Proprietário; Incorporador; Construtora e Entidade Organizadora ....................34
4.2.3 Descrição Do Terreno ..................................................................................................35
4.3 CONSTITUIÇÃO DA INCORPORAÇÃO .....................................................................35
4.3.1 Definição do Empreendimento ...................................................................................35
4.3.1.1 OBJETO DA INCORPORAÇÃO ..............................................................................35
4.3.1.2 DISCRIMINACAO DO EMPREENDIMENTO .......................................................35
4.3.2 Anteprojeto analítico do terreno / quadro II da NBR 12.721..................................37
4.3.3 Estudo de Viabilidade Econômica e financeira ........................................................37
4.3.4 Contato com o proprietário do terreno: proposta para compra, promessa de
compra ou sub-rogação. .........................................................................................................40
4.3.5 Negociação e fechamento do negócio (contrato de incorporação) ..........................40
4.3.6 Projeto de arquitetura .................................................................................................40
4.3.7 Especificações básicas de materiais............................................................................40
4.3.8 Orçamento detalhado do custo da construção ..........................................................41
4.3.9 NBR 12.721:2006 .........................................................................................................43
4.3.10 Contrato com os adquirentes ......................................................................................44
4.3.11 Montagem do memorial de incorporação (art.32); ..................................................44
4.3.12 Registro do memorial de incorporação no cartório; ................................................44
4.3.13 Tabela de vendas; ........................................................................................................44
4.3.14 Obtenção do registro do memorial de incorporação ................................................45
4.3.15 Planejamento de vendas (publicidade, corretores, etc.) ...........................................45
4.3.16 Efetivação das vendas (assinaturas dos contratos com os adquirentes);................47
4.3.17 Convenção do Condomínio .........................................................................................47
4.3.18 Início da construção; ...................................................................................................48
4.3.19 Gerenciamento do empreendimento;.........................................................................49
4.3.20 Termino da construção; ..............................................................................................49
4.3.21 Obtenção do “habite-se” e “CND do INSS” com averbação em cartório; .............49
4.3.22 Outorga das escrituras. ...............................................................................................49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................51
ANEXO A – FACHADA FRONTAL....................................................................................53
ANEXO B – FACHADA LATERAL ....................................................................................54
ANEXO C – PLANTA BAIXA DO SUBSOLO 2 ................................................................55
ANEXO D – PLANTA BAIXA DO SUBSOLO 1 ................................................................56
ANEXO E – PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TÉRREO ...........................................57
ANEXO F – PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO...................................................58
ANEXO G – ABNT NBR 12.721 – INFORMAÇÕES PRELIMINARES .........................59
ANEXO H – QUADRO I (CÁLCULO DAS ÁREAS DOS PAVIMENTOS E DA ÁREA
GLOBAL) ................................................................................................................................60
ANEXO I – QUADRO II........................................................................................................61
ANEXO J – QUADRO III (AVALIAÇÃO DO CUSTO GLOBAL E UNITÁRIO DA
CONSTRUÇÃO) .....................................................................................................................62
ANEXO K – QUADRO IV A .................................................................................................63
ANEXO L – QUADRO IVB (RESUMO DAS ÁREAS REAIS PARA OS ATOS DE
REGISTRO E ESCRITURAÇÃO) .......................................................................................64
ANEXO M – QUADRO IVB1 (RESUMO DAS ÁREAS REAIS PARA OS ATOS DE
REGISTRO E ESCRITURAÇÃO) .......................................................................................65
ANEXO N – QUADRO V (INFORMAÇÕES GERAIS) ....................................................66
ANEXO O – QUADRO VI (MEMORIAL DESCRITIVO DOS EQUIPAMENTOS) ....67
ANEXO P – QUADRO VII (MEMORIAL DESCRITIVO DOS ACABAMENTOS) .....68
ANEXO Q – QUADRO VIII (MEMORIAL DESCRITIVO DOS ACABAMENTOS) ..69
ANEXO R – REGISTO DO MEMORIAL DE INCORPORAÇÃO .................................70
ANEXO S – AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA ETAPLAN ...............................................78
12
1 INTRODUÇÃO
Desde as civilizações mais antigas, como na Babilônia, 2000 anos antes de Cristo,
há relatos em que se realizavam vendas de frações de casas, como citam Pardal e Fonseca (1979)
em “Da propriedade horizontal no código civil e legislação complementar’’. Em certas cidades
francesas, entre elas Paris, durante a idade média já havia a propriedade horizontal separada por
andares. Em 1561, essa prática passou a ser regularizada e posteriormente, diversos países
europeus começaram a estabelecer normas específicas para tal. (PARDAL e FONSECA, 1979)
No Brasil, pós Primeira Guerra Mundial, fenômenos macroeconômicos – como
aumento demográfico, valorização dos imóveis urbanos, aumento da especulação imobiliária e
inflação – tornou o sistema habitacional vigente ineficiente. Isso ocorreu, já que, passou a ser
inviável economicamente custear as obras. Com isso observou-se a necessidade de implementar
regras que atendessem a propriedade horizontal. (RODRIGUES, 1998)
A primeira norma brasileira a romper com o antigo sistema foi o Dec. 5.481, de 25
de junho de 1928, que, para edifícios de mais de cinco andares, transformou cada apartamento
ou conjunto comercial em uma propriedade autônoma. Sendo assim as edificações começaram
a ser alienadas em partes (PEREIRA, 1979). No entanto, diante da primariedade na
organização, logo apareceram problemas, como abandono dos prédios em construção, o
aumento repentino dos preços, o descumprimento das obrigações pelo empreendedor, tudo
diante da ausência de uma disciplina regulamentando a relação que se formara (RIZZARDO,
2012). Com a falha de uma regulamentação, viu-se a necessidade de implantar uma lei que
possa garantir ao adquirente uma garantia de compra e venda do imóvel, diferentemente do que
acontecia, já que o incorporador realizava as vendas sem oferecer garantia ao adquirente, sob
todos os aspectos a lei enfatizou essa particularidade. (PEREIRA, 2004)
Para Pereira (2016, p.210) “A grande inovação, diríamos mesmo, a revolução
operada pela Lei n. 4.591/64, no sistema vigente, foi a fixação dos requisitos para que uma
incorporação seja lançada e as unidades comprometidas ou vendidas”.
Pela lei 4.591 (BRASIL, 1964) a incorporação ficou caracterizada de que as
unidades autônomas são postas a vendas antes da conclusão da obra, ou de serem alienadas
frações ideais do terreno havendo projeto aprovado. Mesmo sendo postas a vendas, ela somente
começará a operar após ter a formalização de vários contratos preliminares. Tendo em vista que
somente nasceu a imagem de Incorporação Imobiliária após a lei 4.591/64 ser lançada para a
fixação dos requisitos da mesma.
13
1.3 JUSTIFICATIVA
Com esse estudo, para identificar as etapas e processos para se realizar uma
incorporação imobiliária pretendemos difundir melhor essas informações, bem como sanar
dúvidas de qualquer um que pretenda incorporar.
Entendemos que, com a elaboração de um roteiro, com base na legislação,
apresentando as etapas para realizar uma incorporação, podemos facilitar o caminho para
aqueles que queiram um passo a passo, entender os direitos e deveres, passivos jurídicos que
possam surgir, entre outros.
1.4 OBJETIVOS
1.5 METODOLOGIA
Quando se diz que uma pesquisa é descritiva, se está querendo dizer que se limita a
uma descrição pura e simples de cada uma das variáveis, isoladamente, sem que sua
associação ou interação com as demais sejam examinadas.
15
Qualidade é uma propriedade de ideias, coisas e pessoas que permite que sejam
diferenciadas entre si de acordo com suas naturezas. A pesquisa qualitativa não vai
medir seus dados, mas, antes, procurar identificar suas naturezas. […] A compreensão
das informações é feita de uma forma mais global e inter-relacionada com fatores
variados, privilegiando contextos.
Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem
definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou
uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma
determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando
descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não pretende
intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 EMPREENDEDORISMO
Em 1965, é promulgada a Lei 4.864, trazendo no seu bojo alterações à Lei 4.591/64
e à lei 4.380/64, no sentido estimular a indústria da construção civil e de viabilizar um sistema
de concessão do crédito imobiliário seguro, munido de garantias para as partes envolvidas. Em
especial, os artigos 22 e 23 da citada lei, estabeleceram as condições da cessão fiduciária em
garantia para alcançar esse fim (REALE, 1994).
18
2.2.1 Legislação
Nesse tópico daremos destaque a alguns conceitos que são base para a incorporação
imobiliária.
A lei 4.591/64 no artigo 1° define Condomínio como sendo:
Cada unidade com saída para via pública, diretamente ou por processo de passagem
comum, será sempre tratada como objeto de propriedade exclusiva, qualquer que seja
o número de suas peças e sua destinação, inclusive edifício-garagem, com ressalva
das restrições que se lhe imponham. (Lei 4.591/64, art. 2º).
“E, que deve ser feito o registro da Convenção no Registro de Imóveis, bem como
a averbação das suas eventuais alterações”. (Lei 4.591/64, art. 9º, §1º)
Destaca-se que:
I - critérios e normas para cálculo de custos unitários de construção, para uso dos
sindicatos, na forma do art. 54;
21
III - critérios e normas para a avaliação de custo global de obra, para fins da alínea h,
do art. 32;
c) as áreas de construção.
O patrimônio de afetação foi regulamentado pela lei 4.591/64 (CAPÍTULO I-A, art.
31-A a 31-F), passa a vigorar na lei 10.931/04, através dos artigos 53 e 54:
definida pela Lei 4.591/64, art. 28 (parágrafo único): “Incorporação imobiliária é a atividade
exercida com o intuito de promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de
edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades autônomas”.
Já incorporador foi definido por Pereira (PEREIRA, 2016, p.203) como sendo:
“Considera-se incorporador e se sujeita aos preceitos dessa lei toda pessoa física ou jurídica que
promova a construção para alienação total ou parcial de edificação comporta de unidade
autônomas, qualquer que seja a sua natureza ou destinação”.
Quem constrói para si mesmo edifício de apartamentos não é incorporador, mas nele
se converte desde o momento em que passa a vender as unidades vinculadas a fração
ideal, antes da conclusão do edifício. Igualmente, também não ha incorporação, no
sistema da Lei 4.591, quando a venda das unidades autônomas é realizada apos a
conclusão do edifício. Efetivamente, a Lei 4.591 declara em vários de seus
dispositivos o princípio de que só existe incorporação durante a construção do
edifício. (PEREIRA, 2016)
As pessoas habilitadas para incorporar foram definidas pela Lei 4.591/64, art. 31:
ajustes celebrados até as fundações, após o termino das mesmas e nas transferências
ou sub-rogações do contrato (art. 59).
o Em toda publicidade ou propaganda escrita (exceto nos anúncios classificados dos
jornais) destinada a promover a construção pelo regime de administração em que
conste preço (não constando, fica dispensado o pormenor), discriminar o custo do
terreno e o orçamento atualizado da construção, com as atualizações previstas nos
arts. 59 e 60 da Lei 4.591/64, indicando-se o mês a que se refere o orçamento e o tipo
padronizado previsto para a construção (art. 62).
o Mencionar em todos os papeis utilizados para a incorporação pelo regime de
construção por administração, tais como cartas, propostas, escrituras, contratos e
documentos semelhantes, os dados mencionados na alínea anterior (art. 62, § 1º).
o Requere a averbação da construção após a expedição do “habite-se”.
o Comparecer às assembleias de contratantes que tiver convocado (art. 49 § 3º).
o Fiscalizar o pagamento, pelo construtor e empreiteiros, de contribuições fiscais,
previdenciárias, etc.
Assim como aos Direitos prestados ao Incorporador diante da Lei 4.591/64 e Lei
4.864/65 Rahme (2017) destaca que fica estabelecido:
Sendo assim, uma grande etapa importante das Comissões são as Assembleias dos
Adquirentes:
o Têm legitimidade para convoca-las o incorporador, o construtor e interessados que
representem ⅓ dos votos dos contratantes. (Lei 4.591/64, art. 49, § 1º).
o O quórum deliberativo é o da maioria simples dos votos presentes, sendo as
deliberações obrigatórios para todos os interessados, salvo no que afetarem o direito
de propriedade previsto na legislação comum (Lei 4.591/64, art. 49).
o A convocação deve mencionar expressamente o assunto a ser tratado (Lei 4.591/64,
art. 49, § 1º).
o Os interessados poderão ser representados por procurador bastante (Lei 4.591/64, art
49, § 1º).
o A convocação será feita por carta registrada ou protocolo, com antecedência mínima
de cinco dias para primeira convocação e mais três dias para a segunda, podendo
ambas serem feitas pelo mesmo aviso (Lei 4.591/64, art. 49, § 2º).
o A assembleia instalar-se-á, no mínimo, com metade dos contratantes, em primeira
convocação, e com qualquer número, em segunda, sendo, porem obrigatória a
presença, em qualquer caso, do incorporador ou do construtor quando convocantes, e
pelo menos com metade dos contratantes que a tenham convocado, se for o caso (Lei
4.591/64, art. 49, § 3º).
o Os votos serão computados na proporção das respectivas frações ideais do terreno
(Lei 4.591/64, art. 49, § 2º).
o Por maioria absoluta dos votos dos contratantes, tomados em assembleia geral
especialmente convocada, a assembleia poderá revogar qualquer decisão a Comissão
de Representantes, ressalvados os direitos de terceiros quanto aos efeitos já
produzidos (Lei 4.591/64, art. 63, § 3º).
o No prazo de 24 horas após a realização do leilão final, o condomínio, por decisão
unanime de Assembleia Geral em condições de igualdade com terceiros, terá
preferência na aquisição dos bens, caso em que serão adjudicados ao condomínio (Lei
4.591/64, art. 63, § 3º).
o Compete à assembleia geral de contratantes eleger a comissão de Representantes para
atuar junto ao construtor ou incorporador, no carto do art. 43 (Lei 4.591/64, art. 50),
e para praticar os atos especificados nos arts. 55 e 61, da Lei 4.591/64, em tudo quanto
interesse ao bom andamento da obra.
Para se ter um exemplo com clareza dos documentos, foi escolhido a prefeitura de
São José. Para isso, o registro de imóveis solicita conforme Lei 4.591/64 e Código de
Normas/SC os seguintes documentos (REGISTRO DE IMÓVEIS SÃO JOSÉ, 2017):
Certidões Estaduais:
• Da Fazenda Estadual
• Da Justiça Comum Estadual (cível e criminal), expedidas a menos de 90 (noventa)
dias, conforme Art. 768, parágrafo único do Código de Normas/SC
Observações:
Conforme Art. 767, §3º Se o requerente for pessoa jurídica, as certidões
criminais também deverão ser expedidas em nome do sócio; se empresa constituída
por outras pessoas jurídicas, tais certidões referir-se-ão dos sócios destas últimas.
Certidões Municipais:
• Certidão Negativa de Débitos municipais;
• Certidões Negativas de Protestos da Comarca do Empreendimento e da sede do
incorporador.
Observação: Se alguma das Certidões judiciais for POSITIVA apresentar certidão
narrativa contendo o valor da causa e declaração do incorporador de que tal ação não
tem referência com o imóvel onde será feita a incorporação.
• Prazos das Certidões: As certidões forenses abrangerão dez (10) anos, e as de protestos
de títulos, cinco (5) anos, conforme Art. 767 §1º do Código de Normas/SC:
Certidões emitidas pelo registro de imóveis, 30 dias.
31
Das Certidões em atenção ao Art. 32 da Lei 4.591/64 e Art. 767 do Código de Normas:
• Certidão Municipal;
• Certidões Negativas de ônus e ações;
• Certidão.
Observações:
• O imóvel deve estar descrito no processo exatamente como consta na matrícula
(descrição do terreno, área do terreno, existência de construção, área construída, caso
esteja descrito de modo diverso na matrícula ou sem a construção mencionada, deverá
ser apresentada a documentação necessária para as atualizações).
• Se a matrícula estiver gravada de algum ônus impeditivo de alienação (hipoteca
cedular, hipoteca do SFH, penhora da União Federal ou do INSS, hipoteca do Banco
da Terra, cláusula de inalienabilidade, promessa de compra e venda, favor apresentar
requerimento solicitando o cancelamento do ônus com a firma reconhecida por
autenticidade do credor acompanhado de documentação hábil que comprove poderes
para o cancelamento do ônus).
• Se a matrícula estiver gravada de algum ônus não impeditivo de alienação (hipoteca
comum, penhora, servidão, usufruto), este ônus deve ser mencionado no contrato;
Por fim, com a conclusão da obra, o indivíduo obtém o “habite-se” das autoridades
municipais, acerta suas contas com cada adquirente e lhe entrega as chaves suas respectivas
unidades autônomas (RAHME, 2017).
No próximo capítulo apresentaremos um estudo de caso, para ilustrar o roteiro de
incorporação apresentado nesse capítulo.
33
4 ESTUDO DE CASO
A partir desse momento, vamos realizar uma pesquisa sobre o estudo de caso da
incorporação do edifício NAUTILLUS RESIDENCE. Descreveremos todas as etapas já
mencionas no referencial teórico adaptadas para esse estudo de caso.
Neste estudo de caso, vamos discutir e avaliar uma incorporação executa pela
empresa ETAPLAN – ENGENHARIA & CONSTRUÇÃO LTDA na cidade de Florianópolis,
remetente ao EDIFICIO NAUTILLUS RESIDENCE.
Nessa etapa teremos como objetivo descrever a constituição da incorporação e o
fim dela. Iremos seguir o roteiro que já apresentamos no capítulo 2.6 até 2.9 deste trabalho de
conclusão de curso.
Um estudo de mercado executado pela ETAPLAN – ENGENHARIA &
CONSTRUÇÃO LTDA, verificou-se uma grande procura por apartamentos de médio porte no
bairro de trindade e agronômica. Segundo a empresa, o foco de atuação no mercado era
concentrado em São José, mas devido as faculdades no entorno dos bairros da Trindade e
Agronômica, a procura de apartamentos de pequeno e médio porte aumentou, assim a empresa
direcionou o seu foco para esses bairros.
Devido a uma imobiliária da cidade de Florianópolis/SC, parceira da construtora e
incorporadora ETAPLAN, ficar sabendo da mudança de foco da empresa, acabou localizando
um terreno na Trindade nos padrões requeridos pela mesma. Com o interesse do Diretor
Executivo pelo terreno, iniciou-se a negociação com o proprietário do terreno. A compra do
terreno foi feita através da Escritura Pública de Compra e Venda, sem a opção de sub-rogação
do empreendimento. A intenção inicial do diretor executivo era realizar um contrato de sub-
rogação com o proprietário do terreno, como explicaremos mais a frente, há um lucro maior
para a incorporação.
Ao adquirir o terreno, e realizar as etapas da incorporação, foi aferido pelo cartório
do 2º oficio do registro de imóveis de Santa Catarina no dia 11/03/2016. No mesmo dia, foi
feita a renúncia do prazo de carência de denúncia da incorporação, já que a construtora tinha o
objetivo de começar a obra em poucos meses.
34
O prazo de entrega da obra e fim da incorporação esta datada para julho de 2018,
quando a obra estiver pronta e quando for retirado o “habite-se” na prefeitura.
4.2.1 Localização
Terreno situado à Rua Lauro Linhares, Trindade, 4º subdistrito desta Capital, com
área de 644,16m², fazendo: Frente na extensão de 18,50 metros, para a Rua Lauro Linhares;
Fundos, na extensão de 17,00 metros, limitando com a propriedade de Luiz Gregório Vieira,
antes com herdeiros de Gregório Machado Vieira, Lado Norte, na extensão de 44,00 metros,
limitando com propriedade de Dorvalina Coelho; Lado Sul, na extensão de 34,00 metros,
limitando com propriedade de Ladislau Silva. Ontações inscrito na Prefeitura Municipal de
Florianópolis sob inscrição Imobiliária nº 45.92.013.0106.001-835 e registrado no Cartório do
2º Ofício de Registro de Imóveis do Município de Florianópolis/SC sob a matrícula 1.350 do
Livro nº 2 Registro Geral, folha 01.
Nessa fase, se faz o quadro II da NBR 12.721 para fazer as divisões de todas as
áreas do empreendimento. Aqui tem todas as informações básicas para o projeto a ser
executado.
É apenas um esboço do projeto arquitetônico final, apenas para execução dos
quadros e informações vitais a serem executadas futuramente.
No Quadro 2 encontra-se o quadro II da NBR 12.721.
Quadro 3 – Orçamento.
Continua.
42
Continua.
43
Todos os dados técnicos como área, fração ideal, são extraídos do projeto de
arquitetura e discriminados na NBR 12.721, que comporá, inclusive, o memorial de
incorporação. Em anexo serão apresentados os quadros da NBR 12.721.
44
Nessa etapa, não foi anexada a tabela por motivos de sigilo da empresa com seus
adquirentes, mas iremos explicitar como deve ser feita.
Os preços referentes a todas as frações ideais são fixos, devem ser o mesmo, porém
como existe uma diferença de características entre apartamentos, como qual andar ele se
encontra e/ou localização no andar, os valores variam. Apartamentos mais altos e com sol da
manhã tendem a ter uma maior valorização, portanto há uma compensação em relação a valores
entre os mesmos.
Para essa etapa, é utilizado a formula mãe:
45
𝑃 = 𝐶 + 𝐹𝐼
𝐹𝐼 = 𝑇𝑒𝑟𝑟𝑒𝑛𝑜 + 𝐶𝐼 + 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜
𝐶 = 𝐶𝑆 + %𝐶𝑆
A fórmula mãe é composta pelo C (custo da construção) somando o FI (fração
ideal), sendo que FI é composta pelo terreno, onde é uma variável fixa, somando o CI (custo da
incorporação), outra variável fixa e somando pelo lucro do incorporador onde pode se alterar
dependendo do custo de construção. Última fórmula composta pelo C (custo de construção) é
a soma do CS (custo da construção) e da %CS (taxa de administração).
Não foi feito nenhuma ação de publicidade formal pois o empreendimento acabou
sendo vendido totalmente pelo imobiliária em apenas 4 meses. A obra foi iniciada já com 100%
das unidades autônomas vendidas.
Como na lei 4.591, capitulo II, art. 9o, os adquirentes das unidades autônomas,
elaborarão, por escrito, a Convenção de Condomínio, e também, por contrato ou deliberação
em assembleia, aprovar o Regimento Interno da edificação. O exemplo da convenção do
condomínio do empreendimento estudado segue na Figura 5.
48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Condomínio e Incorporações. 11. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2004.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Condomínio e Incorporações. 12. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2016.
52
REALE, Miguel; REALE JÚNIOR, Miguel; DUTRA, Pedro Alberto do Amaral. “O sistema
financeiro da habitação – estrutura, dirigismo contratual e a responsabilidade do
Estado”. A atividade de crédito imobiliário e poupança – Alguns aspectos jurídicos. São
Paulo: Abecip. 1994, p. 11.
ANEXO I – QUADRO II
62
ANEXO K – QUADRO IV A
64